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março 21, 2021

#naplaylist - Em Casa

| Arquivado em: MÚSICAS


De todas as playlist que compartilhei aqui no blog, essa é com certeza a mais aleatória de todos elas. Ela é composta praticamente por músicas que conheci, no decorrer desse último e longo ano de isolamento social em que estou em casa. Às vezes parece inacreditável, que faz um ano desde a última vez que encontrei com meus amigos presencialmente, ou que saí de casa a passeio.

Mas esse post, não é para falar de tristeza e sim para dividir com você, coisas boas e as minhas últimas descobertas musicais. E é engraçado que a forma como conheci a maioria das músicas do #naplaylist de hoje, me recordou muito a Ane adolescente que dormia e acordava com o rádio ligado e que todo dia, descobria uma nova música maravilhosa para fazer parte da trilha sonora da sua vida.

Músicas que conhecia durante a pandemia
Getty Imagens
A contrário das playlists que normalmente trago aqui no blog, que são planejadas para que as melodias conversem entre si e com isso, proporcionem uma melhor experiência sensorial, a playlist de hoje não tem planejamento nenhum. Simplesmente fiz um apanhado das músicas que conheci e mais gostei durante esse período de isolamento social e criei uma playlist nova.

Só que quando se é uma pessoa metódica, até a “aparente bagunça” fica organizada. De alguma forma por mais aleatória que as minhas escolhas tenham sido, o resultado ficou muito harmonioso.  Tanto que essa é aquela playlist que você pode escutar para acordar, para trabalhar, organizar a casa ou apenas ficar no sofá aproveitando aquele finalzinho de tarde preguiçoso.  Ou seja, a seleção musical perfeita para todos os momentos do seu dia.

| naplaylist

Músicas para deixar o isolamemto social menos triste


Confesso que uma das minhas coisas favoritas de fazer ao longo dessa prolongada quarentena, é ficar deitada na minha cama ouvindo música. Sério, fico até mais leve após essas sessões de musicoterapia. Inclusive esse foi um hábito que adquiri enquanto lia, O Caminho do Artista da autora Julia Cameron.

Então meu convite para você é dar play agora e pela próxima 1h tentar deixar um pouco de lado todas as suas preocupações. Sei que nem sempre isso é fácil, mas lembre-se que todos nós precisamos de pequenos momentos diários em nossa própria companhia para recarregar a nossa energia.

março 14, 2021

Sobre o tempo ...

| Arquivado em: CRÔNICAS & POESIAS

Divagando
imagem: Unsplash

Sinto saudades das longas conversas que tínhamos. Quando passávamos horas falando sobre tudo ou apenas compartilhando um silêncio confortável. Dos sonhos e desejos sussurrados, de nossos pequenos segredos e cumplicidade. Me pergunto se me tornei tão chato e enfadonho ao ponto de você decidir seguir em frente, à passos rápidos demais para que eu conseguisse acompanhar.

Sei que já devia estar acostumado com isso, afinal já te vi chegar e partir tantas e tantas vezes. Só que por mais preparado que eu esteja para esse momento e da curta distância que nos separa, sinto um vazio imenso quando isso acontece.

Continuo sabendo de todos os seus segredos, porém gostava mais quando nós conversávamos e você os dividia comigo por vontade própria. Não pense que estou te espionando, só que a verdade é que mesmo que você quisesse não há como esconder algo de mim.

Enquanto permaneço aqui sozinho, você corre de um lado para o outro sem olhar para trás, até porque isso não faz muito o seu estilo. Sou eu que estou sempre preso ao passado e que em contrapartida, observa você experienciar o presente e sonhar com o futuro. A grande ironia de nossa relação é que todos dizem que sou eu, que ando rápido demais, quando a realidade, é que nem sempre consigo acompanhar tudo com tanta rapidez. Meus passos continuam iguais, seguindo seu ritmo constante e bem marcado, tic-tac, tic-tac...

