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janeiro 16, 2017

E Viveram Felizes para Sempre por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416374
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 256
Classificação:
Sinopse: Os Bridgertons – Livro 09.
Alguns finais são apenas o começo...
Era uma vez uma família criada por uma autora de romances históricos...


Mas não era uma família comum. Oito irmãos e irmãs, seus maridos e esposas, filhos e filhas, sobrinhas e sobrinhos, além de uma irresistível matriarca. Esses são os Bridgertons: mais que uma família, uma força da natureza. Ao longo de oito romances que foram sucesso de vendas, os leitores riram, choraram e se apaixonaram. Só que eles queriam mais. Então começaram a questionar a autora: O que aconteceu depois? Simon leu as cartas deixadas pelo pai? Francesca e Michael tiveram filhos? O que foi feito dos terríveis enteados de Eloise? Hyacinth finalmente encontrou os diamantes? A última página de um livro realmente tem que ser o fim da história? Julia Quinn acha que não e, em E viveram felizes para sempre, oferece oito epílogos extras, todos sensuais, engraçados e reconfortantes, e responde aos anseios dos leitores trazendo, ainda, um drama inesperado, um final feliz para um personagem muito merecedor e um delicioso conto no qual ficamos conhecendo melhor ninguém menos que a sábia e espirituosa matriarca Violet Bridgerton. Veja como tudo começou e descubra o que veio depois do fim desta série que encantou leitores no mundo inteiro.

Quem leu a minha resenha de A Caminho do Altar deve se lembrar de como terminei a leitura decepcionada. Ao longo dos últimos anos acompanhado, a saga dessa família maravilhosa que aprendi a amar, eu realmente esperava aquele “algo a mais”. Por esse motivo, adorei me reencontrar com cada um dos Bridgertons nessa coletânea de epílogos e descobrir o que aconteceu com os meus casais favoritos depois da última página. Foi delicioso reencontrar com os personagens e com a escrita da Julia Quinn, nesse livro que se tornou um dos meus favoritos da série.

Não vou entrar em muitos detalhes sobre cada epílogo individualmente por que senão corro  risco de dar algum spoiler e também deixar a resenha muito extensa. 

Confesso que ao pegar E Viveram Felizes para Sempre para me fazer companhia no dia de Natal, senti um misto de expectativa e receio. Expectativa para saber o que a autora Julia Quinn tinha preparado e medo de acabar me decepcionando com o que encontraria. Porém para minha surpresa fiquei tão envolvida com a leitura que passei o dia todo como os Bridgertons (). Claro que assim como aconteceu com os livros anteriores gostei mais de algumas histórias do que de outras. Mas não há como negar que senti uma vontade imensa de reler a série inteira conforme fui lendo esse livro.

Foi encantador reencontrar com a Daphne e com o Simon, na verdade nem tinha me dado conta de como senti falta deles até reencontra-los aqui. O Colin () como sempre rouba a cena sempre que aparece, apesar de continuar achando tanto o livro solo dele assim como o seu segundo epílogo ficou um pouco “abaixo” do potencial do personagem. Sophie e Benedict continuam sendo meu casal favorito, mas adorei a forma como a autora acabou deixando eles em “segundo plano” dando aos leitores a oportunidade de conhecer melhor outro personagem que foi tão importante para o final feliz dos dois.

O mesmo acontece no epílogo da Eloise que junto com a Francesca foram as personagens mais “esquecidas” na série em minha humilde opinião. Achei interessante a mudança de foco e estilo que a Julia Quinn deu ao narrar os novos acontecimentos de Para Sir Phillip, Com Amor. E fiquei ainda mais emocionada com o final feliz da Francesca e do Michael. Já Hyacinth e Gareth protagonizam cenas cheias de paixão e cumplicidade. Muito amor esses dois viu ().

Os segundos epílogos que menos gostei por assim dizer foi o do Anthony com a Kate, por que não achei que ele de fato trouxe algo novo. E como peguei birra com A Caminho do Altar, (por que sou dessas) mesmo a narrativa tendo uma carga dramática forte, ela não chegou a me emocionar completamente.  Só que sem sombra de dúvidas a história mais linda é a da querida Violet Bridgerton. Foi incrível conhecer um pouco mais dessa personagem que ao longo da série conquistou um espaço especial não somente na história como no meu coração. Como não amar Violet Bridgerton? Digo que é impossível, - apenas.

E Viveram Felizes para Sempre é um presente maravilhoso que a autora Julia Quinn deu para seus leitores e fãs da série Os Bridgertons. Embora ele não vá acrescentar muita coisa às histórias que já conhecemos, ele é uma opção perfeita e nostálgica de nos reencontrarmos com personagens queridos. Esse é aquele típico livro que escorre açúcar de todas as páginas de tão doces, leves e emocionantes que são suas histórias, ou quase todas elas.

 “Como disse, não foi amor à primeira vista, já que não acredito nessas coisas. Não foi à primeira vista, na verdade, mas havia algo... uma identificação... um senso de humor. Não sei ao certo como descrever.”

Me despeço por hora dos Bridgertons com um enorme sorriso no rosto e com o coração quentinho. Para quem assim como essa que vos escreve já se sente parte da família, vai se encantar com esse tempinho a mais que passará com eles ().

O Conde Enfeitiçado.
Um Beijo Inesquecível.
A Caminho do Altar.

dezembro 22, 2016

Ligeiramente Pecaminosos por Mary Balogh

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416176
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas:
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Os Bedwyns – Livro 05.
Em meio à Batalha de Waterloo, lorde Alleyne Bedwyn é ferido e dado como morto pela família. Ao acordar, ele se vê no quarto de um bordel sem lembrar quem é ou como foi parar ali. Sua única certeza é que deseja conquistar o coração do anjo que cuida dele todo dia. Contudo, assim como ele, Rachel York não é quem parece. Depois de enfrentar uma situação difícil, que a levou a viver numa casa de pecados, agora a bela e inteligente jovem precisa recuperar seu dinheiro e as economias das amigas prostitutas, roubados por um falso clérigo. E o belo soldado de quem vem cuidando parece perfeito para se passar por seu marido e ajudá-la em seus planos. Porém, apesar de ter perdido a memória, Alleyne não perdeu nada de sua sedução. De volta a Londres, os dois se envolvem em um escândalo pecaminoso e, a cada beijo, esquecem que seu relacionamento é apenas uma farsa e ficam mais perto de se entregar à paixão. Neste quinto livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh apresenta um romance repleto de humor, com personagens carismáticos que o leitor não conseguirá abandonar ao fim da história.

Iniciei a leitura de Ligeiramente Pecaminosos, quinto livro da série Os Bedwyns da Mary Balogh com aquele aperto do peito. Afinal ele é o penúltimo capítulo dessa série que chegou de mansinho e conquistou o meu coração. Tive que me segurar bastante para não passar ele na frente em minha fila de leituras de dezembro, mas a espera valeu a pena.  Com uma narrativa ágil e personagens cativantes Mary Balogh novamente nos presenteia com uma linda história de amor e transformação.

Rachel York foi enganada. Não somente ela, mas suas amigas também.  Por esse motivo é uma questão de honra, as cinco damas partirem o mais rápido possível de Bruxelas para encontrar o cretino que as roubou. Mas o problema é que elas estão sem dinheiro algum para isso. Em uma medida desesperada elas decidem ir até o campo de Batalha de Waterloo ver se conseguem encontrar algo de valor entre os mortos.  Porém a ideia que pareceu perfeita no primeiro momento acaba se revelando um verdadeiro tormento para Rachel. Ela jamais teria coragem de roubar alguém, estando ele vivo ou não.

Quando já se prepara para dar meia volta e admitir sua covardia diante das amigas, ela encontra um jovem rapaz vivo em meio a tantos cadáveres. Sem pensar duas vezes Rachel leva o desconhecido para casa e passa cuidar dele. Assim que o jovem acorda descobre-se que devido ao ferimento em sua cabeça ele não se lembra de nada, nem de seu nome. Sem saber quem é e para onde ir, o desconhecido se oferece para ajudar Rachel e as outras a encontrarem o patife que as deixou com uma mão da frente e outra trás.

Ao mesmo tempo em que colocam um arriscado plano em prática, Rachel e o desconhecido de quem salvou a vida se dão conta que há uma irresistível atração entre eles. E conforme os dias se passam fica cada vez mais difícil ficarem um longe do outro. Mas o que ninguém desconfia enquanto o mirabolante plano está curso é que o jovem é lorde Alleyne Bedwyn, irmão mais novo do podereso Duque Bewcastle e que sua família está sofrendo por achar que ele está morto. 

