Sponsor

fevereiro 21, 2021

Cidade das Almas Perdidas por Cassandra Clare

| Arquivado em: RESENHAS

Enfim cheguei ao penúltimo livro da série Os Instrumentos Mortais da Cassandra Clare. Cidade das Almas Perdidas, apresenta uma narrativa mais ágil, envolvente e que cada capítulo foi me deixando mais angustiada e curiosa para saber quais surpresas e reviravoltas, a autora tinha preparado.

Assim como em Cidade dos Anjos Caídos, alguns elementos presentes aqui já tinham sido explorados na série Shadowhunters da Netflix, porém o que foi retratado de um modo “superficial” e até mesmo canhestro na adaptação, no livro é mostrado com mais profundidade o que acabou revelando outras nuances dos personagens e colaborando para que a história ficasse ainda mais interessante.


ISBN: 9788501403285
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 434
Classificação: Ótimo
Compre Aqui
Sinopse: Os Instrumentos Mortais – Livro 5
Quando Jace e Clary voltam a se encontrar, Clary fica horrorizada ao descobrir que a magia do demônio Lilith ligou Jace ao perverso Sebastian, e que Jace tornou-se um servo do mal. A Clave decide destruir Sebastian, mas não há nenhuma maneira de matar um sem destruir o outro. Mas Clary e seus amigos irão tentar mesmo assim. Ela está disposta a fazer qualquer coisa para salvar Jace, mas ela pode ainda confiar nele? Ou ele está realmente perdido?

Essa resenha pode conter spoilers dos livros anteriores, por isso se você não quiser correr o risco pode pular três parágrafos.

Cidade das Almas Perdidas começa exatamente do ponto em que o livro anterior termina, ou seja, com os Caçadores das Sombras descobrindo que Lilith, a mãe dos demônios usou magia das trevas para trazer Sebastian de volta do mundo dos mortos. Depois de ser derrotado na Guerra Mortal, o filho de Valentim está disposto a destruir o mundo para conquistar seus objetivos sombrios e ele, não está sozinho. Ligado a Sebastian pelo feitiço de Lilith, Jace torce-se servo da força das trevas e por consequência um novo alvo para a Clave.

Percebendo que a vida de Jace corre perigo, Clary e seus amigos decidem agir por conta própria. Alec, Isabelle, Magnus, Simon, Maia e Jordan começam uma corrida contra o tempo para salvar Jace. Entre encontros com demônios maiores, fadas traiçoeiras e as enigmáticas Irmãs de Ferro, eles buscam um meio romper a magia que liga Jace a Sebastian. Mas Clary não quer ficar parada esperando respostas ou uma solução e decide fazer o que for preciso para encontrar e salva-lo.

A jovem sabe que está colocando a si, e a todos que ama em um perigo ainda maior ao se aliar a Sebastian, mas para Clary seu único e maior objetivo, manter Jace a salvo. Será que isso significa que assim como o irmão, ela também possui um coração sombrio? Até onde Clary está disposta a ir por amor? Quando o plano de Sebastian é finalmente revelado, os Shadowhunters descobrem que não somente a existência dos nephilins corre risco e sim toda a humanidade.

Desde Cidade dos Ossos, o primeiro livro da série sabemos que apesar na história ter como pano de fundo a eterna luta entre o bem e o mal, ela é também construção da jornada do herói no caso aqui, a Clary. A adolescente “comum” que em um belo dia descobre que todas as lendas são reais e que em suas veias corre sangue angelical. A partir disso ela vai desvendando os segredos de sua origem e família, ao mesmo tempo em que se vê cada vez mais envolvida pelo misterioso universo dos Caçadores das Sombras e claro, por Jace.

Como comentei na resenha de Cidade dos Anjos Caídos, a passionalidade com que a protagonista lida com tudo o que se refere ao namorado faz com que ela não somente coloque a sua vida em risco, mas gere uma reação em cadeia onde todos sofrem direta ou indiretamente as consequências de suas ações.

Não há como negar o amadurecimento da personagem no decorrer da narrativa, afinal Clary sabe os riscos aos quais está se expondo e as possíveis consequências de suas ações, porém ela continua colocando o seu relacionamento acima do bem e do mal, chegando muito perto do ponto de ir contra seus próprios valores na tentativa de salvar Jace. Embora acompanhar a evolução da personagem seja algo gratificante, não nego que em muitos momentos me vi bastante incomodada com suas atitudes impensadas. 

