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outubro 24, 2016

Ninguém Vira Adulto de Verdade por Sarah Andersen

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788555340215
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 120
Classificação:
Sinopse: As tirinhas certeiras de Sarah Andersen, que já contam com mais de 1 milhão de fãs no Facebook, registram lindos fins de semana passados de pernas pro ar na internet, a agonia de andar de mãos dadas com alguém de quem estamos a fim (e se os dedos ficarem suados?!), a longa espera diária para chegar em casa e vestir o pijama, e a eterna dúvida de quando, exatamente, a vida adulta começa. Em outras palavras, este livro é sobre as estranhezas e peculiaridades de ser um jovem adulto na vida moderna. A sinceridade com que Sarah Andersen lida com temas como autoestima, timidez, relacionamentos e a frequência com que lavamos o sutiã torna impossível não se identificar com esses quadrinhos hilários e carismáticos.

Sabe quando você está passando rapidamente pelo seu feed de notícias no Facebook e algo totalmente aleatório chama a sua atenção? Foi exatamente assim que conheci o trabalho da cartunista Sarah Andersen. Então vocês já podem imaginar a minha felicidade quando soube que a Editora Seguinte ia lançar o livro, Ninguém Vira Adulto de Verdade aqui no Brasil.


Aos 24 anos Sarah Andersen se tornou famosa ao compartilha em sua página Sarah's Scribbles, quadrinhos que retratam as peripécias da vida adulta de forma divertida e bem realista, o que faz com que seja praticamente impossível não se identificar com as situações narradas pela autora.

E é justamente esse toque pessoal que me encantou em meu primeiro contato com o trabalho da Sarah Andersen. Tipo, não tenho nenhum problema em me comunicar por e-mail, troca de mensagens ou expressar meus sentimentos através da escrita. Porém quando tenho que apresentar algum trabalho e me vejo no centro das atenções com todo mundo me olhando, eu literalmente travo.  E essa é apenas uma das várias situações descritas pela Sarah com qual me identifiquei.


Afinal já virei várias noites lendo um livro incrível e no outro dia fui para o trabalho que nem figurante de The Walking and Dead. E não sei quando a vocês, mas sempre que estou ouvindo aquela música maravilhosa criou um videoclipe fantástico em minha mente. Tenho e não me desfaço dos meus ursinhos de pelúcia e claro amo cheiro de livros. Tanto que quando comecei a acompanhar a Sarah Andersen pensei, - “Gente eu não estou sozinha nesse mundo!”. E acredito que assim como eu, muitas pessoas que leram ou irão ler os quadrinhos da Sarah vão sentir isso.

Sarah Andersen possui um humor sutil o que torna suas pequenas histórias leves e engraçadas. E um ponto bem interessante e que me chamou bastante a atenção é a maneira como ela aborda temas do cotidiano feminino. Sem precisar levantar à bandeira do feminismo a autora traz para seus quadrinhos assuntos como a igualdade de gêneros e a batalha diária que muitas mulheres enfrentam por muitas vezes não seguir o padrão preestabelecido pela sociedade.


Situações que nos afligem como o primeiro encontro, amizades, comprar a roupa perfeita, mudar o corte de cabelo, aquelas típicas trivialidades que fazem parte dos desafios diários da vida adulta estão registras nessa lindíssima Graphic Novel.  Vou confessar que dei muita risada lendo Ninguém Vira Adulto de Verdade, ao mesmo tempo em que fiquei triste por que a leitura é tão gostosa que quando vi o livro tinha acabado. E sim, fiquei com aquele gostinho de quero mais.



Ninguém Vira Adulto de Verdade é um livro que recomendo para todo mundo que busca uma leitura mais leve, ou que assim como essa que vos escreve se questiona todos os dias do por que a vida adulta é uma aventura constante. #ficaadica.

setembro 03, 2016

O Livro de Memórias por Lara Avery

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340178
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 392
Classificação: Ótimo
Sinopse: Sammie sempre teve um plano: se formar no ensino médio como a melhor aluna da classe e sair da cidade pequena onde mora o mais rápido possível. E nada vai ficar em seu caminho — nem mesmo uma rara doença genética que aos poucos vai apagar sua memória e acabar com sua saúde física. Ela só precisa de um novo plano. É assim que Sammie começa a escrever o livro de memórias: anotações para ela mesma poder ler no futuro e jamais esquecer. Ali, a garota registra cada detalhe de seu primeiro encontro perfeito com Stuart, um jovem escritor por quem sempre foi apaixonada, e admite o quanto sente falta de Cooper, seu melhor amigo de infância de quem acabou se afastando. Porém, mesmo com esse registro diário, manter suas lembranças e conquistar seus sonhos pode ser mais difícil do que ela esperava.

Confesso que estou a um bom tempo olhando para tela do meu notebook sem saber ao certo como começar essa resenha.  O Livro de Memórias foi uma leitura que me trouxe um sentimento agridoce, aquele misto de tristeza e felicidade. Lara Avery escreveu uma história que dificilmente vou conseguir esquecer. Aquela que por mais que deixe meu coração apertado e meus olhos cheios de lágrimas, consegue mesmo assim me fazer sorrir. 

Samantha Agatha McCoy é uma pessoa extremamente determinada e por esse motivo, ela tem cada detalhe de seu futuro brilhante planejado. Assim que se formar como a melhor aluna da turma, Sammie deixará o mais rápido possível a pequena cidade onde vive.  E nada ficará entre ela e a realização de seus sonhos, nem mesmo a Niemann-Pick C. Afinal, se alguém pensa que uma rara doença genética que ao poucos deixa seu portador tanto física como mentalmente debilitados, vai impedir Samantha McCoy de alcançar seus objetivos, esse alguém está enganado.  Afinal, planos podem ser reajustados e é exatamente isso que ela decide fazer.

Para que no futuro nenhuma de suas lembranças seja perdida, Sammie começa a escrever um diário, ou como ela prefere chamar, um livro de memórias. Todos os dias, Sammie anota os momentos importantes de sua vida, aqueles que ela não quer esquecer.  Como o seu primeiro encontro com Stuart, o garoto por quem ela sempre foi apaixonada. As conversar que tem com seu melhor amigo de infância Cooper, de quem ela ao longo dos últimos anos se afastou sem perceber.  Cada detalhe seja ele pequeno ou não, é registrado.  Mas conforme o tempo passa Sammie descobre que ainda que o livro ajude a manter suas lembranças, conquistar seus sonhos pode não ser tão fácil como ela um dia imaginou.

O Livro de Memórias a primeira vista parece ser mais um daquelas histórias clichês, em que a protagonista recebe um diagnostico nada promissor.  E sim, eu sei que muitos de vocês estão pensando, “Essa história de novo...”.  Porém, esse livro é igual e ao mesmo tempo completamente diferente de tudo que li dentro do estilo. Na verdade, no decorrer da leitura O Livro de Memórias foi se revelando uma grata surpresa. Através de uma narrativa simples a autora Lara Avery construiu uma história que nos emociona e nos faz refletir sobre diversos pontos de nossa vida.

Sammie é uma personagem incrível. E a autora conseguiu deixa-la tão “humana”, tão real que as emoções e sentimentos dela acabaram se tornando minhas emoções e meus sentimentos. Em momento algum ela se deixa abalar pela doença, ou se coloca no papel de “vitima” de um destino cruel.  A Sammie se mantém firme em seus objetivos, acreditando que é possível sim realizar seus sonhos. Ela escolhe seguir em frente ao invés de desistir. Sammie decide ser positiva e ter fé em si mesma, e esse otimismo que a personagem tem é um verdadeiro tapa na cara da gente. Por que assim como eu, você, todo mundo já desistiu de algo, só por que no meio do caminho as coisas ficaram complicadas ou difíceis demais (...).

