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dezembro 15, 2020

Um bom dia

| Arquivado em: CRÔNICAS & POESIAS

Crônica
imagem: Shutterstock

Está tudo igual e ao mesmo tempo diferente…

Este é o primeiro pensamento que tenho, quando a claridade toca meu rosto me despertando. Conforme os dias passaram a ser semanas e meses, me vi apegada aos pequenos detalhes do dia, como a suavidade dos tons de azul que o céu tem nas primeiras horas da manhã.

Chega ser um tanto agridoce perceber, que só depois que os limites do meu mundo passaram a ser as paredes dessa casa, é que de fato comecei a prestar atenção nas sutilezas da vida. Na beleza daqueles momentos tão rotineiros e passam despercebidos, ofuscados por nossa corrida constante em busca daquilo que esperamos ser o sucesso e felicidade.

Sei que há um outro mundo do lado de fora. Um lugar que agora, me é tão familiar quanto estranho. Já me questionei inúmeras vezes se quando tudo voltar ao “normal”, vou conseguir me adaptar. Porque a sensação que tenho enquanto tomo meu café e observo os raios de sol que entram na cozinha, é que uma parte de mim se acostumou com a solidão.

Quando vejo as atualizações nas redes sociais daqueles que ainda chamo de amigos, me pego pensando em como vou me encaixar em um mundo que aparentemente seguiu sem mim. Em como será voltar a conviver com pessoas que amo, mas que de certo modo passaram a ser estranhas para mim e eu para elas.

Minhas metas já não são as mesmas e às vezes me sinto criança novamente, sem saber o que quer ser quando crescer. É como se do dia para noite, eu tivesse mil possibilidades e nenhuma escolha. Olhando um capítulo em branco de uma história que parei de escrever.

À medida que o tempo passa seguindo seu ritmo: horas rápido, horas devagar vou aprendendo a não criar expectativas e seguir a minha intuição e meu coração. Nem sempre o meu ritmo está em sincronia com o do tempo, ou com o que acontece do lado de fora.

Mas faço o que está ao meu alcance para que cada manhã seja o começo, de Um bom dia.


texto escrito por: Ariane Gisele Reis.  ©  Todos os Direitos Reservados.

dezembro 08, 2020

A delicadeza com um toque de elegância nas obras de Sibylline Meynet

| Arquivado em: ARTE 


Antes de começar esse post, gostaria de pedir desculpas a todos vocês, pelo meu sumiço. No começo de novembro tive uma crise de ansiedade e isso, infelizmente acabou me derrubando um pouco. Por esse motivo, achei melhor tirar um tempo para espairecer ao invés de publicar algo que talvez não fosse ficar tão bom, só para deixar o blog atualizado.

Mas agora já estou me sentindo melhor e inspirada para voltar a compartilhar com vocês, uma parte de tudo aquilo que me faz bem e feliz () como essas belíssimas obras que mesclam delicadeza com um toque de elegância da ilustradora francesa, Sibylline Meynet.

Frida Kahlo

As obras de Sibylline Meynet possuem um traço super feminino o que deixa até mesmo, as ilustrações com uma paleta de cores mais sóbrias, delicada e harmoniosa. Outro ponto bastante perceptível, ao menos do meu ponto de vista é o quanto a moda, o cinema e outros elementos da cultura pop são inspirações para os seus belos trabalhos.

À primeira vista suas obras podem parecer bem simples, porém é essa aparente simplicidade que dá aos seus desenhos um ar de elegância e suavidade. Suas ilustrações me chamaram atenção, justamente pela leveza como os elementos e as cores são trabalhados. Não a excesso e nem falta é tudo muito equilibrado e gracioso.
 
Quando estava selecionando os trabalhos da Sibylline Meynet para esse post, a minha intenção era escolher os que tivessem alguma relação entre si, como as princesas da Disney. Mas quando vi essa ilustração maravilhosa da Frida Kahlo, não pude deixá-la de fora. Ela é simplesmente perfeita, não é mesmo? 
 

 | Outros trabalhos: 

Belle

Mulan

Esmeralda

Cinderella

Mermay

Luna Lovegood

Como vocês podem ver, também não resisti a essa linda ilustração da nossa querida Luna Lovegood. Quando a vi, fiquei completamente encantada e achei que ela era a obra que faltava nesse post.  Além disso, mesmo a Mermay não sendo de fato a Ariel, achei a composição da obra tão bonita que eu não podia deixar de compartilhar com vocês.