Acredito que um dos maiores acertos da Cassandra Clare nessa segunda fase da série, Os Instrumentos Mortais, é o modo como a autora consegue desenvolver os arcos individuais dos personagens secundários. Em Cidade de Vidro, o Simon já tinha começa a ter um espaço maior e sem sombra de dúvidas de todos os personagens da série, ele é o que apresenta uma maior evolução. Confesso que não esperava gostar tanto do Simon, até porque nos dois primeiros livros ele é bem “chatinho”, mas que conforme a narrativa foi se desenrolando, me vi cada vez mais cativada pelo personagem.

Maia e Jordan também apresentam um bom crescimento, mas não há como negar que Isabelle, Magnus e Alec foram os que mais demonstraram as suas vulnerabilidades em Cidade das Almas Perdidas. Aqui é fica nítido como a morte de Max e os segredos que carrega da família Lightwood, afetam a Izzy. Porém ao demonstrar toda sua fragilidade Isabelle não se tornar uma pessoa "fraca", muito pelo contrário é justamente isso a deixa ainda mais forte.

Alec também revela suas inseguranças a respeito de seu relacionamento com Magnus, o que aos poucos acaba gerando dúvidas se o amor que sentem um pelo outro será forte o suficiente para sustentar a relação enttre um mortal com um imortal. Além disso, o feiticeiro também têm seus segredos e partes de sua vida que permanecem escondidas, o que pode levar Alec a se aliar as pessoas má intencionadas para conseguir suas respostas que procura.

“Pois frequentemente, quando algo precioso se perde, ao voltarmos a encontrá-lo, pode não ser mais o mesmo.”

Um dos meus maiores receios ao começar a ler esse novo arco da série, era que do mesmo modo que o Valentim acabou se relevado um “vilão decorativo” nos primeiros livros, o Sebastian seguisse o mesmo caminho. Só que para minha surpresa e até mesmo felicidade, Cassandra Clare consegue nos apresentar um vilão mais complexo.

As marcas de um passado de abandono e dor são visíveis no personagem e fica muito claro que mesmo com a sua visão distorcida, tudo o que ele busca é ser amado. Em muitos momentos durante a leitura a autora nos leva a refletir, se Sebastian não seria diferente se seu sangue não tivesse sido contaminado e seu coração capturado pelas trevas.

Não que as ações dele sejam perdoáveis, afinal Sebastian é cruel, sádico e perverso, mas é impossível não se perguntar o quanto isso podia ter sido “amenizado” se ele tivesse sido criado como o mesmo amor que a irmã recebeu de Jocelyn. Até porque, Magnus e os outros integrantes do submundo também possuem sangue demoníaco correndo e isso, não faz deles serem malignos.

Cidade das Almas Perdidas finaliza com um prelúdio de uma nova guerra e um futuro totalmente incerto para os Caçadores das Sombras. Cassandra Clare entregou uma narrativa bem construída, ao mesmo tempo em que desenvolveu com maestria o arco de todos os personagens. Depois do que encontrei aqui, as minhas expectativas pelo capítulo final da série, Os Instrumentos Mortais está altíssima.


Veja Também:

Cidade das Cinzas - Cassandra Clare

Cidade de Vidro - Cassandra Clare
Cidade dos Anjos Caídos - Cassandra Clare

janeiro 31, 2021

Cidade dos Anjos Caídos por Cassandra Clare

| Arquivado em: RESENHAS


D
e antemão, já aviso que é muito provável que as próximas resenhas do blog sejam dos últimos livros da série, Os Instrumentos Mortais da autora Cassandra Clare. Finalizar a maior quantidade de séries literárias que eu tinha começado a ler, era uma das minhas pouquíssimas metas para o ano que passou. Então na reta final de 2020, acabei priorizando a leitura desses livros começando por Cidade dos Anjos Caídos, o quarto livro da saga.

Uma coisa que já posso adiantar, é que gostei muito desse segundo arco da história em especial porque é nítido o quanto a escrita da autora evoluiu do primeiro livro para cá. Em Cidade dos Anjos Caídos, reencontrei com a narrativa bem construída que tanto me encantou na trilogia As Peças Infernais e com isso, me vi ainda mais apaixonada pelo mundo dos Shadowhunters.

