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fevereiro 17, 2019

O Dueto Sombrio por Victoria Schwab

| Arquivado em: RESENHAS.







ISBN: 9788555340666
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 448
Classificação: Bom.
Sinopse:  Monstros da Violência – Livro 02.
Na sequência final de A Melodia Feroz, Kate Harker precisa voltar para Veracidade e se unir ao sunai August Flynn para enfrentar um ser que se alimenta do caos.  Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros — e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão — e vai cumprir seu papel, não importam as consequências. Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua — e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge — uma que força suas vítimas a cometer atos violentos —, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.

Com uma distopia original cheia de ação e excelentes reviravoltas, A Melodia Feroz da autora, Victoria Schwab me surpreendeu tanto, que acabou sendo uma das minhas melhores leitura de 2017. Por esse motivo, acredito que não preciso dizer o quanto essa blogueira que vos escreve, estava com as expectativas bem altas em relação ao último livro da duologia Monstros da Violência, O Dueto Sombrio. Porém, como vocês vão perceber ao longo da resenha, essa foi uma leitura um pouco “complicada”.

Essa resenha pode conter spoilers do livro anterior, então se você não quiser correr o risco pode pular três parágrafos.

Seis meses se passaram desde que Kate Harker fugiu de Veracidade e de seus monstros. Porém, aparece que onde quer que a garota vá, os monstros a seguem. Quando os monstros começam a surgir em Prosperidade, ela sabe que é a única capaz de combatê-los e por isso decide caçá-los. Porém, por mais que Kate tente seguir em frente os fantasmas de seu passado estão sempre à espreita, nas sombras de sua própria consciência.

Já em Veracidade, os monstros controlam o lado norte da cidade e os habitantes que antes viviam no luxo e pagavam pela proteção de Collum Harker, se vêm obrigados a migrar para o lado sul da cidade para sobreviver. Do lado sul está August Flynn, o monstro sunai que sempre desejou ser humano, que perdeu uma parte de si mesmo e precisou assumir o lugar que antes era do seu irmão Leo como comandante da FTF. Assim como Kate, ele se tornou um caçador, mais não de monstros e sim de almas pecadoras.

Quando um novo monstro que se alimenta da própria violência surgi, Kate sabe está na hora de voltar para casa, para Veracidade. Porém a garota não fazia ideia do caos estava a sua espera. O lado norte está dominado por monstros comandados por um velho inimigo que ela acreditava estar morto e por um monstro que ela mesma criou. Do lado sul, Kate é vista como inimiga e mesmo que August seu velho amigo ainda confie nela, algo entre eles também parece ter se quebrado.  A batalha final se aproxima, e Kate e August se unem novamente para derrotar os monstros já conhecidos e a nova ameaça. Mas, até quando Kate será capaz de conter o monstro que ela está se tornando?

Essa é a minha quarta tentativa de escrever a resenha de O Dueto Sombrio, tamanho é o meu conflito de sentimentos em relação ao que eu encontrei aqui. Sinceramente quanto mais eu penso no rumo que a Victoria Schwab deu para história, mas chego à conclusão que teria sido melhor a autora ter parado em A Melodia Feroz, já que de certo modo ela tinha dado um desfecho mais conclusivo no livro anterior. Que fique claro que não estou dizendo que O Dueto Sombrio é um livro ruim. Eu gostei em partes da história, porém não nego que esperava algo mais consistente e principalmente uma resolução mais completa do mundo que a autora criou.  Porém, isso não aconteceu, tanto que quando eu terminei o livro fiquei: “Tá, então só é isso?”.

Um dos momentos mais esperados por mim, era o reencontro da Kate e do August, especialmente porque eu estava bem curiosa para ver como seria a dinâmica entre eles depois das escolhas que tiveram que fazer no passado para sobreviver. A Kate começa a história aparentando estar bem mais madura e mais consciente dos seus atos, algo que até metade do livro estava me agradando bastante. Mas, depois de um ponto em diante, ela volta a agir de modo impulsivo e até mesmo arrogante o que em minha opinião desconstrói completamente qualquer evolução que a personagem vinha tendo desde o livro anterior.

Já o August mesmo que há princípio eu tenha sentido uma certa “antipatia” por ele, conseguiu me conquistar por ser um personagem complexo e cheio de peculiaridades que o tornam um protagonista mais interessante do que a Kate. Aqui é visível que ele não está confortável em sua nova posição como comandante da FTF e que ele ainda sofre muito pelos os acontecimentos que o levaram a estar nessa situação.  Só que a forma que ele demonstra essa insatisfação, essa tristeza é tão apática que conforme a narrativa ia avançando, mais frustrada eu ficava em perceber que ele estava meio que no “automático” perdendo a cada capítulo as qualidades que tinham me cativado nele.