No final do post, estou deixando os links para vocês conhecerem as outras ilustrações da Sibylline Meynet. Posso garantir que vai valer a pena, pois o portfólio dela tem trabalhos realmente incríveis.

Deixem nos comentários quais dessas obras vocês mais gostaram e por favor, não desistam de mim. Posso sumir por um tempo, mas sempre volto a esse meu cantinho tão querido e especial.

+ Sibylline Meynet
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novembro 09, 2020

#naplaylist - Aproveite o Sol

 | Arquivado em: MÚSICAS


Você já tomou sua dose de vitamina D hoje? Abra as cortinas ou vá para um lugar aberto e aproveite, nem que seja por alguns minutinhos a luz do sol.  Pode até parecer um gesto simples, mas capaz de fazer uma diferença enorme na qualidade do seu dia e no seu humor. Porém se estiver chovendo onde você mora, não tem problema, afinal dizem que um bom banho de chuva é ótimo para lavar a alma.

Uma das coisas que aprendi ao longo dos últimos dois anos, é aproveitar o meu dia da melhor forma possível, independente da previsão do tempo. Acho que essa, foi o modo que encontrei para deixar a minha vida mais equilibrada. 
 

A playlist perfeita para dias ruins
imagem: Alan Kardek no Pexels.

Mas confesso que nem sempre é fácil manter o pensamento positivo, ainda mais com tantas coisas não tão legais acontecendo a nossa volta o tempo todo. Sinto que durante esse logo período de isolamento social devido a pandemia, todos os dias estou passando por um tipo de prova de fogo, pois bastam poucos minutos olhando meu feed nas redes sociais para que eu comece a questionar a minha fé na humanidade.

Nesses momentos em que percebo, que minha mente está seguindo por um caminho um tanto nebuloso, busco mudar a rota fazendo algo que traga de volta a minha paz de espírito e preencha aquele momento com energias boas. Seja assistir filme com a minha mãe, ficar uns minutinhos no sol com o meu cão idoso, ler algo que me inspire, mudar algum elemento na decoração, escrever, fazer atividade física ou simplesmente ficar deitada da minha cama ouvindo música.

A playlist de hoje nasceu em um desses momentos, mais exatamente num sábado à noite. Lembro que estava bem chateada com algumas coisas e resolvi, deixar o Spotify no modo aleatório em nenhuma playlist específica, apenas tocando as músicas que tenho salvas na biblioteca da plataforma. Conforme as músicas foram tocando fui sentindo como se a minha energia estivesse voltando aos poucos.  A sensação foi como se os primeiros raios de sol, estivessem aquecendo uma manhã fria.

O mais engraçado é que apesar de, gostar bastante das músicas em questão eu não tinha o hábito de ouvi-las com frequência. Mas a forma aleatória, como elas se completaram foi tão mágica, que resolvi juntá-las em uma única playlist e desde então sempre que acontece algo no meu dia que me deixa triste coloco ela para tocar.

Fecho meus olhos, respiro fundo e me imagino em um campo florido ou com os pés na areia da praia tendo o sol como companhia. O sentimento é tão bom que começo a cantar, dançar e sorrir que nem boba. Por isso, a minha intenção ao compartilhar essa playlist com vocês, é que ela também deixe o dia de cada um que está lendo esse post mais leve, alegre e iluminado como os dias do sol.


 | naplaylist

Músicas leves para dias ruins


Assim como sol tira folga em seus dias ruins, todo nós precisamos recarregar as nossas energias de vez enquanto. Não há nada de errado em se sentir desanimado, triste ou chateado ainda mais com tudo que está acontecendo. O importante é não deixar com que esses sentimentos cresçam e nos impeçam, de ver as coisas boas que também acontecem.

Encontre a sua forma de recarregar as energias e aproveite o seu dia da melhor forma possível, mesmo que ele esteja um pouco nublado ou chuvoso. Afinal, a luz mais forte que temos, é aquela que brilha dentro de cada um de nós.

outubro 27, 2020

Glória & Ruína por Tracy Banghart

 | Arquivado em: RESENHAS


Glória & Ruína é o livro que fecha a duologia, Graça & Fúria da autora Tracy Banghart lançada em 2018. Confesso que apesar da narrativa da autora ser fluída, o primeiro livro não tinha me empolgado muito. Como cheguei a comentar da minha resenha, a sensação que tive é a autora acabou, “desperdiçando” o potencial da obra ao recorrer a inúmeros clichês de outros livros do gênero.

