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abril 18, 2021

Volúpia de Veludo por Loretta Chase

 | Arquivado em: RESENHAS


Q
uem acompanha o blog há mais tempo sabe que, a Loretta Chase é uma das minhas autoras de romances de época favorita. Mas como andei dando um tempo nos livros do gênero, acabei lendo a Volúpia de Veludo, terceiro livro da série As Modistas somente agora. Confesso que uma parte de mim estava com medo de me decepcionar com a escrita da autora, pois li resenhas não tão positivas do livro em questão.

Não nego que tive problemas durante a leitura, porém isso se deu mais pelo meu momento atual e um desânimo monstruoso que tomou conta de mim no último mês, do que a qualidade da construção da história. Volúpia de Veludo possui uma narrativa com um ritmo um pouco mais lento, mas que nos apresenta personagens carismáticos em um romance ardente, divertido e com uma pequena dose de mistério.

Resenha

ISBN: 9788580417173
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 320
Classificação: Muito Bom
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Sinopse: As Modistas – Livro 03
Simon Fairfax, o fatalmente charmoso marquês de Lisburne, acaba de retornar relutantemente a Londres para cumprir uma obrigação familiar. Ainda assim, ele arranja tempo para seduzir Leonie Noirot, sócia da Maison Noirot. Só que, para a modista, o refinado ateliê vem sempre em primeiro lugar, e ela está mais preocupada com a missão de transformar a deselegante prima do marquês em um lindo cisne do que com assuntos românticos. Simon, porém, está tão obcecado em conquistá-la que não é capaz de apreciar a inteligência da moça, que tem um talento incrível para inventar curvas – e lucros. Ela resolve então ensinar-lhe uma lição propondo uma aposta que vai mudar a atitude dele de uma vez por todas. Ou será que a maior mudança da temporada acabará acontecendo dentro de Leonie?

Simon Fairfax, o marquês de Lisburne, retorna a Londres com a missão pessoal de proteger seu primo, o jovem poeta em ascensão lorde Swanton de qualquer perigo ou escândalo que a mente romântica e um tanto “avoada” possa causar. Mas o que Simon não imaginava é que o seu retorno ao continente reservava uma surpresa, o encontro entre ele e Leonie Noirot, uma das sócias da famosa da Maison Noirot.

Assim que os olhos do Simon pousaram na bela e contemplativa Leonie admirando uma obra de Botticelli, Lisburne decide conhecer melhor a modista e quem sabe seduzi-la. Só que essa tarefa acaba se mostrando um pouco mais complicada do charmoso marquês espera, pois para Leonie os negócios vêm sempre em primeiro lugar. Além disso, agora que suas irmãs Marcelline e Sophia se casaram com nobres, a mais nova das Noirots assumiu para si a responsabilidade de manter o refinado ateliê aberto e sendo referência de moda e sofisticação para a alta sociedade londrina.

Para isso, Leonie pretende transformar a prima de Lisburne, lady Gladys Fairfax, vista por muitos como uma megera desajeitada, na nova beldade da temporada. Simon acredita que tal incumbência é impossível e resolve fazer uma tentadora aposta com Srta. Noirot.

Quando um escândalo envolvendo Swanton coloca em risco a reputação da Maison Noirot e tudo por qual Leonie e suas irmãs lutaram, ela e o marquês resolvem unir forças para reverter a situação. E conforme os dias de passam e o prazo final da aposta também se aproxima, a modista e o marquês acabam não conseguindo resistir a atração que sentem um pelo outro.

Será que eles vão conseguir descobrir quem está interessado, em prejudicar o bom nome de lorde Swanton e recuperar sua reputação e do ateliê? E quem será o grande vencedor da aposta, quando ambos já entregaram os seus corações um para o outro? 

Uma das coisas que mais gosto na escrita da Loretta Chase é a forma como ela constrói seus personagens. As protagonistas estão longe de ser frágeis e inocentes como normalmente, encontramos em romances de época. As heroínas da autora, tem uma certa “malícia”, determinação e um humor sarcástico que torna a jornada delas na história, bem interessante de se acompanhar.

O mesmo pode-se dizer de seus personagens masculinos, que em um primeiro momento se mostram como os típicos patifes despreocupados, mas que possuem diversas camadas que vão sendo relevadas a cada capítulo, além de um coração enorme e o forte senso de responsabilidade para com aqueles que amam.

Esses pontos fazem com que as obras da autora sejam maduras e espirituosas ao mesmo tempo em que, os elementos clichês que tanto gosto dos livros do gênero estão presentes na narrativa. Só que como comentei no começo da resenha, em Volúpia de Veludo senti que o ritmo foi mais lento e com isso, a história demorou um pouco para me cativar.

De verdade, acho que isso aconteceu mais porque março foi um mês bem pesado do lado de cá, e acabei ficando completamente desanimada.  No geral gostei muito do que encontrei aqui e dei boas risadas em diversas ocasiões, porém em determinados capítulos senti que a autora dá “voltas demais” fazendo com que a narrativa fique levemente repetitiva.

“– É claro que sabia. É preciso um vigarista para reconhecer outro.”

Gostei muito das interações dos protagonistas e como o romance entre a Leonie e o Simon foi desenvolvido. Leonie ao contrário das irmãs é mais pé no chão e analítica, e ver como o relacionamento dela com o marquês consegue tirá-la de sua zona de conforto é bem divertido. O Simon infelizmente não foi aquele mocinho que me fez suspirar por ele. De certo modo achei ele um pouco “imaturo” quando comparado, com os protagonistas dos livros anteriores e por esse motivo, ele acabou não me encantando tanto.

Loretta Chase acertou ao dar um toque de mistério na trama quando inseriu o escândalo envolvendo Swanton, pois ao menos em minha opinião a história começa ficar mais interessante a partir desse ponto. Os personagens secundários também desempenham um papel importante na composição do enredo e fiquei bem feliz com a participação do duque de Clevedon, pois eu estava com saudades do personagem ().

Em suma Volúpia de Veludo é um livro bom que li em uma época não tão boa e sem dúvidas, isso acabou interferindo na minha experiência com a obra. A escrita da Loretta continua impecável e nos transporta para dentro das páginas, o que faz com que a gente se sinta parte da história também. Pretendo ler o quarto livro da série As Modistas, Romance entre Rendas ainda este ano para finalizar a série e espero de coração estar com um momento melhor, quando isso acontecer.

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Escândalo de Cetim

outubro 20, 2020

A Coroa da Vingança por Colleen Houck

| Arquivado em: RESENHAS

Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe que não gosto de publicar resenhas "negativas". Em minha opinião, a leitura é algo muito individual e às vezes um livro com o qual não tive uma boa experiência, pode ser o livro da vida de outra pessoa e vice-versa. Porém no caso específico de A Coroa da Vingança da autora Colleen Houck, preciso desabafar.

De verdade, até agora eu estou me perguntando o que a Colleen tomou para escrever o último livro da série Deuses do Egito. Sério, em alguns momentos os fatos narrados são tão inacreditáveis, que chegam a beirar o absurdo. Então já peço desculpas antecipadas porque sim, vou abrir meu coração para vocês e sem dar spoilers.

Resenha

  ISBN: 9788580417876
  Editora: Arqueiro
  Ano de Lançamento: 2018
  Número de páginas: 416
  Classificação: Tentando entender o que aconteceu até agora
Sinopse: Deuses do Egito - Livro 03
Em A Coroa da Vingança, terceira e última aventura da série Deuses do Egito, Colleen Houck nos presenteia com um desfecho tão surpreendente e inspirador quanto o elaborado universo mitológico que criou. Meses após sua pacata vida como herdeira milionária sofrer uma reviravolta e ela embarcar numa vertiginosa jornada pelo Egito, Liliana Young está praticamente de volta à estaca zero. Suas lembranças das aventuras egípcias e, especialmente, de Amon, o príncipe do sol, foram apagadas, e só resta a Lily atribuir os vestígios de estranhos acontecimentos a um sonho exótico. A não ser por um detalhe: duas estranhas vozes em sua mente, que pertencem a uma leoa e uma fada, a convencem de que ela não é mais a mesma e que seu corpo está se preparando para se transformar em outro ser. Enquanto tenta dar sentido a tudo isso, Lily descobre que as forças do mal almejam destruir muito mais que sua sanidade mental – o que está em jogo é o futuro da humanidade. Seth, o obscuro deus do caos, está prestes a se libertar da prisão onde se encontra confinado há milhares de anos, decidido a destruir o mundo e todos os deuses. Para enfrentá-lo de uma vez por todas, Lily se une a Amon e seus dois irmãos nesta terceira e última aventura da série Deuses do Egito.