Lara Avery soube desenvolver um tema complexo de forma com que a narrativa ficasse fluida. Por mais que a carga dramática aqui seja intensa, o modo como a Sammie lida com tudo o que está acontecendo em sua vida deixa tudo mais leve.  Além disso, a presença dos personagens secundários traz para trama um toque divertido, que ajuda a balancear bem o tom melancólico da história. Gostei bastante do Stuart e admito que a minha opinião sobre ele foi mudando durante a leitura. E mesmo aconteceu com o Cooper. Os dois me surpreenderam bastante e o mais legal que em ambos os casos essa surpresa foi positiva.

A família da Sammie também desempenha um papel importantíssimo durante toda a história. E é muito bonito ver a relação dela com os pais e especialmente com seus irmãos mais novos. A Sammie passa aquela impressão que só pensa em si mesma e que não se importa, mas cada atitude dela por menor que seja demonstra o extremo oposto isso. O que deixou tudo ainda mais difícil no final.

Tipo, entenda que você vai chorar aqui. Se não pela Sammie, mas por você mesmo. Por todas as vezes que o trabalho, os estudos ou qualquer outra coisa foi mais importante do que sua família. Por todas as desculpas que você deu para não sair com seus amigos. Por todas as vezes que a vida te convidou para assistir ao por do sol e você não prestou atenção.  É disso que esse livro fala. Não de uma adolescente que descobre que está doente.

Ele nos fala sobre a importância de cada momento em nossa vida e das lembranças que construímos através deles. Com uma delicadeza única Lara Avery nos mostra com tudo isso é frágil. Como nós somos frágeis e que tudo pode mudar em nossas vidas de repente. Pois na realidade, o que temos assim como Sammie tinha, é somente a ilusão que estamos no controle de tudo.

“Mas, quanto mais você ganha, quanto mais pessoas precisa derrotar ou deixar para trás, menor seu mundo fica.”

Com uma narrativa cativante e uma protagonista inesquecível, O Livro de Memórias é uma daquelas histórias que nos emociona de formas diferentes. Rimos e alguns momentos, choramos em outros, mas acima de tudo a história de Sammie nos fala sobre otimismo e perseverança. De não desistirmos no primeiro obstáculo, e sim seguir em frente mesmo quando todo mundo fala que não é possível. Por que enquanto há vida, sempre temos que ter a esperança que o amanhã será um dia melhor.

agosto 30, 2016

O Menino no Alto da Montanha por John Boyne

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340123
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 288
Classificação: Ótimo
Sinopse: Quando Pierrot fica órfão, precisa ir embora de sua casa em Paris para começar uma nova vida com sua tia Beatrix, governanta de um casarão no topo das montanhas alemãs. Mas essa não é uma época qualquer: estamos em 1935, e a Segunda Guerra Mundial se aproxima. E esse não é um casarão qualquer, mas a casa de Adolf Hitler. Logo Pierrot se torna um dos protegidos do Führer e se junta à Juventude Hitlerista. O novo mundo que se abre ao garoto é cada vez mais perigoso, repleto de medo, segredos e traição. E pode ser que Pierrot nunca consiga escapar.

Sempre acreditei que há algo de poético e até mesmo belo na tristeza. E se tem um autor que consegue trabalhar bem isso, ele se chama John Boyne. Minha confiança no talento do autor é tanta, que nem leio a sinopse de seus livros antes de adiciona-los na minha lista de desejados. Claro que corro o risco de uma hora acabar me decepcionando com esse meu "excesso" de expectativas em relação às obras do Boyne. Mas para minha felicidade, isso não aconteceu aqui. Muito pelo contrário, o autor conseguiu mais uma vez me emocionar com uma narrativa singela e envolvente.

Desde muito cedo, Pierrot precisou aprender a lidar com os efeitos da guerra. Filho de um ex-soldado alemão e uma francesa, Pierrot convive com os traumas e as cicatrizes que a Primeira Guerra deixou em seu pai. E apesar disso e das dificuldades financeiras pelas quais sua família passa, ele tem uma infância feliz. Ele vai à escola, tem um melhor amigo judeu e um cachorro de estimação.  Até que um dia tudo isso muda e ele se vê sozinho no mundo.

Pouco tempo depois de ir para o orfanato ele recebe a notícia que terá que deixar a França, para morar com a irmã de seu pai, sua tia Beatrix na Alemanha.  Pierrot então embarca rumo ao desconhecido para viver com uma tia que ele nunca conheceu, mas que é a única família que lhe restou. Só que uma nova guerra se aproxima, e mesmo que Pierrot não saiba, ele está prestes a fazer parte dela, mesmo que indiretamente.

Sua tia Beatrix trabalha como governanta em um casarão no alto das montanhas alemãs. Casarão esse que pertencem a ninguém menos do que Adolf Hitler. Porém, com o tempo o pequeno órfão conquista a simpatia do Führer e se torna um de seus protegidos. Os anos passam e a Segunda Guerra avança, e quando Pierrot cresce, ele se junta a Juventude Hitlerista. Um caminho que se revela sombrio e perigoso e que o leva a fazer escolhas difíceis e irreparáveis. 

Embora a primeira impressão que temos de O Menino no Alto da Montanha, é que o John Boyne seguiu sua fórmula “padrão” ela se dissipa, pois fica perceptível logo nos primeiro capítulos que o autor buscou uma abordagem um pouco diferente. Aqui o autor não “apela” tanto para lado emocional das coisas. Eu diria até que nesse livro, ele decidiu dar a trama uma roupagem mais "crua", o que torna tudo mais doloroso e verdadeiro.

Dividida em três partes a narrativa é intrigante e nos apresenta a trajetória de um personagem que começa inocente, sozinho e confuso, e que com passar dos anos tem toda a sua personalidade transformada pela guerra e principalmente por causa das escolhas que fez. Ao contrário dos outros livros que li do autor, em que senti um tipo de “extinto protetor” pelo protagonista, aqui em diversos momentos os meus sentimentos em relação ao Pierrot foram conflitantes. 

Sabe aquela famosa frase de Maquiavel que diz; “Dê o poder ao homem, e descobrirá quem ele realmente é”? É exatamente essa a essência da história. Através de um enredo simples, John Boyne mostra como algumas escolhas podem devastar a vida de uma pessoa e principalmente, que a ambição pelo poder é corrosiva.  E tudo isso com a delicadeza que já se tornou marca registrada do autor.

O Menino no Alto da Montanha não foi aquele livro que me deixou aos prantos. Ok! Confesso que chorei no final (por que sou manteiga derretida mesmo).  Porém, essa obra do Boyne mexeu comigo de uma maneira diferente. Ela me fez pensar em diversos momentos, que só prestamos atenção no que é "conveniente" para gente e ignoramos todo o resto. Quando na verdade é justamente o que estamos deixam de ver que é importante em nossa vida. E assim como acontece com Pierrot, às vezes só nos damos conta disso quando é tarde demais.

“– Mas não é um pesadelo – Pierrot ouviu o pai dizer uma certa vez, com a voz embargada pelo nervosismo. – É pior. É uma lembrança.”

Essa é uma daquelas histórias que fica com a gente por muito tempo. John Boyne nos presenteia com uma mais uma bela narrativa, que conta a história de um garoto comum que perdeu tudo para guerra.  E que talvez (...), através dela e por meio dela se encontrou. Recomendo!

julho 21, 2016

A Rebelde do Deserto por Alwyn Hamilton

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765992
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 288
Classificação: Ótimo
Sinopse: A Rebelde do Deserto – Livro 01.
O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher.  Amani Al’Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele. Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo — é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por lhe revelar o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir.

Por mais curiosa que estivesse para ler A Rebelde do Deserto da autora Alwyn Hamilton, evitei começar a leitura com muitas expectativas. Afinal, sempre vale aquela de que melhor se surpreender do que se decepcionar, não é mesmo? E para minha imensa felicidade, A Rebelde do Deserto se mostrou uma história extremamente envolvente, do tipo que me deixou com um irresistível gostinho de quero mais.