As histórias de Ligeiramente Pecaminosos e Ligeiramente Seduzidos acontecem exatamente no mesmo período. Então para quem leu e assim como eu sofreu no livro anterior aqui o nosso coração foi “acalmado” por assim dizer.  Gostei muito como a Mary Balogh estruturou toda a narrativa e o fato de permitir que histórias paralelas acontecessem deu a trama um toque especial.

Alleyne é o meu segundo Bedwyn favorito, por que o primeiro claro é ninguém menos do que o Duque Bewcastle (). E por esse motivo é óbvio que eu estava bem curiosa para conhecer melhor o personagem. E justamente o fato do Alleyne  não se lembrar de quem realmente é que torna tanto o personagem como o enredo ainda mais interessante. O Alleyne pelo menos em minha opinião é aquele "amorzinho" e foi muito gratificante ver o amadurecimento dele.  Por que é impossível passar pelo o que ele passa e não sair de certo modo “transformado” disso. E é exatamente o que acontece aqui.

Gostei bastante da Rachel também, por que ela não é o tipo de mocinha que fica sentada esperando as coisas acontecer. Com todas suas mágoas e inseguranças ela vai a luta por aqueles que ama, além de ser  pessoa justa que se coloca no lugar dos outros e por conta disso muitas vezes acaba assumindo responsabilidade que não são suas. Sem falar que ela e o Alleyne formaram um casal muito bonitinho.

Porém acredito que quem rouba a cena em Ligeiramente Pecaminosos é o quarteto fantástico formando por Bridget, Geraldine, Phyllis e Flossie. Que personagens incríveis cheias de alegria e coragem.  A presença delas, assim como do sargento Strickland tornaram a leitura deliciosa. Só que obviamente um dos momentos mais lindos é à reunião dos Bedwyns. Fico me perguntando, como pode  mesmo tendo uma participação tão pequena o Wulfric conseguir roubar toda a cena para ele.  Ou seja, essa que vos escreve está agora ainda muito mais  curiosa para conhecer a história desse duque de “coração gelado”.

Mary Balogh conseguiu não apenas me surpreender como me emocionar nesse quinto livro da série os Bedwyns. A autora que sempre optou por uma escrita mais sóbria em que o romance e o drama estão alinhados com temas que para época eram considerados verdadeiros tabus nos trouxe uma história leve e de uma delicadeza única.  E tudo isso com personagens maravilhosos e momentos divertidíssimos.

“- Por que sempre guardamos as coisas de valor para mais tarde? Quero viver o agora. Talvez seja tudo o que eu tenha.”

Com uma narrativa fluida e ótimos personagens, Ligeiramente Pecaminosos é o típico livro que nos deixa com um gostinho de quero mais e um sorriso bobo no rosto.  Confesso que já estou me preparando para sofrer na despedida dessa família aristocrática de “narizes empinados” e de corações enormes().

Veja Também:

novembro 17, 2016

Dez Formas de Fazer um Coração se Derreter por Sarah MacLean

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580415292
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 352
Classificação: Bom
Sinopse: Os Números do Amor – Livro 02.
Isabel Townsend não é exatamente o que se espera da filha de um conde. Apesar de ter a pele delicada e de saber se portar como uma dama quando necessário, a jovem também monta a cavalo, conserta telhados, administra a propriedade e cria o irmão caçula desde que a mãe faleceu – tudo isso sem despertar a menor suspeita de que não há um homem sequer para cuidar de sua família. Para o pai dela, que só queria se divertir e gastar dinheiro em jogatinas, pouco importava o que ela fizesse. Porém, quando ele morre, Isabel se vê sem recursos e precisa defender os direitos do irmão, ameaçados pela chegada iminente de um tutor. Assim, não lhe resta saída senão vender sua coleção de estátuas de mármore, o único bem que herdou. Para sorte sua, um especialista em antiguidades acaba de chegar ao condado. Inteligente e sensual, lorde Nicholas St. John é um solteiro convicto que deixou Londres para se livrar das jovens que passaram a persegui-lo desde que foi eleito um dos melhores partidos da cidade. Em poucos dias, fica claro para Nick que Isabel é a mulher mais obstinada e misteriosa – além da mais interessante – que já cruzou seu caminho. Ao mesmo tempo, ao conhecê-lo melhor, a independente Isabel percebe que há homens em que vale a pena confiar. Enquanto eles põem de lado suas antigas convicções, seus corações se abrem para dar uma chance ao amor.

Quem leu a resenha de Nove Regras a Ignorar Antes de se Apaixonar deve se lembrar de que essa que vos escreve terminou a leitura levemente “decepcionada”. Mas, como sempre procuro dar uma segunda chance a autores que não me encantaram tanto assim a primeira vista, resolvi dar uma nova oportunidade para a escrita Sarah MacLean me conquistar. Porém embora a leitura de Dez Formas de Fazer um Coração se Derreter, segundo livro da trilogia Os Números do Amor tenha se mostrada satisfatória, ele ainda sim, me deixou com a sensação de que faltou alguma coisa.

Lady Isabel Townsend está longe de ser o que se espera de uma dama e principalmente da filha de um conde. Apesar da aparência delicada, Isabel desde muito jovem aprendeu a se virar sozinha administrando a propriedade, consertando telhados, cuidando do irmão pequeno e acolhendo mulheres que assim como ela estão completamente sozinhas.  Por muito tempo Isabel conseguiu esconder o fato que na casa em que mora não há uma figura masculina para cuidar de tudo, porém agora com a morte de seu pai, o Conde Perdulário, seu segredo pode vir à tona a qualquer momento com a chegada de um tutor designado para cuidar do futuro do jovem conde e da propriedade por ele herdada.

A vida de Lorde Nicholas St. John, irmão gêmeo do marquês de Ralston se torna um inferno quando a revista Pérolas e Peliças divulga uma nota apontando que ele era o melhor partido disponível na temporada. Em todos os lugares que Nick vai, jovens moças em idade de casar e suas mães fazem de tudo para chamar a sua atenção. Por esse motivo a ideia de se afastar de Londres para fazer um favor a um amigo lhe parece a fuga perfeita e claro a mais honrosa possível.

Durante a parada em uma pequena vila em Yorkshire, Nick e Isabel se conhecem em uma situação no mínimo inusitada. Só que St. John não pode imaginar que ele é exatamente a pessoa que Isabel procura. Desesperada para proteger aquelas que dependem dela, cuidar do irmão e manter seu segredo a salvo, Isabel decide  vender sua coleção de estátuas de mármore, a única coisa de valor que tem. E Lorde Nicholas St. John, além de ser um ótimo partido também é um renomado especialista em antiguidades.

Desse encontro inesperado uma forte atração surge colocando em risco as defesas que ambos levaram anos para construir em volta de seus corações. Será que Isabel deixará de lado todas as suas convicções sobre o amor para se permitir amar? E St. John  finalmente entregará o seu coração a uma jovem dama? Nesse duelo de vontades e segredos tudo pode acontecer, o problema é saber se tanto Isabel como Nicholas estão preparados para lidar com as consequências.

Novamente Sarah MacLean nos apresenta uma história com uma premissa interessante, mas que conforme a leitura foi avançando apresentou os mesmos pontos que me incomodaram no livro anterior. Além disso, em muitos momentos eu tive a impressão de que a história não saía do lugar. Sabe quando você lê, lê e lê, mas não sente que a narrativa está evoluindo? Foi exatamente isso que senti aqui.

E tenho que confessar que estou começando a achar que a autora tem algum “problema” para desenvolver suas protagonistas.  Ao ler a sinopse somos levados a acreditar que a Isabel será protagonista forte, determinada e independente. Porém no decorrer da trama essa mesma personagem se mostra autodepreciativa, insegura e completamente irritante. Mas como ando em uma leva de protagonistas pouco carismáticas, esse foi um ponto que consegui relevar. Na verdade o que mais me incomodou foi à falta de química do casal e principalmente a rapidez como tudo aconteceu.

Tudo bem que em romances do gênero, os relacionamentos costumam ser "relâmpagos", só que você não descobre que ama uma pessoa em poucos dias de convivência especialmente quando você é uma pessoa que foge de relacionamento como o diabo foge da cruz. Por isso me desculpe a sinceridade tia Sarah, mas você forçou a barra aqui.  Gostei do Nick, mas não nego que esperava mais do personagem já que sua participação no livro anterior tinha me deixando bem curiosa em relação ao passado misterioso dele. E quando esse passado foi revelado, bem fiquei meio desapontada.