Logo que iniciei a leitura de O Despertar do Príncipe, já pressenti que teria algum tipo de problema com o desenvolvimento dessa série. Mas como amo tudo que tem o plano de fundo mitologias antigas, resolvi dar uma chance para a história da jovem  Lily e a múmia renascida, quero dizer o príncipe egípcio Amon.

Mesmo com semelhanças com a Saga do Tigre, outra obra da autora, O Despertar do Príncipe foi um começo promissor em especial porque apresentou bons personagens  como, os príncipes Asten e Ahmose, além do carismático Dr. Hassan. Porém no segundo livro, O Coração da Esfinge a narrativa já trilhou um caminho perigoso em que a cada capítulo, a sensação que eu tinha era que estava “relendo uma versão não tão boa" da história de Ren, Kelsey e Kishan, mas como personagens diferentes.

Gosto muito da escrita da Colleen Houck e a Saga do Tigre é uma das minhas favoritas, mas isso não me impede de ver os vários problemas na construção da sua história. Problemas esses, que infelizmente se repetem aqui e de certa forma, conseguem ser maiores.

O primeiro ponto pode até passar despercebido por quem não tem tanto interesse em mitologia, mas o fato de a autora inserir elementos de outras mitologias como a chinesa, grega e a celta em uma história que tem como base os mitos egípcios, deixou a narrativa em diversos momentos destoante. Em várias passagens parei a leitura e me perguntei: “Mas o que isso tem a ver com o Egito antigo?”. A situação chegou a um extremo tão grande, que sempre que algo novo surgia, eu pesquisava para saber qual era a origem.

Só que isso é algo que mesmo eu sendo chata consigo relevar, afinal temos a famosa “licença poética” e talvez pouquíssimos leitores tenham se atentado a esse detalhe. Porém não tem como, (agora começa o desabafo) não ter uma síncope nervosa com o rumo que a Colleen deu para a história.

Lily sofre a síndrome da donzela indefesa e em perigo pela qual, todos os homens se apaixonam. Em A Coroa da Vingança, ela se comporta como uma criança mimada que age por impulso e com isso, acaba colocando a vida dos outros em perigo. Além disso, o recurso utilizado pela autora da personagem possuir duas outras pessoas em sua mente, a Tia a leoa e Ashleigh a fada e por isso, suas ações e sentimentos não são claros torna tudo ainda mais confuso e desnecessário.  Não sei quantas vezes tive que parar e respirar fundo, para não gritar de frustração enquanto lia esse livro.
 
Amon que no segundo livro foi quase figura decorativa aqui repetiu o papel, o que só me fez pensar em qual parte da construção da série a Colleen resolveu que ele não seria mais o protagonista. O Asten coitado, entra mudo e sai quase calado, fora que há um drama gigantesco  relacionado a ele que além de óbvio, termina de uma forma tosca como se nada tivesse acontecido. Até agora me pego pensando qual foi a necessidade de tantas lágrimas (dos personagens e não minhas porque quando chegou nessa parte, eu já estava soltando fogo pelas ventas) para depois ficar todo mundo com cara de paisagem.

Já o Ahmose, aí gente que dó desse moço. Tudo bem que dentre os três príncipes, o Ahmose é o mais sério e reservado, mas ele não merecia o que a autora faz aqui. A Colleen o transformou em um personagem carente, disposto a qualquer sacrifício por uma migalha de atenção que a Lily possa oferecer.  A Tia e Ashleigh conseguem ser tão insuportáveis, quanto a sua "hospedeira" e só deixam a narrativa mais caótica e dramática sem necessidade alguma. Aliás, o que não falta é coisa desnecessária nesse livro.

Todos os desafios apresentados aos protagonistas parecem ser impossíveis. Você lê páginas e mais páginas com os personagens lutando e sofrendo para no último momento, a solução milagrosamente aparecer.

Mas nada, nada mesmo consegue ser tão decepcionante quanto a participação do grande vilão da história, o deus Seth. Peço perdão ao Valentim Morgenstern, pelo dia que chamei ele de vilão decorativo. Não vou entrar em detalhes aqui para não dar spoilers, mas eu fique tipo: “Gente! Como assim? Não acredito que li quatro livros para isso.”

Quanto mais próximo do capítulo final, mais reviravoltas sem pé e sem cabeça a autora foi criando. E se já não bastasse a Colleen inserir na história mitos que não tem ligação nenhuma com o Egito, na tentativa de dar um final feliz para todo mundo, a solução encontrada pela autora, foi a gota d'água. A partir desse ponto eu comecei a chorar, mas de raiva mesmo.

Terminei a leitura exausta, sem saber o que pensar e o que sentir. Colleen Houck me encantou com sua escrita em A Saga do Tigre, mas depois da experiência desastrosa que tive com O Despertar dos Deuses, vou dar um tempo nas obras da autora.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.

“Não podemos mudar a direção do vento, meu amor, mas podemos nos alinhar de modo que ele não nos derrube.”

Antes que vocês pensem que as minhas expectativas que estavam altas, posso garantir que a única coisa que esperava encontrar, era um final satisfatório com toques de romance a aventura. Porém só me deparei com uma narrativa arrastada do começo ao fim em que nada fez sentido algum.

Conforme mencionei no começo da resenha, não gosto de trazer opiniões negativas. Mas como vocês puderam perceber, essa blogueira aqui realmente precisava desabafar.  Por isso, se alguém que está lendo essa resenha tiver interesse de ler a série,- leia. Às vezes a sua visão da história,  vai ser completamente diferente da minha. 

setembro 15, 2020

Uma Proposta e Nada Mais por Mary Balogh

| Arquivado em: RESENHAS

Uma Proposta e Nada Mais é o primeiro livro da série, Clube dos Sobreviventes da autora Mary Balogh. Particularmente, dentre todas as autoras do gênero, a Mary é uma das minhas favoritas. Gosto no modo como ela consegue apresentar o velho e bom clichê, sem deixá-lo muito caricato. Seus personagens são maduros e com diversas nuances que vamos descobrindo no decorrer da leitura, o que torna a narrativa cativante.

Confesso que propositalmente, evite um pouco romances de época por um bom tempo. Mesmo sendo um dos meus gêneros favoritos, comecei a ter a sensação de que as histórias estavam “muito iguais” e acredito, que essa pausa que dei foi essencial para que a minha experiência com o livro fosse tão agradável.

Resenha


ISBN: 9788580418170
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 272
Classificação: Muito bom
Sinopse: O Clube dos Sobreviventes – Livro 01.
Primeiro livro da série Clube dos Sobreviventes, Uma Proposta e Nada Mais é uma história intensa e cativante sobre segundas chances e sobre a perseverança do amor. Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela. Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa. Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.

Lady Gwendoline Muir está satisfeita com a sua vida atual. Apesar de ter perdido o marido pouco tempo após o casamento, ela é feliz com a sua rotina tranquila e não pensa em se casar novamente. Após uma discussão com a sua amiga Vera, com quem Gwen tinha ido passar algumas semanas, ela decide sair para dar um passeio e arejar a cabeça, porém as coisas não acabam saindo como o planejado. Gwen acaba sofrendo um acidente e é resgatada pelo mal humorado, Lorde Trentham.

O título de nobreza não tem importância nenhuma na vida Hugo Emes, Lorde Trentham. Tudo o que ele deseja é uma vida tranquila e passar alguns dias por ano na companhia dos seus seis amigos e sobreviventes da guerra contra Napoleão. Mas ele não esperava que a reunião fosse contar com mais uma participante. Afinal, depois de resgatar Gwen fica óbvio para todos na casa, inclusive para ele, que a jovem dama precisará de alguns dias para se recuperar do acidente.

