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novembro 09, 2020

#naplaylist - Aproveite o Sol

 | Arquivado em: MÚSICAS


Você já tomou sua dose de vitamina D hoje? Abra as cortinas ou vá para um lugar aberto e aproveite, nem que seja por alguns minutinhos a luz do sol.  Pode até parecer um gesto simples, mas capaz de fazer uma diferença enorme na qualidade do seu dia e no seu humor. Porém se estiver chovendo onde você mora, não tem problema, afinal dizem que um bom banho de chuva é ótimo para lavar a alma.

Uma das coisas que aprendi ao longo dos últimos dois anos, é aproveitar o meu dia da melhor forma possível, independente da previsão do tempo. Acho que essa, foi o modo que encontrei para deixar a minha vida mais equilibrada. 
 

A playlist perfeita para dias ruins
imagem: Alan Kardek no Pexels.

Mas confesso que nem sempre é fácil manter o pensamento positivo, ainda mais com tantas coisas não tão legais acontecendo a nossa volta o tempo todo. Sinto que durante esse logo período de isolamento social devido a pandemia, todos os dias estou passando por um tipo de prova de fogo, pois bastam poucos minutos olhando meu feed nas redes sociais para que eu comece a questionar a minha fé na humanidade.

Nesses momentos em que percebo, que minha mente está seguindo por um caminho um tanto nebuloso, busco mudar a rota fazendo algo que traga de volta a minha paz de espírito e preencha aquele momento com energias boas. Seja assistir filme com a minha mãe, ficar uns minutinhos no sol com o meu cão idoso, ler algo que me inspire, mudar algum elemento na decoração, escrever, fazer atividade física ou simplesmente ficar deitada da minha cama ouvindo música.

A playlist de hoje nasceu em um desses momentos, mais exatamente num sábado à noite. Lembro que estava bem chateada com algumas coisas e resolvi, deixar o Spotify no modo aleatório em nenhuma playlist específica, apenas tocando as músicas que tenho salvas na biblioteca da plataforma. Conforme as músicas foram tocando fui sentindo como se a minha energia estivesse voltando aos poucos.  A sensação foi como se os primeiros raios de sol, estivessem aquecendo uma manhã fria.

O mais engraçado é que apesar de, gostar bastante das músicas em questão eu não tinha o hábito de ouvi-las com frequência. Mas a forma aleatória, como elas se completaram foi tão mágica, que resolvi juntá-las em uma única playlist e desde então sempre que acontece algo no meu dia que me deixa triste coloco ela para tocar.

Fecho meus olhos, respiro fundo e me imagino em um campo florido ou com os pés na areia da praia tendo o sol como companhia. O sentimento é tão bom que começo a cantar, dançar e sorrir que nem boba. Por isso, a minha intenção ao compartilhar essa playlist com vocês, é que ela também deixe o dia de cada um que está lendo esse post mais leve, alegre e iluminado como os dias do sol.


 | naplaylist

Músicas leves para dias ruins


Assim como sol tira folga em seus dias ruins, todo nós precisamos recarregar as nossas energias de vez enquanto. Não há nada de errado em se sentir desanimado, triste ou chateado ainda mais com tudo que está acontecendo. O importante é não deixar com que esses sentimentos cresçam e nos impeçam, de ver as coisas boas que também acontecem.

Encontre a sua forma de recarregar as energias e aproveite o seu dia da melhor forma possível, mesmo que ele esteja um pouco nublado ou chuvoso. Afinal, a luz mais forte que temos, é aquela que brilha dentro de cada um de nós.

outubro 27, 2020

Glória & Ruína por Tracy Banghart

 | Arquivado em: RESENHAS


Glória & Ruína é o livro que fecha a duologia, Graça & Fúria da autora Tracy Banghart lançada em 2018. Confesso que apesar da narrativa da autora ser fluída, o primeiro livro não tinha me empolgado muito. Como cheguei a comentar da minha resenha, a sensação que tive é a autora acabou, “desperdiçando” o potencial da obra ao recorrer a inúmeros clichês de outros livros do gênero.