Dez Formas de Fazer um Coração se Derreter foi aquele típico livro “morno”, em que a cada capítulo eu ficava esperando algo emocionante acontecer. Mas como vocês podem imaginar se passaram capítulos o livro acabou e em nenhum momento a narrativa conseguiu me envolver por completo.  É com dor no meu coração que admito que mais uma vez terminei um livro da Sarah MacLean levemente decepcionada por não ter encontrado a escrita cativante e maravilhosa de que tanto ouço falar. Talvez o problema seja comigo e minha "chatice literária". Mas vou continuar tentando (...).

 “- Não sei do que está se escondendo, Isabel, mas vou descobrir. E, se estiver em meu poder mudar isso, vou mudar. ”

Mesmo com um ritmo lento e personagens não tão carismáticos, Dez Formas de Fazer um Coração se Derreter é uma leitura agradável indicada para quem procurara algo leve e despretensioso para ler. 

outubro 31, 2016

A Senhora do Império por Raymond E. Feist e Janny Wurts

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580415995
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 752
Classificação: Ótimo
Sinopse: Saga do Império – Livro 03.
Em Kelewan, Mara, a Senhora dos Acoma, sente-se segura e em paz pela primeira vez na vida – até que seus inimigos tentam matá-la e acabam tirando a vida de seu filho. Abalada pela tragédia e cercada por espiões, assassinos e casas rivais, ela enfrentará o maior desafio de sua vida e sofrerá ainda mais perdas durante esse trajeto. Em busca de justiça, ela verá seus planos frustrados pela Assembleia de Magos, que detém o poder real do Império e mantém a população dócil e domesticada, e também pelos terríveis Mantos Negros, que encaram Mara como a ameaça suprema ao seu poder ancestral. Então, para assegurar a paz, Mara deverá viajar para além das fronteiras da civilização, desvendando antigos segredos até os portões de Chakaha, a cidade dos estranhos cho-ja. Reunindo toda a sua coragem e astúcia, a Serva do Império iniciará sua maior batalha em nome da sua vida e do seu lar.

Sempre que chego ao final de uma série sinto um misto de dever cumprido e aquela pontinha de tristeza por me despedir de personagens que ao longo da leitura se tornaram "meus amigos". E com a Saga do Império esse sentimento é ainda mais intenso, pois essa foi uma saga que me levou novamente para o mundo maravilhoso criado por Raymond E. Feist, que na companhia de Janny Wurts nos presenteou com uma história em que o único adjetivo que faz jus a toda a sua grandeza é, - épica.

Quem não quiser pegar spoilers dos livros anteriores, pode pular três parágrafos.

Mara, a Senhora dos Acoma venceu inúmeros obstáculos desde a fatídica noite que mudou completamente o seu destino e de sua casa. Jovem e completamente inexperiente, Mara precisou aprender a ser uma pessoa astuta e acima de tudo manipuladora, para sobreviver o terrível Jogo do Conselho para manter a todos e a si própria vivos e em segurança. Depois de muitas batalhas e agora como Serva do Império, e com cargo de Senhor da Guerra extinto, Mara possui um exercito poderoso e finalmente encontrou a sua tão sonhada paz.

Porém essa paz é passageira e alguém tenta matá-la. E embora o assassino tenha falhado no seu objetivo principal, Mara acaba perdendo seu filho.  Ela está devastada e seu único desejo é vingar-se, nem que para isso precise lançar uma terrível guerra sobre o Império de Kelewan. Mas em seu caminho ela tem os Grandes, os Magos que governam o Império. E mesmo que uma parte deles a apoiem, a outra ficará feliz de se livrar de uma vez por todas da influência e do poder da Senhora dos Acoma.

Estando ela e sua família sob a vigília dos Magos, Mara vai à busca de um caminho alternativo para fazer justiça e com isso começa uma jornada que a levará muito além das fronteiras do Império onde ela descobrirá segredos antigos. Em meio a conspirações e alianças perigosas, Mara e seu maior inimigo ficam frente e a frente. Só resta saber se dessa vez ela e aqueles que ama conseguiram sobreviver.

Diferente da Saga do Mago () escrita somente pelo Raymond E. Feist que me cativava logo nas primeiras páginas, A Saga do Império escrita em parceria com a Janny Wurts demorava um pouco mais para me envolver em sua a história. Durante a leitura dos dois livros anteriores sempre comentei que sentia que a narrativa era mais "lenta" e que em muitas ocasiões acabava se perdendo em detalhes “desnecessários”. Por esse motivo foi uma surpresa enorme ver como tudo aqui se desenvolve de forma mais fluida, apesar da narrativa conter e até mesmo precisar de um detalhamento mais profundo.

Ao contrário dos livros anteriores em que o ritmo na narrativa crescia gradativamente conforme a história avançava, A Senhora do Império foi um livro que desde o primeiro capítulo me vi arrastada para um mar de acontecimentos que me deixavam apreensiva e ao mesmo tempo curiosa. Um dos pontos que mais gostei era o modo como os autores criavam grandes reviravoltas e depois entrelaçam todos os fatos com perfeição. Eles não deixavam pontas soltas e por mais que alguns acontecimentos tenham partido o meu coração, eles foram extremamente necessários para a evolução enredo.

Porém o que mais me encantou durante a leitura de toda saga foi perceber o quanto os autores conseguiram criar e desenvolver uma personagem em todo o seu potencial. Acompanhar a trajetória da Mara de menina inocente a mulher que não tinha medo de sujar as “mãos de sangue” por quem amava foi incrível. Não que eu concorde com todas as atitudes que ela teve, só que em meio a tantas histórias com protagonistas superficiais, encontrar uma que foge completamente desse estereótipo é maravilhoso!

Outro ponto é que mesmo sendo sagas independentes, ou seja, você pode ler uma sem ter lido a outra em um determinado momento elas se encontram. E sim, eu fiquei extremamente feliz e até mesmo emocionada pela maneira como o Raymond E. Feist e a Janny Wurts amarram duas tramas tão complexas e grandiosas. A Saga do Mago sempre terá um lugar especial em meu coração, mas a Saga do Império mesmo que mais lentamente também me conquistou, provando ser uma leitura extraordinária.

A Senhora do Império foi uma leitura que me envolveu de tal modo que quando percebi que os capítulos finais se aproximavam, eu meio que “abandonei” o livro por uma semana. Sabe quando você não quer que algo acabe? Era assim que eu me sentia.  Quis evitar a hora de dizer adeus o máximo que pude, e quando ela chegou não consegui evitar as lágrimas. Que possam garantir a todos vocês que foram de felicidade e de orgulho.

“ – Vocês são do Império, humanos. A paz, para a sua espécie, não passa de um prelúdio para a traição.”

Com grandes batalhas e reviravoltas que tornam um capítulo mais envolvente que o outro, A  Saga do Império é uma leitura para quem ama fantasia, mas que também gosta de se aventurar por narrativas cheias de intrigadas e conspirações.  Sem sombra de duvidas uma das melhores trilogias que li na vida. Já posso pedir para a Editora Arqueiro mais livros do Raymond E. Feist e da Janny Wurts? Afinal, eu já estou com saudades.

outubro 20, 2016

Quando o Amor Bater à sua Porta por Samanta Holtz

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788580415971
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 304
Classificação:
Sinopse: Ele tem um passado do qual não se lembra. Ela precisa esquecer o seu. Malu Rocha é uma escritora de 29 anos independente, confiante e bem-sucedida. Mora sozinha em São José dos Pinhais, perto de Curitiba, onde mantém uma rotina regrada de pedalar todas as manhãs, escrever e, semanalmente, visitar o avô de 98 anos em uma casa de repouso. Porém sua vida toda controlada sai do eixo quando um homem bate à sua porta e se apresenta como Luiz Otávio Veronezzi, dizendo ter perdido uma reunião marcada com ela. Malu não se lembra do compromisso e sua primeira reação é dispensá-lo. Mas o belo desconhecido insiste, explicando que sofreu um acidente de carro, ficou em coma e perdeu a memória, assim como seus documentos. As únicas coisas que restaram foram um pouco de dinheiro e um papel com o nome e o endereço de Malu, o nome dele e a data da reunião. Luiz confessa que a escritora era sua última esperança para descobrir a própria identidade. O problema é que ela não tem a menor ideia de quem ele seja. Desconfiada, mas sentindo-se responsável pelo acontecido, Malu decide ajudá-lo e embarca em uma jornada para descobrir quem ele é – o que acaba trazendo à tona muitos fatos sobre si mesma, seus medos e segredos mais bem guardados, além de um passado que preferia esquecer. A bela narrativa e a trama que prende do começo ao fim nos convidam a acompanhar Malu e Luiz nessa busca que se transforma em uma história de amor de tirar o fôlego.