De todos os lugares miseráveis do deserto de Miraji, a Vila da Poeira é o pior deles, em especial se você é pobre, órfã e mulher. Por isso se Amani Al’Hiza não quiser passar os resto dos seus dias presa em um casamento infeliz e a uma vida de submissão, ela precisa fugir, - e rápido. Dona de uma mira perfeita, ela resolve arriscar tudo o que tem em um campeonato de tiro no vilarejo vizinho. A ideia é passar despercebida em um universo dominado por homens, ganhar o dinheiro da competição e ir embora. Só que a essa altura da vida Amani já devia ter entendido que as coisas nunca são tão simples com ela gostaria.

Durante o campeonato, Amani esbarra em um misterioso forasteiro e tal encontro desencadeia uma série de acontecimentos que vira sua vida de ponta cabeça. Ao embarcar com Jin em uma perigosa jornada pelo deserto que ela sempre acreditou conhecer, Amani conquista sua sonhada liberdade, ao mesmo tempo em que descobre um mundo novo e completamente mágico. Entre uma parada e outra a jovem vai conhecendo melhor a si mesma e uma força que ela jamais imaginou possuir. E principalmente, ela aprende que não há como fugir do destino, quando os caminhos dele e do coração estão entrelaçados.

A autora Alwyn Hamilton foi buscar no universo das lendas árabes a inspiração para escrever uma história ágil e cheia de reviravoltas. A Rebelde do Deserto possui aquela narrativa em que você consegue “sentir” os elementos descritos na trama e nos faz mergulhar de cabeça em sua história, sem se preocupar com a nuvem de areia que vamos levantar ao fazer isso. Sem falar que, Amani Al’Hiza é uma personagem incrível.

Sério! Sei que vocês estão acostumados ao fato de essa que vos escreve sempre "reclamar" do temperamento das mocinhas. E foi justamente nesse ponto que a narrativa da Alwyn Hamilton me conquistou. A autora soube criar uma protagonista feminina forte, sem que ela perdesse a sua delicadeza. Em muitos momentos a Amani demonstra suas fraquezas, seus medos e dúvidas sem que para isso ela precise de um príncipe encantado vindo em um cavalo branco para salvá-la.

Sim é claro que o Jin a salva em algumas situações, da mesma forma em que ela salva a vida dele em outras. E a maneira como o relacionamento deles é construído, torna o romance presente na trama leve e gostoso de acompanhar. Os dois lutam juntos como iguais por aquilo em que acreditam. É lindo ver como o Jin respeita e deixa a Amani travar suas próprias batalhas. Ele pode até não concordar com algumas atitudes dela, mas ele a respeita. E se tratando de um livro que aborda uma cultura mundialmente conhecia por oprimir as mulheres, isso realmente é fantástico.

Alwyn Hamilton também consegue dar uma boa abertura aos personagens secundários, de modo que a história mesmo sendo narrada em primeira pessoa não fique centralizada demais na Amani. Inclusive nesse quesito a autora nos reversa uma boa surpresa, pois um personagem que no começo da trama praticamente não chama a atenção, acaba por se revelar uma peça importante no desfecho desse primeiro livro. O que me deixa ainda mais curiosa para saber qual será o papel dele na sequencia da série.

Só que como nem tudo são flores em minha vida literária, em minha opinião Alwyn Hamilton deu uma pequena “tropeçada”, ao recorrer a certos clichês. Não que isso tenha prejudicado a história como todo, só que dá aquela sensação que você já viu isso antes em algum lugar. Tudo bem que a maneira como autora usou esse clichê consegue dar aquele impacto na história. Mas não nego que teria gostado mais se ao invés deste “artifício”, A Rebelde do Deserto tivesse seguido uma linha mais “humana” por assim dizer.

Porém sem sombra de dúvidas, me vi encantada com o mundo que a autora criou e completamente envolvida em sua narrativa fluida. E bem, não vou negar que fiquei bem apaixonadinha pelo Jin também (). E posso garantir a vocês, que é praticamente impossível viajar pelo deserto na companhia desse moço, sem ficar caidinha por ele.

“– Estive em muitos lugares – Jin disse. – E as pessoas creem em verdades diferentes. Quando todo mundo parece ter tanta certeza, é difícil acreditar que alguém esteja certo.”

Com maestria Alwyn Hamilton mescla  temas atuais, fantasia e aventura em uma história relativamente simples e que ao mesmo tempo consegue fisgar o leitor logo em sua primeiras páginas. E claro, tudo isso com personagens cativantes e um toque de romance para deixar tudo ainda melhor. O único problema agora é ter que esperar até o ano que vem pela continuação.

julho 07, 2016

Fração de Segundo por Kasie West

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340024
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 320
Classificação: Ótimo
Sinopse: Pivot Point – Livro 02.
Por causa de sua habilidade paranormal, Addie é capaz de Investigar seu futuro sempre que se depara com uma escolha, mas isso não torna sua realidade mais fácil. Depois de ser usada pelo namorado e traída por Laila, sua melhor amiga, ela não hesita em passar as férias com o pai no mundo Normal. Lá ela conhece Trevor, um garoto incrivelmente familiar. Se até pouco tempo ele era um estranho, por que o coração de Addie acelera toda vez que o vê? Enquanto isso, Laila guarda um grande segredo: ela pode Restaurar as memórias de Addie - só falta aprender como. Muita gente poderosa não quer que isso aconteça, e a única pessoa que pode ajudar Laila é Connor, um bad boy que não parece muito disposto a colaborar. Como ela vai ajudar a amiga a alcançar o futuro feliz que merece.

Sabe quando um autor te surpreende tanto, que você não vê a hora de ler outro livro dele? Foi exatamente assim que me senti após ler a Encruzilhada da Kasie West. A autora possui uma narrativa tão envolvente, que essa que vos escreve não via a hora de ter em mãos Fração de Segundo, o livro que encera a duologia Pivot Point. E acreditem quando digo que, a Kasie conseguiu trazer uma trama ainda mais surpreendente aqui.

Pode ter spoilers do primeiro livro, então quem não quiser colocar a sua conta em risco pulando três parágrafos agora.

Depois de investigar seis semanas de seu futuro Addie decide ficar no Complexo Paranormal com sua mãe. Só que antes de pedir para Laila, sua melhor amiga apagar as memórias do que seria sua vida morando com o pai no "mundo normal", Addie deixa uma carta. Laila sabe que precisa entregar essa carta para Addie, mas como medo de seu conteúdo, ela resolve guardar segredo. Porém, Addie começa a se questionar se fez a escolha certa ficando, mesmo sabendo que se decidiu ficar é por que ir embora não tinha se mostrado uma boa ideia.

Quando sai por algumas semanas do Complexo para passar as férias com o pai, Addie conhece Trevor. E por mais estranho que possa parecer algo no garoto “normal”, faz com que o coração de Addie sempre bata mais acelerado quando eles se encontram. Enquanto isso no Complexo, Laila finalmente resolve saber o que está escrito na carta que Addie deixou. Laila então descobre que em um os caminhos investigados pela amiga, ela tinha aprimorado a sua habilidade e além da capacidade de apagar memórias, ela podia restaura-las também. Mas por que Addie iria querer suas memórias de volta? E como ela tinha conseguido isso?

Laila sabe que precisa descobrir como aprimorar sua habilidade logo, pois para Addie querer suas memórias de volta, algo que foi apagado é importante demais para permanecer esquecido. O problema é que o único que pode ter as respostas que Laila procura é o arredio e misterioso Connor, e ele não estão nem um pouco disposto a colaborar com ela. No mundo normal Addie e Trevor continuam se aproximando, o que coloca os dois na mira do Complexo. E quanto mais tempo fica do "lado de fora", mais Addie começa a desconfiar que o talvez o Complexo Paranormal não seja exatamente aquilo em que acreditou a sua vida toda.

Intercalando os pontos de vista entre a Addie e a Laila, Fração de Segundo possui uma história bem amarrada e que nos deixa completamente envolvidos. Kasie West construiu uma narrativa dinâmica e ágil que nos leva assim como os seus personagens a procurar por respostas.  Essa foi a característica que tinha me chamado a atenção na escrita da Kasie no livro anterior e que mais uma vez se destacou.  A forma como a autora trabalha o enredo deixa a história aberta de tal modo, que você fica até o último capítulo sentindo aquela “aflição gostosa“ de não ter a menor ideia de como tudo vai acabar.

