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outubro 31, 2016

A Senhora do Império por Raymond E. Feist e Janny Wurts

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580415995
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 752
Classificação: Ótimo
Sinopse: Saga do Império – Livro 03.
Em Kelewan, Mara, a Senhora dos Acoma, sente-se segura e em paz pela primeira vez na vida – até que seus inimigos tentam matá-la e acabam tirando a vida de seu filho. Abalada pela tragédia e cercada por espiões, assassinos e casas rivais, ela enfrentará o maior desafio de sua vida e sofrerá ainda mais perdas durante esse trajeto. Em busca de justiça, ela verá seus planos frustrados pela Assembleia de Magos, que detém o poder real do Império e mantém a população dócil e domesticada, e também pelos terríveis Mantos Negros, que encaram Mara como a ameaça suprema ao seu poder ancestral. Então, para assegurar a paz, Mara deverá viajar para além das fronteiras da civilização, desvendando antigos segredos até os portões de Chakaha, a cidade dos estranhos cho-ja. Reunindo toda a sua coragem e astúcia, a Serva do Império iniciará sua maior batalha em nome da sua vida e do seu lar.

Sempre que chego ao final de uma série sinto um misto de dever cumprido e aquela pontinha de tristeza por me despedir de personagens que ao longo da leitura se tornaram "meus amigos". E com a Saga do Império esse sentimento é ainda mais intenso, pois essa foi uma saga que me levou novamente para o mundo maravilhoso criado por Raymond E. Feist, que na companhia de Janny Wurts nos presenteou com uma história em que o único adjetivo que faz jus a toda a sua grandeza é, - épica.

Quem não quiser pegar spoilers dos livros anteriores, pode pular três parágrafos.

Mara, a Senhora dos Acoma venceu inúmeros obstáculos desde a fatídica noite que mudou completamente o seu destino e de sua casa. Jovem e completamente inexperiente, Mara precisou aprender a ser uma pessoa astuta e acima de tudo manipuladora, para sobreviver o terrível Jogo do Conselho para manter a todos e a si própria vivos e em segurança. Depois de muitas batalhas e agora como Serva do Império, e com cargo de Senhor da Guerra extinto, Mara possui um exercito poderoso e finalmente encontrou a sua tão sonhada paz.

Porém essa paz é passageira e alguém tenta matá-la. E embora o assassino tenha falhado no seu objetivo principal, Mara acaba perdendo seu filho.  Ela está devastada e seu único desejo é vingar-se, nem que para isso precise lançar uma terrível guerra sobre o Império de Kelewan. Mas em seu caminho ela tem os Grandes, os Magos que governam o Império. E mesmo que uma parte deles a apoiem, a outra ficará feliz de se livrar de uma vez por todas da influência e do poder da Senhora dos Acoma.

Estando ela e sua família sob a vigília dos Magos, Mara vai à busca de um caminho alternativo para fazer justiça e com isso começa uma jornada que a levará muito além das fronteiras do Império onde ela descobrirá segredos antigos. Em meio a conspirações e alianças perigosas, Mara e seu maior inimigo ficam frente e a frente. Só resta saber se dessa vez ela e aqueles que ama conseguiram sobreviver.

Diferente da Saga do Mago () escrita somente pelo Raymond E. Feist que me cativava logo nas primeiras páginas, A Saga do Império escrita em parceria com a Janny Wurts demorava um pouco mais para me envolver em sua a história. Durante a leitura dos dois livros anteriores sempre comentei que sentia que a narrativa era mais "lenta" e que em muitas ocasiões acabava se perdendo em detalhes “desnecessários”. Por esse motivo foi uma surpresa enorme ver como tudo aqui se desenvolve de forma mais fluida, apesar da narrativa conter e até mesmo precisar de um detalhamento mais profundo.

Ao contrário dos livros anteriores em que o ritmo na narrativa crescia gradativamente conforme a história avançava, A Senhora do Império foi um livro que desde o primeiro capítulo me vi arrastada para um mar de acontecimentos que me deixavam apreensiva e ao mesmo tempo curiosa. Um dos pontos que mais gostei era o modo como os autores criavam grandes reviravoltas e depois entrelaçam todos os fatos com perfeição. Eles não deixavam pontas soltas e por mais que alguns acontecimentos tenham partido o meu coração, eles foram extremamente necessários para a evolução enredo.