Não que isso seja de todo ruim, pois até certo ponto a Tracy Banghart consegue entregar o que sua trama promete. Graça & Fúria fala sobre empoderamento feminino e o risco que qualquer sociedade corre, quando mulheres foram  importantes para sua construção são premeditadamente apagadas da história. O problema é entre um trecho e outro a sensação de que, “já vi isso em algum lugar”, fica bem difícil de ignorar.

Mesmo sem grandes surpresas, gostei da forma como autora conduziu o final da duologia. Ao escolher seguir um caminho mais “comedido” por assim dizer, a Tracy opta por desenvolver mais as protagonistas do que o enredo em si.  A narrativa tem seus pontos altos que não nego, me deixaram um pouquinho aflita, mas que infelizmente peca por não conseguir gerar a mescla de emoções que se espera de um livro que aborda um tema tão atual e pesado como o feminicídio.

Resenha


  ISBN: 9788555340888
  Editora: Seguinte
  Ano de Lançamento: 2019
  Número de páginas: 312
  Classificação: Bom

Sinopse: Graça & Fúria - Livro 02
Na continuação de Graça & Fúria, Serina e Nomi Tessaro vão dar início a uma revolução que vai mudar a vida de todas as mulheres de seu país. As irmãs Serina e Nomi Tessaro nunca imaginaram que acabariam em lugares tão distintos: Serina em uma ilha-prisão, Monte Ruína; Nomi no palácio de Bellaqua, como uma graça, à disposição do príncipe herdeiro do reino. Depois de sofrer uma grande traição, Nomi também é mandada para a ilha e, ao chegar lá, para sua surpresa, encontra Serina à frente de uma rebelião das prisioneiras contra os guardas.

A própria sinopse já entrega um pouco do que vamos encontrar aqui, por isso não vou entrar em muitos detalhes sobre a história, mas compartilhar com vocês as impressões que tive durante a leitura.


Glória e & Ruína possui um ritmo ágil o que torna o livro fácil e rápido de ler. Tracy Banghart não quis deixar para resolver tudo nas páginas finais e a cada capítulo, mesmo não sendo algo espetacular, acontece algo que dá a narrativa um toque interessante de tensão e surpresa. A autora realmente conseguiu me manter presa na história e cada vez mais curiosa com o seu desfecho.

Os capítulos continuam sendo intercalados entre as irmãs, Serina e Nomi e, talvez pelo fato da Nomi ter se revelado um total “desgosto” no livro anterior, continuei achando as partes narradas pela Serina mais relevantes.  Serina foi criada para ser delicada e submissa, uma perfeita graça para o rei e ver a guerreira e líder que ela se torna para as mulheres na ilha-prisão de Monte Ruína dá um misto de orgulho e ao mesmo tempo de compaixão pela personagem.

Serina sofreu muito, tanto física como emocionalmente e os capítulos narrados por ela, conseguem transmitir todo esse sofrimento e principalmente a evolução que a personagem tem na história. Já o mesmo, não pode ser dito de sua irmã Nomi. Claro que a Nomi passa por maus momentos, porém nenhum deles se compara ao que Serina precisa enfrentar, sem falar que tudo o que deu errado para Nomi, foi por causa das escolhas erradas e impulsivas dela.

Infelizmente, não consegui perceber nenhuma mudança significativa na personagem do primeiro livro para cá. Nomi continua a ter atitudes egoístas, infantis e prepotentes e sendo bem sincera, não senti que o arrependimento demonstrado por ela era lá, muito verdadeiro.

Tracy Banghart buscou focar esse segundo livro no núcleo de Monte Ruína, que além de ter uma ambientação impecável, realmente nos transporta para dentro da história. Outro ponto positivo, é que isso abriu espaço para que as personagens secundárias conquistassem um destaque enorme no enredo, sendo responsáveis por cena e diálogos marcantes. A Maris que no primeiro livro já tinha tido um papel importante, aqui teve um desenvolvimento maior e junto com a  Âmbar e Anika, é uma das peças importantes para revolução.

Os príncipes Malachi e Asa passaram grande parte da narrativa um tanto apagados, mas isso não diminui o peso de suas participações no enredo. Malachi foi criado para ser o rei e mesmo que em alguns momentos, possa parecer rude e arrogante é perceptível que ele fará o possível para fazer de Viridia um lugar melhor para as mulheres.  Já o Asa o pouco que aparece consegue completamente detestável e de verdade, fiquei um bastante decepcionada com o final “brando” que o personagem teve.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.

“— Porque é difícil esperar muito de si mesma quando o resto do mundo não acha que você é capaz."