Outro ponto bem legal é perceber a evolução dos personagens na trama. Confesso que tinha achado a Addie meio “chatinha” em a Encruzilhada. Porém aqui ela começa a questionar a sociedade na qual sempre viveu. E mesmo quando esses questionamentos a levam a quebrar algumas regras, ela faz o que é necessário para descobrir a verdade e proteger aqueles que ama. Eu tinha gostado bastante da personalidade da Laila no primeiro livro, e graças a narrativa intercalada, foi possível conhecer melhor a personagem. Tudo bem que em alguns momentos suas atitudes soam um pouco "arrogantes", mas ao contrário da amiga que sempre procura agir com cautela, a Laila já age movida por seus sentimentos, apesar de seus esforços para esconde-los.

Claro que aqui também temos um pouco do velho e bom clichê e do “drama adolescente”.  Só que grande diferencial em Fração de Segundos é que esses são elementos não incomodam no desenvolvimento da história, pois ela é tão cheia de ação e mistério que eles ficam em um segundo plano.  Gostei muito da participação do Connor na trama e lamento o fato da autora ter inserido ele somente agora. Ele é aquele personagem intrigante e bem construído que trouxe para a narrativa um bom equilíbrio. Tanto que sou obrigada a admitir que infelizmente, ou não, ele roubou meu coração do Trevor.

Fração de Segundos se mostrou um livro superior ao primeiro em muitos sentidos, só que assim como aconteceu em a Encruzilhada achei o final abrupto demais.  Tipo, mesmo que a autora tenha fechado bem a história, fiquei com aquela sensação que ficou “faltando” alguma coisa. De verdade eu não teria me importado com algumas páginas a mais.

“ – Porque você precisa de mim, e nunca precisei tanto de alguém quanto preciso de você.”

A primeira vista a duologia Pivot Point pode até passar um pouco despercebia, mas assim que você dá uma chance para a sua história é praticamente impossível largar os livros. Como uma maestria incrível Kasie West consegue nos apresentar uma narrativa com a mistura perfeita de distopia e sobrenatural, além das doses certas de ação e romance. Sem sombra de dúvidas essa é uma história que vale a pena conferir.

Veja Também:
Encruzilhada.

junho 09, 2016

A Coroa por Kiera Cass

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340048
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 310
Classificação: Bom
Sinopse: A Seleção – Livro 05.
Em A Herdeira, o universo de a Seleção entrou numa nova era. Vinte anos se passaram desde que America Singer e o príncipe Maxon se apaixonaram, e a filha do casal é a primeira princesa a passar por sua própria seleção.  Eadlyn não acreditava que encontraria um companheiro entre os trinta e cinco pretendentes do concurso, muito menos o amor verdadeiro. Mas às vezes o coração prega peças… e agora Eadlyn precisa fazer uma escolha muito mais difícil - e importante - do que esperava.  America Singer e o Príncipe Maxon se apaixonaram, e a filha do casal é a primeira princesa a passar por sua própria seleção.  Eadlyn não acreditava que encontraria um companheiro entre os trinta e cinco pretendentes do concurso, muito menos o amor verdadeiro. Mas às vezes o coração prega peças… e agora Eadlyn precisa fazer uma escolha muito mais difícil - e importante - do que esperava.

Nunca escondi que em minha humilde opinião a série A Seleção da autora Kiera Cass, devia ter parado no terceiro livro, ou pelo menos a autora deveria ter dado um intervalo maior para “apresentar” a Eadlyn ao mundo.  Tanto que não fiquei muito surpresa quando as primeiras resenhas que saíram de A Coroa, quinto e ultimo livro da série, tinham um certo "que" de decepção. Eu mesma não espera um grand finale, tendo em vista o que a autora já tinha mostrado em A Escolha. E talvez, justamente por ter começado a leitura sem “grandes expectativas”, foi que no contexto geral, eu gostei do que encontrei aqui.

Podem ler a resenha sem medo que ela não contém spoilers. Até por que, procurei através dela compartilhar todos meus sentimentos, também um pouco “conflitantes” em relação ao que li.

Sinceramente, a sensação que tive é que a própria Kiera já estava “cansada” do universo que criou. A Coroa era para ser livro mais "expressivo" da série, afinal potencial para isso o seu enredo tinha. Porém, infelizmente a sua estrutura apresentou inúmeras falhas de desenvolvimento. A narrativa é extremamente corrida, tanto que para um livro que vem fechando uma série a autora acabou deixando muito mais perguntas do que de fato trazendo respostas.

Kiera Cass é uma autora um tanto óbvia e entre ousar e ser clichê, ela prefere ser clichê. Então para quem prestou atenção nas “entre linhas” de A Herdeira, meio que já desconfiava do rumo que a história teria aqui.  Pelo menos para essa que vos escreve, não foi nem um pouco surpreendente quem foi o rapaz  que ganhou o coração da princesa no final. E confesso que por ele ser um dos meus personagens favoritos eu fiquei feliz com a escolha da Eadlyn ().

E como já falei inúmeras vezes em minhas resenhas, não tenho problema com o “previsível” desde que ele seja bem desenvolvido, e A Coroa peca exatamente nisso.  Muitos personagens foram mal aproveitados, até mesmo os que tiveram algum destaque anteriormente, acabaram ganhando um desfecho bem “mais ou menos”.  O que reforçou ainda mais a minha impressão de que autora estava com pressa de escrever o livro.

Kiera Cass simplesmente “esqueceu” dar continuidade no desenvolvimento do relacionamento da Eadlyn e seu príncipe consorte como casal, nesse livro.  Isso fica ainda mais nítido quando a Eadlyn finalmente se dá conta de seus sentimentos. A forma fast como tudo acontece torna o que poderia ser, um dos momentos mais lindos da trama em algo superficial e sem emoção. Em especial para quem não tinha percebido essa "possibilidade" no livro anterior, o romance  realmente deixa a sensação de não ter muita "credibilidade" mesmo.

Como ponto alto A Coroa tem o amadurecimento de sua protagonista. Eadlyn finalmente sai da sua redoma e deixa a arrogância de lado por um bem maior. Ela se torna uma líder confiante e determinada a seguir o legado dos pais, e principalmente trazer as mudanças de que seu reino precisa. Acredito que se entre um capitulo e outro, a autora tivesse dado uma atenção maior aos personagens secundários, e explorado melhor algumas histórias paralelas o resultado final teria conseguido agradar mais pessoas.

Embora a história da Eadlyn, não seja tão apaixonante quando comparada a história de seus pais, ela ainda sim tem seus méritos. É inegável que mesmo como todas as falhas presentes na narrativa, Kiera Cass é aquele tipo de autora que consegue criar uma trama envolvente e cativante. Eu mesma admito que virei a noite lendo o livro de tão entretida que fiquei com história. Ou seja, para quem não tinha lá muitas expectativas, acabou se surpreendo de uma maneira bem positiva.

“ – Você precisa aceitar a ideia de imperfeição, mesmo naquilo que considera perfeito.”

Em suma apesar de nem tudo ser flores, A Coroa se mostrou uma leitura satisfatória dando a série senão o final grandioso que era esperado, ao menos um desfecho digno e condizente com tudo o que a Kiera Cass se propôs a trazer para sua obra. E por mais difícil que seja dizer adeus, me despeço da série A Seleção, sabendo que tanto a sua história como seus personagens terão para sempre um lugar especial em meu coração.

junho 02, 2016

A Profecia do Pássaro de Fogo por Melissa Grey

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765978
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 355
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Echo – Livro 01.
No subterrâneo de lugares onde é muito difícil chegar, duas antigas raças travam uma guerra milenar: os Avicen, pessoas com penas no lugar de cabelos e pelos; e os Drakharin, que têm escamas sobre a pele. Ambas possuem magia correndo nas veias, o que os esconde de todos os humanos menos de uma adolescente chamada Echo. Echo conheceu os Avicen quando era criança, e desde então eles são sua única família. A pedido de sua tutora, a garota começa uma jornada em busca do pássaro de fogo, uma entidade mítica que, segundo uma velha profecia, é a única forma de acabar com a guerra de vez. Mas Echo precisa encontrar o pássaro antes dos Drakharin, ou então os Avicen podem desaparecer para sempre.