Porém o que mais me encantou durante a leitura de toda saga foi perceber o quanto os autores conseguiram criar e desenvolver uma personagem em todo o seu potencial. Acompanhar a trajetória da Mara de menina inocente a mulher que não tinha medo de sujar as “mãos de sangue” por quem amava foi incrível. Não que eu concorde com todas as atitudes que ela teve, só que em meio a tantas histórias com protagonistas superficiais, encontrar uma que foge completamente desse estereótipo é maravilhoso!

Outro ponto é que mesmo sendo sagas independentes, ou seja, você pode ler uma sem ter lido a outra em um determinado momento elas se encontram. E sim, eu fiquei extremamente feliz e até mesmo emocionada pela maneira como o Raymond E. Feist e a Janny Wurts amarram duas tramas tão complexas e grandiosas. A Saga do Mago sempre terá um lugar especial em meu coração, mas a Saga do Império mesmo que mais lentamente também me conquistou, provando ser uma leitura extraordinária.

A Senhora do Império foi uma leitura que me envolveu de tal modo que quando percebi que os capítulos finais se aproximavam, eu meio que “abandonei” o livro por uma semana. Sabe quando você não quer que algo acabe? Era assim que eu me sentia.  Quis evitar a hora de dizer adeus o máximo que pude, e quando ela chegou não consegui evitar as lágrimas. Que possam garantir a todos vocês que foram de felicidade e de orgulho.

“ – Vocês são do Império, humanos. A paz, para a sua espécie, não passa de um prelúdio para a traição.”

Com grandes batalhas e reviravoltas que tornam um capítulo mais envolvente que o outro, A  Saga do Império é uma leitura para quem ama fantasia, mas que também gosta de se aventurar por narrativas cheias de intrigadas e conspirações.  Sem sombra de duvidas uma das melhores trilogias que li na vida. Já posso pedir para a Editora Arqueiro mais livros do Raymond E. Feist e da Janny Wurts? Afinal, eu já estou com saudades.

dezembro 10, 2015

A Serva do Império por Raymond E. Feist e Janny Wurts

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788567296425
Editora: Saída de Emergência.
Ano de Lançamento: 768
Número de páginas: 2015
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: A Saga do Império – Livro 02.
Mara, a Senhora dos Acoma, conhece melhor que ninguém os segredos do Jogo do Conselho. Por meio de sangrentas manobras políticas, ela se tornou uma poderosa força no Império. Mas, rodeada de rivais impiedosos, terá que ser a melhor se quiser sobreviver. Como se isso não bastasse, a jovem precisa lutar em duas frentes. Na corte dos Tsurani, intrigas e traições desestabilizam o poder. Em seu coração, a paixão por um bárbaro do mundo inimigo de Midkemia a leva a questionar os princípios que sempre nortearam sua existência. Com seu filho em perigo e a continuidade de sua Casa ameaçada, Mara usa de todos os meios para tentar controlar a crueldade dos seus inimigos. Os desafios que terá que enfrentar dessa vez irão colocar em xeque as tradições dos Tsurani e suas próprias convicções. Neste jogo de sentimentos e poder, talvez ninguém saia vencedor…

Confesso que as minhas expectativas estavam nas alturas em relação A Serva do Império. Até comentei no snapchat (adiciona mydearlibrary lá) que esperava uma narrativa um pouco mais intensa, já que o primeiro livro da Saga do Império foi basicamente uma grande introdução para o que a história que viria a partir dele. E para a minha alegria, encontrei  uma história ainda mais surpreendente.

Quem não quer correr o risco de ler spolier pulando agora para quinto parágrafo.

Depois de derrotar um grande inimigo e ter conquistado uma posição de prestigio do Jogo do Conselho, Mara, a Senhora dos Acoma sabe que agora mais que nunca a sua vida e a honra da sua família estão correndo um grave perigo. O filho de Jingu dos Minwanabi, Desio está disposto a sacrificar o que for preciso para vingar a morte de seu pai. E desse confronto apenas uma, das mais antigas e poderosas famílias do Império sairá viva e com a honra intacta.

Enquanto Tasaio, um dos comandantes mais inteligentes e brutais de Kelewan traça um ardiloso plano ao lado do primo para a queda de Mara, ela corre contra o tempo para se fortalecer contra a ameaça iminente. O primeiro passo que a Senhora dos Acoma dá é a compra de escravos de Midkemia capturados pelo exercito tsurani na Guerra do Portal.  Os bárbaros como seu povo os chamam, há principio causam mais problemas a Mara do que a ajudam, em especial Kevin que desde o primeiro momento despertou o interesse da jovem governante.