Não que isso seja de todo ruim, pois até certo ponto a Tracy Banghart consegue entregar o que sua trama promete. Graça & Fúria fala sobre empoderamento feminino e o risco que qualquer sociedade corre, quando mulheres foram  importantes para sua construção são premeditadamente apagadas da história. O problema é entre um trecho e outro a sensação de que, “já vi isso em algum lugar”, fica bem difícil de ignorar.

Mesmo sem grandes surpresas, gostei da forma como autora conduziu o final da duologia. Ao escolher seguir um caminho mais “comedido” por assim dizer, a Tracy opta por desenvolver mais as protagonistas do que o enredo em si.  A narrativa tem seus pontos altos que não nego, me deixaram um pouquinho aflita, mas que infelizmente peca por não conseguir gerar a mescla de emoções que se espera de um livro que aborda um tema tão atual e pesado como o feminicídio.

Resenha


  ISBN: 9788555340888
  Editora: Seguinte
  Ano de Lançamento: 2019
  Número de páginas: 312
  Classificação: Bom

Sinopse: Graça & Fúria - Livro 02
Na continuação de Graça & Fúria, Serina e Nomi Tessaro vão dar início a uma revolução que vai mudar a vida de todas as mulheres de seu país. As irmãs Serina e Nomi Tessaro nunca imaginaram que acabariam em lugares tão distintos: Serina em uma ilha-prisão, Monte Ruína; Nomi no palácio de Bellaqua, como uma graça, à disposição do príncipe herdeiro do reino. Depois de sofrer uma grande traição, Nomi também é mandada para a ilha e, ao chegar lá, para sua surpresa, encontra Serina à frente de uma rebelião das prisioneiras contra os guardas.

A própria sinopse já entrega um pouco do que vamos encontrar aqui, por isso não vou entrar em muitos detalhes sobre a história, mas compartilhar com vocês as impressões que tive durante a leitura.


Glória e & Ruína possui um ritmo ágil o que torna o livro fácil e rápido de ler. Tracy Banghart não quis deixar para resolver tudo nas páginas finais e a cada capítulo, mesmo não sendo algo espetacular, acontece algo que dá a narrativa um toque interessante de tensão e surpresa. A autora realmente conseguiu me manter presa na história e cada vez mais curiosa com o seu desfecho.

Os capítulos continuam sendo intercalados entre as irmãs, Serina e Nomi e, talvez pelo fato da Nomi ter se revelado um total “desgosto” no livro anterior, continuei achando as partes narradas pela Serina mais relevantes.  Serina foi criada para ser delicada e submissa, uma perfeita graça para o rei e ver a guerreira e líder que ela se torna para as mulheres na ilha-prisão de Monte Ruína dá um misto de orgulho e ao mesmo tempo de compaixão pela personagem.

Serina sofreu muito, tanto física como emocionalmente e os capítulos narrados por ela, conseguem transmitir todo esse sofrimento e principalmente a evolução que a personagem tem na história. Já o mesmo, não pode ser dito de sua irmã Nomi. Claro que a Nomi passa por maus momentos, porém nenhum deles se compara ao que Serina precisa enfrentar, sem falar que tudo o que deu errado para Nomi, foi por causa das escolhas erradas e impulsivas dela.

Infelizmente, não consegui perceber nenhuma mudança significativa na personagem do primeiro livro para cá. Nomi continua a ter atitudes egoístas, infantis e prepotentes e sendo bem sincera, não senti que o arrependimento demonstrado por ela era lá, muito verdadeiro.