Gwen não se sente confortável e invadir a privacidade daquelas pessoas, por mais solícitas e amigáveis que elas possam ser. Porém nada podia a ter preparado para a atração intensa que sente por Lorde Trentham. Após sete anos de viuvez ela já tinha certeza de que seu coração estava fechado para um novo amor, mas algo na personalidade rústica de Hugo desperta nela sentimentos que a muito acreditou estarem adormecidos.

Hugo sabe que cedo ou tarde terá que se casar para dar continuidade ao nome da família, só sendo da classe operária, ele nunca quis se envolver com a aristocracia e muito menos se apaixonar por uma dama da alta sociedade. Mas será que depois de passar alguns dias na companhia de Lady Muir , ele conseguirá se manter firme em suas convicções?

Mesmo sem grandes reviravoltas, Uma Proposta e Nada Mais nos presenteia com um romance maduro e com personagens bem construídos. Mary Balogh desenvolveu uma narrativa com a dose certa de drama e sensualidade, sem que nada pareça destoante ou exagerado. O ritmo é fluido e envolvente, fazendo com que eu realmente me sentisse conectada as emoções dos protagonistas.

À primeira vista os dilemas por eles enfrentados podem parecer “pequenos”, só que conforme vamos conhecendo melhor a personalidade de Gwen e Hugo fica mais fácil compreender suas motivações e principalmente, quais são seus receios de se entregar ao que sentem um pelo outro.

Os personagens secundários apesar de não desempenharem um papel de grande importância na trama, se destacam em momentos chaves trazendo mais leveza e até um toque de comédia para a narrativa. Gostei muito da irmã do Hugo, a Constance e a família de Gwen também é muito encantadora. E por mais insuportável que a Vera seja, confesso que dei risada das tentativas de se fazer de vítima da personagem.

Como introdução para a série, Uma Proposta e Nada Mais é um bom livro. Não nego que senti falta de um plot twist mais elaborado e de cenas de ação. Tudo aqui assim como seus personagens é linear e comedido, o que não chega a ser ruim, mas deixa aquela sensação que ficou faltando alguma coisa.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.


Já reparou como ficar parado às vezes não é muito diferente de retroceder? comentou ela. Pois o mundo inteiro segue adiante e nos deixa. “

Estou bastante curiosa para conhecer as histórias dos demais membros do Clube dos Sobreviventes, em especial da Imogen e do duque Stanbrook, que foram os personagens que me pareceram mais misteriosos e interessantes nesse primeiro livro. Considerando que simplesmente amei a outra série que li da autora, Os Bedwyns, pode-se dizer que as minhas expectativas estão um pouco altas.

abril 17, 2019

Os Mistérios de Sir Richard por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

Dando sequência a minha meta de 12 livros para ler em 2019, Os Mistérios de Sir Richard último livro da série Quarteto Smythe-Smith da autora Julia Quinn, se mostrou uma leitura um tanto “complicada”. Confesso que demorei bastante para me sentir conectada com a narrativa e seus personagens e infelizmente ao final fiquei com a sensação que a história foi rasa e nem de longe tão cativante como os livros anteriores que li da autora.



ISBN: 9788580416688
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 280
Classificação: Bom
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith - Livro 04.
Sir Richard Kenworthy tem menos de um mês para encontrar uma esposa. Ele sabe que não pode ser muito exigente, mas quando vê Iris Smythe-Smith se escondendo atrás de seu violoncelo no musical anual das Smythe-Smith, Richard acha que conheceu alguém muito valiosa.  Ela é o tipo de mulher que passa despercebida até a realização de um segundo ou terceiro olhar de outra forma. Mas há algo nela abaixo da superfície, algo quente e ele sabe que ela é única. Iris Smythe-Smith...Ela está acostumada a ser subestimada, com seu cabelo claro e tranquila, mas há uma personalidade astuta que ela tende a esconder, e ela gosta dessa forma. Então, quando Richard Kenworthy se aproxima com galanteios e flertes, parece suspeito.  Dando a impressão de um homem que se rende ao amor, mas ela não pode acreditar que tudo é verdade. Quando sua proposta de casamento se torna uma situação comprometedora obrigatória, você não pode deixar de pensar que há algo escondido por trás disso. . . mesmo que o seu coração diz sim.

O Quarteto Smythe-Smith foi uma série que ao mesmo em minha opinião teve um começo promissor, mas que no decorrer dos quatro livros acabou meio que “perdendo” um pouco do seu encanto. Gosto muito da narrativa da Julia Quinn, porém sinto em dizer que ao menos aqui o estilo jovial e divertido da autora não funcionou muito bem comigo. A prova disso, é o fato de eu ter levado praticamente dois meses para ler Os Mistérios de Sir Richard. Não que o livro seja de todo “ruim”. Há bons momentos, mas a construção em si peca pela falta de química do casal e na forma como tudo parece “forçado” e um tanto sem sal e sem açúcar.

Iris Smythe-Smith é uma personagem que nos livros anteriores teve uma participação relativamente pequena, mas sempre que surgia suas aparições eram regadas de diálogos irônico e temperados com uma boa dose sarcasmo. Por esse motivo, não nego que eu esperava mais da personagem. E ver o modo como ela se colocava em diversas ocasiões em uma posição inferioridade ao ponto de se desmerecer por conta de sua aparência "pálida", foi um pouco desanimador. 

Em especial por que uma das qualidades que sempre admirei nas protagonistas da Julia Quinn é justamente o fato de todas elas serem fortes e determinadas. E eu senti falta disso aqui. É claro que a Iris evolui muito no decorrer da narrativa, e é muito gratificante acompanhar essa evolução dela. Mas, me incomodou muito a sensação de que ela precisou ser “manipulada” pelo Richard praticamente a história toda para que essa evolução fosse possível.

Acho que nunca torci tanto para que um casal não terminasse com o seu: “Então foram felizes para sempre”, como eu torci aqui. Richard Kenworthy foi sem sombra de dúvidas um decepção completa.  Tanto que as palavras que me vêm à mente quando penso no personagem são: covarde, egoísta e raso. O modo como ele cria toda uma situação constrangedora para obrigar a Iris a aceitar seu pedido de casamento foi uma atitude muito baixa por parte do personagem.

Tudo bem que desde o começo da história sabemos que ele precisa se casar o mais rápido possível, mas o fato do Richard ter visto a Íris como uma “presa fácil” não deixa de ser horrível. Além disso, o segredo do personagem não chegou a ser nem de longe tão “bombástico” como eu imaginei que fosse. Eu sei que para a época em que a história se passa é algo bastante grave, porém de verdade não achei que o segredo em si, “justificasse” todo drama causado por ele no contexto geral da narrativa.

E esse foi um dos pontos que mais me deixou descontente com Os Mistérios de Sir Richard. Como comentei logo no começo da resenha o que mais gosto nos livros da Julia Quinn é o modo com suas histórias são divertidas e leves, só que aqui a autora criou um melodrama tão grande que parecia que eu lia, lia, lia e não saía do lugar.

Apesar de pequena, gostei da participação dos personagens secundários no desenvolvimento da narrativa, principalmente de reencontrar personagens tão queridos como a Lady Sarah Prentice e o o clã Pleinsworth formado por Harriet, Elizabeth e Frances.  Não nego que em muitos momentos as atitudes da Fleur, irmã do Richard me irritaram bastante ao ponto de achar a personagem tão egoísta como o próprio Sir Kenworthy.

As histórias da Julia Quinn sempre conseguem deixar meu coração mais quentinho, mesmo que às vezes eu discordasse de uma atitude ou outra dos protagonistas. Porém, em Os Mistérios de Sir Richard tudo o que senti foi irritação. Irritação porque parecia que a história não saía do lugar. Irritação pelo modo como o Richard tratava a Iris. Irritação por ele não ter tido ao mesmo um “castigo” de leve por toda patifaria que aprontou.  Enfim, muito drama para nada ...