Apesar de ter gostado da narrativa como um todo, não nego que esperava que alguns pontos tivessem um desenvolvimento melhor, em especial o que envolvia o Asa e o Malachi. Gostaria de ter visto um acerto de conta entre os irmãos ou que uma batalha mais feroz pelo governo do Viridia tivesse acontecido.

Adorei as interações entre a Serina e o Val, pois o modo como o romance entre eles foi construído consegue fugir de todos os clichês previsíveis. Val não esconde a admiração e o orgulho que ele tem por Serina e após ter conquistado a confiança dela, o relacionamento deles tem bases sólidas de respeito e carinho mútuos.  Do outro lado, não senti a mesma química entre a Nomi e o Malachi. Na verdade, achei que as coisas para ela foram “fáceis demais” e que no mínimo a personagem devia ter terminado sozinha por tudo que aprontou.

A duologia Graça & Fúria  traz um debate importante sobre igualdade de gênero e o quanto a mulher em muitas culturas machistas ainda é vista apenas com um objeto ou alguém totalmente submissa à autoridade de um homem, seja ele: pai, irmão, marido ou rei. Mesmo que no geral o obra seja clichê e até um pouco previsível, Tracy Banghart foi feliz ao exaltar a força, a vontade e o poder feminino na transformação da sociedade.
 
Veja Também:
Graça & Fúria

outubro 20, 2020

A Coroa da Vingança por Colleen Houck

| Arquivado em: RESENHAS

Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe que não gosto de publicar resenhas "negativas". Em minha opinião, a leitura é algo muito individual e às vezes um livro com o qual não tive uma boa experiência, pode ser o livro da vida de outra pessoa e vice-versa. Porém no caso específico de A Coroa da Vingança da autora Colleen Houck, preciso desabafar.

De verdade, até agora eu estou me perguntando o que a Colleen tomou para escrever o último livro da série Deuses do Egito. Sério, em alguns momentos os fatos narrados são tão inacreditáveis, que chegam a beirar o absurdo. Então já peço desculpas antecipadas porque sim, vou abrir meu coração para vocês e sem dar spoilers.

Resenha

  ISBN: 9788580417876
  Editora: Arqueiro
  Ano de Lançamento: 2018
  Número de páginas: 416
  Classificação: Tentando entender o que aconteceu até agora
Sinopse: Deuses do Egito - Livro 03
Em A Coroa da Vingança, terceira e última aventura da série Deuses do Egito, Colleen Houck nos presenteia com um desfecho tão surpreendente e inspirador quanto o elaborado universo mitológico que criou. Meses após sua pacata vida como herdeira milionária sofrer uma reviravolta e ela embarcar numa vertiginosa jornada pelo Egito, Liliana Young está praticamente de volta à estaca zero. Suas lembranças das aventuras egípcias e, especialmente, de Amon, o príncipe do sol, foram apagadas, e só resta a Lily atribuir os vestígios de estranhos acontecimentos a um sonho exótico. A não ser por um detalhe: duas estranhas vozes em sua mente, que pertencem a uma leoa e uma fada, a convencem de que ela não é mais a mesma e que seu corpo está se preparando para se transformar em outro ser. Enquanto tenta dar sentido a tudo isso, Lily descobre que as forças do mal almejam destruir muito mais que sua sanidade mental – o que está em jogo é o futuro da humanidade. Seth, o obscuro deus do caos, está prestes a se libertar da prisão onde se encontra confinado há milhares de anos, decidido a destruir o mundo e todos os deuses. Para enfrentá-lo de uma vez por todas, Lily se une a Amon e seus dois irmãos nesta terceira e última aventura da série Deuses do Egito.

Logo que iniciei a leitura de O Despertar do Príncipe, já pressenti que teria algum tipo de problema com o desenvolvimento dessa série. Mas como amo tudo que tem o plano de fundo mitologias antigas, resolvi dar uma chance para a história da jovem  Lily e a múmia renascida, quero dizer o príncipe egípcio Amon.

Mesmo com semelhanças com a Saga do Tigre, outra obra da autora, O Despertar do Príncipe foi um começo promissor em especial porque apresentou bons personagens  como, os príncipes Asten e Ahmose, além do carismático Dr. Hassan. Porém no segundo livro, O Coração da Esfinge a narrativa já trilhou um caminho perigoso em que a cada capítulo, a sensação que eu tinha era que estava “relendo uma versão não tão boa" da história de Ren, Kelsey e Kishan, mas como personagens diferentes.

Gosto muito da escrita da Colleen Houck e a Saga do Tigre é uma das minhas favoritas, mas isso não me impede de ver os vários problemas na construção da sua história. Problemas esses, que infelizmente se repetem aqui e de certa forma, conseguem ser maiores.