Tracy Banghart buscou focar esse segundo livro no núcleo de Monte Ruína, que além de ter uma ambientação impecável, realmente nos transporta para dentro da história. Outro ponto positivo, é que isso abriu espaço para que as personagens secundárias conquistassem um destaque enorme no enredo, sendo responsáveis por cena e diálogos marcantes. A Maris que no primeiro livro já tinha tido um papel importante, aqui teve um desenvolvimento maior e junto com a  Âmbar e Anika, é uma das peças importantes para revolução.

Os príncipes Malachi e Asa passaram grande parte da narrativa um tanto apagados, mas isso não diminui o peso de suas participações no enredo. Malachi foi criado para ser o rei e mesmo que em alguns momentos, possa parecer rude e arrogante é perceptível que ele fará o possível para fazer de Viridia um lugar melhor para as mulheres.  Já o Asa o pouco que aparece consegue completamente detestável e de verdade, fiquei um bastante decepcionada com o final “brando” que o personagem teve.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.

“— Porque é difícil esperar muito de si mesma quando o resto do mundo não acha que você é capaz."

Apesar de ter gostado da narrativa como um todo, não nego que esperava que alguns pontos tivessem um desenvolvimento melhor, em especial o que envolvia o Asa e o Malachi. Gostaria de ter visto um acerto de conta entre os irmãos ou que uma batalha mais feroz pelo governo do Viridia tivesse acontecido.

Adorei as interações entre a Serina e o Val, pois o modo como o romance entre eles foi construído consegue fugir de todos os clichês previsíveis. Val não esconde a admiração e o orgulho que ele tem por Serina e após ter conquistado a confiança dela, o relacionamento deles tem bases sólidas de respeito e carinho mútuos.  Do outro lado, não senti a mesma química entre a Nomi e o Malachi. Na verdade, achei que as coisas para ela foram “fáceis demais” e que no mínimo a personagem devia ter terminado sozinha por tudo que aprontou.

A duologia Graça & Fúria  traz um debate importante sobre igualdade de gênero e o quanto a mulher em muitas culturas machistas ainda é vista apenas com um objeto ou alguém totalmente submissa à autoridade de um homem, seja ele: pai, irmão, marido ou rei. Mesmo que no geral o obra seja clichê e até um pouco previsível, Tracy Banghart foi feliz ao exaltar a força, a vontade e o poder feminino na transformação da sociedade.
 
Veja Também:
Graça & Fúria

outubro 20, 2020

A Coroa da Vingança por Colleen Houck

| Arquivado em: RESENHAS

Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe que não gosto de publicar resenhas "negativas". Em minha opinião, a leitura é algo muito individual e às vezes um livro com o qual não tive uma boa experiência, pode ser o livro da vida de outra pessoa e vice-versa. Porém no caso específico de A Coroa da Vingança da autora Colleen Houck, preciso desabafar.

De verdade, até agora eu estou me perguntando o que a Colleen tomou para escrever o último livro da série Deuses do Egito. Sério, em alguns momentos os fatos narrados são tão inacreditáveis, que chegam a beirar o absurdo. Então já peço desculpas antecipadas porque sim, vou abrir meu coração para vocês e sem dar spoilers.

Resenha

  ISBN: 9788580417876
  Editora: Arqueiro
  Ano de Lançamento: 2018
  Número de páginas: 416
  Classificação: Tentando entender o que aconteceu até agora
Sinopse: Deuses do Egito - Livro 03
Em A Coroa da Vingança, terceira e última aventura da série Deuses do Egito, Colleen Houck nos presenteia com um desfecho tão surpreendente e inspirador quanto o elaborado universo mitológico que criou. Meses após sua pacata vida como herdeira milionária sofrer uma reviravolta e ela embarcar numa vertiginosa jornada pelo Egito, Liliana Young está praticamente de volta à estaca zero. Suas lembranças das aventuras egípcias e, especialmente, de Amon, o príncipe do sol, foram apagadas, e só resta a Lily atribuir os vestígios de estranhos acontecimentos a um sonho exótico. A não ser por um detalhe: duas estranhas vozes em sua mente, que pertencem a uma leoa e uma fada, a convencem de que ela não é mais a mesma e que seu corpo está se preparando para se transformar em outro ser. Enquanto tenta dar sentido a tudo isso, Lily descobre que as forças do mal almejam destruir muito mais que sua sanidade mental – o que está em jogo é o futuro da humanidade. Seth, o obscuro deus do caos, está prestes a se libertar da prisão onde se encontra confinado há milhares de anos, decidido a destruir o mundo e todos os deuses. Para enfrentá-lo de uma vez por todas, Lily se une a Amon e seus dois irmãos nesta terceira e última aventura da série Deuses do Egito.

