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Estou me acostumando a esquecer...
Essa é a frase que venho repetindo todas as manhãs quando acordo e todas as noites antes de dormir; Estou me acostumando a esquecer.
A cada dia vou guardando dentro das caixas das coisas para serem esquecidas, o nós que nem sequer chegou a existir realmente. A situação é um clichê tão bobo, que seria trágico se não fosse cômico, ou cômico se não fosse trágico. De um lado alguém que cansou de esperar por uma chance. Do outro alguém que só percebeu a chance que tinha quando perdeu. Mas que diferença faz? É somente mais um capítulo dramático nesse drama todo em que às vezes transformamos a vida.
Estou me acostumando a esquecer...
E todos os dias vou tentado esquecer as longas conversas que não vamos ter. Os passeios de mãos dadas, os abraços, os beijos e a cumplicidade que teríamos. Todos os momentos, planos e sonhos. Aos poucos eu estou me acostumando a esquecer tudo isso. Esquecer dos momentos que não vamos mais viver juntos.
Talvez no futuro quando por um acaso eu revirar essas caixas, as lembranças do que não vivemos não me doa mais. Talvez eu até consiga sorrir e entender do porque nossa história parou tão abruptamente, quando a melhor parte estava para começar.
Talvez eu nos perdoe pela imensa sucessão de encontros e desencontros, dos nossos pequenos erros e medos, mas principalmente de desistir tão facilmente de nós. Talvez de tanto repetir que não me importo e que já esqueci, isso se torne uma verdade de fato. Uma amarga verdade, mas ainda sim uma verdade. E apelando para o pior dos clichês, posso dizer que o nosso fim prematuro é um novo começo. Porém, cada um vai escrever um capítulo diferente da história a partir de agora. Uma história separada de muitas maneiras e a mesma história de muitas formas.
Estou nos guardando na caixa de coisas para serem esquecidas. E por mais que em alguns dias ao fazer isso uma lágrima caia, continuo repetindo, - Estou me acostumando a esquecer...