Confesso que sempre tenho uma dificuldade enorme em resenhar um livro do qual gostei muito. E é justamente nesse dilema que me encontro agora. Como resenhar um livro que com uma história tão singela e que ao mesmo tempo deixou uma mensagem tão importante em meu coração? Novamente Samanta Holtz me surpreendeu com o seu talento de escrever histórias cativantes e que nos emocionam profundamente.

Malu Rocha é uma jovem e conceituada autora de romances, o que não deixa de ser uma grande ironia já que ela própria diz não acreditar no tipo de amor que descreve em seus livros.  Malu tem uma rotina simples, porém regrada e ela gosta de como as coisas parecem funcionar em um ritmo perfeito, apesar das constantes trapalhadas de Rebeca, sua assessora. Mas, quis o destino que a vida de Malu saísse um pouco dos eixos.  Em um dia como qualquer outro um desconhecido bate em sua porta revelando que sofreu um terrível acidente e que a única coisa de que se lembra, é que tinha uma reunião agendada com ela.

Por sua vez a escritora não tem recordação nenhuma de ter uma reunião marcada com alguém chamado Luiz Otávio Veronezzi, tanto que a sua primeira reação é achar que tudo não passa de uma farsa. Só que conforme os dias passam e Malu encontra com Luiz vagando sem rumo pela cidade, ela começa a acreditar que o charmoso desconhecido pode estar falando a verdade.

Malu movida por um estranho sentimento de culpa, decide ajuda-lo a recuperar a memória e a voltar para casa, afinal Luiz Otávio tinha sofrido o acidente a caminho de uma reunião agendada com ela. Mas Malu não imagina que ao abrir a porta de sua casa para esse homem misterioso, corre o risco de acabar deixando aberta também a porta do seu coração. E com isso trazer de volta os fantasmas do passado que há anos ela evita enfrentar.

Fazia muito tempo que não me identificava tanto com a protagonista como me identifiquei com a Malu. Talvez por que mesmo eu sendo uma leitora ávida de romances, não tenho uma visão romântica da vida. Adoro ler histórias açucaradas e clichês, mas na minha vida pessoal sou bem “pseudo realista” e admito até um pouco fria. Por esse motivo em vários momentos senti que a Samanta Holtz estava de certa forma falando comigo.  É como se  Quando o Amor Bater à sua Porta tivesse vindo parar em minha mãos no momento que eu mais precisa ler ele, e talvez por isso ele me emocionou tanto.

Os personagens são todos muito bem construídos e não tem como você não se encantar pelo Luiz Otávio (). Ele possui uma serenidade rara de se encontrar hoje em dia, e o modo como o Luiz lida com toda a sua situação é surpreendente. É lindo ver ele e a Malu se ajudando mutuamente. Perceber que as defesas de ambos caindo aos poucos e com isso cada um ao seu modo se reencontrando com si mesmo e de certa forma se tornando alguém melhor.  O relacionamento deles é algo que evolui naturalmente e isso fez com que a cada capítulo eu torcesse ainda mais pelo tão esperado “e foram felizes para sempre”. Como falei acima posso não ser romântica, mas isso não me impede de adorar um bom e velho clichê.

Os personagens secundários também desempenham um papel importante na narrativa, e o fato da história não girar em torno somente da Malu e o Luiz foi uma surpresa agradabilíssima. Adorei as confusões da Rebeca, do mesmo modo que a personalidade meiga e gentil da Hanita fez com que eu quisesse ser amiga dela também. Mas, quem realmente ganhou um lugar especial em meu coração, o Sargento, ou melhor, dizendo o Senhor Ignácio o avô da Malu. É incrível como um personagem que às vezes pode parecer “pequeno” ou até sem "importância" no começo da história se torna tão especial para a gente.

É perceptível evolução na escrita da Samanta Holtz aqui. E apesar de Renascer de um Outono () continuar sendo o meu livro favorito da autora, arrisco-me a dizer que essa é a história mais completa que ela já escreveu. Aqui temos uma narrativa que mescla com maestria drama, leveza, superação e um “romance gracinha”. É um livro que nos faz sonhar e refletir sobre nós mesmos e sobre coisas amamos e que acabamos “abandonando” muitas vezes por causa dos outros.

 Quando o Amor Bater à sua Porta reacendeu em mim o desejo de concretizar sonhos e de voltar a me dedicar a projetos que eu praticamente já tinha desistido de levar em frente. Essa foi uma leitura especial de várias maneiras para essa que vos escreve. Samanta Holtz me deixou com lágrimas nos olhos e ao mesmo tempo com o coração quentinho. E admito que ultimamente são poucas histórias que andam conseguindo fazer isso.

"Porque o amor não foi feito para ser entendido, estudado ou explicado; o amor foi feito para ser sentido."

Esse é um daqueles livros que vai chegar de mansinho em sua vida e quando você se der conta já não vai mais conseguir parar de ler ele. Delicada e despretensiosa a típica história clichê irresistível, que conquista nosso coração e nos deixa com um sorriso bobo no rosto. Perfeito para os românticos de plantão e para os não tão românticos assim como eu. Afinal são histórias assim que nos fazem desejar viver um grande amor ().

outubro 06, 2016

O Coração da Esfinge por Colleen Houck

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416060
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 368
Número de páginas:  2016
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Deuses do Egito – Livro 02.
Lily Young achou que viajar pelo mundo com um príncipe egípcio tinha sido sua maior aventura. Mas a grande jornada de sua vida ainda está para começar. Depois que Amon e Lily se separaram de maneira trágica, ele se transportou para o mundo dos mortos – aquilo que os mortais chamam de inferno. Atormentado pela perda de seu grande e único amor, ele prefere viver em agonia a recorrer à energia vital dela mais uma vez. Arrasada, Lily vai se refugiar na fazenda da avó. Mesmo em outra dimensão, ela ainda consegue sentir a dor de Amon, e nunca deixa de sonhar com o sofrimento infinito de seu amado. Isso porque, antes de partir, Amon deu uma coisa muito especial a ela: um amuleto que os conecta, mesmo em mundos opostos. Com a ajuda do deus da mumificação, Lily vai descobrir que deve usar esse objeto para libertar o príncipe egípcio e salvar seus reinos da escuridão e do caos. Resta saber se ela estará pronta para fazer o que for preciso. Nesta sequência de O Despertar do Príncipe, o lado mais sombrio e secreto da mitologia egípcia é explorado com um romance apaixonante, cenas de tirar o fôlego e reviravoltas assombrosas.

Essa que vos escreve precisa admitir que estava morrendo de medo de que O Coração da Esfinge sofresse da terrível “maldição do segundo livro”. Além disso, o fato de ter lido algumas resenhas não muito animadoras, fizeram com que o meu receio ficasse ainda maior. Por isso, confesso que comecei a leitura sem grandes expectativas, mas para minha surpresa me vi envolvida pela narrativa da Colleen Houck logo nos primeiros capítulos. O que claro, não significa que tudo foram flores nessa sequência da série Deuses do Egito.

Pode conter spoilers do livro anterior. Para quem não quiser correr o risco, pulando dois parágrafos agora.

A separação da jovem Lily Young e Amon foi uma experiência dolorosa para os dois. E por mais que ela se esforce, voltar a levar uma vida normal depois de tudo que aconteceu é praticamente impossível. Para fugir dos olhares vigilantes de seus pais e tentar de algum modo curar o seu coração partido, Lily decide se refugiar na casa da avó por um tempo. Só que para surpresa dela de alguma forma ela e Amon continuam ligados um ao outro. Lily sonha constantemente com o seu príncipe, porém em seus sonhos Amon parece estar passando por um sofrimento terrível e isso a deixa ainda mais angustia.

Quando Lily recebe a visita do deus Anúbis suas suspeitas são confirmadas. Algo de errado está acontecendo com Amon, e somente ela pode salvá-lo.  Antes de partir para o outro mundo, Amon tinha deixado um amuleto com Lily e graças a esse objeto a ligação entre os dois é forte o suficiente para guia-la através do mundo dos mortos para resgatar o príncipe perdido. Só que para salvar aquele que ama Lily terá que trilhar um caminho perigoso. Uma jornada cheia de sacrifícios da qual ela pode não sair com vida. O coração e os sentimentos de Lily serão testados e ela precisará ser forte se quiser salvar Amon e a si mesma.