Logo que iniciei a leitura de O Despertar do Príncipe, já pressenti que teria algum tipo de problema com o desenvolvimento dessa série. Mas como amo tudo que tem o plano de fundo mitologias antigas, resolvi dar uma chance para a história da jovem  Lily e a múmia renascida, quero dizer o príncipe egípcio Amon.

Mesmo com semelhanças com a Saga do Tigre, outra obra da autora, O Despertar do Príncipe foi um começo promissor em especial porque apresentou bons personagens  como, os príncipes Asten e Ahmose, além do carismático Dr. Hassan. Porém no segundo livro, O Coração da Esfinge a narrativa já trilhou um caminho perigoso em que a cada capítulo, a sensação que eu tinha era que estava “relendo uma versão não tão boa" da história de Ren, Kelsey e Kishan, mas como personagens diferentes.

Gosto muito da escrita da Colleen Houck e a Saga do Tigre é uma das minhas favoritas, mas isso não me impede de ver os vários problemas na construção da sua história. Problemas esses, que infelizmente se repetem aqui e de certa forma, conseguem ser maiores.

O primeiro ponto pode até passar despercebido por quem não tem tanto interesse em mitologia, mas o fato de a autora inserir elementos de outras mitologias como a chinesa, grega e a celta em uma história que tem como base os mitos egípcios, deixou a narrativa em diversos momentos destoante. Em várias passagens parei a leitura e me perguntei: “Mas o que isso tem a ver com o Egito antigo?”. A situação chegou a um extremo tão grande, que sempre que algo novo surgia, eu pesquisava para saber qual era a origem.

Só que isso é algo que mesmo eu sendo chata consigo relevar, afinal temos a famosa “licença poética” e talvez pouquíssimos leitores tenham se atentado a esse detalhe. Porém não tem como, (agora começa o desabafo) não ter uma síncope nervosa com o rumo que a Colleen deu para a história.

Lily sofre a síndrome da donzela indefesa e em perigo pela qual, todos os homens se apaixonam. Em A Coroa da Vingança, ela se comporta como uma criança mimada que age por impulso e com isso, acaba colocando a vida dos outros em perigo. Além disso, o recurso utilizado pela autora da personagem possuir duas outras pessoas em sua mente, a Tia a leoa e Ashleigh a fada e por isso, suas ações e sentimentos não são claros torna tudo ainda mais confuso e desnecessário.  Não sei quantas vezes tive que parar e respirar fundo, para não gritar de frustração enquanto lia esse livro.
 
Amon que no segundo livro foi quase figura decorativa aqui repetiu o papel, o que só me fez pensar em qual parte da construção da série a Colleen resolveu que ele não seria mais o protagonista. O Asten coitado, entra mudo e sai quase calado, fora que há um drama gigantesco  relacionado a ele que além de óbvio, termina de uma forma tosca como se nada tivesse acontecido. Até agora me pego pensando qual foi a necessidade de tantas lágrimas (dos personagens e não minhas porque quando chegou nessa parte, eu já estava soltando fogo pelas ventas) para depois ficar todo mundo com cara de paisagem.

