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novembro 03, 2016

O Garoto do Cachecol Vermelho por Ana Beatriz Brandão

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865353
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 294
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Melissa é uma garota linda, rica e mimada, que sempre consegue o que quer e tem todos na palma da mão. Ela acredita que a carreira de bailarina é a única coisa que realmente importa, porém suas certezas são abaladas quando faz uma aposta com um garoto misterioso, que parece ter como objetivo virar sua vida de cabeça para baixo. De repente, Melissa se vê dividida entre dois caminhos: realizar seu maior sonho, pelo qual batalhou a vida inteira, ou viver um grande amor. Mas, não importa aonde ela vá, todas as direções apontam para o garoto do cachecol vermelho...


Estou a um bom tempo encarando a tela do meu notebook sem saber ao certo como começar essa resenha e principalmente, como compartilhar com vocês tudo o que senti durante a leitura de O Garoto do Cachecol Vermelho da autora Ana Beatriz Brandão. Acredito que nunca li um livro em que as minhas emoções iam do amor a ódio de uma maneira tão rápida como esse. Sim leitores do My Dear Library, essa foi uma daquelas leituras contraditórias e justamente por esse motivo estou aqui, sem saber como começar (...).

Melissa está acostumada a ter tudo o que quer sem precisar pedir duas vezes. Linda, rica e popular ela tem todos na palma de sua mão e acredita que o seu destino é ser uma grande bailarina. Aliás, o balé é a única coisa que realmente importa em sua vida. Porém, tudo começa a mudar na noite de Ano Novo quando Melissa esbarra com um garoto misterioso usando um cachecol vermelho.   Para a jovem o garoto não passa de mais um vândalo, alguém que não merece mais do que poucos minutos de sua atenção. Mas logo ao chegar à faculdade no primeiro dia depois das férias de verão Melissa tem uma surpresa, o garoto do cachecol vermelho está lá.

Por algum motivo desde que se encontraram, Daniel se interessou pela jovem esnobe que cruzou seu caminho na noite de Ano Novo. De certa forma ele viu que por debaixo da mascara de arrogância e prepotência, Melissa era uma pessoa que precisa de ajuda, e ele sabia como ajuda-la. Melissa obviamente faz de tudo para afastar Daniel de sua vida, afinal ela era perfeita. Só que ele não está disposto a desistir da missão, então propõe a garota um acordo. Durante dois meses Melissa será à sombra dele. Ela terá que ir a todos os lugares que ele vai, conviver com o grupo de amigos dele e fazer uma tentativa real de ver o mundo com outros olhos. Depois desse tempo, Melissa estará livre para fazer de sua vida o que bem entender.

Sem ter outra opção ela aceita o acordo, sem saber que aquele era o sim mais definitivo que daria em sua vida. Em dois meses Daniel abre as portas de uma realidade completamente diferente e distante daquela que Melissa vive. E com a convivência um novo sentimento surge, os aproximando ainda mais. É possível que duas pessoas com valores e personalidades tão opostas vencerem a diferenças em nome do amor? E Melissa está disposta a abandonar todos os seus sonhos de brilhar nos palcos para viver esse amor ao lado de Daniel? Juntos eles acabam percebendo que quando não temos as respostas, o tempo se encarrega de reponde-las.

Como vocês podem reparar a premissa de O Garoto do Cachecol Vermelho é bem clichê, e confesso que foi justamente por conta dessa previsibilidade que o livro me chamou a atenção.  Porém apesar de em partes a história entregar o que promete, alguns pontos me incomodaram muito. Acho que fazia muito tempo em que eu não sentia tanta vontade de abandonar uma leitura como eu senti aqui. E o  motivo para esse meu descontentamento foi apenas um, - Melissa.

Pensem em um personagem I-N-S-U-P-O-R-T-Á-V-E-L. Pense em uma pessoa preconceituosa, egoísta, egocêntrica e que acha que o mundo gira de acordo com suas vontades. Bem essa é a Melissa. Tive uma enorme dificuldade para me envolver completamente com a leitura por que de verdade não consigo aceitar ou acreditar que uma pessoa tão iluminada, tão boa e gentil como o Daniel pode se sentir atraído por alguém assim. Por mais bonitinho que seja, essa história que opostos se atraem e que o amor muda as pessoas, eles são pessoas diferentes demais e o envolvimento deles infelizmente acabou me passando sensação que de ser um pouco “forçado”.

Outro ponto é que  mesmo Ana Beatriz Brandão abordando temas interessantes entre eles a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), senti que em alguns capítulos faltava continuidade na narrativa. Tipo as coisas aqui acontecem rápido demais em um momento a autora está falando de transtorno alimentar e no outro sobre abuso sexual.  É como se ela quisesse acrescentar no enredo a maior quantidade de assuntos complexos para que dessa forma o drama na história ficasse ainda maior. Em partes o resultado desejado foi alcançado, porém acredito que se a Ana Beatriz tivesse escolhido um tema e se aprofundado mais nele a história teria um ritmo mais fluido.

E antes que vocês achem que sou louca, por que “classifiquei” o livro como muito bom e até agora só apontei os pontos negativos dele, quero deixar claro que eu gostei do que encontrei aqui.  Afinal precisa ser muito coração de pedra para não se emocionar com a história que Ana Beatriz Brandão escreveu. Só que estaria mentindo ao afirmar que tudo foram flores durante a leitura. E admito que mesmo tendo achado o romance em partes forçado, em alguns momentos ele me deixou com um sorriso bobo no rosto.

É aquilo que comentei logo no começo da resenha. O Garoto do Cachecol Vermelho foi aquele livro que amei e odiei com a mesma intensidade. Gostei muito de algumas coisas e não gostei de outras tanto assim. É fato que achei que a Ana Beatriz forçou um pouco a barra em determinadas situações e foi rasa demais em outras. Mas para uma jovem autora de 17 anos, sem sombra de dúvidas podemos esperar muita coisa boa vinda por ai.

“- (...) mas se tem uma coisa que aprendi na vida é que a hora certa pode nunca chegar.”

Para alguns O Garoto do Cachecol Vermelho pode ser visto como mais um típico Young Adult clichê. Já para outros ele pode ser uma história que fale de recomeços, mudanças e amor. Porém o mais importante, ao menos para essa leitora aqui,  é que mesmo com toda a “oscilação” de emoções que senti  e com seus pontos negativos, consegui me envolver e me emocionar durante a leitura.  Pode até não ser o livro mais perfeito que li na minha vida, mas que torci pelo "felizes para sempre", - eu torci.

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