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maio 16, 2018

Uma História de Verão por Pam Gonçalves

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.


ISBN: 9781934904541
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 304
Classificação: Regular
Sinopse: É o último verão de Analu perto de casa antes da faculdade. Entre a dificuldade de se entender com seus pais, que queriam que ela cursasse Direito e não Cinema, e as persistentes comparações com seu irmão gêmeo, André Luiz, o grande exemplo de filho que faz tudo para agradar, a garota está cansada de tanta hipocrisia e da cobrança de todos e só quer aproveitar suas férias com os amigos. O lugar é lindo, o clima está ideal e não faltam lembranças em cada cantinho da praia. Pena que nem todas são boas: a primeira decepção amorosa e grande paixão de Ana Luísa, Murilo, está de volta com o sorriso cafajeste de sempre e novas promessas. De um lado, o futuro em uma nova e incrível cidade, São Paulo; do outro, os amigos, a família e um amor traiçoeiro que ao mesmo tempo machuca e envolve.

Quando escolhi de forma aleatória Uma História de Verão da autora Pam Gonçalves para ler, esperava encontrar uma história despretensiosa que me tirasse de uma terrível ressaca literária. Em partes foi exatamente isso que encontrei, uma história leve e bonitinha, mas que ao mesmo tempo peca por sua superficialidade.

Ana Luísa, ou Analu como prefere ser chamada se prepara para o seu último verão em casa antes de começar vida adulta. Seu primeiro desafio será contar para os pais que ao invés de escolher ficar por perto e cursar Direito, ela escolheu ir para longe e cursar Cinema. Ela sabe que seus pais vão ver essa decisão como mais um ato de rebeldia e o que tornará as comparações com o seu irmão gêmeo e perfeito, André Luiz ainda mais insuportáveis.

Em uma tentativa de fugir da farsa que é a sua família e de aproveitar o último verão com seus melhores amigos Gisele e Yuri, Analu vai para a Praia do Rosa. Um lugar lindo, mas ao mesmo tempo manchado com as lembranças que ela tem de Murilo e de como ele partiu seu coração. Como se o destino tivesse testando a sua determinação de ir embora, Murilo ressurge em sua vida. E com isso todos os sentimentos que Analu acreditava ter superado.

Será que ao final desse verão Analu, terá coragem de deixar aquilo que sempre conheceu e sua família para trás em troca de um sonho? E Murilo, pode algo que acabou completamente errado no passado, ter o final reescrito? Entre dias ensolarados e a expectativa de um novo começo, Analu vai descobrir que em um único verão muita coisa pode mudar.

Meu maior problema com Uma História de Verão, foi a protagonista. Não só a personalidade, mas a construção da personagem como um todo. A verdade é que a sensação que eu tive foi que, a autora teve uma ideia que acabou se perdendo no meio do caminho. Tipo ao mesmo tempo que se tenta passar a imagem que a Analu é uma pessoa independente, madura e que sabe o quer da vida, ela tem atitudes infantis e bem controversas.

Além disso, o fato da autora ter focado a narrativa só nos “dramas” da protagonistas quando é perceptível que outros personagens como o Yuri, tinham um enorme potencial e que se tivessem suas histórias exploradas deixariam a obra muito mais rica me incomodou bastante também.

Outro ponto, é que Uma História de Verão esbarra em todos os clichês possíveis dos livros do gênero, sem falar que muitas coisas parecem “forçadas “. O tipo de coisa inserida no enredo apenas para dar um toque de emoção, mas que pelo menos no meu caso não funcionou. Porém, o que mais me incomodou em toda a construção da história é o fato de praticamente tudo nela girar em torno da desilusão que a Analu teve com o Murilo no começo da adolescência.

Não quero diminuir o sentimento de ninguém, afinal cada um sabe como lida com um “pé na bunda”. O problema é você basear toda uma história nisso, quando existem vários outros elementos interessantes nela para serem trabalhados. Isso que ao invés da protagonista dar a volta por cima *alerta spoiler*, ela acaba meio que cometendo os mesmo erros. Sério, eu não sabia se ria ou chorava de raiva, por que de verdade simplesmente não fez sentindo nenhum.

Eu tinha gostado bastante de Boa Noite, o livro anterior da Pam, mas confesso que Uma História de Verão foi um pouco “sofrível”, pois não consegui enxergar nenhuma evolução na escrita da autora. Espero realmente que no próximo livro, ela saia da “zona de conforto”, e escreva algo que transmita uma mensagem bacana, como é o caso de Boa Noite. Até por que, não há nada mais decepcionante, do que você passar horas lendo um livro em que a protagonista passa metade do tempo chorando por conta se seus problemas amorosos e superficiais, quando a coisas mais importante acontecendo em volta dela.

“– É difícil saber o que me deixa feliz, se tudo o que quero ser não agrada a ninguém.”

Para quem busca uma história leve, Uma História de Verão é uma boa opção. Mas, a minha dica é começar a leitura sem muitas expectativas, porque infelizmente a única coisa que você vai encontrar é uma narrativa que não traz nada de novo e que escorrega em inúmeros clichês forçados.

outubro 16, 2016

Boa Noite por Pam Gonçalves

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501106698
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 240
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Alina quer deixar seu passado para trás. Boa aluna, boa filha, boa menina. Não que tudo isso seja ruim, mas também não faz dela a mais popular da escola. Agora, na universidade, ela quer finalmente ser legal, pertencer, começar de novo. O curso de Engenharia da Computação - em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números -, a vida em uma república e novos amigos parecem oferecer tudo que Alina quer. Ela só não contava que os desafios estariam muito além da sua vida social. Quando Alina decide deixar de vez o rótulo de nerd esquisitona para trás, tudo se complica. Além de festas, bebida e azaração, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, parece que o que ela mais quer é voltar para casa.