Admiro a sua leveza, o sopro de felicidade que você traz a todos quem toca, tão diferente da minha presença que os assusta os faz lembrar de tudo o que perderam, de todos seus erros e que não há como voltar. Não faço isso por crueldade, mas esse de certo modo é o meu trabalho, a minha parte em nossa parceria. Neste ciclo infinito no qual estamos presos, estou fadado cedo ou tarde ao esquecimento mesmo que eu, continue te acompanhando e assistindo a tudo, dos seus primeiros e incertos passos até o momento que a sua luz de apaga.

Não me importo de ser visto como vilão em nossa curta jornada juntos. Minha única tristeza é perceber que muitas vezes, aqueles que te recebem como um presente não notam o quão frágil, passageira e bela você é.

Sendo quem sou, o Tempo contínuo diariamente em minhas imutáveis 24 horas, transitando entre seus momentos e realizações boas ou não. A única coisa que peço em troca é que você, minha querida amiga Vida os ensine: a sorrir mais, abraçar mais, beijar mais, perdoar mais, a amar mais.

Quem sabe dessa forma o nosso breve período, possa ser maior e ao invés de nos separarmos, possamos caminhar juntos sem presa, magoas, medos ou acusações. Somente aproveitando o que há de melhor em você e em mim, - o momento presente

texto escrito por: Ariane Gisele Reis.  ©  Todos os Direitos Reservados.

março 07, 2021

A beleza dos detalhes por Jungsuk Lee

 | Arquivado em: ARTE 


Durante esse quase um ano de isolamento social uma das coisas que aprendi, além de cultivar a paciência e a resiliência foi de prestar a devida atenção aos detalhes que tornam meu dia mais feliz. São coisas que vista de fora podem parecer bobas como por exemplo, acordar cedo e tomar uma xícara de café bem quentinha durante o nascer do sol.

Conforme o tempo foi passando, comecei a apreciar e ver beleza nesses pequenos detalhes de meu cotidiano. Acredito que foi justamente por esse motivo, que as obras do ilustrador sul-coreano Jungsuk Lee, me encantaram tanto.

I want you to stay
I want you to stay

Conhecido também como endmion1, Jungsuk Lee mescla em seus trabalhos o cotidiano com toques de fantasia, o que dá a cada obra um efeito sensível e ao mesmo tempo único. A suavidade em seu traço e a paleta de cores usadas, tornam perceptível a atmosfera melancólica e intimista de seus trabalhos.

A sensação que tenho quando olho para as belas ilustrações do Jungsuk é que ele capturou um momento singular e eternizou.  Outro ponto que me chama bastante atenção em suas obras são os detalhes. Esses são pequenos, mas dão aos seus trabalhos uma riqueza ainda maior.


| Outros trabalhos:   

about the loss
About the Loss

last night
Last Night

dream
Dream

Star's Waiting
Star's Waiting

White Day
White Day

Acredito que não preciso falar, o quanto estou apaixonada pelo trabalho do Jungsuk Lee. Tanto que não consigo decidir qual das ilustrações que compartilhei aqui com você, é a minha favorita. Cada uma tocou meu coração de um modo singelo e especial.

Sei que os tempos não estão fáceis para ninguém e no meu caso 2021 começou cheio de desafios e momentos tristes, mas espero que assim como acontece comigo sempre que vejo uma linda ilustração, o nascer do sol ou uma noite estrelada, a inspiração e a fé que dias melhores viram se renovem em seu coração.

Não deixe de nos comentários, qual ou quais obras você gostou mais. Vou adorar saber se assim como eu, você também amou todas.

+ Jungsuk Lee
Site | Instagram | Behance

fevereiro 28, 2021

Cidade do Fogo Celestial por Cassandra Clare

| Arquivado em: RESENHAS


F
az quase sete anos desde que iniciei a leitura da série, Os Instrumentos Mortais e agora ao finalizá-la sinto um misto de dever cumprido e saudades. Ao longo de seis livros acompanhei a jornada e a evolução tanto dos personagens como também da escrita da autora, Cassandra Clare e Cidade do Fogo Celestial fecha uma saga, ao mesmo tempo em que cria e reforça as conexões entre sua história, com as outras que se passam no mesmo universo.

