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setembro 04, 2019

Vergonha por Brittainy C. Cherry

| Arquivado em: RESENHAS.

A expressão: “Nunca julgue um livro pela capa”, é bem aplicada quando o assunto é o último romance da Brittainy C. Cherry publicado no Brasil, pela editora Record. Vergonha possui uma estrutura narrativa já bastante conhecida para os leitores da autora, porém confesso que assim como a aconteceu em No Ritmo do Amor, fiquei novamente com a sensação que a Brittainy acabou “pecando” um pouco pelo excesso. 

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788501302854
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2019
Número de páginas: 420
Classificação: Muito bom
Sinopse: Um amor inesperado que surge de forma inusitada e arrebata a vida de Grace Harris. Grace Harris está perdida e sozinha em sua casa em Atlanta depois que o homem que ela pensou que ficaria a seu lado pelo resto da vida traiu sua confiança, partiu seu coração e saiu de casa, deixando seu casamento em suspenso. Grace resolve, então, passar o verão com a família em Chester, sua cidade natal, para respirar, dar um tempo de tudo. Sua vida está uma bagunça e o que ela precisa no momento é de um pouco de gentileza e compaixão. Por incrível que pareça, Grace encontra isso na pessoa mais improvável de todas: Jackson Emery, a ovelha negra da cidade. Conhecido como a erva daninha de Chester, ele é sinônimo de encrenca, e não faz nada para mudar essa imagem. Tendo perdido na infância o que havia de mais valioso na vida, Jackson se tornou um homem amargurado e não dá a mínima para o que pensam dele. Os caminhos de Grace e Jackson acabam se cruzando de um jeito inusitado e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem deixar rolar e se entregar a uma diversão passageira. Porém, o que Grace não imaginava é que seu coração, já destroçado, seria obrigado a aprender que certos relacionamentos são capazes de causar dores muito profundas, e que é sempre preciso fazer uma escolha.

Pela sinopse fica claro que aqui vamos encontrar aquela velha história clichê, em que a boa moça se envolve com o bad boy da cidade e os dois acabam se apaixonando perdidamente. E por mais batida que essa fórmula possa parecer, ela continua funcionando bem, uma vez que é impossível durante a leitura de Vergonha não torcer por um: “E foram felizes para sempre” de Grace e Jackson.

Grace é o retrato da aparente perfeição. Ela é a boa filha, a boa esposa, tudo em sua vida é previsível e "perfeito", até que ela descobre que o seu marido é infiel. Sozinha e de coração partido, ela resolve voltar para sua cidade natal e passar o verão com a família e assim ter tempo para se curar e decidir qual será o rumo de sua história, agora que ela não tem mais o “homem da sua vida” ao seu lado.

Jackson é o total oposto de Grace. O jovem e seu pai são vistos como párias da pequena cidade. Aquelas pessoas que todo mundo quer que fique a quilômetros de distância de suas vidas de comercial de margarina. Só que por detrás de todo o comportamento hostil de Jackson existe um passado doloroso, que vamos descobrindo no decorrer da narrativa. Assim como, o que levou o seu pai a atual situação em que vive.

Quando Grace e Jackson se encontram ambos sabem que não tem nada em comum. Mas de alguma forma, a tristeza e a desilusão que os dois carregam em seus corações os tornam perfeitos um para o outro. Porém, é claro que essa união não será bem vista por muitas pessoas, especialmente por Loretta, a mãe de Grace. E quando os segredos sombrios são revelados, Grace e Jackson precisam decidir entre o passado que os maltratou ou o futuro que pode os curar.

Indo direto ao ponto o que mais me incomodou em Vergonha é o fato dos personagens serem terrivelmente estereotipados. A Grace é “boazinha” demais, enquanto o Jackson é "cruel" demais. E por mais que a autora busque justificar o jeito: “Não estou nem aí para o que pensam de mim” do protagonista, em muitos momentos a agressividade dele não é justificada. E antes que vocês me achem uma insensível, admito que meu coração em vários momentos ficou em pedaços pela criança que o Jackson foi e pelo adulto que ele acabou se tornando. Só que de verdade, eu não consigo entender o fato de um pessoa tratar mal, alguém que está apenas tentando ajudá-lo.