Resenha -Cidade dos Anjos Caídos por Cassandra Clare


ISBN: 9788501092717
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2011
Número de páginas: 364
Classificação: Muito Bom
 Compre Aqui

Sinopse: Os Instrumentos Mortais – Livro 4
A guerra acabou e Caçadores de Sombras e integrantes do submundo parecem estar em paz. Clary está de volta a Nova York, treinando para usar seus poderes. Tudo parece bem, mas alguém está assassinando Caçadores e reacendendo as tensões entre os dois grupos, o que pode gerar uma segunda guerra sangrenta. Quando Jace começa a se afastar sem nenhuma explicação, Clary começa a desvendar um mistério que se tornará seu pior pesadelo.


Essa resenha pode conter spoilers dos livros anteriores, por isso se você não quiser correr o risco pode pular cinco parágrafos.


Quem leu a minha resenha de Cidade de Vidro sabe que finalizei a leitura um tanto decepcionada com alguns pontos no desenvolvimento da obra. O fato da narrativa em grande parte ter girado em torno dos dramas do casal protagonista Clary e Jace, foi algo que me incomodou muito, por isso foi com uma certa dose de alívio que fiquei feliz em perceber que neste livro, a autora resolve dar um foco maior aos outros personagens.

Claro que alguns acontecimentos não chegaram a me surpreender tanto, pois como assisti a série Shadowhunters da Netflix, muitos dos elementos presentes em Cidade dos Anjos Caídos foram explorados na adaptação. E aqui vale ressaltar que um personagem em especial, foi melhor aproveitado e trabalhado no seriado do que no livro.

Valentim foi finalmente derrotado e o fim da guerra em Idris deixou marcas profundas nos Caçadores de Sombras e em seus amigos. Simon, agora conhecido como Diurno se torna um alvo e passa a ser protegido por Jordan da Praetor Lupus, uma organização formada por lobisomens que auxiliam os recém-transformados a se adaptarem ao submundo. Só que além da preocupação em se manter vivo, Simon que sempre foi impopular entre as garotas inesperadamente se vê em meio a um triângulo amoroso entre Isabelle e Maia.  

Clary continua treinando para aperfeiçoar suas habilidades como caçadora das sombras, ao mesmo tempo que Jace começa a lidar com os fantasmas de sua mente, o que o leva a se afastar cada vez mais da namorada e de sua família. Em meio a tudo isso, a Clave precisa lidar com um novo problema, o repentino assassinato dos Caçadores de Sombras, o que pode gerar uma nova guerra ainda mais destrutiva do que a primeira.

Acredito que vale a pena ressaltar que para quem espera cenas de ação e grandes reviravoltas, pode ficar um pouco decepcionado com a leitura de Cidade dos Anjos Caídos. A narrativa não chega a ser de todo “arrastada”, mas por se tratar de um livro introdutório a nova fase da história o desenvolvimento é um tanto lento.

Como comentei alguns parágrafos acima, não cheguei a me surpreender tanto com desenrolar dos acontecimentos já que muitos deles foram mostrados na série televisiva, porém não nego que esperava uma participação mais ativa da Lilith, a grande mãe dos demônios.  No seriado ela foi mais atuante enquanto no livro, passou grande parte da história nos bastidores.

Uma das coisas que gostei em Cidade dos Anjos Caídos é que a Cassandra soube dosar bem a narrativa, mesclando acontecimentos cotidianos como os preparativos do casamento de Jocelyn com Luke, os ensaios e apresentações da banda do Simon ao mesmo tempo que a tensão causada pelas mortes dos nefilins paria sobre todos.

Outro ponto que considero positivo, foi o crescimento que o Simon teve na história, o que fez com que ele deixasse de ser um personagem secundário, para assumir um protagonismo maior na trama. Gostei da dinâmica criada entre ele, a Isabelle, Maia e Jordan, pois isso meio que desfez a aparente “dependência” que ele tinha da Clary nos livros anteriores. Confesso que novamente senti falta da presença constante do meu amado Magnus Bane
() na narrativa assim como do Alec.

O drama entre Clary e Jace continua me incomodando, apesar de saber que ele é o foco principal da sério. Porém como o tempo aprendi a gostar e até sentir empatia por Jace e todos os problemas pelos quais o personagem passa desde a sua infância. Infelizmente não posso dizer o mesmo da Clary. Suas atitudes imaturas e a passionalidade com qual ela lida com tudo o que envolve o Jace, chega ser exasperante.