Eis mais um típico caso de que por mais que eu tente me manter afastada das séries, algumas sempre dão um jeitinho de entrar na minha vida. Em A Profecia do Pássaro de Fogo, fui apresentada a um mundo de criaturas mágicas e cheio de particularidades, criado pela autora Melissa Grey. E posso garantir a todos vocês que ao terminar a leitura me vi ainda mais curiosa para me aventurar por ele.

Aos sete anos Echo conheceu Ala, um ser mágico que no lugar de cabelos e pelos possui lindas penas escuras como a noite. Ala é uma Avicen, seres fantásticos que se escondem entre os humanos. Ao ver uma criança tão pequena sozinha, Ala sente em seu coração a necessidade de proteger Echo, e por isso a profetiza resolve levar a menina para o Ninho, o lar dos Avicen. E apesar de nem todos concordar com a presença de Echo entre seu povo, a menina cresce em meio à magia desses misteriosos seres, que com o passar dos anos se tornaram sua família.

Caius é o Príncipe Dragão dos Drakharin, um outro povo mágico que possui escamas sobre a pele e que há séculos estão em guerra com os Avicen. Guerra essa que Caius pretende dar um fim, assim que encontrar o lendário Pássaro de Fogo. Mas, por mais poderoso que o príncipe seja a missão não será tão fácil quando parece. Principalmente por que em seu caminho ele encontrará com uma jovem e habilidosa ladra. Quando os caminhos de Echo e Caius se encontram, uma inimaginável aliança entre os Avicen, Drakharin e a humana se forma.

Será que eles serão capazes de encontrar um ser que para muitos não passa de conto de fadas? Até que ponto um pode confiar do outro? Echo está prestes a descobrir que os Avicen e os Drakharin sempre possuíram uma ligação mágica e que não foi uma simples coincidência ela acabar parando no meio dessa guerra.

Confesso que a principio fiquei em duvida se esse seria um livro que conseguiria manter minha atenção até o final. Tipo por mais que eu goste de fantasia, não vou negar que tive uma certa dificuldade de reproduzir em minha mente os povos criados pela Melissa Grey. É um pouco confuso no começo, porém a narrativa da autora é tão leve e cheia de pequenos mistérios que quando dei por mim já estava envolvida na história.

De todos os livros de fantasia que li nos últimos tempos, A Profecia do Pássaro de Fogo se destaca por sua originalidade. Melissa Grey realmente trouxe algo novo e isso é o que torna sua trama interessante. A autora também soube como construir personagens fortes e inteligentes, porém a maior e melhor característica de todos eles é sua “humanidade”. É estranho falar assim de criaturas mágicas, eu sei. Mas a Melissa Grey nos traz personagens “falhos”, do tipo que erram e erram muito e que demonstram com suas atitudes o quanto se arrependem dessas falhas.

Echo é aquela protagonista corajosa e ao mesmo tempo tão cheia de inseguranças que é impossível não gostar da personagem. Por que mesmo como medo de estar fazendo a coisa errada, ou de nada dar certo ela não abandona seus amigos e segue em frente. Já o Caius possui um passado doloroso e tem que lidar com a enorme responsabilidade de ser o líder de um povo. E apesar de tudo isso ele possui aquele tipo de fé inabalável, fé que faz ele  ir atrás dos seus objetivos e não desistir de lutar por eles.

E se já não fosse o bastante a dupla de protagonistas ser maravilhosa a autora ainda nos presenteia com personagens secundários cativantes, que dão a narrativa um toque leve e divertido. Adorei o Jasper e o Dorian, e fiquei bastante orgulhosa da coragem da Ivy.  E o mais legal é que a trama não fica focada apenas na busca pelo pássaro ou no casal protagonista. Todos têm um papel importante e a autora ainda abre uma “brecha” para que eles não somente desempenhe esse papel como também se revelem individualmente.  E tendo em vista que em uma série com seres peculiares e com tantos personagens às vezes um autor não consegue fazer isso tão bem, como a Melissa Grey fez aqui.

Depois que a “confusão” dos primeiros capítulos passa, você se vê mergulhado em sua narrativa fluida e desvendando com seus personagens a pistas misteriosas que podem levá-los ao lendário pássaro. Tudo bem que algumas coisas, conforme a leitura avance são um pouco “previsíveis”, ou pelo menos para essa que vos escreve foram. Porém, isso de forma alguma tirou a magia da história.

“- Não, Echo. Você se salvou. E gostaria que não tivesse precisado. Mas você precisa entender que não posso te salvar do passado. Só você pode fazer isso.”

A Profecia do Pássaro de Fogo se mostrou o inicio promissor de uma série que tem tudo para conquistar tantos os fãs de literatura fantástica, como também aqueles que estão em busca de uma história original. A autora Melissa Gray soube mesclar com um equilíbrio perfeito, fantasia, aventura, ação e romance, tornando esse primeiro capítulo da Trilogia Echo incrível.

maio 23, 2016

Maré Congelada por Morgan Rhodes

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765954
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 438
Classificação: Ótimo
Sinopse: A Queda dos Reinos – Livro 04.
As disputas pela Tétrade, quatro cristais mágicos capazes de conferir poderes inimagináveis a quem os encontrar, continua. Amara roubou o cristal da água, Jonas conseguiu o da terra, Felix enganou os rebeldes para ficar com o cristal do ar, e Lucia está com o do fogo. Mas nem todos sabem como libertar a magia da Tétrade, e apenas a princesa feiticeira conquistou poder até agora, aliando-se ao deus do fogo que libertou de seu cristal. Gaius, o Rei Sanguinário, também não desistiu de encontrar os cristais. Ele está mais sedento por poder do que nunca, especialmente agora que não conta mais com a ajuda da imortal Melenia nem com o apoio de Magnus, o herdeiro que o traiu para poupar a vida da princesa Cleo. Para conquistar todo o mundo conhecido, Gaius resolve atravessar o mar gelado até Kraeshia, e tentar um acordo com o imperador perverso de lá. No caminho, o rei vai encontrar muitas dificuldades e inimigos, como Amara, princesa de Kraeshia, que tem seus próprios planos para conquistar o poder.

Depois de tanta espera finalmente, essa que vos escreve pode voltar ao reino mágico de Mítica e se encontrar com personagens tão queridos dos quais ela estava morrendo de saudades. E posso afirmar com toda certeza que a espera valeu a pena, e que sim já estou desesperada pelo próximo livro. Nessa quarta aventura da série A Queda dos Reinos, Morgan Rhodes nos apresentou mais um capitulo incrível de uma história em que a cada livro fica ainda melhor.

Pode conter spoiler dos livros anteriores, por isso quem não quiser colocar sua conta em risco pulando três parágrafos em 3,2,1.

Após os últimos acontecimentos sombrios no Templo da deusa Valoria, Cleo se vê ainda mais presa ao enigmático príncipe Magnus na fria Limeros. Os dois sabem que é uma questão de tempo para que a fúria de Gaius o Rei Sanguinário se voltar contra eles, mas enquanto esse momento não chega cada um vai lutar com as armas que tem para salvar o seu povo e si mesmo.

Lucia a jovem feiticeira aliada ao deus do fogo Kyan vai deixando por onde passa um rastro de medo e destruição. Graças a ajuda de Kyan, Lucia vai descobrindo a extensão de seus poderes e cega pela dor de uma traição ela só consegue pensar em vingança. Outro que experimenta o gosto amargo da traição e da frustração é Jonas, o líder dos rebeldes de Paelsia, que está entre a vida e a morte depois do seu ultimo confronto com Felix.