Uma das metas que essa que vos escreve estabeleceu para 2016 é ler mais livros nacionais. E a oportunidade de não apenas alcançar essa meta, mas também de conhecer uma nova autora surgiu com Boa Noite da Pam Gonçalves. Já conhecia a Pam blogueira e booktuber, e claro que estava com aquela pontinha de curiosidade para conhecer a Pam escritora. Com uma história quase  clichê, Boa Noite se revelou uma leitura envolvente que consegue se destacar por abordar temas atuais de forma leve e ao mesmo tempo realista.

A boa filha, boa aluna, boa menina a nerd esquisitona, esses foram os rótulos que durante toda a adolescência acompanharam Alina. Porém agora prestes a começar o curso de Engenharia da Computação em uma cidade nova, morando em uma república com pessoas que não conhecem o seu passado, Alina vê a oportunidade perfeita de deixar todos os rótulos para trás e começar de novo. Não que ela tivesse algo para esconder ou se envergonhar,  mas ser sempre a boazinha nunca fez dela a garota mais popular do colégio e no fundo Alina sempre quis ser descolada e sentir que pertencia a um grupo.

O inicio dessa nova vida se mostra promissor para Alina, e nem mesmo o preconceito e as piadinhas sem graça dos rapazes do seu curso conseguem desmotiva-la. Muito pelo contrário fazem com que Alina se sinta desafia a mostrar que eles estão errados. Seus companheiros de república são maravilhosos, e logo ela está indo para as festas mais badaladas da Universidade com Manu, Talita, Bernardo e Gustavo. Nesse ambiente de festas, bebidas e romances curtos uma página de fofocas surge. Nela são postadas todo o tipo de fofocas sobre os universitários, mas são as mensagens de abusos e uso de drogas que realmente tornam a página popular.

De repente o sonho de ser uma pessoa diferente se torna um pesadelo para Alina, e ela se vê tragada para um lado não tão glamouroso da vida universitária. E mesmo que sua vontade seja voltar para casa e sua rotina tranquila de antes, Alina percebe que lá não é mais o seu lugar. E que agora é a sua chance de realmente fazer a diferença.

Com um plano de fundo que aborda temas como, abuso sexual e o uso de drogas nas universidades, preconceito racial, homofobia e o machismo que infelizmente ainda está muito presente em nossa sociedade, Boa Noite é uma leitura que prende nossa atenção logo nos primeiros capítulos. Pam Gonçalves trabalha bem como esses elementos, embora em minha opinião tenha faltado um aprofundamento maior em alguns. E o fato de tudo se desenvolver rápido demais na história foi algo que infelizmente me incomodou um pouco também.

Além disso, fiquei com a impressão que a personagem principal não tinha muita “personalidade” e que se deixava levar muito pelos outros.  Sabe aquela típica pessoa “Maria vai com as outras”? Foi exatamente essa a visão que tive da Alina. Ela tem uma necessidade tão grande de fazer amigos e se enturmar que acaba se permitindo ser arrastada para lugares e situações que no fundo a própria Alina sentia que não combinavam com ela. Igual quando você sabe que uma coisa não vai dar certo e faz mesmo assim (quem nunca?). E tudo bem, entendo que para ela é tudo novo e que de certa forma ela buscava esse novo começo.

O problema é que as coisas não acontecem de forma gradativa e sim em um intervalo relativamente pequeno, o que acaba reforçando ainda mais a sensação que a Alina deixa-se levar muito facilmente pelas outras pessoas. Tanto que os personagens secundários conseguem se destacar mais do que a própria protagonista na história, mesmo ela se “redimindo” um pouco no final.

Gostei especialmente da Manu e fiquei bastante curiosa para saber mais sobre ela. A Manu possui aquele tipo de personalidade intrigante em que é visível que tem muito do seu passado que ela busca esconder. Outro personagem que me chamou atenção é Gustavo, que além de ser um fofo tem uma história própria bem interessante. A Talita e o Bernardo também desempenham um papel importante na trama, apesar de ambos ficaram mais em segundo plano na narrativa.

Boa Noite foi um livro que me surpreendeu, pela forma leve como a autora abordou temas tão complexos e pesados. No contexto geral gostei bastante do que encontrei aqui, porém não posso negar que senti uma certa superficialidade e que teria gostado mais se alguns pontos tivessem tido um aprofundamento maior. As coisas vão evoluindo de forma muita acelerada e quando você se prepara para o grande clímax a história acaba. E isso me deixou um pouquinho frustrada, afinal sou aquele tipo de leitora que adora reviravoltas impactantes, momentos de tensão e cenas emocionantes.

Pam Gonçalves soube aproveitar o cenário atual para escrever uma história que mesmo possuindo um final bem clichê, nos deixa com aquele sorriso bobo no rosto. Só que o mais importante aqui é a mensagem que a autora passa, sobre a igualdade de gênero, você ser você mesmo e que no mundo não há mais espaço para nenhum tipo de preconceito. A caminhada é longa e ainda estamos andando devagar e a passos curtos, mas o importante é que essa mudança já começou.

“Sentirei saudade, mas ali realmente não é mais o meu lugar. Eu preciso encarar a situação. Não vou deixar que outras pessoas definam que sou.”

Com uma narrativa fluida, Boa Noite é um livro que traz reflexões importante e ao mesmo tempo que agrada quem está em busca de uma leitura rápida e despretensiosa. Um começo realmente promissor para uma jovem autora nacional. Recomendo!

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