“Corações são frágeis. E acho que mesmo quando a pessoa se cura, ela nunca mais volta a ser como era antes.”

Cassandra Clare soube explorar os elementos fortes do mundo que criou o trazer referências da trilogia As Peças Infernais em Cidade dos Anjos Caídos, demonstrando como tudo está interligado no universo dos Shadowhunters e cada personagem é importante para o desenvolvimento da história.

O final compensa o ritmo mais lento que a narrativa teve ao deixar várias pontas soltas para serem desenvolvidas nos próximos livros da série. Admito que as minhas expectativas estão altas por isso, não me decepcione Cassandra Clare.
 

Veja Também:

Cidade das Cinzas - Cassandra Clare

Cidade de Vidro - Cassandra Clare

janeiro 24, 2021

#naplaylist - Home & Office

| Arquivado em: MÚSICAS


Sempre que me recordo de alguma época específica de minha vida, há uma música que fez parte dela. É como se ao meu modo, mesclando gêneros e estilos, eu esteja de fato criando uma trilha sonora especial e única.

Durante esses meses que estou trabalhando home office, a música assim como os livros se tornou minha companheira leal. Seja por conta dos meus estudos ao piano, nos momentos em que apenas quero silenciar o ruído que vem do lado de fora ou como uma presença constante durante o meu trabalho.

Aquela playlist com músicas calminhas e good vibes para ouvir durante o trabalho.
imagem: Adobe Stock

Ao longo desses 10 meses de isolamento social, precisei aprender a equilibrar o home e o office, para que um não acabasse invadindo o espaço do outro e apesar de, sentir falta do convívio com os colegas de trabalho, me adaptei bem a rotina de trabalhar em casa.

Sei que muitos não tem o mesmo privilégio que eu, de poder trabalhar home office ainda mais, com o triste aumento de casos do coronavírus no país. Por isso, a minha intenção ao criar essa #naplaylits era que nela tivesse músicas calmas e ao mesmo tempo animadas para serem ouvidas em qualquer horário e lugar, sempre que você sentir que precisa de uma dose a mais de energia no decorrer do dia.


Acho que de todas as playlist que compartilhei aqui no blog essa é até agora a minha favorita, pois grande parte das músicas que estão nela, conheci no decorrer da quarentena. Ou seja, são músicas que estão me ajudando a passar por esse período tão desafiador sem perder a resiliência e principalmente a esperança de que dias muito melhores vão chegar em breve.

| naplaylist

Aquela playlist com músicas calminhas e good vibes para ouvir durante o trabalho ou estudos.


Uma das minhas melhores descobertas musicais de 2020 foram os mashups do Stephen Scaccia. Sério, se você assim como eu, cresceu entre os anos 90 e 2000 vai sentir um quentinho no coração ao ouvir esses mashups, tanto que na dúvida do qual selecionar para essa playlist acabei selecionando todos. 
 
De verdade essa é aquela seleção musical para você ouvir no trabalho, enquanto estuda, cozinha, faz faxina ou fica de boa apenas relaxando. Aquela mistura perfeita músicas calminhas e good vibes a gente deixa no repeat o dia todo.
 
Espero que essa playlist possa deixar seu dia mais leve, alegre e que por uma hora e pouco ela consiga te deixar com um sorriso no rosto e afastar as nuvens de tristeza e preocupação que pairam no coração de todos nós.

janeiro 17, 2021

A beleza poética nas obras de Diana Pedott

 | Arquivado em: ARTE 


Que sou apaixonada por arte e isso, você já deve ter percebido. E nada me deixa mais encantada quando uma tela ou ilustração consegue mesclar minhas duas grandes paixões, a arte e a poesia. As obras de Diana Pedott, possuem uma beleza poética que nos deixa maravilhados por sua delicadeza e graça únicas.

A cada mês quando começo a pesquisar os ilustradores para a coluna Arte, fico felicíssima em perceber como tem pessoas talentosas no mundo.  Claro que decidir qual artista e quais trabalhos vou compartilhar com você se torna uma tarefa ainda mais difícil, porém não menos gratificante.


