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Há rascunhos por toda parte, folhas que o vento espalhou. Frases soltas de minhas tentativas de escrever uma carta de amor. É como se as palavras certas escapassem de minhas mãos, quando aproximo a caneta do papel. Como se eu não conseguisse mais transformar meus sentimentos em palavras, ficando presa entre a inspiração e o silêncio.
Sinto o calor do sol em meu rosto, tão leve e tímido como nosso primeiro beijo. Aquele momento mágico e único que tentamos capturar, mas que por ironia nossa memória costuma esquecer. Gostaria de poder colocar todos os nossos momentos felizes nessas folhas. Tudo o que já vivemos e aquilo que imagino que ainda vamos viver.
Queria ver sua tentativa de esconder o sorriso de meus sonhos bobos e palavras piegas, - meu terrível clichê. Vejo você se perguntando como em meio a tantas diferenças entre nós, conseguimos fazer com que a sua ordem e meu caos coexistam em harmonia.
O amanhã chega me despertando de um sonho tão vivido, que me pareceu real.
Sinto seus braços me envolvendo e me aconchego ainda mais neles. De longe vejo a minha pasta velha e surrada com meu caderno e todos os papéis que deixei espalhados no dia anterior, agora protegidos e perfeitamente arrumados.
Esse é o seu modo prático, metódico e ao mesmo tempo, doce e carinhoso de dizer que se importa e que me ama. Enquanto eu sigo buscando formas de traduzir em palavras perfeitas, que tudo o que sinto e que está presente em cada canto bagunçado e confuso de minha mente e coração.
Também amo você ...
texto escrito por: Ariane Gisele Reis. © Todos os Direitos Reservados.