Ao finalizar a leitura de Cidade das Almas Perdidas, minhas expectativas estavam altíssimas com o último livro da série. Em partes elas foram atendidas, porém não nego que senti que a autora fez muito “rodeio” e com isso alguns pontos e personagens que podiam ter agregado mais a narrativa, acabaram ficando “esquecidos”.


ISBN: 9788501092731
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 532
Classificação: Ótimo
Compre Aqui

Sinopse: Os Instrumentos Mortais – Livro 06
ERCHOMAI, Sebastian disse. Estou chegando.
Escuridão retorna ao mundo dos Caçadores de Sombras. Enquanto seu povo se estilhaça, Clary, Jace, Simon e seus amigos devem se unir para lutar com o pior Nephilim que eles já encararam: o próprio irmão de Clary. Ninguém no mundo pode detê-lo deve a jornada deles para outro mundo ser a resposta? Vidas serão perdidas, amor será sacrificado, e o mundo mudará no sexto e último capítulo da saga Os Instrumentos Mortais.

Essa resenha pode conter spoilers dos livros anteriores, por isso se você não quiser correr o risco pode pular três parágrafos.


A Clave nunca se viu diante de um inimigo tão astuto e temível com Sebastian Morgenstern.  De posse de sua criação o Cálice Infernal, ele segue espalhando o terror ao invadir os Institutos e transformando Caçadores de Sombras em seres maligno, os Crepusculares. Enquanto isso os nephilins que conseguem escapar se refugiam em Alicante, na esperança de que as torres demoníacas e as demais barreiras que protegem a cidade sejam fortes o suficiente para manter o filho de Valentim e seus seguidores afastados.

Quando Luke, Jocelyn, Magnus e Raphael são sequestrados para serem usados como moeda de troca, Clary e Jace sabem que não podem ficar de braços cruzados esperando que a Clave decida se vai ou não ceder às exigências de Sebastian.  Junto com Alec, Isabelle e Simon eles partem em uma jornada arriscada para um dos territórios do Inferno, o Edom. O grupo sabe que essa pode ser uma missão sem volta, mas eles têm a esperança de encontrar alguma forma de derrotar Sebastian em seu próprio domínio.

Traída e acuada a Clave sabe que é apenas uma questão de tempo, para guerra começar derrubando as barreiras que os protege. E dessa vez o inimigo não vai ser um demônio ou uma criatura a qual, eles foram treinados para derrotar. Será outro Shadowhunter, alguém que outrora os amava e que agora só tem um único desejo, - destruí-los. No Edom, Clary e Jace jogam a sua última carta contra Sebastian sem ter certeza se vão conseguir salvar aqueles que amam, o mundo e a si mesmos.

Como o capítulo final de uma série extensa, Cidade do Fogo Celestial apresenta um bom desfecho, mas confesso que esperava um “pouco mais”. A narrativa começa com um ritmo bastante lento e mesmo entendendo, a importância da autora interligar as diversas histórias que se passam no mundo que criou, senti que em muitos momentos os personagens de TIM acabaram sendo “deixados de lado”, por conta do espaço que a Cassandra deu aos personagens da série, Os Artifícios das Trevas.

Entendo que o cenário principal da história mudou de Nova Iorque para Alicante e o Edom, mas muitas situações que pediam para ser mais bem trabalhadas pela importância que desenpenham na narrativa, foram tratadas de forma rápida e superficial, como se a autora quisesse resolver logo um problema. 

Um bom exemplo disso é a Maia que teve um ótimo desenvolvimento no livro anterior, mas que em Cidade do Fogo Celestial apesar de desempenhar um papel relevante, acabou tendo sua participação reduzida por conta dos novos personagens.