Esse exagero na caracterização dos personagens não ficou só no protagonistas, já que Loretta por exemplo, lembra aquelas vilãs amarguradas de novela mexicana. E tal como o Jackson, ela também tem seus motivos para ser assim. A Brittainy foi bem o oito ou oitenta. Se um personagem é “bom”, ele é altruísta demais e se ele é “mal”, ele será mesquinho demais. O único parênteses sobre isso que eu abro aqui é em relação ao Mike, pai do Jackson. Acho que a apesar de não ter se aprofundado tanto na questão do alcoolismo, a autora consegue passar um panorama geral do estrago que essa doença causa da vida da pessoa e de todos que estão a sua volta.

Só que mesmo com as minhas ressalvas, Vergonha foi uma leitura que prendeu a minha atenção do começo ao fim. A autora soube como fazer críticas pertinentes a uma sociedade que se esconde atrás da máscara do politicamente correto. O que muitos podem considerar como “hipocrisia religiosa”, ao meu ver soou mais como um lembrete que a realidade, especialmente dentro do meio familiar é muitas vezes bem diferente daquela que nós enxergamos do lado de fora.  E por isso não devemos atirar pedras no telhado do vizinho, afinal o nosso telhado também é de vidro.

Confesso que o final não me surpreendeu tanto assim, pois conforme a narrativa avança e os fatos do passado vão sendo revelados, meio que já dá para ter uma noção da direção que a autora vai seguir. Ou seja, foi previsível não de um jeito ruim, apenas não causou o efeito surpresa que talvez a Brittainy esperava causar quando teceu o enredo.

“O amor de verdade significava uma compreensão mútua. Um respeito pelos sonhos, pela esperança, pelos desejos e pelos medos.”

Mesmo que a narrativa de Vergonha, tenha se mostrado envolvente, confesso que infelizmente não consegui me sentir arrebatada pela história. Li diversas resenhas em que as pessoas enaltecem a obra e além de achar essa diversidade de opiniões algo positivo, é muito legal ver como cada leitor vivencia e tem suas próprias impressões sobre o livro. A escrita da Brittainy C. Cherry é fluida e possui uma beleza muito singela, porém o fato de eu não ter criado uma forte conexão com os protagonistas pelos motivos que citei acima, fez com que no geral a história não me cativasse tanto.

Claro, que ao final me vi com sorriso bobo no rosto por Grace e Jackson terem curado seus corações através do amor. O ponto é que eu esperava um toque a mais de leveza e romance aqui e não uma carga dramática tão forte. Talvez, essa que vos escreve tenha lido Vergonha, na época “errada” de sua vida.  E antes que eu me esqueça, o Tuck é o melhor personagem.

Comentários via Facebook

16 comentários:

  1. Menina, eu já não julgo mais livros pela capa porque o que tem de romance com capa capenga e história maravilhosa..
    Eu gostei muito desse livro, apesar de achar o final meio corrido. A autora me surpreendeu da forma que ela tratou vários assuntos.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Sorteio de aniversário Balaio de Babados e O que tem na nossa estante. Participe!

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  2. Oi Ane, tudo bem?
    Por que esses livros NA têm sempre um homem semi-nu na capa? Acho tão brega. :(
    Infelizmente esse tipo de plot nunca me fisga e eu nunca li nada do gênero. Sabendo dos estereótipos (mocinha boazinha e mocinho bad boy), tenho certeza que a obra não é pra mim.
    Adorei a resenha sincerona!
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  3. Olá, Ane.
    Eu li esse livro meio que obrigada pela Tamires, porque não gosto do gênero nem desse tipo de enredo e acho esse tipo de capa super apelativa. Mas acabei amando o livro. Eu entendo seu ponto de vista mas não achei que o Jackson foi apresentado como cruel demais. Acho que tudo o que ele passou justificou sim seu comportamento.