Já o Ahmose, aí gente que dó desse moço. Tudo bem que dentre os três príncipes, o Ahmose é o mais sério e reservado, mas ele não merecia o que a autora faz aqui. A Colleen o transformou em um personagem carente, disposto a qualquer sacrifício por uma migalha de atenção que a Lily possa oferecer.  A Tia e Ashleigh conseguem ser tão insuportáveis, quanto a sua "hospedeira" e só deixam a narrativa mais caótica e dramática sem necessidade alguma. Aliás, o que não falta é coisa desnecessária nesse livro.

Todos os desafios apresentados aos protagonistas parecem ser impossíveis. Você lê páginas e mais páginas com os personagens lutando e sofrendo para no último momento, a solução milagrosamente aparecer.

Mas nada, nada mesmo consegue ser tão decepcionante quanto a participação do grande vilão da história, o deus Seth. Peço perdão ao Valentim Morgenstern, pelo dia que chamei ele de vilão decorativo. Não vou entrar em detalhes aqui para não dar spoilers, mas eu fique tipo: “Gente! Como assim? Não acredito que li quatro livros para isso.”

Quanto mais próximo do capítulo final, mais reviravoltas sem pé e sem cabeça a autora foi criando. E se já não bastasse a Colleen inserir na história mitos que não tem ligação nenhuma com o Egito, na tentativa de dar um final feliz para todo mundo, a solução encontrada pela autora, foi a gota d'água. A partir desse ponto eu comecei a chorar, mas de raiva mesmo.

Terminei a leitura exausta, sem saber o que pensar e o que sentir. Colleen Houck me encantou com sua escrita em A Saga do Tigre, mas depois da experiência desastrosa que tive com O Despertar dos Deuses, vou dar um tempo nas obras da autora.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.

“Não podemos mudar a direção do vento, meu amor, mas podemos nos alinhar de modo que ele não nos derrube.”

Antes que vocês pensem que as minhas expectativas que estavam altas, posso garantir que a única coisa que esperava encontrar, era um final satisfatório com toques de romance a aventura. Porém só me deparei com uma narrativa arrastada do começo ao fim em que nada fez sentido algum.

Conforme mencionei no começo da resenha, não gosto de trazer opiniões negativas. Mas como vocês puderam perceber, essa blogueira aqui realmente precisava desabafar.  Por isso, se alguém que está lendo essa resenha tiver interesse de ler a série,- leia. Às vezes a sua visão da história,  vai ser completamente diferente da minha. 

outubro 13, 2020

Um Jardim de pura Arte

 | Arquivado em: ARTE 

 

Tenho uma confissão a fazer: apesar de amar flores e plantas, não herdei o mesmo talento da minha mãe para cuidar delas e até já "matei" um cacto afogado (vergonha). Mas isso não me impede de sempre ter uma flor ou plantinha por perto, claro sobre os cuidados de minha mãe, não meus.

Por isso, quando conheci o trabalho da sergipana Graziela Andrade fiquei completamente encantada, pois ela realmente consegue transformar um jardim em pura arte. São obras tão delicadas que é impossível, não sorrir ao apreciá-las. É uma ilustração mais fofa que a outra!

Graziela Andrade
Girassol

O portfólio da artista conta com trabalhos lindíssimos, mas quando vi essas ilustrações inspiradas em flores, foi amor à primeira vista. A paleta de cores usadas pela Graziela é harmoniosa conferindo a cada trabalho muita suavidade e beleza.

As obras também possuem pequenos e delicados detalhes que as tornam, ainda mais encantadoras. Além disso, o modo com a ilustradora consegue representar cada flor é muito criativo. Sério, não tem como não se apaixonar por essas ilustrações!