Outro ponto que senti falta, foi da autora explorar mais a relação de Sebastian com a Jocelyn. Afinal, depois de tantos anos ressentimentos e arrependimentos, seria bem interessante ter visto mais interações entre mãe e filho. Inclusive porque como comentei em minha resenha anterior é muito perceptível que do modo “torto” dele, tudo o que Sebastian busca é amor.

Não há como negar que Sebastian é de fato um vilão, V maiúsculo. Ele é cruel, sádico e está disposto a literalmente trazer o apocalipse ao mundo para conseguir o que deseja. Adorei ver a ascenção do Sebastian na história, principalmente porque ele conquista seu o seu lugar por mérito próprio, ou seja, sem precisar se apoiar no legado deixado por Valentim.

Uma das coisas mais gratificantes de acompanhar em Os Instrumentos Mortais é a evolução da escrita da autora como também, o amadurecimento dos personagens. Não é segredo para ninguém que acompanha o blog, que não sou muito fã do casal protagonista da saga. No primeiro arco da história, todo drama envolvendo o relacionamento de Jace e Clary chegava a ser exasperante em especial, porque era nítido que os demais personagens tinham um potencial incrível para torna a narrativa mais instigante.

Cassandra Clare conseguiu corrigir isso na reta final da série. O casal protagonista continua tendo atitudes um tanto inconsequentes, mas não há como negar o quão corajosos Jace e Clary são. O Simon teve um crescimento imenso e ao menos em minha opinião, ele é um dos grandes heróis da história. Ele passou por tanta coisa e ao final se sacrificou para salvar seus amigos. Foi lindo acompanhar sua trajetória e isso, fez com que o meu carinho por ele aumentasse ainda mais.

Os irmãos Lightwoods também conquistaram mais visibilidade e relevância na construção da narrativa. A Isabelle foi sem dúvida uma das melhores surpresas que tive, pois na adaptação da Netflix os roteiristas em muitos episódios davam preferência por mostrar o lado mais “sexy” da personagem do que o conjunto de qualidades que fazem dela uma shadowhunter tão maravilhosa. Izzy desabrochou nos últimos livros e ao abrir o seu coração para o amor, ela demonstra de um modo muito bonito que a fragilidade também é parte daquilo que nos torna forte e mais humanos.

Admito que ao final de Cidade das Almas Perdidas, fiquei um pouco decepcionada com as atitudes do Alec. O caminho tomando pelo relacionamento dele com Magnus, deixou meu coração em pedaços e por esse motivo, foi tão recompensador ver como o Alec cresceu e aprendeu com as suas ações. Novamente vemos Magnus baixar a guarda como acontece em Princesa Mecânica e revelar não só os seus sentimentos mais profundos, mas seus medos também. Assim como Simon, ele está disposto a fazer grandes sacrifícios por quem ama e isso, faz dele um personagem ainda mais incrível.

Acho que não preciso falar o quanto amei as referências a trilogia As Peças Infernais e rever personagens tão queridos. Meu deu um quentinho gostoso no coração, mesmo já sabendo como algumas coisas aconteceram.

“— Somos todos parte do que lembramos. Guardamos em nós as esperanças e os medos daqueles que nos amam. Contanto que exista amor e lembrança, não existirá perda de fato.”

Cidade do Fogo Celestial deixa bem claro o quanto a Clave é falha como instituição e que, por mais que alguns membros se esforcem para diminuir o espaço que separa os nephilins dos membros do Submundo, o preconceito é algo que já está enraizado. Acredito até que esse será um dos pontos que a autora aborda com mais profundidade na trilogia Os Artifícios das Trevas, já que as pontas soltas que ela deixa aqui servem como ligação para a história de Emma Carstairs e Julian Blackthorn.