Quando Gaius parte para o distante e exótico Império de Kraeshia, para dar inicio a um novo e terrível jogo pelo poder,  ele não faz ideia que é só mais um peão nessa partida. Afinal a princesa Amara já provou que está disposta a fazer o que for preciso para se conseguir a Tétrade e conquistar o mundo. A batalha final começa a ser desenhada e a pergunta que fica é, - quem sobreviverá a ela?

Uma das características mais marcante na escrita da Morgan Rhodes é que ela sempre vai te surpreender de alguma forma. Não somente a narrativa é fluida e envolvente, como a cada novo livro e personagens que vão surgindo você se vê encantado com a dimensão da história e principalmente como a autora construiu perfeitamente bem tudo isso. Maré Congelada foi um livro em que a espera valeu a pena. Não somente por ser perceptível o amadurecimento da escrita da autora, mas especialmente por ver a evolução da trama em si.

De verdade ao mesmo tempo em que eu ficava super ansiosa pelo próximo capitulo, sentia também aquele frio na barriga, pois a Morgan é aquele tipo de autora que não tem dó de fazer certos “sacrifícios” por uma boa história. E foi justamente esse detalhe na narrativa da autora que me deixou completamente apaixonada pela série lá em 2013 quando li A Queda dos Reinos.   Em Maré Congelada senti meu coração apertado em vários momentos de pura aflição, daqueles que eu fechava os olhos e rezava para a Morgan não parti-lo. E acredito que para qualquer leitor esse sentimento, esse grau de envolvimento com uma história é o que torna a leitura tão prazerosa.

Gostei muito de ver o quanto a Cleo e o Magnus () amadureceram nesse livro, em especial o Magnus que pelo visto finalmente resolveu tirar a máscara e mostrar quem realmente é. Fiquei mais uma vez triste pelo Jonas, e sério estou torcendo muito para que ele tenha um final lindo. Por que se tem alguém que merece isso é ele, pois apesar de todas as suas perdas e da comprovada “falta de sorte” o Jonas é aquele tipo de pessoa que não desiste de lutar por aquilo que acha certo e pelo seu povo.  A Lucia agora divide minha "birra" com a Amara, o que não sei dizer ainda se é algo bom ou não para ela.

Tipo nos capítulos finais eu comecei a sentir uma mudança até que significativa na postura da personagem. Porém acredito que é um pouco cedo para afirmar com certeza que a minha visão e opinião sobre a Lucia vai ser totalmente “diferente”, afinal, ainda temos dois livros para a série ser concluída.  A Amara é aquela personagem que até certo ponto eu consigo “entender” as motivações dela, só que o modo como ela age e usa as pessoas para atingir seus objetivos pelo menos no meu ponto de vista é imperdoável. Sim, aqui é bem aquele típico caso de que “os fins não justificam os meios”.

E isso é uma das grandes qualidades da série. Seus personagens são falhos, reais e extremamente humanos. Morgan Rhodes consegue expor o melhor e o pior de cada, com um equilíbrio perfeito, de modo que mesmo não gostando ou concordando com suas ações você os compreende. Agora só me resta esperar pelo próximo capítulo dessa série maravilhosa, até por que estou com um leve pressentimento que as coisas vão pegar fogo daqui para frente. E bem, confesso que estou bastante curiosa em ver isso.

“ É possível se entediar até com a beleza quando se está constantemente cercado por ela.”

Com uma narrativa cheia de ação, reviravoltas, magia e um toque de romance a série A Queda dos Reinos vem a cada novo livro comprovando o talento da sua autora, em criar uma trama surpreende com personagens incríveis.  Sem sombra de dúvidas uma das minhas séries favoritas. Se você é fã de histórias fantásticas, e ainda não se aventurou por Mítica e seus segredos, não sabe o que está perdendo viu. #ficaadica!

Veja Também:

abril 11, 2016

Espada de Vidro por Victoria Aveyard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765947
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 496
Classificação: Ótimo
Sinopse: A Rainha Vermelha – Livro 02.
O sangue de Mare Barrow é vermelho, da mesma cor da população comum, mas sua habilidade de controlar a eletricidade a torna tão poderosa quanto os membros da elite de sangue prateado. Depois que essa revelação foi feita em rede nacional, Mare se transformou numa arma perigosa que a corte real quer esconder e controlar. Quando finalmente consegue escapar do palácio e do príncipe Maven, Mare descobre algo surpreendente: ela não era a única vermelha com poderes. Agora, enquanto foge do vingativo Maven, a garota elétrica tenta encontrar e recrutar outros sanguenovos como ela, para formar um exército contra a nobreza opressora. Essa é uma jornada perigosa, e Mare precisará tomar cuidado para não se tornar exatamente o tipo de monstro que ela está tentando deter.

Apesar de não ter “morrido de amores” por A Rainha Vermelha, tenho que confessar que algo na narrativa da autora Victoria Aveyard me conquistou.  Sim concordo, que em partes a sensação que temos quando lemos A Rainha Vermelha é que a autora fez uma miscelânea de várias outras séries para criar sua história. Mas, se Victoria Aveyard “pecou” em criar uma trama não tão original, a autora tem seus méritos por saber como ninguém construir uma narrativa envolvente, daquela que nos deixa ansiosos e ao mesmo tempo com medo de virar a próxima página.

Pode conter spoilers do livro anterior, por isso quem não quiser colocar a sua conta em risco pode pular dois parágrafos.

Mare Barrow acreditou durante toda a sua vida que era apenas uma vermelha comum, destinada a defender o reino de Norta na linha de frente de uma guerra que dura a gerações. Mas sua vida sofreu uma grande reviravolta quando ela descobriu possuir uma habilidade misteriosa, que até então se acreditava que apenas os nascidos com sangue prateado tinham o privilégio de ter. Porém ela não é a única vermelha com habilidades especiais e logo Mare descobre que o seu dom pode ser sua ruína também.

Caçada pelo vingativo Maven, ela se lança em uma perigosa jornada para encontrar os sanguesnovos e salvá-los da tirania do jovem rei.  Para cumprir a missão que assumiu, Mare conta com a ajuda de Farley a corajosa capitã da Guarda Escarlate, do seu irmão Shade, de Kilorn e do agora príncipe exilado Cal. O tempo está se esgotando e a cada sanguenovo que eles conseguem salvar, uma vida inocente se perde. Em um reino em que "todo mundo pode trair todo mundo", a guerra está apenas começando e ao final se Mare Barrow, a garota elétrica não for cuidadosa o suficiente acabará caindo em uma armadilha que criou para si mesma.

Espada de Vidro foi aquele livro que me deixou extremamente aflita, só que de um modo bom.  Arrisco-me a dizer que aqui Victoria Aveyard conseguiu desenvolver uma trama “sua”, em que a narrativa está livre de muitas influências. A autora não apenas tornou o mundo que criou mais amplo, como também através da inserção de novos e importantes personagens nos mostrou o quanto a história tem campo para crescer. Eu particularmente gosto quando os autores fogem dos clichês óbvios, por que isso cria inúmeras possibilidades dentro de uma mesma história. Outro ponto positivo foi o fato da autora saber explorar as fraquezas dos personagens, os tornando mais humanos.

Porém preciso fazer um pequeno desabafo (...) infelizmente não consigo gostar da Mare (sim me julguem), só que desde o primeiro livro fiquei com a sensação que a Mare é aquele tipo de pessoa que primeiro pensa nela. Nos problemas dela, de como tudo é difícil para ela, ou como foi o caso aqui de como ela é super poderosa e blá, blá, blá. Ok! Eu entendo que a vida não foi lá muito legal com ela e que deve ser realmente difícil descobrir do dia para noite que, você não é assim tão diferente daqueles que sempre odiou. Mas isso não justifica as atitudes dela e a forma como ela age primeiro e pensa depois.  Aqui novamente as decisões “erradas” da Mare colocaram não apenas ela em risco, mas outras pessoas também.