Tive uma dificuldade enorme para selecionar apenas alguns trabalhos para esse post, pois como a louca das flores que sou, queria deixar essa postagem o mais florida possível. Mas depois de muita indecisão, acabei escolhendo as representações de algumas das minhas flores favoritas. 


| Outros trabalhos:

Graziela Andrade
Tulipa
Graziela Andrade
Flor de Cerejeira
Graziela Andrade
Flor de Lótus
Graziela Andrade
Hibisco
Graziela Andrade
Margarida
Graziela Andrade
Suculentinha

Não encontrei muitas informações sobre a ilustradora, porém no final do post vocês encontram os links principais para conhecer as demais ilustrações da coleção Jardim e outras obras belíssimas da Graziela.

Mas me contem, qual dessas lindas flores é a favorita de vocês? Não preciso dizer que no caso dessa blogueira que vos escreve, são todas.

+ Graziela Andrade
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outubro 06, 2020

O Timbre por Neal Shusterman

| Arquivado em: RESENHAS

De todos os lançamentos literários previstos para esse ano sem dúvidas, O Timbre era um dos mais esperados por mim. Com uma narrativa inteligente e permeada de críticas nem sempre sutis a sociedade atual Neal Shusterman construiu ao longo da trilogia Scythe, uma história complexa e ao mesmo tempo marcante.

Confesso que demorei para escrever a resenha do último livro da trilogia, porque ainda não sabia como me sentia em relação ao final. De modo geral, O Timbre oferece uma conclusão satisfatória para a história. Porém a forma como isso acontece, chega a ser um tanto “confusa”, principalmente porque segue uma direção diferente do que vinha sido traçada nos livros anteriores. Gostei em partes do que encontrei aqui, mas admito que fiquei sim um pouco decepcionada.

Resenha

 
 
  ISBN: 9799999989014
  Editora: Seguinte
  Ano de Lançamento: 2020
  Número de páginas: 597
  Classificação: Bom
Sinopse: Trilogia Scythe - Livro 03.
A humanidade alcançou um mundo ideal, em que não há fome, doenças, guerras, miséria… nem mesmo a morte. Mas, mesmo com todo o esforço da inteligência artificial da Nimbo-Cúmulo, parece que alguns problemas humanos, como a corrupção e a sede de poder, são igualmente imortais. Desde que o ceifador Goddard começou a ganhar seguidores da nova ordem, entusiastas do prazer de matar, a Nimbo-Cúmulo decidiu se silenciar, deixando o mundo cada vez mais de volta às mãos dos humanos. Depois de três anos desde que Citra e Rowan desapareceram e Perdura afundou, parece que não existe mais nada no caminho de Goddard rumo à dominação absoluta da Ceifa — e do mundo. Mas reverberações da Grande Ressonância ainda estremecem o planeta, e uma pergunta permanece: será que sobrou alguém capaz de detê-lo? A resposta talvez esteja na nova e misteriosa tríade de tonistas: o Tom, o Timbre e a Trovoada.

Atenção! Essa resenha pode conter spoilers dos livros anteriores. Para quem não quiser correr o risco pode pular cinco parágrafos.


O jovens Citra Terranova e Rowan Damisch, não faziam ideia do quanto a suas vidas estavam prestes a mudar, após o encontro com o ceifador Faraday. Recrutados como aprendizes, ambos passaram por meses de treinamento para aprender a matar ao mesmo tempo que se viam cada vez mais envolvidos nas conspirações da Ceifa.

Citra instruída pela ceifadora Curie, passou no teste do Conclave e se tornou a Honorável Ceifadora Anastássia. Já Rowan não teve a mesma sorte. Depois de meses tendo sanguinário Goddard como professor, ele acabou se rebelando contra a Ceifa. Rowan então vestiu o manto negro proibido pela ordem e ao assassinar os ceifadores corruptos sobre a alcunha de Ceifador Lucifer, o aprendiz vira inimigo sendo caçado por aqueles que o treinaram.