Ilustrações de Diana Pedott
A moça fechou os olhos e floriu, para todos os lados, infinitamente

Diana Pedott mora em Florianópolis e vem de uma família de artistas. Formada pela  Universidade Federal de Santa Catarina, além de criar ilustrações lindas que exaltam a beleza e a diversidade feminina, Diana ainda toca violino e é bailarina. Talento puro, não é mesmo?

O que mais me deixou apaixonada pelos trabalhos da ilustradora é como cada obra consegue passar a sensação de paz e tranquilidade. É tudo muito singelo e tocante, como aqueles momentos especiais e marcantes que vivemos ao longo da vida.

| Outros trabalhos: 

Ilustrações de Diana Pedott
Pequena bailarina entre as flores, e o pequeno pássaro azul

Ilustrações de Diana Pedott
A moça e a borboleta

Ilustrações de Diana Pedott
A menina, e seu livro de historias

Ilustrações Diana Pedott
A menina, e seu pequeno pássaro estrelado

Ilustrações de Diana Pedott
A luz que encontra a menina, ou a menina ao encontro da luz

Ilustrações de Diana Pedott
A moça e suas estrelas


Confesso que foi bem difícil não apenas selecionar as obras para esse post, mas escolher a minha favorita. Porém de alguma forma, a Pequena bailarina entre as flores, e o pequeno pássaro azul e A moça e a borboleta foram as ilustrações que mais tocaram em meu coração.

No final do post, estou deixando os links de onde você pode encontrar outras ilustrações tão maravilhosas como essas que compartilhei aqui. E não esqueça de deixar nos comentários qual ou quais obras você mais gostou.

Até o próximo post!

+ Diana Pedott
Site | Instagram

janeiro 10, 2021

O Código dos Bucaneiros por Caroline Carlson

| Arquivado em: RESENHAS

D
e
uns anos para cá, venha lendo cada vez menos infantojuvenis. Em partes porque conforme o tempo foi passando, o meu gosto literário foi mudando. Além disso, não nego que tenho um pouco de receio da narrativa acabar não me envolver tanto e isso, me levar a abandonar o livro. Mas felizmente, esse não é o caso de O Código dos Bucaneiros da autora Caroline Carlson.

O terceiro livro da trilogia, A Quase Honrosa Liga de Piratas traz uma história que agrada todos os públicos, com sua narrativa leve, bem humorada e nos fala sobre o poder da perseverança diante dos desafios que a vida nos impõe para alcançarmos um objetivo. A escrita da autora é fluida e os personagens, incluindo “vilões” possuem uma personalidade cativante, o que tonar a leitura ainda mais divertida.

Resenha

 
ISBN: 9788555340086
  Editora: Seguinte
  Ano de Lançamento: 2016
  Número de páginas: 320
  Classificação: Muito bom

Sinopse: A Quase Honrosa Liga de Piratas – Livro 3
A filiação da jovem Hilary Westfield à Quase Honrosa Liga de Piratas não durou muito tempo. Depois de descobrir que o líder da organização, o capitão Dentenegro, estava envolvido com um grupo de criminosos que quer dominar o reino, Hilary decidiu se tornar uma pirata autônoma. Contudo, a fiel tripulação que a acompanha em suas aventuras em alto-mar acredita que ela seria a pessoa ideal para combater Dentenegro e assumir a liderança da QHLP, o que leva a garota a desafiar o capitão para uma batalha. O problema é que a disputa nem vai começar se Hilary não conseguir reunir duzentos seguidores para lutar ao seu lado. Assim, a jovem pirata parte numa missão de recrutamento que pode ou não envolver piratas temíveis, damas delicadas mais temíveis ainda… e galinhas.


Pode conter spoiler dos livros anteriores, se você não quiser correr o risco pode pular quatro parágrafos.


A jovem Hilary Westfield já passou por diversos aventuras e provou que uma menina pode ser sim, uma ótima pirata. Porém o que ela não imaginava é que teria pela frente um desafio ainda maior, enfrentar o capitão Dentenegro pela liderança da A Quase Honrosa Liga de Piratas (QHLP).  A verdade é que essa ideia descabida nunca tinha passado por sua cabeça, já que após descobrir os planos corruptos do capitão, o Terror das Terras do Sul como é conhecida, está mais que satisfeita em ser uma pirata autônoma.