“Muitas vezes era melhor não questionar um presente. Era melhor apenas ficar feliz ao recebê-lo, sem saber por quê.”

Os Mistérios de Sir Richard ao menos em minha opinião está longe de ser o melhor livro da Julia Quinn. A verdade é que com exceção do primeiro livro, Simplesmente o Paraíso a série Quarteto Smythe-Smith não chegou a me arrebatar tanto como Os Bridgertons. Talvez o meu excesso de expectativas tenha atrapalhado um pouco o meu envolvimento com as histórias aqui. Mas, acredito que não sou a primeira e nem serei a última leitora no mundo a se decepcionar um pouco com uma obra do seu autor ou autora favorito. 

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outubro 26, 2017

Quando a Bela Domou a Fera por Eloisa James

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788580416800
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 320
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Piers Yelverton, o conde de Marchant, vive em um castelo no País de Gales, onde seu temperamento irascível acaba ferindo todos os que cruzam seu caminho. Além disso, segundo as más línguas, o defeito que ele tem na perna o deixou imune aos encantos de qualquer mulher. Mas Linnet não é qualquer mulher. É uma das moças mais adoráveis que já circularam pelos salões de Londres. Seu charme e sua inteligência já fizeram com que até mesmo um príncipe caísse a seus pés. Após ver seu nome envolvido em um escândalo da realeza, ela definitivamente precisa de um marido e, ao conhecer Piers, prevê que ele se apaixonará perdidamente em apenas duas semanas. No entanto, Linnet não faz ideia do perigo que seu coração corre. Afinal, o homem a quem ela o está entregando talvez nunca seja capaz de corresponder a seus sentimentos. Que preço ela estará disposta a pagar para domar o coração frio e selvagem do conde? E Piers, por sua vez, será capaz de abrir mão de suas convicções mais profundas pela mulher mais maravilhosa que já conheceu?

Confesso que Quando a Bela Domou a Fera não foi um livro que me chamou a atenção logo no seu lançamento.  Sendo bem sincera, essa blogueira que vos escreve estava um pouco "cética" em relação à história escrita por Eloisa James. Mas acabei vencida pela curiosidade e para minha felicidade surpreendida com um romance super gracinha.

Linnet Berry Thrynne é considerada a mais bela e doce das moças que circulam pelos salões da alta sociedade de Londres na temporada. Tanto que a jovem e a sua família estão crentes que ela será pedida em casamento pelo príncipe Augustus. Porém após se ver no meio de um escândalo de proporções épicas, ela precisa desesperadamente de um marido que não conheça a sua má fama.

A oportunidade surge na forma de Piers Yelverton, o conde de Marchant um homem com recluso e com um péssimo temperamento.  Ao partir para o País de Gales, Linnet acredita que Piers se apaixonará perdidamente por ela. Porém logo a jovem percebe que conquistar o coração do arredio conde de Marchant não será tão fácil assim. Afinal Piers faz o seu melhor em ser desagradável em suas tentativas de afastar Linnet.

Conforme os dias se passam o feitiço vira contra a feiticeira e Linnet aos poucos vai se encantado com Piers. E por mais que corra o risco de acabar com o coração quebrado, ela está disposta a fazer o que for preciso para domar o coração ferino do conde.  Nesse jogo de sedução a muralha de gelo que Piers criou para se defender começa a derreter, fazendo com que ele comece a rever as suas convicções, se permitindo pela primeira vez em anos a pensar no amor.

Que adoro romances históricos, não é novidade para ninguém. Porém depois de ler muitos livros do estilo em sequência, aquela sensação que eu estava lendo o mais do mesmo começou de verdade a me incomodar. Por esse motivo ao iniciar a leitura de Quando a Bela Domou a Fera, evitei criar muitas expectativas esperando que a narrativa me surpreendesse. E foi exatamente isso que aconteceu.

Eloisa James criou um romance clichê que se destaca por possuir não somente diálogos inteligentes, mas uma pitada de sarcasmo que deixa a narrativa divertida e ainda mais interessante de se acompanhar.  Além disso, Linnet e Piers são protagonistas cativantes que fogem um pouco do estereótipo que normalmente encontramos nos livros do gênero, - a mocinha frágil e indefesa e o mocinho belo e perfeito. Eles são pessoas “comuns” e possuem suas qualidades, defeitos e limitações, e isso é tão legal que conforme vamos avançando na leitura mais próximos a eles nos sentimos.

Outro ponto interessante é que a autora soube como dar aos personagens secundários, espaço para que eles consigam se destacar e colaborar para o desenvolvimento da história. Gostei bastante do Sébastien, primo do Piers e do pequeno Gavan. Além disso, a entrada de um segundo casal na trama deixou tudo ainda mais divertido e gostoso de acompanhar.

O único ponto negativo que a história possui em minha opinião, foi que o final me pareceu um pouco “forçado”. Não é nada assim que prejudique a narrativa como um todo, mas me deixou com a sensação que a autora tentou inserir um toque de ação na história que não funcionou muito bem.

“– Você é sempre sarcástica assim?
– Não. Sou uma dama bastante doce. Mas você faz despertar o pior em mim."

O meu maior receio em ler Quando a Bela Domou a Fera, era que inconscientemente me levasse a comparar sua história com outras que já li. Mas, apesar de não ser de todo original, Eloisa James sou como escrever uma versão sensual, leve e bastante envolvente do meu conto de fadas favoritos.  Ou seja, valeu a pena começar a leitura sem nenhuma expectativa e me surpreender.

julho 20, 2017

A Soma de Todos os Beijos por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788580416664
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 272
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith – Livro 03.
Lorde Hugh Prentice é um gênio da matemática e teve sua perna (e sua vida) arruinada por causa de um duelo com seu amigo, Daniel Smythe-Smith. Nesse livro, conheceremos um pouco da história de Hugh, antes e depois do acontecido. Sua família, o desespero de seu pai para conseguir que um de seus filhos lhe desse um herdeiro, visto que um não é chegado à mulheres e o outro, provavelmente terá dificuldades em encontrar uma esposa, e principalmente em ter filhos. E, claro, sua relação de amor e ódio com Sarah Pleinsworth, prima mais velha de Daniel, que mesmo antes de conhecê-lo, já odiava Hugh por ter arruinado sua família através desse duelo. Mas, as coisas começam a mudar quando Honoria, sua prima, pede para Hugh substituir seu padrinho no casamento e para Sarah ser sua acompanhante durante sua estadia, para que ele ficasse mais confortável diante dos familiares de Daniel. E esse tempo se prolonga, já que Daniel se casará duas semanas depois da irmã e resolve torná-los uma única festa... É claro que eles não se dão no início, mas com o tempo, ainda mais depois do primeiro casamento, quando ela fica impossibilitada de andar, eles deixam as diferenças de lado e começam a se conhecer realmente, e, o que era ódio, acaba se tornando uma paixão avassaladora. Mas as limitações de Hugh vão ser apenas um dos problemas que o casal enfrentará pelo caminho...

Após minha pequena "decepção" com a leitura de Uma Noite como Essa, achei prudente de minha parte dar um “tempo” nos romances de época. Tipo, não sei quanto a vocês, mas se fico lendo um mesmo estilo com muito frequência acabo com a sensação que estou lendo a mesma história só que com personagens diferentes.  Porém A Soma de Todos os Beijos ficava “flertando” comigo na minha estante e bem, como eu ainda estava precisando de uma boa dose de açúcar pensei: “Por que não?”.

Lady Sarah Pleinsworth é conhecida por ser a mais eloquente e dramática das damas de sua família. Tanto que ela fez questão de deixar bem claro a Lorde Hugh Prentice quando se conheceram, que ele era a causa da ruína dela e de toda sua família.  Hugh Prentice pode até ser um gênio da matemática, porém nem mesmo ele conseguiu entender como a mente de uma jovem tão expressiva como Sarah funcionava. Só que de uma coisa Hugh sabia muito bem, que se teve alguém que pagou caro pela ridícula ideia de desafiar Daniel Smythe-Smith para um duelo, esse alguém é ele próprio.

