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março 27, 2017

Meio Mundo por Joe Abercrombie

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416411
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 368
Classificação: Ótimo
Sinopse: Mar Despedaçado – Livro 02.

Os tolos alardeiam o que vão fazer. Os heróis fazem.

Thorn Bathu não é uma garota comum. Mesmo tendo sido criada numa sociedade machista, ela vive para lutar e treina arduamente há anos. Porém, após uma fatalidade, ela é declarada assassina pelo mesmo mestre de armas que deveria prepará-la para as batalhas. Para fugir à sentença de morte, Thorn se vê obrigada a participar de um esquema do ardiloso pai Yarvi, ministro de Gettland. Ao lado dela se encontra Brand, um guerreiro que odeia matar, mas encara a jornada como uma chance de sustentar a irmã e conquistar o respeito de seu povo. A missão dos dois é cruzar meio mundo a bordo de um navio e buscar aliados contra o Rei Supremo, que pretende subjugar todo o Mar Despedaçado. É uma viagem desafiadora, em que Brand precisa provar seu valor e Thorn fará o necessário para honrar a memória do pai e se tornar uma verdadeira guerreira.

Comecei a leitura de Meio Mundo, segundo livro da trilogia Mar Despedaçado do autor Joe Abercrombie, com aquele misto de ansiedade e apreensão. Afinal, nada é mais desanimador do que a famosa e temida “maldição do segundo livro”. Mas, para minha surpresa novamente me vi envolvida pelo sedutor jogo de intrigas e conspirações criado pelo o autor. Até por que desde Meio Rei ficou claro que nessa história quem vence é o mais inteligente e não o mais forte.

Pode conter spoiler do livro anterior, por isso quem não quiser correr o risco pode pular quatro parágrafos agora.

Thorn Bathu pode ser chamada de muitas coisas, menos de mocinha frágil e delicada. E apesar de ter sido criada em uma sociedade regida pelo patriarcado, Thorn sabe que nasceu para lutar e principalmente, que é melhor que do que muitos homens nisso. Após anos treinando para ser uma guerreira do rei, ela vê seus sonhos ruírem quando depois de uma fatalidade é declarada assassina pelo mestre de armas e condenada à morte.

Mas enquanto na cela ela lamenta o seu terrível destino, uma nova oportunidade surgi. Pai Yarvi, ministro de Gettland lhe oferece a liberdade em troca da sua força e lealdade. Yarvi é conhecido por ser ardiloso e inteligente. E embora o ministro não seja um grande guerreiro, muitos sabem que ele é mais perigoso em um jogo de palavras do que segurando uma espada.

A sombra da guerra está cada vez mais próxima de Gettland, e o Rei Supremo e sua ministra estão dispostos a tudo para esmagar o pequeno país. Yarvi então parte a bordo do Vento Sul em uma viagem cheia de perigos cruzando meio mundo em busca de aliados. Thorn que sonhava em ser uma guerreira e ter canções compostas sobre seus corajosos atos, se vê presa em meio a nada ao lado estranhos e de Brand, um jovem com o qual ela tem um passado.

E nessa jornada árdua e cheia de acontecimentos inesperados, Thorn se vê cada vez mais enredada em intrigas políticas que a fazem questionar seu desejo de ser guerreira, ao mesmo tempo em que sem perceber vai sendo moldada para se tornar a arma mais mortal de Yarvi contra os inimigos de Gettland.

Confesso que ao contrário de Meio Rei que me fisgou logo nas primeiras páginas, aqui demorei um pouco mais para me envolver com a história. Achei interessante o autor ter deixado Yarvi o protagonista do primeiro livro em um papel mais "secundário", só que o problema é que a Thorn não é uma personagem “fácil”

O que mais me cativou na leitura do primeiro livro, foi justamente o fato de Joe Abercrombie fugir dos estereótipos com os quais estamos acostumados nos livros de fantasia. E nesse segundo livro o autor nos apresentou uma personagem feminina forte e decidida, mas que em algumas situações consegue ser arrogante e infantil. Algo que me incomodou bastante em vários momentos. E talvez por isso, eu tenha me apegado mais ao Brand do que a Thorn.

Brand é aquele personagem que vai se revelando aos poucos, camada por camada e que apesar do seu jeito mais calado é aquele que presta atenção nos detalhes e sabe a hora certa de agir. Joe Abercrombie trouxe novos e complexos personagens a sua obra, ao mesmo tempo em que antigos conhecidos desempenham mais uma vez um papel importante no desenvolvimento da trama, como a naja da Isrium e o imponente rainha Laithlin.

Yarvi mais uma vez me surpreendeu com sua sagacidade e inteligência. Ele pode até ter perdido o posto de "grande" protagonista da história em Meio Mundo, mas seu papel não ficou nem um pouco menor por isso. Sem sombra de dúvidas ele é a engrenagem mestre dessa obra e não duvido que até o final da trilogia ele esteja dominando todo o mar despedaçado.

O único ponto “negativo“ que Meio Mundo tem em minha opinião, é que senti o que o autor se estendeu muito em alguns momentos, em especial na batalha final.  Mas fora esse pequeno detalhe Joe Abercrombie conseguiu manter o ritmo surpreendente da série, me deixando ainda mais curiosa para saber como ela vai terminar. A Meia Guerra se aproxima, e tenho minhas dúvidas se ela será decidida no campo de batalha.

“– Às vezes grandes coisas certas precisam ser costuradas a partir de pequenas coisas erradas.”

Em uma narrativa com diálogos inteligentes, personagens fortes e um toque de romance, Joe Abercombrie faz com o que leitor embarque em uma aventura cheia de reviravoltas políticas e inimigos perigosos. Só não se esqueçam da dica que dei no começo da resenha, aqui nem sempre o mais forte e corajoso vence.

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