Mara como senhora de uma grande casa pode fazer o que bem entender com seus escravos, já que pela lei dos tsurani esses são sua propriedade. Mas, o bárbaro ruivo consegue não apenas mexer com seus sentimentos como também faz com que ela passe a questionar as leis e códigos de honra com os quais foi criada. Mara tem medo de desafiar os deuses e trazer maiores infortúnios para sua casa, porém a cada conversar e noite que passa nos braços de Kevin suas certezas em relação ao seu mundo e seu lugar nele são testadas.

Quando a batalha decisiva se aproxima, Mara percebe o peso que uma decisão ou um passo errado tem em nossas vidas. E ela terá que escolher entre seu coração ou tudo aquilo pelo qual lutou para construir desde que se tornou a Senhora dos Acoma. E independente do caminho que ela escolher, Mara sairá perdendo algo que lhe é precioso.

A Serva do Império segue os mesmo moldes do livro anterior, com uma trama bem amarrada e nem um pouco óbvia. A cada capitulo o leitor é surpreendido por um novo desdobramento da história, em que autores Raymond E. Feist e Janny Wurts conseguem manter a curiosidade de quem lê a obra viva. Meio que sem perceber você acaba envolvido em todas as conspirações e planos do Jogo do Conselho. Juntos os autores fazem com que você mergulhe na história e se sinta realmente parte dela.

O que mais me cativa na Saga do Império é a força da protagonista. A Mara é uma personagem extremamente inteligente e determinada. E apesar de ter sido obrigada a se tornar governante de sua casa, por conta das artimanhas do destino, ela não perdeu sua delicadeza.  É muito legal você acompanhar a evolução da personagem que aos poucos vai descobrindo a si mesma e a força que tem.  Outro ponto marcante nesse segundo livro é que narrativa é mais ampla, sendo mostrada não apenas pelo ponto de vista da Mara, mas também pelos outros personagens envolvidos na história.

Foi bem interessante, mesmo sendo um pouco limitada, ter a visão do Desio sobre o que estava acontecendo, por que assim como a Mara ele é um personagem que evolui junto com a trama. Além disso, o livro possui uma grande passagem de tempo e com isso ele acaba abrangendo um pouco alguns fatos que conhecemos da Saga do Mago ().  Simplesmente adorei reencontrar com alguns personagens tão queridos aqui. Lembrando que não é preciso ler a série anterior para ler essa. Os fatos estão relacionados, mas as histórias são independentes.

Raymond E. Feist e Janny Wurts estão tecendo junta uma história incrível, com personagens fantásticos em um mundo fascinante e hostil. O único detalhe que posso considerar como “negativo” é o mesmo que já comentei na resenha do livro anterior. O excesso de detalhes “desnecessários” que em muitos momentos deixam a narrativa um pouco arrastada. Não é nada que prejudique a história como um todo, mas que pode tornar uma ou outra passagem um pouco mais “cansativa”.

“As melhores armadilhas são sutilmente tecidas e passam despercebidas até se fecharem.”

A Serva do Império é uma leitura envolvente, como uma narrativa recheada de intrigas, conspirações, batalhas e reviravoltas que fazem coma trama surpreenda a cada capitulo. Tudo isso com um toque de romance que me fez querer para ontem o ultimo livro da saga, - A Senhora do Império. Recomendo!

Veja Também:
A Filha do Império.

agosto 18, 2015

A Filha do Império por Raymond E. Feist e Janny Wurts

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788567296340
Editora: Saída de Emergência Brasil
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 464
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.

Sinopse: A Saga do Império - Livro 01.
Mara, a filha mais nova da poderosa Casa dos Acoma, estava destinada a uma vida de contemplação e paz. Mas quando seu pai e seu irmão são mortos, sua vida muda de um dia para outro. Apesar do sofrimento, cabe a ela a tarefa de vestir o manto da liderança e enfrentar as dificuldades e os inimigos implacáveis. Inexperiente na arte de governar, Mara terá de recorrer a toda a sua força e astúcia para sobreviver no Jogo do Conselho, recuperar a honra da Casa dos Acoma e assegurar o futuro de sua família. Mas quando percebe que os inimigos que quase aniquilaram a sua casa vão voltar a atacar com fúria renovada, Mara só tem uma dúvida: será que ela, apenas uma mulher, ainda quase menina, poderá vencer em um jogo perigoso no qual seu pai e seu irmão falharam?