Gostei bastante da inserção de novos personagens em O Dueto Sombrio, pois eles contribuem para deixar o ritmo da narrativa mais gostoso de acompanhar. Para começar mesmo que sua participação possa ser considerada “pequena”, eu adorei o novo sunai que surgiu na história, o Soro. Ele possui uma personalidade muito concisa e determinada, ao mesmo tempo que é um enigma. Além disso, Soro não tenta ir contra a sua monstruosidade, pelo contrário esse lado é totalmente abraçado e isso em várias situações faz dele incrivelmente humano.

Só que apesar de ter acertado com a inclusão de Soro na história, Victoria Schwab falhou na construção da malchai Alice e na tentativa de transformar Sloan em um dos grandes vilões da história.  Claro que a união dos dois é potencialmente perigosa, mas as ações deles são previsíveis e óbvias que desde do começo já fica claro qual é objetivo final deles o que por consequência tira um pouco do “efeito” surpresa da narrativa. Mas, o que realmente me incomodou foi o desenvolvimento, ou melhor dizendo a falta do desenvolvimento que o nova ameaça que surgiu aqui.

Tipo esse monstro é super poderoso, afinal ele tem o poder de colocar as pessoas umas contra as outras fazendo com que elas tenham atitudes de extrema violência que do que ele se alimenta. Só que o modo como tudo se resolve é tão rápido e fácil que sinceramente em minha visão a única utilidade que esse monstro teve na história em si, foi fazer Kate voltar para casa. Ou seja, esse monstro além de não cumprir a promessa de ser o grande destaque de O Dueto Sombrio, não tem nenhuma participação “efetiva” no desenrolar do enredo que justifique a presença dele assim como o grau de importância atribuído a ele. 

O que mais tinha me chamado a atenção em A Melodia Feroz foi o mundo que a Victoria Schwab criou, e por ser o último livro, eu espera respostas. E não teve absolutamente nenhuma resposta aqui. Com exceção de um personagem que teve o seu final bem definido e condizente com a sua trajetória na história o resto ficou vago demais. De verdade a sensação que eu tive é que voltamos à estaca zero. Ficou faltando aquele epílogo onde temos um vislumbre do que aconteceu com os personagens algum tempo depois. Sei que alguns de vocês estão pensando: ”Ane acho que você estava com expectativas demais.”, e sim eu esperava que o livro entregasse uma história melhor ou pelo mesmo nível do livro anterior, e fato da história ter terminado do jeito que terminou me deixou extremamente frustrada.

“– Você está errado. – disse Kate, virando as costas para ele. – Existe um tipo de mentira que até você pode dizer. Sabe qual é? – Ela encarou o olhar dele na porta de aço. – O tipo que se conta para si mesmo.”

Apesar de não ter atingido todas as minhas expectativas, gostei de algumas coisas que encontrei durante a leitura de O Dueto Sombrio. A escrita da Victoria Schwab é fantástica e realmente nos transporta para dentro das páginas do livro fazendo o que a gente fique completamente envolvido com a história. A minha sugestão para quem leu A Melodia Feroz e ainda está em dúvida, se lê ou não o último livro da duologia é ir como menos sede ao pote. Assim quem sabe, você evita frustrações e acaba curtindo melhor a leitura.
 

junho 01, 2017

A Melodia Feroz por Victoria Schwab

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340413
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 384
Classificação:
Livraria Saraiva | Compare os Preços
Sinopse: Monstros da Violência – Livro 01.
Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unir para conseguir sobreviver.

Confesso que por mais eu tente fugir de séries novas, elas sempre dão um jeitinho de despertar a minha curiosidade e com isso parar na minha lista de desejados. Um bom exemplo disso é A Melodia Feroz, primeiro livro da duologia Monstros da Violência da autora Victoria Schwab. E para minha felicidade não só a leitura se mostrou surpreendente como essa é também uma das melhores distopias tive o prazer de ler até o momento.

Na cidade de Veracidade ou Cidade V como ficou conhecida cada ato de violência gera um monstro, - um monstro de verdade. Corsais, sombras famintas por carne; malchais, seres esqueléticos sedentos por sangue; e sunais, criaturas que se parecem humanas, mas que com uma melodia são capazes de sugar almas. Nessa cidade divida entre o norte o sul onde o terror se esconde a cada esquina, Katherine Harker e August Flynn estão em lados opostos.

