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setembro 02, 2018

Setembro Amarelo: A importância de falar e de saber ouvir

| Arquivado em: CAFÉ LITERÁRIO.

Ninguém escolhe ter depressão. E quando a única solução que a pessoa encontra para deixar de sentir tudo é tirar a própria vida, não é porque ela foi fraca e não conseguiu lidar com os problemas, mas sim por que a dor que ela sentia era forte demais para suportar. E muitas vezes nós não percebemos que a pessoa ao nosso lado está precisando de ajuda.

imagem: Shutterstock
Às vezes essa pessoa está sofrendo tanto que tem medo de falar o que sente e ninguém compreender a sua dor. Ela tem medo que seus familiares e amigos a julguem e se afastem, ou que ela acabe se tornando um fardo na vida daqueles que ama. E na correria que a gente vive é difícil perceber as pequenas mudanças de comportamento, o quanto a pessoa aos poucos vai se afastando e se isolando. Ou às vezes a pessoa até procurou a nossa ajuda, porém estávamos ocupados demais para escutar, para prestar atenção nas mensagens de socorro que recebíamos.

Nos últimos anos a discussão sobre a depressão deixou os consultórios e muitas pessoas começaram a falar abertamente sobre seus problemas. Essa troca é importante, afinal é maravilhosa a sensação que não estamos sozinhos. A sensação que alguém se importa.

E pensando nesse tema e principalmente o quanto muitas vezes ao ler um livro, uma frase ou até mesmo um twitter, encontro uma resposta e  me sinto confortada, eu separei cinco livros que abordam a importância de falar sobre a depressão e de saber ouvir com carinho e amor quem está passando por uma situação difícil.

Setembro Amarelo: 05 livros que você precisa ler.




Fale! da autora Laurie Halse Anderson é um livro denso e bastante profundo em especial para quem já sofreu ou sofre algum tipo de bullying. A forma delicada e tão realista com que a autora escreveu a história faz com que ela seja sufocante e ao mesmo tempo inesquecível. Fale! Não é apenas mais uma história, e sim a história que fará com que você repense a forma com trata e julga as pessoas.

Desde a festa no último verão, Melinda sente-se devastada.  Ela mudou muito e aparentemente ninguém percebeu ou ao menos tentou entender o motivo dessa mudança. Para seus colegas de colégio, ela é apenas a menina que chamou a polícia e acabou com a festa. Para seus pais e professores, ela é apenas mais uma adolescente complicada tentando chamar atenção.  Atormentada e completamente sozinha, ela passará por um ano difícil e aprenderá que por mais que doa, muitas vezes precisamos passar por cima de nossos medos e de nossa vergonha e simplesmente, - falar.




Em As Vantagens de ser Invisível o autor Stephen Chbosky explora temas como; homossexualidade, aborto, drogas e sexo de uma forma leve e até mesmo comovente.  Durante a leitura, a única coisa que eu conseguia sentir enquanto tentava entender o mundo a qual Charlie pertencia, ou tentava pertencer, era à apatia e melancolia dele em relação a tudo aquilo. Era como se cada carta que Charlie escrevia fosse um pedido de ajuda endereçado a mim. Charlie é aquele tipo de pessoa que tem um medo enorme de viver a vida, por conta de um circunstância sombria que foi imposta a ele. O toque sutil de realidade presente em todo o livro tornam As Vantagens de Ser Invisível um livro leve, tocante e atemporal.




A vida é um constante recomeço e para Laurel nunca recomeçar pareceu tão difícil. Sua irmã mais velha May partiu a seis meses de forma trágica, deixando ela sozinha para enfrentar não apenas os desafios do Ensino Médio, mas os que a vida sempre nos apresenta também.  Laurel não consegue entender por que a sua irmã fez isso com ela. O fato de sua mãe ter ido embora deixando ela com o pai e a tia Amy, faz com que seja ainda mais complicado lidar com a dor da perda.

A maneira como a autora desenvolveu o enredo fez com que a cada capitulo eu fosse desvendando os segredos da protagonista e com isso fui me sentindo mais próxima a ela. O final de Carta de Amor aos Mortos da autora Ava Dellairia, me deixou ao mesmo tempo orgulhosa e triste. Orgulhosa por que a sua maneira Laurel conseguiu sobreviver à dor, e triste por que ela não precisava ter passado por tantas coisas ruins.




Valerie Leftman sempre sofreu com o bullying no colégio em que estudava, e por um bom tempo ela suportou todas as piadas e brincadeiras sem graça calada.  Era um fardo pesado demais para alguém carregar sozinha, então era resolveu escrever em um caderno tudo e o nome de todos e a incomodavam como uma forma de desabafar o que sentia. Até que um dia, esse inocente caderno causa uma tragédia. Apesar de ser uma obra de ficção, já assistimos inúmeras histórias parecidas com a de A Lista Negra nos telejornais, e a maneira com a autora Jennifer Brown construiu a narrativa deixou tudo muito próximo e real.




Em Por Lugares Incríveis  a autora Jennifer Niven aborda sem medo temas atuais e complexos como a violência doméstica, bullying e a depressão. Tudo isso de uma forma muito delicada, o que deixa tudo ainda mais emocionante.