Só que a fiel tripulação do Pombo, acredita que Hilary é a pessoa certa para derrotar o traiçoeiro Dentenegro e devolver um pouco da honra a QHLP. Mesmo com medo de fracassar e acabar sendo exilada no Abrigo Pestilento para Piratas Mal-humorados, ela aceita a missão e desafia Dentenegro para a batalha que decidirá quem será o novo líder da QHLP. Mas para que a batalha seja possível, Hilary vai precisar reunir duzentos apoiadores, tarefa essa que será dificultada pelos estratagemas do temível capitão.

Enquanto isso, na Escola da Senhorita Pimm para Damas Delicadas, Claire continua sendo treinada pela Srta. Pimm para se tornar a próxima Encantadora do reino de Augusta. Porém a jovem ainda não tem pleno poder sobre a magia e assim como Hilary, tem uma inimiga de peso para enfrentar, a traiçoeira Filomena.

Será que Hilary e Claire serão capazes de derrotar seus inimigos e salvar a magia do reino? Entre aventuras em mares tempestuosos e emboscadas as duas vão aprender o valor da amizade e a importância de nunca desistir de lutar por seus objetivos.

O Código dos Bucaneiros possui uma narrativa despretensiosa e agradável de se acompanhar. Gosto muito do fato da autora Caroline Carlson, optar por trazer uma aventura diferente a cada livro, ao mesmo tempo que preserva a linha do tempo da história. Sim é necessário ler os livros na sequência, justamente porque aqui os acontecimentos dos livros anteriores não constantemente repetidos ao longo da narrativa, mas servem de base para o enredo. Isso no meu ponto de vista acaba tornando o ritmo da leitura rápido e menos maçante, sem que a essência da obra se perca.

Desde o primeiro livro, O Tesouro da Encantadora a trilogia A Quase Honrosa Liga de Piratas se revelou uma história contagiante em que a escrita da autora, consegue nos transportar para um barco pirata e para todas as emoções vividas por eles em alto-mar. Porém o que mais me conquistou aqui, foi perceber a evolução que cada personagem teve.

Mesmo sendo uma história com um toque cômico, afinal as regras da QHLP são tão sem sentido que é impossível não dar boas risadas durante a leitura, é visível o quanto a Hilary e a Claire amadureceram entre o primeiro livro e o último. Em diversos momentos ambas demonstraram suas fragilidades e o medo de não serem capazes de corresponderem as expectativas e a fé que os outros depositaram nelas. Isso as torna ainda mais próximas de nós leitores, pois todos nós em algum momento de nossas vidas já tivemos medo de decepcionar que amamos.

Os personagens secundários como a carismática Srta. Greyson e os atrapalhados piratas Jasper e Charlie continuam roubando a cena, assim como a fofíssima Gárgula. A inserção de novos personagens contribuiu para dar uma nova dinâmica a história, do mesmo modo que velhos conhecidos como almirante Westfield acabou se revelando um pilantra ainda maior do que Dentenegro. Filomena apesar de não ter tido uma participação tão expressiva, não decepciona no papel e tem um final merecido por todas as suas falcatruas.

“Qualquer pirata pode encontrar um tesouro ou empunhar uma espada, mas quase nenhum tem coragem suficiente para encarar as coisas das quais realmente têm medo.”


Os jornais "sérios" e de mexerico, cartas assim como os bilhetes misteriosos presentes nos livros anteriores, continuam marcando presença e funcionam com um excelente recurso narrativo para deixar o enredo ainda mais divertido.

Os diálogos se mantêm bem construídos e embora a atmosfera da história como um todo preze pela leveza, é perceptível a mensagem que a autora busca passar com ao longo da trilogia é que, independentemente dos obstáculos que tenhamos pela frente com uma boa dose de perseverança e bons amigos podemos vencê-los.

O Código dos Bucaneiros fecha a trilogia A Quase Honrosa Liga de Piratas com chave de ouro. Sem dúvidas Caroline Carlson nos presenteou com a série linda e ideal para quem gosta de leituras singelas para relaxar e dar boas risadas.


Veja Também:

O Tesouro da Encantadora por Caroline Carlson
O Terror das Terras do Sul por Caroline Carlson

© 2010 - 2021 Blog My Dear Library | Ariane Gisele Reis • Livros, Música, Arte, Poesias e Sonhos. Tema desenvolvido com por Iunique - Temas.in