Só mesmo um
“livro gracinha” como
O Caminho para curar a minha chatice literária. Sim leitores, eu finalmente encontrei a cura para minha rabugice, mas claro que para isso contei com a ajudinha do meu querido
Richard Paul Evans. Nessa belíssima continuação da série Walk, mas uma vez fui levada a refletir, sorrir e me emocionar com as experiências vividas por
Alan.
Neste segundo livro continuamos a acompanhar
Alan Christoffersen em sua caminhada para reencontrar a esperança, a fé e um novo sentindo para sua vida. Por mais sutis que sejam as algumas mudanças emocionais no personagem, elas estão muito presentes em O Caminho. É notável que mesmo que a tristeza e a dor da perda ainda estejam bem recentes em seu coração, Alan começa a perceber que ele tem muita coisa a fazer não só por si mesmo, mas também por outras pessoas que passam a fazer parte de sua jornada.
Quando se vê preso a uma cama de hospital em uma cidade estranha e gravemente ferido, Alan sabe que tão cedo não vai poder voltar à estrada, porém o destino tinha lhe reservado uma linda surpresa. Não só apenas uma segunda chance de viver, mas principalmente a de fazer a diferença na vida de uma pessoa muito especial, a misteriosa e solitária
Angel. Quando seus caminhos se cruzaram em uma estrada chuvosa nenhum dos dois podia fazer ideia que suas vidas estariam ligadas para sempre.
Mas para quem já está pensando que a partir daí o enredo muda e começamos a ter uma linda história de amor se engana. A ligação entre Alan e Angel é muito mais profunda e delicada do que uma paixão avassaladora. O laço que os dois criam é o de uma amizade muito sólida, em que cada um com o seu sofrimento e suas perdas ajuda o outro a se levantar e a seguir em frente. Antes de se encontrarem ambos eram pessoas solitárias que não tinham muitos motivos para acreditar e lutar pelos seus sonhos, mas juntos eles começam a redescobrir o poder da fé. Sabe aquele velho ditado que diz:
“Deus nos coloca sempre aonde somos necessários”. Bem, Angel podia não saber, mas ela precisava muito de Alan, pois enquanto ela acreditava estar ajudando a um homem ferido a se recuperar, este homem a estava salvando de inúmeras maneiras.
E não foi só na vida de Angel que Alan foi necessário e decisivo. Ao longo da sua jornada ele encontra
Kailamai, uma jovem vitima do comportamento abusivo da mãe e do padrasto, e que mesmo tendo passado por situações difíceis para alguém da sua idade mantinha o sorriso no rosto e a esperança que o amanhã seria muito melhor. Durante o tempo que caminharam juntos, Alan e Kailamai além de se tornarem grandes companheiros de viagem, aprenderam muito com as experiências um do outro, criando assim um forte laço de amizade que durará a vida toda. Através do bom humor de Kailamai, Alan começa a perceber que muitas vezes é o justamente o sofrimento e as adversidades da vida que nos deixam mais fortes.
Angel precisava desesperadamente de perdão e esperança, enquanto Kailamai buscava conhecer a felicidade de ter um lar seguro. Ambas achavam que isso era um sonho distante, mas a vida, sim a vida que sempre nos surpreende acaba colocando Alan em seus caminhos mudando o enredo de suas histórias para sempre.
Na continuação da
série The Walk,
Richard Paul Evans deixa muito claro que pequenas ações podem fazer muita diferença na vida de alguém. Alan perdeu tudo o que era importante na sua vida, mas o que ele começa a ganhar com cada pessoa que ele direta ou indiretamente ajuda é muito maior e mais valioso do que os bens materiais que ele perdeu. Claro que nada vai conseguir trazer de volta o seu grande amor, porém para quem achava que não havia mais sentido na vida depois que a sua esposa McKale se foi, aos poucos ele começa a ter fé novamente.
Assim como foi com
O Encontro, a leitura de O Caminho foi leve e bem rápida só que ao contrário do primeiro livro que chegou a me emocionar sem que eu derramasse uma lágrima, dessa vez eu chorei. Tudo bem que foi uma situação meio óbvia, mas confesso que não estava preparada e fiquei muito triste por que lá no fundo eu espetava que o autor pudesse mudar de ideia. Infelizmente ou felizmente isso não aconteceu.
Com uma objetividade incrível e personagens admiráveis Richard Paul Evans conseguiu criar uma continuação tão rica emocionalmente como o primeiro livro. Se antes eu já torcia para que Alan encontrasse a felicidade novamente agora eu torço ainda mais, e não só por ele e sim por Angel e Kailamai também que através de suas histórias me cativaram e me ensinaram muito. O que mais eu posso falar, O Caminho era realmente o livro que eu precisava ler para curar a minha chatice literária.
Um ponto que não posso deixar de comentar é a capa. Gente ela é linda! E ela transmite bem a sensação de paz que você sente durante a leitura. Só tenho uma observação quanto à revisão do livro que deixou passar alguns erros de digitação, nada que prejudicasse muito a leitura, mas que poder ser erros bobos não poderiam ter passado despercebidos na hora da revisão final do livro.
Um livro gracinha com uma história linda e tocante que recomendo a todos, otimistas e pessimistas, pois mostra que por maior que seja o sofrimento sempre existe uma razão para acreditar e seguir em frente.
“Planejamos nossas vidas em longos e ininterruptos períodos que cruzam com nossos sonhos, da mesma forma que as rodovias conectam os pontos de uma cidade num mapa rodoviário. Mas, no final, aprendemos que a vida é vivida nas ruas paralelas, nos becos e desvios.” – Diário de Alan Christoffersen.