Sarah não faz a menor questão de esconder a sua antipatia por Hugh, a verdade é que ela não entende como o primo e o restante de seus familiares conseguiu perdoa-lo depois de tudo. Mas quando é forçada por seu amor a família a tolera-lo e ser seu par durante as festividades do casamento de Honoria, Sarah acaba percebendo que o Lorde Prentice pode ser uma companhia bastante agradável. Logo os dois passam a compartilhar uma amizade que até então era improvável para ambos. E não demora muito para que essa amizade se transforme em algo mais. Algo que deixa Sarah sem palavras e que nem mesmo o raciocino rápido de Hugh é capaz entender.

A Soma de Todos os Beijos, terceiro livro da série Quarteto Smythe-Smith, possui todos os elementos que adoro nas narrativas da Julia Quinn. A mistura perfeita de romance, com momentos leves, divertidos e aquela pequena dose de drama para deixar tudo ainda melhor.  Gostei da forma como a autora construiu a história apesar de, achar que em determinado momento ela “forçou” um pouco a barra, mas nem tudo é perfeito (...).

Sarah mesmo sendo a "rainha do drama" é uma personagem espirituosa.  Ela pode até passar a imagem de mocinha fútil e egoísta no começo, mas logo vamos percebendo que por baixo de toda a sua pose se esconde uma pessoa que está sempre disposta a ajudar sua família e se redimir dos seus erros. Já Hugh () usa do bom e velho sarcasmo para esconder o quanto é amoroso e protetor. Sofri muito com ele ao descobrir o quando sua infância foi complicada e especialmente ao ver o quando Hugh não achava que merecia ser feliz ao lado de Sarah por conta de sua deficiência e pelo que fez a família dela no passado.

Fiquei extremamente feliz em ver que ao contrário do livro anterior em que a paixão entre os personagens foi algo fast, aqui é perceptível como Sarah e Hugh vão se apaixonando pouco a pouco. Além disso, a narrativa repleta de situações engraçadas e diálogos inteligentes em que os personagens secundários, em especial as irmãs de Sarah conseguem desempenhar um papel de destaque na história. Simplesmente adorei reencontrar o trio Pleinsworth. Harriet, Elizabeth e Frances novamente roubaram a cena deixando tudo ainda mais especial. Como também adorei me reencontrar com a diva da Lady Dandury.

A minha única ressalva é em relação ao final que em minha opinião tem uma situação extremamente "exagerada" e "desnecessária". Ok! Que em algum momento da trama o pai do Hugh ia ter que aparecer. Mas tipo, apesar dele ser complemente desprezível fiquei com a sensação que a participação dele foi mal “aproveitada”, como se a Julia não soubesse como resolver uma questão e escreveu a primeira coisa que veio a mente.  Foi aquela “forçada de barra” que comentei alguns parágrafos acima. Não que isso atrapalhe ou tire o brilho da história como todo, só me deixou um pouco incomodada durante a leitura.

Acredito que tomei a decisão certa ao esperar um pouco para ler A Soma de Todos os Beijos.  O problema nem é a história em si, mas sim o fato que inconscientemente me pego esperando encontrar na série Quarteto Smythe-Smith o mesmo encantamento que tive ao ler a série Os Bridgertons. E acho que até é “normal” esperar que uma autora que adoro como é o caso da Julia Quinn, mantenha sempre o mesmo nível em suas histórias. Só que a verdade é que quando comparo às duas séries, fico com aquela terrível sensação que falta alguma coisa aqui.

“– Uma pessoa muito sábia certa vez me disse que não são os erros que cometemos que revelam nosso caráter, mas o que fazemos para corrigi-los.“

Com personagens fortes e carismáticos, A Soma de Todos os Beijos possui uma narrativa leve que nos cativa logo nas primeiras páginas com um romance clichê e  encantador. O primeiro livro da série, Simplesmente o Paraíso continua sendo o meu favorito até o momento, mas não nego que a história de Sarah e Hugh conquistou um lugar especial em meu coração.

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maio 11, 2017

O Sol Também é uma Estrela por Nicola Yoon

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416589
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 288
Classificação: Muito Bom
Sinopse:
Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.
Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.
O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

Ao começar a leitura de O Sol Também é uma Estrela da autora Nicola Yoon esperava encontrar uma narrativa despretensiosa e leve. Daquelas que mesmo, que a história seja previsível ainda consegue nos surpreender e principalmente, deixar um sorriso bobo em nosso rosto. Porém, apesar de ter encontrado exatamente aquilo que eu procurava ao começar a leitura, não nego que esperava um pouco mais.

A jovem Natasha Kingsley chegou aos Estados Unidos quanto tinha oito anos e desde então ela a sua família vivem no país como imigrantes ilegais. Natasha nunca se imaginou partindo da América, deixando para trás seus amigos, sonhos e vida que construiu ali. Só que em poucas horas ela terá que dizer adeus a tudo isso e voltar com sua família para Jamaica, o país onde ela nasceu e do qual não tem nenhuma lembrança.

Enquanto corre contra o tempo para evitar a deportação, Natasha encontra com Daniel Jae Ho Bae. Daniel é filho de imigrantes sul-coreanos e quer ser poeta, porém por insistência dos pais, que sonham em ter um médico na família, está a caminho de uma entrevista para a Universidade de Yale. Dificilmente os caminhos de Natasha e Daniel se cruzariam em uma cidade do tamanho de Nova Iorque, só que naquele dia em especial, o Universo resolveu conspirar para que os dois se encontrassem. Pelo menos é isso que Daniel acha.

Ele e Natasha são extremos opostos e justamente por isso se sente tão atraídos um pelo o outro. Para Daniel os dois estavam destinados a se conhecer, enquanto para Natasha tudo não passa de uma mera coincidência. Daniel acredita que depois de passarem um dia juntos, Natasha também se apaixonará por ele. Só que problema é que Natasha está indo embora e os dois podem não ter tempo de viver esse amor.

O Sol Também é uma Estrela possui uma narrativa singela que em poucos capítulos nos envolve. Nicola Yoon construiu um enredo simples e que através de personagens cativantes consegue passear por vários temas sem que a essência da história se perca em algum momento. Gostei do modo com a narrativa foi estruturada intercalando não somente os pontos de vista da Natasha e do Daniel, mas também contanto um pouco da história dos personagens secundários.

Gostei do casal protagonista, só que não nego que eu me incomodei com a diferença gritante de personalidade dos dois. Enquanto Daniel é um sonhador nato, Natasha é a típica cética que só acredita naquilo que pode ser comprovado. E tudo bem que tem aquela teoria que “os opostos se atraem” e tudo mais. Só que não sei se pelo fato de eu como pessoa não acredito nem a teoria dos opostos e muito menos em paixões rompantes de um dia, mas de verdade achei tanto o relacionamento com os sentimentos dos personagens um pouco “exagerados”.

E sério, não estou sendo insensível. No contexto geral achei a história super fofa e cheia de reflexões que servem para cada um de nós, independente do momento que estamos passando na vida. Pois, O Sol Também é uma Estrela é um livro que fala sobre se ter esperança, mesmo quando tudo está demorando a nossa volta. Sua narrativa nos mostra como pequenas atitudes que temos no dia a dia interferem de modo direto ou indireto da vida de alguém.

Talvez se a Nicola Yoon tivesse dado um foco maior transformação pessoal que cada personagem causou na vida do outro, ao invés do romance clichê eu teria curtido mais história. Sem falar que de verdade, dona Nicola tem um sério problema para escrever finais. É aquele típico final que fecha, mais não fecha a história. Ok! Entendo que a intenção da autora é deixar o que aconteceu depois daquele ponto para a imaginação do leitor. Mas isso não torna o final menos “frustrante”.

“Talvez parte de se apaixonar por alguém seja se apaixonar por si mesmo.”