    Prefácio

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  4. Oi Ane! Eu li por gostar da autora, pois a capa realmente não me chamaria atenção.Eu gostei demais da obra, achei a história inspiradora. O casal me deixou feliz com sua evolução. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  5. Oi Ane.
    Sempre gostei bastante da escrita da Brittainy C. Cherry mas não acredito que va ler esse livro. Apesar de gostar de romances, o exagero nas formações dos personagens é algo que me irrita profundamente.
    Gostei bastante da sua resenha.
    Beijos.
    Blog: Fantástica Ficção

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  6. Me parece mesmo que a autora errou pelo excesso, os exagero de personagens estereotipados é díficil de lidar durante a leitura de um livro, pois a história toda não se torna muito "aceitável". Uma pena que o livro não tenha mesmo funcionado pra você, já que li algumas resenhas também positivas sobre esse livro.
    Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥

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  7. Oi Ane,
    Nesse livro, reencontrei a Brittainy antiga, aquela que me deixou apaixonada por suas obras.
    É um enredo forte e que me deixou presa do início ao fim.
    E claro, me emocionei lendo!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com

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  8. Oie
    Eu adoro os livros desta autora, a forma que ela escescreve é impossível não se envolver. Ainda não conhecia este livro e pelas suas ressalvas apesar dos pontos negativos, parece ser uma história boa. Mas não sei se o leria.

    Beijinhos
    https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com

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  9. Oiii Ane

    Eu li tanta resenha aplaudindo esse livro de pé, que fiquei aliviada em ler a tua, pé no chão e realista, porque me fez ver ambos os lados da moeda de maneira mais coerente. Não gosto desse clichê bad boy e a baozinha, além disso saber que a autora inclusive exagera na caracterização desses personagens ja me deixa bem receosa. Sei que a narrativa da Cherry é envolvente e pra quem gosta de NA super empolgante, mas como não é um gênero que me empolga e os clichês da trama me cansariam, acho que será um livro que deixarei passar. A resenha ficou genial, adorei tuas colocações sobre os pontos negativos e positivos do livro.

    Beijos, Ivy

    www.derepentenoultimolivro.com

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  10. Livros como esses merecem ser vistos além da capa. Confesso que pela apresentação não me interesso por nenhum, mas depois de ver a premissa, eles são ótimos, né? ❤

    https://www.kailagarcia.com

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  11. Esse é um livro que não li, li os outros dois que saíram antes mas, esse ainda não comprei. Eu detestei a capa, mas eu amo a escrita da autora e com certeza lerei em breve. Bom saber que você não ficou "encantada" com essa história. Quero muito ler. Também li muitas resenhas sobre o livro e em breve espero ler.
    Beijocas.

    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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  12. Oi Ariane,
    Gostei bastante da sua resenha, achei ela bem completa. Com certeza esse livro entra naquele gênero chiclete que todo mundo sabe como vai terminar,o que não é ruim necessariamente.
    Ótima resenha.
    Bjos
    http://www.kelenvasconcelos.com.br/

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  13. Oi, Ane

    Que pena que você não entrou pro time das que foram completamente arrebatadas pela história. Hahahahha Mas o que importa é que você gostou de certos aspectos e é como você falou, a experiência de cada leitor é diferente.
    Eu não senti esse excesso de estereótipo que te incomodou, achei tudo bem balanceado.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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  14. Oi, Ane!

    Vi também algumas resenhas desse livro, mas confesso que sempre esqueço da história porque não consigo conectá-la com essa capa de livro erótico hahaha qual a necessidade disso? Enfim, pelo visto a história também poderia ter sido bem melhor desenvolvida, e o mocinho mesmo com seus traumas de vida e a forma como cresceu poderia ter aprendido a tratar um pouco melhor as pessoas, não sendo tão agressivo e badboy assim. Entendo os pontos que você ressaltou, quem sabe um dia dou uma chance e me arrisco na leitura também

    xx Carol
    https://caverna-literaria.blogspot.com/

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  15. Oi Ane,

    Eu simplesmente amei esse livro. Entendo seu ponto de vista, mas confesso que não encontrei nada exagerado na trama. A capa realmente acaba mostrando algo diferente da história, mas mesmo assim estou recomendando para todo mundo ♥

    Bjs e uma boa semana!
    Diário dos Livros
    Conheça o Instagram

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  16. Oi Ane,
    Armaria, sempre que vejo essa capa fico achando que um alien vai sair da barriga dele. Medooo!
    Eu curti a premissa e te falar, eu curto vilãs nesse estilo novela mexicana haha. Soraya rainha.
    E esse lance da hipocrisia religiosa, também me chama atenção.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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