No geral a leitura da série
Os Instrumentos Mortais foi de altos e baixos, mas que ao final conseguiu entregar aquilo que prometeu. Sei que essa não é uma despedida definitiva do universo maravilhoso criado pela Cassandra Clare, mas não pretendo dar continuidade em Os Artifícios das Trevas agora. Na verdade, pretendo retornar ao mundo dos Shadowhunters, só quando a saudade apertar. Dessa forma, quando me reencontrar com personagens tão queridos estarei prepara para embarcar em uma nova, maravilhosa e imprevisível aventura. 


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Cidade das Cinzas - Cassandra Clare

fevereiro 21, 2021

Cidade das Almas Perdidas por Cassandra Clare

| Arquivado em: RESENHAS

Enfim cheguei ao penúltimo livro da série Os Instrumentos Mortais da Cassandra Clare. Cidade das Almas Perdidas, apresenta uma narrativa mais ágil, envolvente e que cada capítulo foi me deixando mais angustiada e curiosa para saber quais surpresas e reviravoltas, a autora tinha preparado.

Assim como em Cidade dos Anjos Caídos, alguns elementos presentes aqui já tinham sido explorados na série Shadowhunters da Netflix, porém o que foi retratado de um modo “superficial” e até mesmo canhestro na adaptação, no livro é mostrado com mais profundidade o que acabou revelando outras nuances dos personagens e colaborando para que a história ficasse ainda mais interessante.


ISBN: 9788501403285
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 434
Classificação: Ótimo
Compre Aqui
Sinopse: Os Instrumentos Mortais – Livro 5
Quando Jace e Clary voltam a se encontrar, Clary fica horrorizada ao descobrir que a magia do demônio Lilith ligou Jace ao perverso Sebastian, e que Jace tornou-se um servo do mal. A Clave decide destruir Sebastian, mas não há nenhuma maneira de matar um sem destruir o outro. Mas Clary e seus amigos irão tentar mesmo assim. Ela está disposta a fazer qualquer coisa para salvar Jace, mas ela pode ainda confiar nele? Ou ele está realmente perdido?

Essa resenha pode conter spoilers dos livros anteriores, por isso se você não quiser correr o risco pode pular três parágrafos.

Cidade das Almas Perdidas começa exatamente do ponto em que o livro anterior termina, ou seja, com os Caçadores das Sombras descobrindo que Lilith, a mãe dos demônios usou magia das trevas para trazer Sebastian de volta do mundo dos mortos. Depois de ser derrotado na Guerra Mortal, o filho de Valentim está disposto a destruir o mundo para conquistar seus objetivos sombrios e ele, não está sozinho. Ligado a Sebastian pelo feitiço de Lilith, Jace torce-se servo da força das trevas e por consequência um novo alvo para a Clave.

Percebendo que a vida de Jace corre perigo, Clary e seus amigos decidem agir por conta própria. Alec, Isabelle, Magnus, Simon, Maia e Jordan começam uma corrida contra o tempo para salvar Jace. Entre encontros com demônios maiores, fadas traiçoeiras e as enigmáticas Irmãs de Ferro, eles buscam um meio romper a magia que liga Jace a Sebastian. Mas Clary não quer ficar parada esperando respostas ou uma solução e decide fazer o que for preciso para encontrar e salva-lo.

A jovem sabe que está colocando a si, e a todos que ama em um perigo ainda maior ao se aliar a Sebastian, mas para Clary seu único e maior objetivo, manter Jace a salvo. Será que isso significa que assim como o irmão, ela também possui um coração sombrio? Até onde Clary está disposta a ir por amor? Quando o plano de Sebastian é finalmente revelado, os Shadowhunters descobrem que não somente a existência dos nephilins corre risco e sim toda a humanidade.

Desde Cidade dos Ossos, o primeiro livro da série sabemos que apesar na história ter como pano de fundo a eterna luta entre o bem e o mal, ela é também construção da jornada do herói no caso aqui, a Clary. A adolescente “comum” que em um belo dia descobre que todas as lendas são reais e que em suas veias corre sangue angelical. A partir disso ela vai desvendando os segredos de sua origem e família, ao mesmo tempo em que se vê cada vez mais envolvida pelo misterioso universo dos Caçadores das Sombras e claro, por Jace.