Para quem está em busca de uma leitura leve, O Sol Também é uma Estrela possui uma narrativa doce sem ser enjoativa, e que nos mostra que mesmo nos dias ruins coisas boas podem acontecer. Nicola Yoon pode ter “pecado” em alguns pontos, porém sem sombra de dúvidas essa é aquele tipo de história que cativa o nosso coração.

abril 20, 2017

Uma Noite Como Esta por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416640
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 272
Classificação: Bom
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith - Livro 02.
Anne Wynter pode não ser quem diz que é. Mas está se saindo muito bem como governanta de três jovenzinhas bem-nascidas. Seu trabalho é bastante desafiador: em uma única semana ela precisa se esconder em um depósito de instrumentos musicais, interpretar uma rainha má em uma peça que pode ser uma tragédia ou, talvez, uma comédia – ninguém sabe ao certo – e cuidar dos ferimentos do irresistível conde de Winstead. Após anos se esquivando de avanços masculinos indesejados, ele é o primeiro homem que a deixa verdadeiramente tentada, e está cada vez mais difícil para ela lembrar que uma governanta não tem o direito de flertar com um nobre. Daniel Smythe-Smith pode estar em perigo. Mas isso não impede o jovem conde de se apaixonar. Quando ele vê uma misteriosa mulher no concerto anual na casa de sua família, promete fazer de tudo para conhecê-la melhor, mesmo que isso signifique passar os dias na companhia de uma menina de 10 anos que pensa que é um unicórnio. O problema é que Daniel tem um inimigo que prometeu matá-lo. Mesmo assim, no momento em que vê Anne ser ameaçada, ele não mede esforços para salvá-la e garantir seu final feliz com ela.

Não costumo “emendar” a leitura de livros de série. Gosto de dar um intervalo entre eles para sentir aquela saudade gostosa da história e de seus personagens. Só que dessa vez resolvi mudar um pouco as coisas, e assim que terminei de ler Simplesmente o Paraíso, comecei imediatamente à leitura de Uma Noite Como Esta. Porém confesso que talvez as minhas expectativas estivessem um pouco elevadas, pois infelizmente o segundo livro do Quarteto Smythe-Smith, acabou se tornando uma leve decepção.

Depois de três anos exilado Daniel Smythe-Smith, o Conde de Winstead finalmente está de volta ao lar. E apesar de não ter planejado a sua volta para uma data festiva, Daniel retorna a Londres no dia que a sua família escolheu, para realizar o tradicional concerto das Smythe-Smith. Daniel não quer chamar a atenção para si em um dia tão especial para irmã Honoria e suas primas e por isso assisti ao concerto escondido em um canto escuro. Porém mesmo nas sombras, Daniel não deixa de reparar na misteriosa pianista.

Anne Wynter
é governanta na casa dos Pleinsworth, por esse motivo quando Lady Sarah Pleinsworth sofre uma terrível indisposição que a impede de participar do concerto anual das Smythe-Smith, Anne é “convidada” a substituí-la. Mas Anne não podia imaginar que ao tentar não chamar a atenção dos nobres ingleses acaba chamando atenção do recém chegado Conde de Winstead.

Ao descobrir que a bela jovem trabalha para sua tia, Daniel começa há passar muito tempo na companhia das primas e com isso aos poucos o flerte inocente que se iniciou na noite do concerto se transformar em um sentimento mais profundo. Só que Anne sabe que é um erro se apaixonar por Daniel e não somente pelo fato dela ser uma governanta. Ela não deve se apaixonar pelo conde, por que não é quem diz ser, e se alguém descobrir o seu segredo Anne perderá tudo.

Bem, não é que essa blogueira que vos escreve não tenha gostado de Uma Noite Como Esta (...). Gostei da história do que encontrei aqui, porém não nego que achei a narrativa em determinados momentos repetitiva. E por mais que eu ame de paixão a escrita da Julia Quinn, ela é humana e como todos nós, e às vezes comete pequenos “deslizes”.

Para começar o grande segredo da protagonista é revelado cedo demais. E me perdoem a sinceridade, mas em minha opinião ele não chega a ser assim tão aterrador. Na verdade eu tive meio que uma relação de amor e ódio pela Anne. Tipo em alguns momentos até me compadecia dos problemas dela, só que em outros não conseguia deixar de pensar que ela só estava naquela situação por que foi ingênua (tonta), um pouco “convencida” e até mesmo prepotente demais.

Daniel é o típico mocinho perfeito dos livros do gênero, mas me incomodou muito o fato ele passar metade do livro correndo atrás da Anne, quando fazia três anos que ele estava longe da mãe e das irmãs. Sério gente! Imagine como a dona Virginia, Lady Winstead deve ter se sentido, após três anos sem ver o filho e ele ser um desnaturado que fica correndo atrás do primeiro rabo de saia que encontra ao invés de ficar com a família? Eu no lugar dela e da Honoria ficaria bastante desapontada.

E tudo bem que a história dos dois é super bonitinha e que mesmo eu achando algumas coisas demasiadamente “exageradas”, torci pelo final feliz deles. Mas não nego que esperava um romance com uma construção mais “sólida”. Tudo aqui foi muito fast, e por mais que eu adore o bom e velho clichê, ando cada vez com menos paciência para esses romances avassaladores de uma semana.

Os pontos altos da história ficam por conta do encantador trio Pleinsworth formado por Harriet, Elizabeth e Frances. Juntas as irmãs protagonizam os momentos divertidos e mais doces da narrativa, em especial a pequena Frances.  Gostei do modo como a Julia deu mesmo que pequeno, um destaque maior aos personagens secundários aqui. A presença das irmãs Pleinsworth  deixou a trama com um toque especial.

E se em Simplesmente o Paraíso, a autora resolveu atropelar o final, aqui senti que aconteceu o contrário. A sensação que tive foi que a Julia quis aumentar a carga dramática da história, dando a ela um toque de ação no final. Em partes isso até funciona, mas infelizmente não nego que fiquei com a impressão que a autora deu uma “enrolada” desnecessária. Só acho (...).

É como comentei acima, não é que eu não tenha gostado de Uma Noite Como Esta. Porém independente das minhas expectativas ao iniciar a leitura estarem altas demais, ou dessa vez a autora ter “pecado” em alguns detalhes, senti que de certa modo a história não me cativou tanto como o livro anterior. No contexto geral ele se mostrou uma leitura agradável, mas que infelizmente não conseguiu me encantar.

“Não havia nada como um sorriso inesperado para tirar alguém do prumo.”

Uma Noite Como Esta possui uma narrativa morna, mas que consegue ser uma leitura leve e fluida. Pode não ter sido o melhor livro que li da Julia Quinn até aqui, porém sem sombra de dúvidas ele me deixou ainda mais curiosa para ler A Soma de Todos os Beijos, terceiro livro da série. Vêm Hugh Prentice ().

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abril 17, 2017

Simplesmente o Paraíso por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416626
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 272
Classificação: Ótimo
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith - Livro 01.
Honoria Smythe-Smith é parte do famoso quarteto musical Smythe-Smith, embora não se engane e saiba que o dito quarteto carece sequer do menor sentido musical e tem esperanças postas que esta seja a última vez que se submeta a semelhante humilhação. Esta será sua temporada e com um pouco de sorte conseguirá um marido. Durante um jantar, põe seus olhos em Gregory Bridgerton, um dos mais jovens da família Bridgerton. Sabe que não está apaixonada, mas ele parece uma opção mais que válida. Marcus Holroyd é o melhor amigo do irmão de Honoria, Daniel, que vive exilado na Italia. Ele prometeu olhar por ela e leva suas responsabilidades muito seriamente. Odeia Londres e durante toda a temporada, permaneceu vigilante e intermediou quando acreditava que o pretendente não era o adequado. Honoria e Marcus compartilham uma amizade, pouco atípica, fruto dos anos que se conhecem e que o torna parte da família. Entretanto, um desafortunado acidente faz que ambos repensem sua relação e encontrem a maneira de confrontar o que surge entre eles, se tiverem coragem suficiente.

Confesso que ainda não “superei” o fim da série Os Bridgertons, afinal depois de tantos anos acompanhando as aventuras dessa família tão linda, é de se esperar que essa blogueira que vos escreve se sinta meio que parte da família também. Por isso admito que comecei a leitura de Simplesmente o Paraíso, primeiro livro da série Quarteto Smythe-Smith com um certo receio. Pensei comigo mesma, “Será que Julia Quinn vai conseguir me encantar com sua narrativa e personagens novamente?”. Porém, não foram necessárias muitas páginas para que eu tivesse certeza que a resposta essa pergunta, seria sim.