Para quem leu a série anterior da Colleen Houck, a Saga do Tigre algumas coisas aqui vão parecer “repetitivas”, em especial a forma como a autora compôs a personalidade dos personagens nesse segundo livro.  Em O Despertar do Príncipe as pequenas semelhanças já tinha me incomodado um pouco, porém dessa vez elas me incomodaram muito. Principalmente por que conforme a narrativa avança a personalidade da Lily sofre uma mudança muito brusca, e de verdade isso não é legal.

Tudo bem que dentro contexto da trama essa mudança tem uma "lógica", porém a sensação que tive é que a Colleen se perdeu demais em detalhes que não agregaram em nada na história e deixando de explorar elementos e personagens mais interessantes.  Outro ponto que me incomodou foi outra repetição de padrão na narrativa da autora, - todo mundo se sente atraído aka apaixonado pela Lily. Sério não tinha necessidade disso, como não tinha necessidade da história girar em torno das inseguranças e faniquitos da protagonista. Eu realmente esperava que o enredo fosse mais focado na busca pelo Amon e não é bem isso o que acontece, infelizmente.

Tipo, fiquei com a impressão a Colleen quis escrever mais um romance do que uma aventura, que é o que a premissa do livro nos apresenta. E é justamente o romance que não combinou aqui. Não por que ele é forçado e pouco convincente, embora em alguns momentos ele realmente seja isso. O problema é o modo como ele foi inserido, o que me deixa intrigada e ao mesmo tempo muito apreensiva, para saber como a tia Colleen vai arrumar a bagunça que criou aqui.

Mas apesar de ter achado O Coração de Esfinge um pouco “inferior” em relação ao enredo quando comprado com o livro anterior uma coisa eu não posso negar. Colleen Houck é aquele tipo de autora que consegue literalmente transportar o leitor para sua história. Ela é mestre em moldar mitologias criando algo novo, empolgante e envolvente.  Outro ponto que me deixou bastante feliz foi a participação mais ativa do Asten () e do Ahmose no desenvolvimento da história. Para ser bem sincera em minha opinião os dois são personagens mais atraentes do que o Amon, e me entristece saber que o papel deles só foi maior por que dessa vez o “grande” protagonista da trama ficou em segundo plano.

O Dr. Hassan também não aparece muito nesse segundo livro, mas em compensação temos um envolvimento maior dos deuses do Egito na narrativa. Praticamente todos os deuses mais importantes do Panteão Egípcio parecem, e sim isso quer dizer que Amon-rá, Hórus, Isis, Osíris e até mesmo o temível Seth dão o ar da graça.  E essa inserção mais efetiva dos deuses do Egito foi sem sombra de dúvidas o ponto mais alto da história. Por que a partir do momento que eles foram surgindo na trama, a sensação que fui tento é que eu realmente estava no Egito antigo, com todo seu mistério e magia. E isso foi simplesmente fantástico!

Houve detalhes que me incomodado bastante aqui é verdade. Porém não nego que no contexto geral gostei do modo como tudo foi se encaixando no final. Algumas partes poderiam ter sido mais bem desenvolvidas, mas como nem tudo é perfeito eu só posso esperar e torcer para que o próximo livro a autora  "entregue" a história que de propões a escrever. Afinal, mesmo a Saga do Tigre sendo uma das minhas séries favoritas, estou esperando algo novo e totalmente diferente daquilo que já li. Não me decepcione Colleen Houck, please!

“– Porque conhecê-los Lily, é amá-los. Se eu os amar, vou sentir dor ao perdê-los. É a maldição que acompanha a imortalidade. Entende?”

Colleen Houck novamente nos presenteia com uma narrativa que nos leva por uma viagem incrível pelo Egito e seus mistérios. Porém, infelizmente a autora “derrapou” um pouco ao focar mais no romance e em clichês que já estão saturados do que na aventura mágica que a premissa prometia. Mas mesmo com seus pontos negativos, O Coração da Esfinge consegue ser um livro que nos surpreende, cheio de reviravoltas e personagens cativantes.  

Veja Também:
O Despertar do Príncipe

setembro 08, 2016

Três Coisas Sobre Você por Julie Buxbaum

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580415483
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 288
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Setecentos e trinta e três dias depois da morte da minha mãe, 45 dias após o meu pai fugir para se encontrar com uma estranha que ele conheceu pela internet, 30 dias depois de a gente se mudar para a Califórnia e apenas sete dias após começar o primeiro ano do ensino médio numa escola nova onde conheço aproximadamente ninguém, chega um e-mail. Deveria ser no mínimo esquisito, uma mensagem anônima aparecer do nada na minha caixa de entrada, assinada com o bizarro nome Alguém Ninguém. Só que nos últimos tempos a minha vida tem estado tão irreconhecível que nada mais parece chocante.

Confesso que a primeira vista, Três Coisas Sobre Você foi um livro que não chamou muito a minha atenção. Porém conforme fui lendo as primeiras resenhas dele, a minha curiosidade começou a ser despertada. Mas como sou chata e admito isso, iniciei a leitura dele sem grandes expectativas. Afinal, sempre tenho um pé atrás com livros que se tornam “xodós” entre seus leitores. Só que para minha surpresa, acabei “queimando a língua” e me encantando com a narrativa da autora Julie Buxbaum. E sim, esse livro também se tornou meu xodó, - me julguem.

Nos últimos tempos a vida anda um pouco complicada para Jessie Holmes. Pouco tempo depois que sua mãe faleceu, seu pai conheceu Rachel através de um site de relacionamento e decidiu se casar novamente. Jessie então teve que partir de Chicago deixando para trás tudo e todos que conhecia, para morar na luxuosa casa de sua madrasta na Califórnia. Mas Jessie não é a única descontente com essa mudança. Théo filho de Rachel também não gostou nada da novidade e deixa isso bastante claro com o seu mau humor constante e a ignorando por completo

Além disso, Jessie é uma completa estranha em seu novo e badalado colégio. É como estar entre futuras celebridades, ou pessoas que um dia serão importantes demais para prestar atenção em alguém tão comum como ela. Quando Jessie acredita que seus próximos anos estão fadados a ser um grande fracasso e que nada mais vai surpreendê-la, ela recebe um e-mail anônimo assinado por Alguém Ninguém. AN deixa claro que sua única intenção com aquele e-mail misterioso é orientar Jessie na grande selva, conhecida também como colégio Wood Valley.

Há principio Jessie pensa que o e-mail não passa de uma brincadeira sem graça, e resolve ignorar a mensagem. Mas ela está sozinha em um mundo totalmente diferente daquele que um dia chamou de seu, e aparentemente AN é a única pessoa que se importa com isso. Começa então uma intensa troca de mensagens entre os dois e com o passar do tempo os conselhos ou orientações de AN realmente a ajudam a fazer novos amigos e se adaptar mesmo que não totalmente a sua nova vida. Jessie e AN compartilham seus sonhos, incertezas e sempre que conversam por mensagens, cada um revela três coisas sobre si que ninguém mais sabe.

Só que por mais que AN tenha acertado em tudo o que disse, e com isso tornado os dias dela relativamente mais fáceis o mistério continua. Quem é AN? Por que ela ou ele não quer revelar a sua verdadeira identidade? Será essa pessoa misteriosa só quer realmente ajudar, ou há algo mais por trás de suas boas intenções. As únicas certezas que Jessie tem são: 1 - AN também estuda na Wood Valle. 2 – Ela (e) pode ser qualquer pessoa.

Enquanto escrevo essa resenha estou sorrindo que nem boba. Por que é exatamente isso que acontece durante toda a leitura de Três Coisas Sobre Você. Julie Buxbaum nos presenteia com uma narrativa que aquece nosso coração e nos deixa apaixonados por seus personagens logo nas primeiras páginas.  O enredo é bem construído e a autora consegue trabalhar com as emoções da Jessie sem que a história fique "melodramática".

Jessie precisa se adaptar as mudanças em sua vida, mudanças essas que para ela parece que aconteceram todas ao mesmo tempo. Seu pai que devia ser seu alicerce se afasta, sua melhor amiga está a quilômetros de distancia e isso faz com que no primeiro momento ela se isole ainda mais. É interesse ver como o relacionamento dela com AN, mesmo sendo apenas virtual a ajuda sair desse estado quase depressivo. Jessie consegue fazer novas amizades e com o tempo acaba percebendo que pode recomeçar e principalmente ser feliz.

Gostei muito como a autora desenvolveu todo o mistério envolvendo a identidade de AN, apesar do meu lado Sherlock desde o instante que essa pessoa aparece já desconfiar dela. E sim adorei descobrir que estava certa. Os personagens secundários são mais uma surpresa a parte, em especial o Théo e o Ethan que conquistaram aquele lugarzinho especial em meu coração (). Adorei a Dri e a Agnes também, e claro passei um pouco de raiva com alguns personagens não tão legais assim.