Na verdade eu adoraria se a Victoria Aveyard intercala-se os capítulos entre o ponto de vista da Mare e do Cal (), por exemplo. Isso não apenas daria a nós leitores uma visão mais ampla do que acontece, como evitaria pequenos “ataques de nervos” de pessoas que assim como eu não “simpatizam” muito da protagonista. A série A Rainha Vermelha possui muitos personagens carismáticos e com um grande potencial de crescer na história, porém o fato dela ser muito centralizada na Mare acaba meio que “atrapalhando” isso.

Adoro a Farley e aqui senti toda a dor dela. Fiquei me perguntando, “Por que Victoria Aveyard (...) por que ser tão má?”.  E mesmo o Maven sendo uma peste igual a mãe, a rainha Elara não vou negar que gosto dele. Afinal, vocês sabem que eu tenho uma “queda” pelos vilões. E o Maven está se superando no requisito “bonitinho, mas ordinário”, como ninguém. Porém o meu personagem favorito é o Cal, pois talvez em meio ao caos ele é aquela pessoa que consegue pensar de forma sensata sem colocar seus problemas em primeiro lugar. E pelo menos no meu ponto de visto, o Cal dentro todos é o que mais tem motivos para “surtar” e trocar os pés pelas mãos.

Espada de Vidro foi um livro que me tirou o sono e em muitos momentos me deixou realmente apreensiva. Victoria Aveyard mostrou um visível amadurecimento em sua escrita, porém alguns pontos ainda necessitam de explicações convincentes. Como sobre a origem do mundo de Norta e principalmente do que causou a divisão do sangue dando poder aos prateados e agora aos sanguesnovos. Confesso que me vi surpresa com o quanto estava envolvida com a leitura, pois embora eu ainda tenha uma relação de amor em ódio com a série, Espada de Vidro é sem sombra de dúvidas um livro eletrizante.

“- Ninguém nasce mau, assim como ninguém nasce sozinho.  As pessoas se tornam más e solitárias, por escolha e circunstância. Esta última você não pode controlar, mas a primeira ... Mare temo muito por você.”

Em uma sequência que consegue ser mais envolvente que o livro anterior, Espada de Vidro possui uma narrativa cheia de ação e momentos desesperadores que tornam simplesmente impossível largar o livro. Se você leu A Rainha Vermelha e não curtiu muito, a minha sugestão é dar mais uma chance para a série. Vai que você assim como essa que vos escreve acabe se surpreendendo. #ficaadica.

Veja Também:
A Rainha Vermelha.

março 24, 2016

Coroa Cruel por Victoria Aveyard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765923
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 232
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Contos da Série A Rainha Vermelha.
Duas mulheres — uma vermelha e uma prateada — contam sua história e revelam seus segredos.

Em Canção da Rainha, você terá acesso ao diário da nobre prateada Coriane Jacos, que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e dá à luz o príncipe herdeiro, Cal — tudo isso enquanto luta para sobreviver em meio às intrigas da corte.

Já em Cicatrizes de Aço, você terá uma visão de dentro da Guarda Escarlate a partir da perspectiva de Diana Farley, uma das líderes da rebelião vermelha, que tenta expandir o movimento para Norta — e acaba encontrando Mare Barrow pelo caminho.

C
oroa Cruel
é o livro que reúne dois contos da série A Rainha Vermelha. Gosto bastante quando os autores lançam esses contos entre um livro ou outro, pois eles são uma ótima oportunidade de conhecermos a história por outros ângulos. Em Coral Cruel temos uma dimensão maior do mundo criado por Victoria Aveyard, como também conhecemos melhor alguns personagens secundários que são de grande importância para trama.

Como são dois contos, essa resenha vai ser um pouquinho diferente já que vou abordar as duas histórias separadamente.

Em Canção da Rainha, conhecemos o passado dos pais do príncipe Cal, o rei Tiberias VI e a rainha Coriane Jacos. Coriane jamais imaginava que um dia seria a rainha de Norta, pois mesmo a sua família pertencendo a nobreza, a falta de bens e prestigio dela em relação as outras famílias prateadas mais fortes do reino colocava, os Jacos em grande desvantagem. Porém com a sua personalidade tímida e delicada de Coriane acaba chamando a atenção de Tiberias e ambos se apaixonam, antes que a tradicional Prova Real fosse realizada.

Quando a família real anuncia a decisão do príncipe de se casar sem a realização da prova, há um descontentamento geral. Isso ia contra a “ordem natural” das coisas em que o futuro rei sempre escolhe durante a prova a filha mais forte e poderosa entre as famílias, para reinar ao seu lado. Além disso, muitos nutriam a esperança e até mesmo a cobiça de ver sua filha como a futura rainha de Norta. Por esse motivo tanto Tiberius como Coriane são forçados a assumir compromisso que seu futuro herdeiro honraria a tradição, quando o momento dele escolher uma rainha chegasse.

Para quem já leu A Rainha Vermelha já sabe como essa história acaba. Então para evitar spoilers e concluindo, o mais interessante em Canção da Rainha é que através dos relatos de Coriane, conhecemos um Tiberias bem diferente daquele que encontramos no primeiro livro da série. Também conseguimos perceber de quem o príncipe Cal herdou bom caráter, pois apesar de ser uma rainha fraca em poder, Coriane era extremamente bondosa e ingênua. E foi justamente essa sua característica a grande responsável por selar o seu destino.

“Sei quem somos melhor que você. (...) Eu me lembro. Não existe dor ou castigo maior do que a memória.”

Em Cicatrizes de Aço somos levados a conhecer mais profundamente o grupo rebelde, a Guarda Escarlate pelos olhos de uma das suas capitãs, Diana Farley. Farley desde o primeiro livro se mostrou uma personagem forte e determinada a acabar com o domínio dos prateados sobre os vermelhos.

O ponto mais importante em Cicatrizes de Aço é o fato de que o mundo fora do palácio nos é mostrado de uma maneira mais ampla, e com isso o leitor começa realmente a  conhecer e se envolver não apenas com os ideais do grupo rebelde como também com seus membros. Outro ponto bem legal é a percepção que nós temos que mesmo sendo os "todos poderosos" a estrutura em que a sociedade dos prateados foi construída é extremamente “frágil”.  E que essa fragilidade se bem usada pode ser a maior arma dos vermelhos na rebelião contra eles.

“Meu coração para por uns instantes quando o sangue brota debaixo da lâmina. Vermelho como a aurora.”

Embora não deva ser considerado como uma leitura “obrigatória”, Coroa Cruel é um livro bem interessante, para os fãs da série A Rainha Vermelha. Através desses contos a autora Victoria Aveyard, nos mostra não somente quão vasta é sua obra, mas que ela ainda pode ser muito explorada tanto a nível de enredo como de personagens.

Recomendo a leitura de Coroa Cruel não apenas para os fãs da série, mas também para quem assim como eu, gosta de conhecer a história pelo ponto de vista de outros personagens. Já comecei a leitura de Espada de Vidro, segundo livro da série e em breve trarei a resenha dele aqui para vocês

Veja Também:
A Rainha Vermelha.

fevereiro 04, 2016

A Sereia por Kiera Cass

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9780130427014
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 328
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar — pois a voz da sereia é fatal —, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.

Acho que já comentei aqui no blog que de todos os seres míticos existentes, as sereias não estão entre os meus favoritos (sorry Ariel). Porém, sempre tive muita curiosidade em ler o primeiro livro escrito pela autora Kiera Cass, já que não é nenhuma novidade que apesar dos “pequenos” detalhes, sou fã da série A Seleção. Em A Sereia é perceptível o quanto a escrita da autora ainda estava “crua”, mas ao mesmo tempo a característica mais marcante dos livros da Kiera já estava presente. A narrativa rápida e envolvente.

Para muitos as sereias são apenas um mito e os desastres que acontecem em alto mar, quando não explicados por alguma forte tempestade, ou qualquer outra alteração climática, simplesmente se tornam um grande mistério. Mas, Kahlen há oitenta anos sabe o que realmente causa a perda de tantas vidas, - a Água. A mesma Água que a salvou de morrer afogada no passado e aquela a quem ela prometeu servir por cem anos.