Lady Honoria Smythe-Smith ama sua família acima de qualquer coisa. Por isso, mesmo sabendo que é um desastre ao violino, assim como todas as Smythe-Smith que estiveram em seu lugar antes, ela adora o tempo que passa junto com as primas ensaiando para o concerto anual que a família promove. Além disso, ela tem esperanças que nessa temporada conseguirá um marido e dessa forma passar o posto para a próxima Smythe-Smith da fila.  E é durante um jantar ao colocar os olhos em Gregory Bridgerton, que Honoria pensa ter encontrar o “pretendente ideal”. Gregory é de uma boa família e mesmo sabendo que não está apaixonada por ele, Honoria acredita que essa pode ser uma união feliz.

Mas o que a jovem não sabe é que antes de sair correndo do país seu irmão Daniel, o Conde de Winstead pediu ao seu melhor amigo Marcus Holroyd, o Conde de Chatteris ficasse de olho nela. E principalmente, que espantasse qualquer pretendente que não fosse "adequado".  E ao longo dos últimos três anos, Lord Chatteris tem cumprido a promessa que fez ao amigo, protegendo de forma discreta, Lady Honoria dos oportunistas e caças dotes de plantão.

Para Marcus, Honoria sempre foi a irmã intrometida do melhor amigo, até que depois um encontro inusitado que resultou em um resfriado e uma perna ferida algo entre os dois muda. Honoria que sempre gostou de Marcus percebe que seus sentimentos pelo Conde não são mais os mesmos, ele se vê encantado pela bela, delicada e determinada jovem que ela se tornou.  Quanto mais tempo passam juntos, mais forte esse sentimento se torna. O que dirá Daniel se Marcus chegar à conclusão que ele, o Conde de Chatteris é o único homem capaz de fazer Honoria feliz?

Adoro histórias clichês e romances açucarados e nunca escondi isso de ninguém. Então vocês podem imaginar o quanto fiquei  envolvida com a narrativa de Simplesmente o Paraíso. Fazia um bom tempo que não lia um romance tão “bonitinho” e talvez por esse motivo eu tenha lido o livro tão rápido (em um dia). Julia Quinn nos apresenta aqui uma história simples e totalmente previsível, mas com uma narrativa é fluida que intercala o já conhecido toque de humor da autora, com momentos em que o leitor fica mais apreensivo.

Os protagonistas são carismáticos, o que torna a leitura ainda mais envolvente.  Honoria coloca a família em primeiro lugar e se esforça para manter todos juntos, apesar da dor que sente com a ausência do irmão. Já Marcus sempre foi só e encontrou nos Smythe-Smith a família que sempre desejou ter.  É tão bonito acompanhar a forma como o sentimento dos dois vai se transformando. Honoria e Marcus são aquele casal pelo qual você se apaixonada antes mesmo deles perceberem que são perfeitos juntos.

Gostei do modo com a Julia Quinn construiu a história. Ela é leve e doce sem ser adocicada demais. Porém, senti que ela foi muito centralizada e que faltou um pouco mais de “emoção” em determinados momentos. O final também me deixou com a sensação de ter sido “atropelado”. Só que esses são pequenos detalhes que não tiram a beleza da história em si, mas são pontos que se talvez fossem mais trabalhos, teriam a deixando ainda melhor.

“Nem se dera conta de que sentia falta daquela sensação de pertencimento, de estar no lugar certo, com alguém que a conhecia plenamente e, ainda achava que valia a pena rir com ela.”

Simplesmente o Paraíso se apresenta como um começo promissor de uma nova série que tem tudo para conquistar o coração dos fãs de romances de época. É impossível você ler esse livro e não se encantar pelo quarteto mais desafinado da Inglaterra. Por que meu caro leitor, depois de ler Simplesmente o Paraíso você com certeza vai pedir bis.

março 27, 2017

Meio Mundo por Joe Abercrombie

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416411
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 368
Classificação: Ótimo
Sinopse: Mar Despedaçado – Livro 02.

Os tolos alardeiam o que vão fazer. Os heróis fazem.

Thorn Bathu não é uma garota comum. Mesmo tendo sido criada numa sociedade machista, ela vive para lutar e treina arduamente há anos. Porém, após uma fatalidade, ela é declarada assassina pelo mesmo mestre de armas que deveria prepará-la para as batalhas. Para fugir à sentença de morte, Thorn se vê obrigada a participar de um esquema do ardiloso pai Yarvi, ministro de Gettland. Ao lado dela se encontra Brand, um guerreiro que odeia matar, mas encara a jornada como uma chance de sustentar a irmã e conquistar o respeito de seu povo. A missão dos dois é cruzar meio mundo a bordo de um navio e buscar aliados contra o Rei Supremo, que pretende subjugar todo o Mar Despedaçado. É uma viagem desafiadora, em que Brand precisa provar seu valor e Thorn fará o necessário para honrar a memória do pai e se tornar uma verdadeira guerreira.

Comecei a leitura de Meio Mundo, segundo livro da trilogia Mar Despedaçado do autor Joe Abercrombie, com aquele misto de ansiedade e apreensão. Afinal, nada é mais desanimador do que a famosa e temida “maldição do segundo livro”. Mas, para minha surpresa novamente me vi envolvida pelo sedutor jogo de intrigas e conspirações criado pelo o autor. Até por que desde Meio Rei ficou claro que nessa história quem vence é o mais inteligente e não o mais forte.

Pode conter spoiler do livro anterior, por isso quem não quiser correr o risco pode pular quatro parágrafos agora.

Thorn Bathu pode ser chamada de muitas coisas, menos de mocinha frágil e delicada. E apesar de ter sido criada em uma sociedade regida pelo patriarcado, Thorn sabe que nasceu para lutar e principalmente, que é melhor que do que muitos homens nisso. Após anos treinando para ser uma guerreira do rei, ela vê seus sonhos ruírem quando depois de uma fatalidade é declarada assassina pelo mestre de armas e condenada à morte.

Mas enquanto na cela ela lamenta o seu terrível destino, uma nova oportunidade surgi. Pai Yarvi, ministro de Gettland lhe oferece a liberdade em troca da sua força e lealdade. Yarvi é conhecido por ser ardiloso e inteligente. E embora o ministro não seja um grande guerreiro, muitos sabem que ele é mais perigoso em um jogo de palavras do que segurando uma espada.

A sombra da guerra está cada vez mais próxima de Gettland, e o Rei Supremo e sua ministra estão dispostos a tudo para esmagar o pequeno país. Yarvi então parte a bordo do Vento Sul em uma viagem cheia de perigos cruzando meio mundo em busca de aliados. Thorn que sonhava em ser uma guerreira e ter canções compostas sobre seus corajosos atos, se vê presa em meio a nada ao lado estranhos e de Brand, um jovem com o qual ela tem um passado.

E nessa jornada árdua e cheia de acontecimentos inesperados, Thorn se vê cada vez mais enredada em intrigas políticas que a fazem questionar seu desejo de ser guerreira, ao mesmo tempo em que sem perceber vai sendo moldada para se tornar a arma mais mortal de Yarvi contra os inimigos de Gettland.

Confesso que ao contrário de Meio Rei que me fisgou logo nas primeiras páginas, aqui demorei um pouco mais para me envolver com a história. Achei interessante o autor ter deixado Yarvi o protagonista do primeiro livro em um papel mais "secundário", só que o problema é que a Thorn não é uma personagem “fácil”

O que mais me cativou na leitura do primeiro livro, foi justamente o fato de Joe Abercrombie fugir dos estereótipos com os quais estamos acostumados nos livros de fantasia. E nesse segundo livro o autor nos apresentou uma personagem feminina forte e decidida, mas que em algumas situações consegue ser arrogante e infantil. Algo que me incomodou bastante em vários momentos. E talvez por isso, eu tenha me apegado mais ao Brand do que a Thorn.