Como comentei na resenha de Cidade dos Anjos Caídos, a passionalidade com que a protagonista lida com tudo o que se refere ao namorado faz com que ela não somente coloque a sua vida em risco, mas gere uma reação em cadeia onde todos sofrem direta ou indiretamente as consequências de suas ações.

Não há como negar o amadurecimento da personagem no decorrer da narrativa, afinal Clary sabe os riscos aos quais está se expondo e as possíveis consequências de suas ações, porém ela continua colocando o seu relacionamento acima do bem e do mal, chegando muito perto do ponto de ir contra seus próprios valores na tentativa de salvar Jace. Embora acompanhar a evolução da personagem seja algo gratificante, não nego que em muitos momentos me vi bastante incomodada com suas atitudes impensadas. 

Acredito que um dos maiores acertos da Cassandra Clare nessa segunda fase da série, Os Instrumentos Mortais, é o modo como a autora consegue desenvolver os arcos individuais dos personagens secundários. Em Cidade de Vidro, o Simon já tinha começa a ter um espaço maior e sem sombra de dúvidas de todos os personagens da série, ele é o que apresenta uma maior evolução. Confesso que não esperava gostar tanto do Simon, até porque nos dois primeiros livros ele é bem “chatinho”, mas que conforme a narrativa foi se desenrolando, me vi cada vez mais cativada pelo personagem.

Maia e Jordan também apresentam um bom crescimento, mas não há como negar que Isabelle, Magnus e Alec foram os que mais demonstraram as suas vulnerabilidades em Cidade das Almas Perdidas. Aqui é fica nítido como a morte de Max e os segredos que carrega da família Lightwood, afetam a Izzy. Porém ao demonstrar toda sua fragilidade Isabelle não se tornar uma pessoa "fraca", muito pelo contrário é justamente isso a deixa ainda mais forte.

Alec também revela suas inseguranças a respeito de seu relacionamento com Magnus, o que aos poucos acaba gerando dúvidas se o amor que sentem um pelo outro será forte o suficiente para sustentar a relação enttre um mortal com um imortal. Além disso, o feiticeiro também têm seus segredos e partes de sua vida que permanecem escondidas, o que pode levar Alec a se aliar as pessoas má intencionadas para conseguir suas respostas que procura.

“Pois frequentemente, quando algo precioso se perde, ao voltarmos a encontrá-lo, pode não ser mais o mesmo.”

Um dos meus maiores receios ao começar a ler esse novo arco da série, era que do mesmo modo que o Valentim acabou se relevado um “vilão decorativo” nos primeiros livros, o Sebastian seguisse o mesmo caminho. Só que para minha surpresa e até mesmo felicidade, Cassandra Clare consegue nos apresentar um vilão mais complexo.

As marcas de um passado de abandono e dor são visíveis no personagem e fica muito claro que mesmo com a sua visão distorcida, tudo o que ele busca é ser amado. Em muitos momentos durante a leitura a autora nos leva a refletir, se Sebastian não seria diferente se seu sangue não tivesse sido contaminado e seu coração capturado pelas trevas.

Não que as ações dele sejam perdoáveis, afinal Sebastian é cruel, sádico e perverso, mas é impossível não se perguntar o quanto isso podia ter sido “amenizado” se ele tivesse sido criado como o mesmo amor que a irmã recebeu de Jocelyn. Até porque, Magnus e os outros integrantes do submundo também possuem sangue demoníaco correndo e isso, não faz deles serem malignos.

Cidade das Almas Perdidas finaliza com um prelúdio de uma nova guerra e um futuro totalmente incerto para os Caçadores das Sombras. Cassandra Clare entregou uma narrativa bem construída, ao mesmo tempo em que desenvolveu com maestria o arco de todos os personagens. Depois do que encontrei aqui, as minhas expectativas pelo capítulo final da série, Os Instrumentos Mortais está altíssima.


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