A história de Finch e Violet nos leva a refletir sobre pontos importantes de nossa própria vida. Sobre os nossos traumas e problemas, e principalmente que não somos os únicos com eles. Enquanto eu lia revi cada situação e escolha difícil pelo qual passei, e percebi que mesmo que algumas coisas não tenham acontecido como o esperado. Foram justamente essas andanças fora do trajeto planejado que me levaram a viver momentos incríveis.

Ninguém escolhe ter depressão. Por isso, não julgue quem está passando por esse momento difícil, e sim estenda a mão e faça com que essa pessoa se sinta especial e principalmente amada.

E lembre-se: Que você não está sozinho (a)! Fale o que sente e como se sente. Busque ajuda de amigos, familiares e terapia. Sério, terapia ajuda muito! Todo mundo devia ir a um terapeuta pelo menos uma vez por ano. E nunca se esqueça que: Você é especial, incrível e único (a)!

* Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.

ps: Essa blogueira aqui está sempre com o E-mail, Twitter, Facebook e Instagram abertos para quando você quiser/precisar conversar e receber abraços quentinhos. ()

setembro 08, 2014

Cartas de Amor aos Mortos por Ava Dellaira

ISBN: 9788565765411
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 344
Classificação: Ótimo
Este livro foi enviado como
cortesia para resenha.
Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.

Alguns livros chegam a nossas mãos sem nenhuma pretensão, mas acabam nos conquistando tão timidamente que só nos damos conta de como eles são especiais, quando repentinamente a leitura acaba. Carta de Amor aos Mortos é um livro que esconde por trás de toda a sua simplicidade uma história dramática, que de tão triste chega a ser linda e que me surpreendeu e me emocionou em diversos momentos.

A vida é um constante recomeço e para Laurel nunca recomeçar pareceu tão difícil. Sua irmã mais velha May partiu a seis meses de forma trágica, deixando ela sozinha para enfrentar não apenas os desafios do Ensino Médio, mas os que a vida sempre nos apresenta também.  Laurel não consegue entender por que a sua irmã fez isso com ela. O fato de sua mãe ter ido embora deixando ela com o pai e a tia Amy, faz com que seja ainda mais complicado lidar com a dor da perda.

Em seu primeiro dia de aula na escola nova, sua professora de inglês passa um trabalho um tanto intrigante, escrever uma carta para alguém que morreu. Porém por algum motivo Laurel não consegue escrever a carta para May, ao invés disso ela escreve uma carta para o Kurt Cobain. O que deveria ser apenas uma mensagem se torna um hábito na vida de Laurel e ela passa a escrever diversas cartas não apenas para o Kurt Cobain, mas para outras celebridades já falecidas. Através dessas mensagens Laurel conta sua rotina com suas amigas Natalie e Hannah, e sua paixão pelo misterioso Sky. Em suas cartas, ela revela um pouco do seu frágil mundo e principalmente, fala tudo aquilo que não tem coragem de dizer em voz alta. Mas, até quando Laurel vai aguentar o peso de todos os seus medos e segredos?

Ava Dellaira criou uma personagem complexa que ao mesmo tempo em que me fazia querer ajuda-la a passar por todo o seu sofrimento, me dava vontade de dar um “sacode” para ver se ela acordava para vida e reagia. Laurel “idolatra” a irmã de tal forma que ela tenta meio que seguir os passos não muito certos de May. Vou confessar que isso, foi algo que me incomodou um pouco durante a leitura. Irritava-me bastante a maneira como ela se sentia inferior à irmã, e principalmente o fato de ela não “encarar” que assim como todo mundo May estava longe de ser perfeita. Na verdade, fiquei com muita raiva da May em muitos momentos, pois como irmã sua “obrigação” era proteger a Laurel e ela (...). Bem, ela ao menos em meu ponto de vista deixou a desejar nesse quesito.

Talvez o motivo que me deixou tão encantada pelo livro é que assim como a Laurel, tenho uma imensa dificuldade de falar o que e como eu me sinto. Motivo pelo qual só faço resenhas escritas e escrevo a coluna Divagando. Parece que quando escrevo, alguma coisa em minha mente se encaixa e de certa forma consigo me entender melhor. Só quem sentiu a dor de perder alguém importante na vida sabe como é complicado lidar com esse sentimento. Por isso em muitos momentos durante a leitura eu me vi um pouco na Laurel. 

A maneira como a autora desenvolveu o enredo fez com que a cada capitulo eu fosse desvendando os segredos da protagonista e com isso fui me sentindo mais próxima a ela. O final me deixou ao mesmo tempo orgulhosa e triste. Orgulhosa por que a sua maneira Laurel conseguiu sobreviver à dor, e triste por que ela não precisava ter passado por tantas coisas ruins. Ou talvez precisasse, não sei (...). Afinal a vida tem um jeito “curioso” de nos ensinar às vezes.

"Todos nós queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos".

Carta de Amor aos Mortos possui uma narrativa cativante que nos mostra o valor que família e as amizades tem em nossas vidas.  O livro ainda nos deixa uma bela lição, que por mais complicadas que algumas situações possam parecer. Sempre haverá bons momentos na vida. E é isso que realmente importa.

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