Brand é aquele personagem que vai se revelando aos poucos, camada por camada e que apesar do seu jeito mais calado é aquele que presta atenção nos detalhes e sabe a hora certa de agir. Joe Abercrombie trouxe novos e complexos personagens a sua obra, ao mesmo tempo em que antigos conhecidos desempenham mais uma vez um papel importante no desenvolvimento da trama, como a naja da Isrium e o imponente rainha Laithlin.

Yarvi mais uma vez me surpreendeu com sua sagacidade e inteligência. Ele pode até ter perdido o posto de "grande" protagonista da história em Meio Mundo, mas seu papel não ficou nem um pouco menor por isso. Sem sombra de dúvidas ele é a engrenagem mestre dessa obra e não duvido que até o final da trilogia ele esteja dominando todo o mar despedaçado.

O único ponto “negativo“ que Meio Mundo tem em minha opinião, é que senti o que o autor se estendeu muito em alguns momentos, em especial na batalha final.  Mas fora esse pequeno detalhe Joe Abercrombie conseguiu manter o ritmo surpreendente da série, me deixando ainda mais curiosa para saber como ela vai terminar. A Meia Guerra se aproxima, e tenho minhas dúvidas se ela será decidida no campo de batalha.

“– Às vezes grandes coisas certas precisam ser costuradas a partir de pequenas coisas erradas.”

Em uma narrativa com diálogos inteligentes, personagens fortes e um toque de romance, Joe Abercombrie faz com o que leitor embarque em uma aventura cheia de reviravoltas políticas e inimigos perigosos. Só não se esqueçam da dica que dei no começo da resenha, aqui nem sempre o mais forte e corajoso vence.

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fevereiro 09, 2017

O Escândalo de Cetim por Loretta Chase

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416398
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 272
Classificação:
Sinopse: As Modistas – Livro 02.
Irmã do meio entre as três proprietárias de um refinado ateliê de Londres, Sophia Noirot tem um talento inato para desenhar chapéus luxuosos e um dom notável para planos infalíveis. A loura de olhos azuis e jeito inocente é na verdade uma raposa, capaz de vender areia a beduínos. Assim, quando a ingênua lady Clara Fairfax, a cliente mais importante da Maison Noirot, é seduzida por um lorde mal-intencionado diante de toda a alta sociedade londrina, Sophia é a pessoa mais indicada para reverter a situação. Nessa tarefa, ela terá o auxílio do irmão cabeça-dura de lady Clara, o conde de Longmore. Alto, musculoso e sem um pingo de sutileza, Longmore não poderia ser mais diferente de Sophia. Se a jovem modista ilude as damas para conseguir vesti-las, ele as seduz com o intuito de despi-las. Unidos para salvar lady Clara da desonra, esses charmosos trapaceiros podem dar início a uma escandalosa história de amor... se sobreviverem um ao outro. Em Escândalo de Cetim, segundo livro da série As Modistas, Loretta Chase nos presenteia com um dos casais mais deliciosos já descritos. Além de terem uma inegável química, Sophia e Longmore são divertidos como o rodopiar de uma valsa e sensuais como um corpete bem desenhado.

Aposto que muitos de vocês ao lerem o titulo do post pensaram: “Lá vem a Ane como mais um ataque fangirl por causa dessa tal Loretta Chase”. De minha parte prometo compartilhar apenas um relato fiel, de como mais uma vez me vi irremediavelmente apaixonada pela narrativa dessa tal Loretta Chase.

Além de desenhar belos chapéus Sophia Noirot, uma das proprietárias da refinada Maison Noirot é conhecida também por sempre ter um plano infalível nas mangas bufantes de seus belíssimos vestidos. Por esse motivo quando a jovem e ingênua lady Clara Fairfax acaba envolvida em um escândalo de proporções épicas, as irmãs Noirot sabem que Sophia é a única que pode reverter a situação. Afinal lady Clara é a melhor cliente do refinado ateliê que elas possuem e caso a reputação da moça não seja salva, será o fim das modistas também.

Mas Sophia não é a única disposta a mover céus e terra para desfazer esse grande mal entendido e livrar lady Clara de um oportunista. O conde de Longmore irmão mais velho da jovem se juntará a modista nessa missão. Porém antes de salvarem lady Fairfax da ruína eminente, Sophie e Longmore precisam aprender a trabalhar em equipe. Pois, se de um lado Sophie é a mestre na sedução de iludir as pessoas com seu jeito inocente, o conde é especialista em seduzir moças inocentes. O que torna a o resultado dessa união no mínimo imprevisível.

Juntos eles parte em uma corrida contra o tempo para impedir a falência da Maison Noirot e salvar Clara de um casamento infeliz. E quanto mais tempo passam juntos, mais difícil fica resistir à intensa atração que sentem um pelo o outro. Só que Sophia sabe que depois que sua irmã se casou com o duque de Clevedon, a alta sociedade londrina verá com uma afronta, se outra irmã tirar do mercado de casamentos mais um bom partido como o conde de Longmore. Isso sem mencionar o terrível segredo que as Noirot escondem desde que voltaram para Londres.

Em Escândalo de Cetim, segundo livro da série As Modistas, Loretta Chase novamente arrasou o coraçãozinho dessa blogueira que vos escreve . Gente, de verdade me pergunto se chegará um dia que essa mulher vai me decepcionar e o pior, como eu lidarei com isso. Porém enquanto esse dia triste e sombrio não chega, vamos falar de como esse livro é maravilhoso. E principalmente o que o torna tão maravilhoso.

O que mais me encantou nos livros da Loretta Chase que li até o momento é a forma como a autora constrói seus personagens, em especial as protagonistas. Todas elas jogam as convenções para o alto e vão à luta pelo que querem. Sophia é uma trapaceira de mão cheia, e mesmo que em alguns momentos demonstre não sentir muito orgulho das escolhas que precisou fazer na vida, ela segue em frente. Além disso, os diálogos dela com Longmore são recheados de ironia e humor o que torna a personagem ainda mais cativante.

Longmore () é um patife irresistível. Diferente de Clevedon que fazia de tudo para ser um bom moço, Longmore não está muito preocupado com o que a sociedade acha dele. Ele age para depois pensar e com esse comportamento impulsivo acaba sempre sendo o alvo dos mexericos e visto com maus olhos pelos mais conservadores. Porém por baixo dessa fachada de jovem aristocrata mimado e irresponsável se esconde um homem capaz de fazer qualquer coisa por aqueles que ama. Juntos ele e Sophia formam um casal perfeito!

Ao contrário de Sedução da Seda em que temos um tom maduro e uma participação maior dos personagens secundários, a narrativa nesse segundo livro é mais leve e fluida. Os demais personagens continuam a ter peso no enredo em especial o pequeno Fenwick, só que aqui ficou evidente que a autora buscou combinar com maestria a narrativa e a personalidade do casal principal. Isso deu a trama as doses certas de romance, sensualidade e aventura. E é simplesmente delicioso acompanhar o desenvolvimento de uma história que mesmo tendo tudo para ser clichê consegue ser surpreendente.

Não nego que estava morrendo de medo de sofrer uma decepção gigante com o Escândalo de Cetim. Porém Loretta Chase sabe como falar de amor sem tornar a mocinha frágil, indefesa ou irritante. Ela foge dos tradicionais “fricotes” inseridos na narrativa só para dar mais emoção ao enredo. Além disso, através de diálogos inteligentes a autora aborda a igualdade de gênero, fazendo criticas sutis a sociedade da época e por que não dizer a nossa também (...). Acho que deu para entender o porque AMO os livros dessa mulher!

“ – Truques fazem parte do seu departamento, Srta. Noirot. O meu é distribuir socos. Mas fico lisonjeado pela senhorita imaginar que sou esperto o bastante para enganá-la.”

Em Escândalo de Cetim, Loretta Chase nos transportar para as páginas do livro com uma narrativa doce e descontraía. No final me vi querendo capítulos a mais, pois não estava preparada para me despedir de uma história tão apaixonante. Se estou ansiosa pelo terceiro volume da série? Vocês não imaginam como()!

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