Não é segredo para ninguém que acompanha o blog há mais tempo que fantasia é um dos meus gêneros literários favoritos. Por esse motivo, acredito que não seja nenhuma surpresa eu ter ficado ansiosa para conferir a nova saga do autor Raymond E. Feist lançada no Brasil. E embora a Saga do Império a primeira vista prometa uma viagem de volta ao reino de Midkemia, ela na verdade nos apresenta outro lado da história narrada na Saga do Mago.  Agora embarcamos rumo a Kelewan, o Império de Tsuranuanni, e somos convidados a conhecer esse misterioso mundo através dos olhos de uma jovem e destemida herdeira.

Mara dos Acoma estava preste as fazer os votos sagrados que selariam o seu destino. Ela seria uma das servas da deusa da Luz Interior, Lashima quando recebe a noticia que muda a sua vida para sempre. Seu pai e seu irmão estão mortos e a partir desse momento ela é senhora da casa dos Acoma. Porém, além de lidar com a dor da perda e como o futuro das famílias que moram em suas terras, Mara precisa descobrir meios de escapar dos perigosos inimigos que tramam para que ela tenha o mesmo fim que sua família.

Criada para uma vida de paz e contemplação Mara terá que recorrer a toda a sua astúcia, se quiser vencer as artimanhas e intrigas do império. Quando as peças do Jogo do Conselho são colocadas no tabuleiro o destino de todos os seus jogadores é posto em xeque. Mara dos Acoma descobrirá que a cada manobra bem sucedida esconde-se um novo perigo eminente. E que nem sempre a vitória é doce. Poderá a jovem e inexperiente herdeira de uma das cinco famílias mais antigas do império sobreviver sem que suas mãos também se manchem de sangue?

A Filha do Império traz um enredo bem amarrado e cheio de reviravoltas, o que torna história completamente imprevisível.  Não vou ficar tecendo elogios à escrita do autor Raymond E. Feist, tanto para não parecer fangirl, como também por que vocês já sabem que dentro do gênero ele é um dos meus autores favoritos.  Só que não sei se pelo fato, da Saga do Império ser escrita em parceria com a autora Janny Wurts, dessa vez eu senti que a história demorou e um pouquinho mais para me envolver e cativar.

Um dos motivos foi que a narrativa em muitos momentos se perdia em detalhes desnecessários, quando o “melhor” da história era abordado de forma muito rápida. Outro ponto é que ao começar a leitura eu confesso que esperava uma coisa e encontrei outra totalmente diferente. Tipo, enquanto a Saga do Mago tinha uma presença muito forte de magia, de seres mágicos como elfos e anões, aqui nós temos uma trama basicamente estrategista e por esse motivo mais “lenta”. Mas, se o desenvolvimento da narrativa “peca” um pouco no ritmo, os autores acertaram em cheio na construção dos personagens.

A Mara é uma personagem extremamente inteligente, que sabe manipular a situação para que ela se reverta ao seu favor, fazendo com que tudo pareça apenas à vontade dos deuses, ou uma mera “questão de sorte”.  Claro que aqui temos outros personagens marcantes como o Keyoke, Papewaio, Lujan, Arakasi e a rabugenta Nacoya. Só que a Saga do Império se destaca pela figura imponente da Mara.  E não somente por ela ser aquela protagonista forte que segura bem história, e sim por ela não ter vergonha de se mostrar frágil e “arrependida” das decisões difíceis que toma para salvar a legado de sua família.

A evolução da Mara de uma menina inocente a mercê dos seus inimigos, para uma mulher a quem os outros devem temer é fantástica. E há muito tempo eu não lia um livro em que o crescimento de um personagem tem tanto peso e significado dentro da sociedade em que ele está inserido. Estou bastante animada para vê-la mudando a ordem das coisas e principalmente encontrando a felicidade. Por que mesmo cometendo erros, a Mara merece viver em paz e ser muito feliz.

“Não queria falar; era como se o silêncio pudesse esconder a verdade”.

A Filha do Império se apresenta como um prelúdio de uma história que tem tudo para ser grandiosa. E confesso que esse meu coração de leitora, não vê a hora da Saga do Império e a Saga do Mago se encontrarem, por que é evidente que isso vai acontecer em algum momento. E acompanhar a Guerra do Portal por outro ponto de vista, tem tudo para ser uma experiência bem interessante.

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