Kahlen sempre foi a mais obediente das sereias, característica essa que a tornou a favorita da Água. Porém, tudo começa a mudar quando Kahlen conhece o jovem e gentil Akinli. Mesmo com a comunicação “limitada”, afinal a voz de uma sereia é fatal, uma estranha e forte ligação surge entre os dois. Kahlen sabe que precisa se afastar o quanto antes de Akinli. Mas como dar as costas para a voz de seu coração? Em especial quando ela parece sempre querer leva-la em direção a Akinli. Pela primeira vez em anos de obediência cega Kahlen está prestes a quebrar a principal regra imposta a uma filha da Água, - a de nunca se apaixonar .

A Sereia é uma daquelas leituras que nos fisga logo em suas primeiras páginas. Kiera Cass criou uma história doce que consegue cativar e transmitir a emoção de seus personagens. Porém, não espere encontrar uma narrativa focada no mito das sereias, pois assim como na série A Seleção o ponto alto da trama está nos personagens e suas próprias histórias. Na verdade no quesito mitologia, o enredo é um pouco “fraco”, sendo que ele deixa mais perguntas do que nos dá respostas.

A Água, por exemplo, é ao mesmo tempo a vilã da história e uma vitima de suas próprias fraquezas. É interessante à forma como a autora estabelece a ligação dela com as sereias. A Água em muitos momentos age com um toque de “crueldade”, mas em outros ela é como uma “mãe” amorosa tentando apenas proteger suas “filhas”.  Bem tipo aquelas relações de amor e ódio, carinho e dependência que muitas vezes vemos nas relações humanas.

E mesmo que a premissa nos leve a acreditar que A Sereia é mais um romance jovem açucarado, a história  aqui é mais voltada para a relação entre Kahlen e suas irmãs sereias Miaka, Elisabeth e Padma. Acreditem quando eu digo que o romance aqui fica praticamente em segundo plano, o que dá a narrativa um toque mais singelo. Adorei a forma como as meninas se apoiam e protegem uma a outra. Mesmo nos momentos mais complicados quando as emoções são conflitantes, em que cada uma precisa lidar com seus próprios fantasmas, elas estão unidas.

A história de amor entre Kahlen e Akinli é bonita, daquelas que a gente fica torcendo logo por uma final feliz. Mas, no entanto ela fica um pouco “ofuscada” pelos outros elementos presentes na trama. Não que isso seja um ponto negativo, ao contrário eu gostei muito do fato da narrativa não ficar tão centralizada nos dois, dando aos personagens secundários uma chance de se destacarem também na história. Essa é sem sombra de dúvidas uma característica na escrita que a Kiera precisa resgatar em seus livros.

O único ponto em que A Sereia “peca“ um pouco é no seu desenvolvimento. Alguns trechos são muito corridos e muitas vezes a autora se perde em detalhes que não agregam em nada na narrativa. Além disso, como mencionei alguns parágrafos acima ficou faltando a Kiera dar algumas respostas, já que o final além de abrupto é um tanto quando superficial.

É engraçado pensar nas coisas a que nos apegamos, nas coisas que lembramos quando tudo se acaba.

Com uma história despretensiosa e  personagens cativantes, A Sereia é aquele tipo de leitura perfeita para quem está em busca de narrativas mais leves com um toque de magia. É o tipo de livro que você deve ler sem grandes expectativas, e assim acabar se surpreendendo.

dezembro 17, 2015

Felizes para Sempre por Kiera Cass

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765619
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 464
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Esta coletânea traz os contos A Rainha, O príncipe, O guarda e A favorita ilustrados e com introduções inéditas de Kiera Cass. Conheça o príncipe Maxon antes de ele se apaixonar por America, e a rainha Amberly antes de ser escolhida por Clarkson. Veja a Seleção através dos olhos de um guarda que perdeu seu primeiro amor e de uma Selecionada que se apaixonou pelo garoto errado. Você encontrará, ainda, cenas inéditas da série narradas pelos pontos de vista de Celeste e Lucy, um texto contando o que aconteceu com as outras Selecionadas depois do fim da competição e um trecho exclusivo de A sereia, o novo romance de Kiera Cass. Este é um livro essencial para os fãs de A Seleção, que poderão se aprofundar mais nesse universo tão apaixonante.

Felizes Para Sempre é o livro que reúnem todos os contos da série A Seleção, anteriormente lançados além de contar com alguns bônus especiais. Como já tem resenha aqui no blog dos contos, O Príncipe e O Guarda, no post de hoje vou apenas compartilhar com vocês as minhas impressões sobre os outros contos.

A Rainha.
O conto A Rainha, nos apresenta a mãe de Maxon ainda jovem vivendo a sua própria Seleção. Amberly assim como America vem de uma família humilde, e acaba conquistando o que toda a garota de Illéa sempre sonhou, - ser a princesa.  Esse conto não é somente interessante por nos mostrar como os pais do Maxon eram antes de se tornarem os governantes de Illéa, mas sim por que lança uma luz diferente sobre alguns fatos que acontecem durante a Seleção de Maxon. Quando você lê A Rainha você percebe por que foi mais fácil Amberly aceitar as escolhas do filho e de onde vem à tirania do rei.


Um detalhe que é importante salientar aqui, é que o conto nos mostra uma Amberly romântica, sonhadora, e até certo ponto "submissa". Amberly sentem por Clarkson uma devoção quase cega, quando o mesmo nunca dá certeza alguma sobre o que sente por ela, ou o futuro dos dois.  Kiera Cass trabalhou esse ponto do conto com muita sutileza, deixando o leitor livre para fazer seu próprio julgamento sobre a questão.  Confesso que o conto não me fez mudar a visão que eu tinha do pai de Maxon, mas gostei bastante de conhecer a Amberly e seu coração generoso capaz de ver a bondade e o amor onde ninguém mais enxergaria.

A Favorita.

O conto A Favorita é narrado por Marlee, melhor amiga de America. Nele Kiera Cass nos conta uma história de amor paralela a de America e Maxon, a história de Marlee e Carter. Adorei descobrir como os dois se apaixonaram e principalmente como juntos eles passaram por todos os obstáculos que a vida colocou no caminho desse amor. Como uma ajudinha do fofo do Maxon, - é claro.


Esse é um daqueles contos leves, que nos deixam com um sorriso bobo no rosto. Doce, encantador, mas sem perder a carga dramática da história. Pois antes de colher a flores do amor, Marlee e Carter tiveram que colher muitos espinhos. Sempre gostei da Marlee, porém depois de conhecer a sua história ela se tornou uma das minhas personagens favoritas da série. Sendo esse o conto que mais gostei da antologia ().


Felizes para Sempre traz também alguns extras interessantes como os breves relatos da Celeste, que por mais que a autora tente torna-la uma pessoa “melhor”, não me convence de jeito nenhum.  Sim peguei implicância com a personagem (sou dessas, admito). Desses extras gostei bastante de saber mais sobre o relacionamento da Lucy com o Aspen e do que aconteceu com as outras finalistas da Seleção.

Em toda a série que leio sempre fico esperando por conhecer e saber mais dos personagens secundários que conseguem às vezes cativar mais durante a leitura do que os próprios protagonistas.  E através dessa reunião de contos isso foi possível. O livro é lindíssimo em capa dura e com belas ilustrações. Sem sombra de dúvidas um verdadeiro presente para os fãs da série A Seleção.

“Fechei os olhos e fiz que sim com a cabeça enquanto lágrimas desciam pelo meu rosto. Viver com ou sem amor dele: para mim, as duas opções significavam flertar com a morte.”

Nessa antologia, Kiera Cass não apenas mostrou a amplitude da sua obra, mas como também conhece bem cada um dos seus personagens e suas histórias.  Em cada conto e autora nos leva de volta ao mundo que ela criou, através novos olhos e sobre outros pontos de vistas, e nem por isso menos emocionante e mágico.

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