Três Coisas Sobre Você fala sobre mudanças inesperadas e novos começos.  E que tudo isso com uma boa dose de humor e ironia, que nos cativa justamente por ser uma história “comum”, dessas que podem acontecer com qualquer um de nós. Por que independente da idade todos nós estamos sujeitos a mudanças inesperadas e novos começos. Julie Buxbaum me encantou com uma narrativa simples e despretensiosa, do tipo que me deixou com um sorriso bobo no rosto.  E de verdade eu não teria me importado se o livro tivesse algumas páginas a mais ().

“Todos somos versões melhores de nós mesmo quando temos tempo extra para bolar o texto perfeito.”

Com uma narrativa leve, divertida e emocionante, Três Coisas Sobre Você é aquele livro que chega de mansinho e quando nos damos conta já estamos completamente apaixonados por sua história.  É o típico clichê que não decepciona e que antes mesmo do livro terminar, já nos deixa com saudades de seus personagens. Recomendo ()!

agosto 01, 2016

A Caminho do Altar por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580415735
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: Arqueiro
Número de páginas: 320
Classificação: Bom
Sinopse: Os Bridgertons - Livro 08.
Ao contrário da maioria de seus amigos, Gregory Bridgerton sempre acreditou no amor. Não podia ser diferente: seus pais se adoravam e seus sete irmãos se casaram apaixonados. Por isso, o jovem tem certeza de que também encontrará a mulher que foi feita para ele e que a reconhecerá assim que a vir. E é exatamente isso que acontece. O problema é que Hermione Watson está encantada por outro homem e não lhe dá a menor atenção. Para sorte de Gregory, porém, Lucinda Abernathy considera o pretendente da melhor amiga um péssimo partido e se oferece para ajudar o romântico Bridgerton a conquistá-la. Mas tudo começa a mudar quando quem se apaixona por ele é Lucy, que já foi prometida pelo tio a um homem que mal conhece. Agora, será que Gregory perceberá a tempo que ela, com seu humor inteligente e seu sorriso luminoso, é a mulher ideal para ele? A caminho do altar, oitavo livro da série Os Bridgertons, é uma história sobre encontros, desencontros e esperança no amor. De forma leve e revigorante, Julia Quinn nos mostra que tudo o que imaginamos sobre paixão à primeira vista é verdade – só precisamos saber onde buscá-la.

Às vezes acontece que ao finalizar um livro essa que vos escreve não sabe bem como se sente relação ao que acabou de ler. A Caminho do Altar, ultimo livro da série Os Bridgertons da Julia Quinn é um desses casos.  Não é segredo para ninguém que acompanha o blog há mais tempo, que essa é uma das minhas séries favoritas. Porém, infelizmente não vou negar que nesse momento sinto um misto de saudades e decepção.

Gregory Bridgerton é um jovem romântico que acredita na força do amor. Nascido em uma família que tantos os pais como os sete irmãos se casaram perdidamente apaixonados, não tinha como ser diferente. Por esse motivo no instante em que ele coloca os olhos na estonteante Hermione Watson, Gregory acredita que encontrou o amor de sua vida. O problema é que a Srta. Watson está perdidamente apaixonada por outro cavaleiro.  Mas nem tudo está perdido para o nosso jovem enamorado, Lucinda Abernathy melhor amiga de Hermione parece estar disposta a ajuda-lo a conquistar o coração da jovem.

Tudo ia bem até que Lucy percebe que quem está se apaixonando por Gregory é ela. Mas mesmo que Gregory pudesse retribuir seus sentimentos, os dois jamais poderão ficar juntos. Afinal o tio de Lucy a prometeu em casamento ao filho do Conde de Davenport, um rapaz com qual ela durante a vida toda trocou apenas algumas palavras.  Entre encontro e desencontros nossos jovens apaixonados vão descobrindo que os caminhos para o verdadeiro amor, podem conter alguns espinhos. E principalmente que a pessoa certa às vezes esta a uma pequena distancia de nós.

A Caminho do Altar possui uma narrativa fluida e um enredo que nos deixa curiosos para saber do seu desfecho. Ou seja, não é que eu não tenha gostado da história em si, o problema foram os pequenos detalhes que me incomodaram um pouco durante a leitura. Primeiro é que senti falta do toque de humor presente nos livros anteriores, com exceção do O Visconde que me Amava e Para Sir Phillip, Com Amor que foram livros mais “sérios”, por assim dizer.

De verdade eu achei a história aqui muito "melodramática" e com uma sucessão de acontecimentos no final que, tipo foram um pouquinho “exagerados” na minha humilde opinião. Tanto que me vejo obrigada a fazer uma pequena confissão. Eu torci para o Gregory ficar com outra pessoa. Rezei por uma passagem de tempo, qualquer coisa, menos que ele terminasse com a Lucy. E nada contra a mocinha em questão, só que por todo o contexto da trama e pelo que aconteceu no final (que me deixou realmente muito, mais muito brava mesmo) eu cheguei a conclusão que ela não merecia o Gregory. Sério, uma lágrima escorreu desses olhinhos e ela foi de raiva. 

Porém, de todos os detalhes que me incomodaram o que mais me deixou com essa pontinha de decepção ao final da leitura foi a ausência de alguns personagens. Foi à falta dos Bridgertons como família. Ok! O Anthony e a Kate fazem uma participação especial, a Hyacinth e o Colin também, e claro a Violet.  Mas cadê o resto dos Bridgertons, Julia Quinn? Cadê a Eloise e a Francesca? E me desculpe se a meu ver citar a Daphne e o Benedict não conta como “participação” na história. Sério eu estou tão frustrada com isso, que não tem como colocar em palavras. Especialmente pela Eloise e a Francesca que simplesmente puff, desapareceram por completo da série depois de seus livros.

Eu sei que o conto Felizes para Sempre será lançado no final do ano e que provavelmente ele nos presenteará com uma linda reunião da família Bridgerton. Só que infelizmente essa sensação, que a autora simplesmente “abandonou” alguns personagens no meio do caminho não passa gente. A Francesca mesmo é a personagem mais excluída da série assim como o Benedict. E por mais que eu tenha amado acompanhar a saga dessa família maravilhosa e que ela sempre vá ter aquele lugarzinho especial no meu coração, esse detalhe por menor que seja vai continuar me incomodando.

A Caminho do Altar é uma leitura agradável, porém não me cativou tanto como eu esperava. Talvez as minhas expectativas estivessem altas demais, ou eu apenas esteja sendo chata e detalhista demais. Só que ficou faltando alguma coisa. Ficou faltando um algo a mais para que eu sentisse que a Julia fechou a série com chave de ouro. Gostei do que encontrei, porém queria ter gostado mais. Acontece (...).

“ – Ele olhava para ela como se pudesse ver até a sua alma, e não era nem um pouco esquisito. Na verdade era estranhamente ... bom.”

Com uma narrativa que deixará os românticos de plantão suspirando, A Caminho do Altar encerra da série Os Bridgertons de forma simples nos deixando com aquele gostinho de quero mais. Pode não ter sido o meu livro favorito, já que esse posto continua sendo dividido entre Um Perfeito Cavalheiro. e Um Beijo Inesquecível.  Mas que apesar dos detalhes ou da falta deles que não me deixaram tão encantada, ainda sim possui uma história envolvente e gostosa de acompanhar. Já estou com saudades ().

O Conde Enfeitiçado.
Um Beijo Inesquecível.

julho 14, 2016

Meio Rei por Joe Abercrombie

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580415612
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 288
Classificação: Ótimo
Sinopse: Mar Despedaçado – Livro 01.
“Jurei vingar a morte do meu pai. Posso até ser meio homem, mas sou capaz de fazer um juramento por inteiro.”
Filho caçula do rei Uthrik, Yarvi nasceu com a mão deformada e sempre foi considerado fraco pela família. Num mundo em que as leis são ditadas por pessoas de braço forte e coração frio, ser incapaz de brandir uma espada ou portar um escudo é o pior defeito de um homem. Mas o que falta a Yarvi em força física lhe sobra em inteligência. Por isso ele estuda para ser ministro e, pelo resto da vida, curar e aconselhar. Ou pelo menos era o que ele pensava. Certa noite, o jovem recebe a notícia de que o pai e o irmão mais velho foram assassinados e não lhe resta escolha a não ser assumir o trono. De uma hora para outra, ele precisa endurecer para vingar as duas mortes. E logo sua jornada o lança numa saga de crueldade e amargura, traição e cinismo, em que as decisões de Yarvi determinarão o destino do reino e de todo o povo.