Kate Harker é filha do temido Collum Harker, líder da Cidade Norte a parte de Veracidade em que aquele que tem dinheiro para comprar proteção, compra também à ilusão de segurança e normalidade. Os monstros da Cidade Norte obedecem a Collum, e com isso ele permanece no poder ao mesmo tempo em que ele mantém a filha afastada. Só que Kate não quer ficar longe, na verdade tudo o que a jovem deseja é ser tão cruel quanto o pai.

August Flynn é um sunai, a mais perigosa de todas as espécies de monstros que a violência pode gerar. Ele foi adotado por Henry Flynn o sensato líder da Cidade Sul. Com Flynn, August por alguns anos teve uma vida quase humana, apesar da disputa constante na Fenda que separa Veracidade entre o norte e o sul.  August não que ser um monstro, mesmo que a sua natureza e necessidades façam dele um.

Quando a trégua entre os dois lados da cidade ameaça a ruir Kate volta a Veracidade e o lado sul precisa que August se passe por um garoto normal e fique de olho nela no colégio. O plano poderia dar certo, mas logo fica claro para August que manter sua verdadeira identidade em segredo não será uma tarefa tão fácil como todos imaginavam. Até por que Kate é uma garota esperta, afinal ela é uma Harker.

O desejo de Kate agradar e conquistar a confiança do pai é forte e ela está disposta a fazer o que for preciso para isso. Porém quando a sua vida passa correr risco e não há mais ninguém em que posso confiar à única forma de permanecer viva e descobrir a verdade é justamente se aliando a August, o monstro. Conseguirá Kate se salvar da revolução dos monstros que a querem ver morta? E por quanto tempo August conseguirá manter a trevas afastadas do seu coração antes de sucumbir?

Admito que A Melodia Feroz não foi aquele livro que me conquistou logo no começo. Ele está mais para  aquele tipo de narrativa que aos poucos foi me envolvendo, até que em um determinado momento, eu já estava completamente imersa no mundo caótico e sombrio criado pela Victoria Schwab. Uma história cadenciada em que todas as peças vão se encaixando a cada capítulo, o que tornou tudo ainda mais interessante de se acompanhar.

Não nego que incomodei um pouco com a dupla de protagonistas no inicio, afinal é visível que ambos estão tentando ser aquilo que não são. August é um doce de monstro (se é que um monstro pode ser doce), porém por mais as atitudes dele até certo ponto possam ser vistas como “nobres”, é perceptível que uma hora a coisa toda vai desandar e não vai acabar nada bem. Já com a Kate a minha dificuldade foi entender o porquê ela se esforçar tanto para ter o “amor” de uma pessoa que é mais monstruosa do que os monstros de verdade que habitam a cidade.

O modo com a autora desenvolveu os protagonistas e trabalhou com os dramas pessoais de cada um é um dos fatores que contribuem para que A Melodia Feroz seja tão incrível.  Normalmente esse tipo de evolução nos personagens em séries só acontece de um livro para o outro, já aqui é perceptível o quanto as situações pelas quais Kate e August passam os transformam.  Os personagens secundários também desempenham um papel importante na narrativa, especialmente o Sloan e o Leo. Gostei muito da Ilsa e por mais que a autora tenha dado umas "pinceladas" sobre o passado dela nesse primeiro livro, ainda sinto que tem muito mais a ser revelado.

Quando comecei a leitura esperava encontrar uma história com a mesma receita de sucesso dos livros jovens atuais. Mas me surpreendi de uma forma que até então não pensava ser possível. Esqueça o romance óbvio, o triangulo amoroso desnecessário com personagens frágeis e “bonzinhos” demais. Em A Melodia Feroz, Victoria Schwab apresenta uma distopia original, em que seus personagens são falhos, nem bons e nem maus somente humanos ou monstros. Tudo isso com uma narrativa repleta de intrigas e reviravoltas que me deixaram de queixo caído e querendo mais. 

“Por que todos tinham de estragar o silêncio com perguntas? A verdade era uma coisa desastrosa.”

A Melodia Feroz é uma sinfonia que começa com uma nota triste e sombria e que aos poucos nos envolve com suas matizes escuras e seus segredos. Esse é aquele livro para quem está buscando uma história com os toques certos de ação, mistério e fantasia. Aqui esses três elementos se unem em um ritmo perfeito deixando tudo ainda mais trágico, cruel e surpreendente.

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