Em uma sociedade perfeita governada pela inteligência artificial da Nimbo-Cúmulo, a Ceifa faz suas próprias leis. Mas isso não quer dizer, a Nimbo esteja completamente cega para os atos cruéis cometidos pelos portadores da morte. Quando uma tragédia sem precedentes acontece, a Nimbo se cala e o mundo está novamente nas mãos dos humanos, que depois de anos sendo diariamente guiados agora estão totalmente perdidos e com medo.

Mas ainda há uma esperança. Greyson ou Timbre como passa a ser chamado pelos Tonistas, uma religião em que seus fiéis vivem como nos tempos antes da Nimbo-Cúmulo controlar nosso mundo, é o único com quem a inteligência artificial continua se comunicando. Esse fato, logo se torna conhecido por todos e Greyson acaba se transformando numa espécie de “novo profeta”. Porém o que ninguém esperava, que o fanatismo de alguns seguidores gerasse atos violentos e a uma guerra civil, tudo em nome de Vossa Sonoridade.

Em meio ao caos instaurado a Nimbo-Cúmulo mesmo silenciosa e distante, trabalha em um plano para dar a humanidade uma nova chance de ter um futuro seguro e pacífico. Quando duas figuras importantes emergem das profundezas, as peças do quebra-cabeça finalmente começam a fazer sentido e a população passa a enxergar uma luz no fim do túnel.

A escrita de Neal Shusterman é fantástica e a trilogia Scythe sempre terá um lugar especial em meu coração de leitora. Só que muita coisa em O Timbre,  podia ter sido condensada já que não acrescentaram em nada na conclusão da obra. O fato da narrativa possuir três linhas de tempo diferente em que a cada momento um personagem é o narrador, causou uma certa confusão há princípio, pois passa a sensação que são várias histórias acontecendo ao mesmo tempo.

Outro ponto é que além dos personagens já existentes, o autor inseriu novos personagens que pouco contribuem com a evolução do enredo. O Rowan por exemplo, é um dos casos mais tristes de potencial desperdiçado que já vi em uma trilogia. Em A Nuvem a sua participação já tinha sido apagada, aqui ela foi quase inexistente. A Citra até consegue se destacar em O Timbre, mas de alguma forma o carisma e o peso do papel que ela tinha, acabaram se perdendo em meio tantas tramas paralelas.

A sensação que tenho é que o autor tentou dar voz a todos os personagens e com isso, acabou silenciando figuras importantes como o Faraday e até mesmo o Goddard, que no final se revelou um vilão caricato e que só enfraquece a cada capítulo. Gostei da trajetória do Greyson na história e sinto que entre A Nuvem e O Timbre, ele acabou se tornando junto com a Nimbo-Cúmulo um dos grandes protagonistas da trilogia e talvez, por esse motivo acredito que ele merecia mais.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.


“— O que em nós faz com que busquemos propósitos tão elevados, mas destruamos os alicerces? Por que sempre sabotamos nossos próprios sonhos? ”

Talvez o excesso de expectativas tenha prejudicado a minha interação com a história. Mas como não criar expectativas, depois de esperar tanto tempo por esse livro? Acredito que o meu maior problema com O Timbre foi, o modo “fácil” e conveniente como as coisas se resolveram. Não tem como, não ficar decepcionada ao ler um livro de quase 600 páginas em tudo se resolve em quatro, e que deixou mais perguntas do que de fato deu respostas.

O Timbre possui bons elementos, a narrativa mesmo que arrastada em alguns pontos consegue ser envolvente. Em muitos momentos o autor nos leva a refletir sobre como as decisões de hoje, vão impactar no futuro da humanidade e que a nossas tentativas de alcançar a perfeição só mostram o quanto somos imperfeitos.

Ao abordar um tema tão complexo com a fragilidade da vida, Neal Shusterman escreveu uma obra instigante e cheia de nuances interessantes, mas que do meu ponto de vista podia ter tido um final mais digno, harmonioso e condizente com os livros anteriores. Porém às vezes a intenção do autor era justamente criar uma grande dissonância. Quem sabe?


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