Estou a alguns minutos olhando para tela de meu notebook sem saber ao certo como começar essa resenha. Meio Rei, o primeiro livro da trilogia Mar Despedaçado, foi um livro que realmente me surpreendeu.  Fui fisgada logo no primeiro capitulo pela narrativa do autor Joe Abercrombie, que de uma forma bem simples e sem grandes pretensões conseguiu criar uma história incrível. 

No reino de Gettland o valor de um homem é determinado pela quantidade de batalhas que ele venceu. Não existe um defeito maior do que não conseguir brandir a espada ou segurar um escudo. Por esse motivo, Yarvi o filho caçula do rei Uthrik com a rainha Laithlin passou a vida toda sendo desprezado pelo pai. Nascido com uma mão deformada ele é considerado uma vergonha para família e motivo de piada entre os fortes e arrogantes guerreiros do reino.  Porém se falta a Yarvi a força física necessária para acompanhar o pai em batalhas, a vida o “compensou” dando inteligência de sobra.

Com uma mente afiada e os ensinamentos de mãe Gundrign, Yarvi estuda para se tornar um sábio ministro, e passar o resto de sua vida curando e aconselhando o rei. Só que em uma noite chuvosa a noticia trazida por seu tio Odem arruína todos os seus planos de um futuro de paz e contemplação. Seu pai e seu irmão foram assassinados em batalha, não dando a Yarvi outra opção a não ser assumir o trono. Agora o jovem rei, terá que se tornar um guerreio mesmo que não tenha nascido com habilidade para isso.

Ele jurou se vingar do assassinato de seus familiares, mas quis o destino frustrar os planos de Yarvi novamente. Vitima de uma terrível traição ele acaba preso e sendo vendido como escravo. Porém, mesmo em seu calvário ele não desiste de cumprir seu juramento e principalmente de se vingar da traição que sofreu. Não importa como e nem quanto, mas ele vai retornar ao seu reino e ao seu trono. Custe o que custar.

Meio Rei é uma daquelas tramas que já te surpreende pelo fato de seu protagonista ser um personagem fora os “padrões” dos livros do gênero. Yarvi nasceu e cresceu em uma sociedade guerreira e por ser “incapaz” de segurar uma espada, ele se tornou uma pária no meio onde vive. À primeira vista o Yarvi nos passa a sensação de ser um garoto tanto amargo, que usa o seu raciocino rápido com uma boa dose de sarcasmo para tentar causar os mesmo danos que uma espada causaria. Porém conforme a narrativa avança vai se tonando cada vez mais perceptível como o desprezo do pai afetou a sua autoestima.

Mesmo possuindo outros talentos, em muitos momentos ele próprio despreza a si mesmo, se isolando das pessoas ou criando uma barreira de proteção entre si e o mundo ao seu redor. Particularmente gostei muito do modo como o Joe Abercrombie soube trabalhar essa “fraqueza” do protagonista, pois isso o tornou mais humano. E cá entre nós, acho que todo mundo anda um pouco cansado de personagens “perfeitos” demais e até mesmo ”irreais”.

Outro ponto que difere Meio Rei das narrativas mais “tradicionais” é que o autor não perdeu muito tempo com longas descrições e detalhes que poderiam ter sobrecarregado a obra. Tudo aqui é muito rápido e direto o que torna a narrativa ainda mais fluida. E apesar de que em determinados momentos Abercrombie deixa algumas coisas um pouco “óbvias” demais, o autor soube como contornar isso através de diálogos inteligentes e boas cenas de ação.

Os personagens secundários ao menos nesse primeiro livro não tiveram tanto destaque, embora todos tenham desempenhado um bom papel no desfecho da trama. Acredito no decorrer da trilogia a Isrium, vai se tornar uma peça importante na trama e por esse motivo é bom tanto o Yarvi, como nós leitores ficarmos de olho nela.  Afinal, Meio Rei foi apenas o capitulo inicial de uma história que tem campo para crescer e nos surpreender ainda.

“ – Quando se está no inferno – murmurou Yarvi –, só um demônio pode apontar a saída. ”

Com um protagonista forte, personagens carismáticos e ótimos diálogos, Meio Rei é uma leitura rápida e envolvente. Foi o primeiro livro que li do autor Joe Abercrombie, e posso afirmar como toda certeza que nós dois começamos com o pé direito. Mal posso esperar para ler outras histórias do autor. Se você assim como eu é fã de fantasia, ou apenas está em busca de uma boa aventura Meio Rei é uma excelente opção de leitura. #ficaadica!

junho 23, 2016

Sedução da Seda por Loretta Chase

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788580415698
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 288
Classificação:
Compare os Preços:
Sinopse: As Modistas – Livro 01.
Talentosa e ambiciosa, a modista Marcelline Noirot é a mais velha das três irmãs proprietárias de um refinado ateliê londrino. E só mesmo seu requinte impecável pode salvar a dama mais malvestida da cidade: lady Clara Fairfax, futura noiva do duque de Clevedon.Tornar-se a modista de lady Clara significa prestígio instantâneo. Mas, para alcançar esse objetivo, Marcelline primeiro deve convencer o próprio Clevedon, um homem cuja fama de imoralidade é quase tão grande quanto sua fortuna. O duque se considera um especialista na arte da sedução, mas madame Noirot também tem suas cartas na manga e não hesitará em usá-las. Contudo, o que se inicia como um flerte por interesse pode se tornar uma paixão ardente. E Londres talvez seja pequena demais para conter essas chamas. Primeiro livro da série As Modistas, Sedução da seda é como um vestido minuciosamente desenhado por Loretta Chase: de cores suaves e românticas em alguns trechos, mas adornado com os detalhes perfeitos para seduzir.

[ALERTA FANGIRL]

De todas as autoras de romance de época que acompanho, Loretta Chase conquistou o primeiro lugar em meu coração. Tanto que até achei melhor avisar logo no começo da resenha, que sim, estou correndo o risco de parecer fangirl. E de verdade não me importo, por que gente, - que livro maravilhoso! Em Sedução da Seda, primeiro livro da série As Modistas, somos presenteados com uma narrativa sedutora e que nos surpreende a cada capitulo.

Marcelline Noirot é uma ambiciosa modista que sempre soube o que quis e os meios para conseguir realizar esses desejos. Mesmo que para isso ela tenha que agir com poucos escrúpulos ou sair de Londres a caça de um duque extremamente rico que se esconde em Paris. Para Marcelline e suas irmãs, é quase um ato de caridade esvaziar os bolsos de Clevedon, tornando o guarda roupa de lady Clara Fairfax, sua noiva o mais refinado e belo da alta sociedade londrina. Porém, primeiro a modista precisa convencer o próprio Clevedon, que sua futura duquesa não pode continuar desfilando pelos salões de baile com “trapos”.

Clevedon que até então leva uma vida tranquila em Paris, não faz a menor ideia que um vestido é algo tão importante. Só que assim que ele coloca os olhos em Marcelline, o duque nota tudo, menos a beleza de seu vestido. Na verdade  Clevedon fica fascinado pela modista de tal modo que logo ambos se tornam o assunto principal dos fofoqueiros de Paris. Na mente de Marcelline o flerte inocente com Clevedon era necessário para os seus negócios, só que algo saiu um pouco errado nos planos dela.

Quando retornam a Londres, o falatório de Paris já tinha chegado as salas de chá da nobreza.  Marcelline não pode correr o risco de lady Clara achar que ela e o duque são amantes, afinal isso seria péssimo para sua loja. E para Clevedon é inadmissível a ideia de partir o coração daquela que durante anos foi sua melhor amiga, vivendo uma aventura amorosa com uma modista fria e calculista. Só que a vida tinha outros planos para dois, e agora que a primeira fagulha se espalhou, vai ser bem difícil controlar esse incêndio.

Uma das coisas que mais me agrada nas histórias da Loretta Chase é o fato dela fugir um pouco dos padrões que encontramos nos livros do estilo. Embora sua narrativa pareça clichê e nos encante com um romance gracinha, a autora se destaca pela forma como ela constrói seus personagens.  Suas mocinhas são fortes e decididas e não ficam esperando que as coisas caiam do céu, muito pelo contrário elas vão a luta por aquilo que acreditam.

Marcelline é o gênio criativo da família Noirot, e sabe o quanto suas irmãs e a pequena Lucie dependem dela. Por isso em muitos momentos ela se esquece de si mesma, ao colocar a necessidade dos outros acima das suas. Ela é determinada e não é o tipo que fica fazendo drama e nem chorando pelo leite derramado.  Marcelline está longe de ser perfeita e embora em determinadas situações ela tenha um “ego” maior que a Inglaterra é perceptível que por baixo de toda a sua pose, tudo o que Marcelline busca é dar um futuro melhor para sua família.