O primeiro ponto pode até passar despercebido por quem não tem tanto interesse em mitologia, mas o fato de a autora inserir elementos de outras mitologias como a chinesa, grega e a celta em uma história que tem como base os mitos egípcios, deixou a narrativa em diversos momentos destoante. Em várias passagens parei a leitura e me perguntei: “Mas o que isso tem a ver com o Egito antigo?”. A situação chegou a um extremo tão grande, que sempre que algo novo surgia, eu pesquisava para saber qual era a origem.

Só que isso é algo que mesmo eu sendo chata consigo relevar, afinal temos a famosa “licença poética” e talvez pouquíssimos leitores tenham se atentado a esse detalhe. Porém não tem como, (agora começa o desabafo) não ter uma síncope nervosa com o rumo que a Colleen deu para a história.

Lily sofre a síndrome da donzela indefesa e em perigo pela qual, todos os homens se apaixonam. Em A Coroa da Vingança, ela se comporta como uma criança mimada que age por impulso e com isso, acaba colocando a vida dos outros em perigo. Além disso, o recurso utilizado pela autora da personagem possuir duas outras pessoas em sua mente, a Tia a leoa e Ashleigh a fada e por isso, suas ações e sentimentos não são claros torna tudo ainda mais confuso e desnecessário.  Não sei quantas vezes tive que parar e respirar fundo, para não gritar de frustração enquanto lia esse livro.
 
Amon que no segundo livro foi quase figura decorativa aqui repetiu o papel, o que só me fez pensar em qual parte da construção da série a Colleen resolveu que ele não seria mais o protagonista. O Asten coitado, entra mudo e sai quase calado, fora que há um drama gigantesco  relacionado a ele que além de óbvio, termina de uma forma tosca como se nada tivesse acontecido. Até agora me pego pensando qual foi a necessidade de tantas lágrimas (dos personagens e não minhas porque quando chegou nessa parte, eu já estava soltando fogo pelas ventas) para depois ficar todo mundo com cara de paisagem.

Já o Ahmose, aí gente que dó desse moço. Tudo bem que dentre os três príncipes, o Ahmose é o mais sério e reservado, mas ele não merecia o que a autora faz aqui. A Colleen o transformou em um personagem carente, disposto a qualquer sacrifício por uma migalha de atenção que a Lily possa oferecer.  A Tia e Ashleigh conseguem ser tão insuportáveis, quanto a sua "hospedeira" e só deixam a narrativa mais caótica e dramática sem necessidade alguma. Aliás, o que não falta é coisa desnecessária nesse livro.

Todos os desafios apresentados aos protagonistas parecem ser impossíveis. Você lê páginas e mais páginas com os personagens lutando e sofrendo para no último momento, a solução milagrosamente aparecer.

Mas nada, nada mesmo consegue ser tão decepcionante quanto a participação do grande vilão da história, o deus Seth. Peço perdão ao Valentim Morgenstern, pelo dia que chamei ele de vilão decorativo. Não vou entrar em detalhes aqui para não dar spoilers, mas eu fique tipo: “Gente! Como assim? Não acredito que li quatro livros para isso.”

Quanto mais próximo do capítulo final, mais reviravoltas sem pé e sem cabeça a autora foi criando. E se já não bastasse a Colleen inserir na história mitos que não tem ligação nenhuma com o Egito, na tentativa de dar um final feliz para todo mundo, a solução encontrada pela autora, foi a gota d'água. A partir desse ponto eu comecei a chorar, mas de raiva mesmo.

Terminei a leitura exausta, sem saber o que pensar e o que sentir. Colleen Houck me encantou com sua escrita em A Saga do Tigre, mas depois da experiência desastrosa que tive com O Despertar dos Deuses, vou dar um tempo nas obras da autora.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.

“Não podemos mudar a direção do vento, meu amor, mas podemos nos alinhar de modo que ele não nos derrube.”

Antes que vocês pensem que as minhas expectativas que estavam altas, posso garantir que a única coisa que esperava encontrar, era um final satisfatório com toques de romance a aventura. Porém só me deparei com uma narrativa arrastada do começo ao fim em que nada fez sentido algum.

Conforme mencionei no começo da resenha, não gosto de trazer opiniões negativas. Mas como vocês puderam perceber, essa blogueira aqui realmente precisava desabafar.  Por isso, se alguém que está lendo essa resenha tiver interesse de ler a série,- leia. Às vezes a sua visão da história,  vai ser completamente diferente da minha. 

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