Já o Clevedon () começa como um tipo aristocrata com dinheiro sobrando no banco para se preocupar com coisas que fazem parte do dia a dia de Marcelline. E é muito bonito ver que a partir do momento em que a modista entra na vida dele, como ele “desperta” para o mundo.  E essa é uma das qualidades e diferencias na escrita da Loretta Chase, que me tornaram tão fã dos livros da autora.  Tipo apesar das histórias serem relativamente “curtas” a autora consegue desenvolve-las com tanta maestria que enquanto a narrativa evolui, você percebe os impactos que um personagem causa na vida do outro. Não é nada rompante ou rápido demais, são pequenas atitudes e gestos, que aos poucos moldam e transformam o relacionamento do casal.

Além disso, a autora dá aquela abertura que em minha opinião é a cereja do bolo em qualquer história, o destaque aos personagens secundários. Adorei a Sophia e a Leonie, as irmãs de Marcelline, como fiquei encantada pela Lucie. Até mesmo a Clara que tinha tudo para ser aquela personagem “sem graça”, conquistou não somente minha simpatia e respeito, mas principalmente a minha torcida para que ela encontre seu final feliz. De verdade fiquei muito orgulhosa da evolução da personagem aqui.

Confesso que depois que terminei a leitura de Sedução da Seda, senti aquele vazio enorme, do tipo que achamos que nenhum outro livro será capaz de preencher. Amo o fato da narrativa da Loretta Chase contar com personagens tão comuns que os tornam mais “humanos”. Amo como a autora explora o melhor e o pior deles e principalmente como ela ainda nos faz acreditar e sonhar com finais felizes.

“– Parece que a festa acabou – disse ele.
Noirot levantou o olhar e o fitou, o olhos negros brilhando.
– Pensei que estivesse apenas começando (...). ”

Sedução da Seda é aquele livro que te envolve, te deixa com um sorriso bobo no rosto e desejando que o livro tenha algumas paginas a mais de tão deliciosa que é sua narrativa. Com um equilíbrio perfeito de romance e sedução, drama e comédia e me arrisco dizer que sua história é daquelas, que todo mundo um dia sonhou em viver. Por isso leitores do My Dear Library, leiam Loretta Chase.

maio 30, 2016

Ligeiramente Seduzidos por Mary Balogh

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580415469
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 288
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Os Bedwyns – Livro 04.
Jovem, estonteante e nascida em berço de ouro. É apenas isso que Gervase Ashford, o conde de Rosthorn, enxerga em Morgan Bedwyn quando a conhece, num dos bailes da alta sociedade inglesa em Bruxelas. Em circunstâncias normais, ele não olharia para ela duas vezes - prefere mulheres mais velhas e experientes. Porém, ao saber que Morgan é irmã de Wulfric Bedwyn, a quem Gervase culpa pelos nove anos que passou longe da Inglaterra, decide que ela é o instrumento perfeito para satisfazer seu desejo de vingança. Mas Morgan, apesar de jovem e inocente, também é independente e voluntariosa e, assim que entende as intenções do conde, se prepara para virar o jogo e deixar claro que não se deixará manipular por ninguém.

Talvez pelo fato de uma amiga ter dito que de todos os livros da série Os Bedwyns, Ligeiramente Seduzidos foi a história da qual ela menos gostou, essa que vos escreve começou a leitura do mesmo sem tantas expectativas. Porém, logo nos primeiro capítulos me vi completamente envolvida pela narrativa e seus personagens, ou seja, para quem tinha iniciado a leitura um tanto quanto receosa, acabei me deparando com uma ótima surpresa.

Gervase Ashford, o conde de Rosthorn há nove anos não pisa na Inglaterra, por motivos que apenas o próprio, pessoas próximas e o temível duque de Bewcastle, Wulfric Bedwyn conhecem. Durante os longos anos de exílio Gervase levou uma vida digna de todo libertino, mas enquanto sua fama se espalhava em seu intimo, o conde nunca deixou de desejar um dia poder dar o troco em Bewcastle. A oportunidade finalmente se apresenta durante um baile da sociedade inglesa em Bruxelas na Bélgica. Assim, que Rosthorn coloca os olhos na doce e ingênua Lady Morgan Bedwyn, ele enxerga a oportunidade perfeita de finalmente se vingar do duque. Até por que, nada melhor do que usar a irmã mais nova de Wulfric para atingi-lo.

Para a surpresa de Gervase, apesar da pouca idade Morgan está longe de ser uma dama tola e fácil de manipular. Como uma Bedwyn, Morgan mostra para o conde que por de trás da aparência de jovem aristocrata afetada, ela possui uma personalidade forte e não permitirá que ninguém, muito menos ele a manipule. Porém o que começa com um jogo nada inocente de flertes está prestes a sofrer um grande revés.  Quando trágicos acontecimentos aproximam Morgan e Gervase, a vingança do conde é posta de lado, dando lugar a uma inimaginável amizade.

Não demora muito para que Morgan e Gervase percebam o quanto apreciam a companhia do outro. Só que o comportamento um tanto quanto indiscreto dos dois começa a gerar todo o tipo de especulação e fofocas, e quando retornam ao Londres, o conde e a jovem Bedwyn descobrem que são um dos assuntos mais comentados nas salas de chá da casa dos nobres ingleses.  Logo Gervase de dá conta que o que começou com um simples desejo de vingança despertou nele um sentimento novo, algo com que ele não esperava lidar. Mas será que Morgan estará disposta a perdoa-lo quando descobrir que ele se aproximou dela por motivos escusos?

Um dos principais diferenciais da escrita da autora Mary Balogh é o tom mais “sério” de suas histórias, em relação aos outros livros do estilo. Mesmo que o romance seja o ponto central da trama, a autora consegue abordar temas “tabus” e fatos importantes para época em que a história se passa, como a Batalha de Waterloo que temos como plano de fundo nesse quarto livro da série Os Bedwyns.  Mary Balogh constrói seu enredo de forma com que ele fique bem equilibrado, o que torna tudo ainda mais envolvente e interessante.

Gostei bastante do casal principal desse livro, em especial a Morgan que desde o principio demonstra para o Gervase que ela não é tão “boba”, como ele pensa. Além disso, ela é aquele tipo de pessoa que não se preocupa como que os outros vão pensar dela e age de acordo com sua consciência e principalmente com o seu coração. Morgan é decidida e mesmo quando está “destruída”, levanta a cabeça e segue em frente. Já o Gervase mantém a fachada de quem não está nem ai para vida, quando na verdade tudo o que ele quer é ter certeza que pode acreditar em um futuro melhor.

É linda a maneira como Morgan faz com que ele aprenda a perdoar, não apenas os outros, mas a si mesmo. E em minha opinião as mudanças que ela causa na vida do Gervase são um dos pontos altos da trama. Por que antes dos dois serem amantes, eles são acima de tudo amigos e é esse sentimento de amizade e de companheirismo que surgiu em um momento difícil que molda toda a relação deles. E aqui está mais um detalhe que difere a escrita da Mary Balogh das outras autoras do gênero. Por mais rápida que seja a leitura, você enxerga como aquele relacionamento surgi e como ele evolui com o tempo. Não é aquela coisa fast que acontece em questão de semanas, muito pelo contrário é algo que vai se desenvolvendo aos poucos.

Adorei rever os outros Bedwyns em especial o Aidan, que apesar do seu jeito mais sério em muitas situações é aquele que demonstra compreender os reais sentimentos da irmã caçula. Fiquei ainda mais curiosa para conhecer o passado do enigmático Wulfric Bedwyn, e descobrir quais são as surpresas que o destino reserva para o Alleyne (), afinal a autora deixou muitas perguntas sem respostas aqui. Please, não me decepcione Mary Balogh.

Ligeiramente Seduzidos possui momentos que nos deixam com lágrimas nos olhos, ao mesmo tempo em que nos leva a rir e a ficar completamente enredados em sua história. Realmente uma leitura que me surpreendeu da forma mais positiva possível e que antes mesmo do parágrafo final me fez sentir aquela pontinha de saudade dos meus queridos Bedwyns.

“- Opostos são apenas dois lados da mesma moeda. Um não existe sem o outro.”

Com doses certas de drama e sensualidade, Ligeiramente Seduzidos é aquele “romance gracinha”, irresistível que vai deixar você com um sorriso bobo no rosto. Leve, cativante e apaixonante. Os românticos de plantão e os fãs de boas histórias ficaram encantados. Recomendo!

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