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outubro 18, 2016

[Encerrada] Promoção - 6 Anos do No Mundo dos Livros

| Arquivado em: PROMOÇÕES


Bom dia pessoas =)

No Mundo dos Livros está completando 6 anos este mês e para comemorar, 10 blogs se reuniram para presentear você!

São 10 livros para 2 ganhadores! Não tem como ficar de fora não é mesmo? Olha só os livros que você poderá ganhar:

Prêmios:
Muita coisa boa né? O sorteio vai funcionar assim: o primeiro ganhador terá direito a escolher 6 livros dentre as opções acima, e o segundo ganhador fica com os 4 livros restantes.

Para participar está muito fácil, basta preencher as opções no formulário abaixo:

a Rafflecopter giveaway
Regulamento:
  • As primeiras entradas do formulário são obrigatórias
  • Cumprindo as entradas obrigatórias você libera chances extras. Quanto mais participar, mais chances terá de ganhar
  • O sorteio começa hoje, dia 18/10 e termina no dia 11/11.
  • O ganhador será anunciado neste mesmo post e redes sociais (twitter, post do sorteio no face, histórias do instagram), no dia 12/11
  • Os ganhadores terão um prazo de 48 hrs para responder ao e-mail que lhe será enviado, caso não dêem retorno dentro do prazo estipulado, realizarei novo sorteio.
  • Não nos responsabilizamos por extravios do Correios, nem por dados informados erroneamente pelo destinatário
  • Os livros serão enviados separadamente, por cada blog
  • Sorteio válido em território nacional

Boa sorte!

outubro 16, 2016

Boa Noite por Pam Gonçalves

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501106698
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 240
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Alina quer deixar seu passado para trás. Boa aluna, boa filha, boa menina. Não que tudo isso seja ruim, mas também não faz dela a mais popular da escola. Agora, na universidade, ela quer finalmente ser legal, pertencer, começar de novo. O curso de Engenharia da Computação - em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números -, a vida em uma república e novos amigos parecem oferecer tudo que Alina quer. Ela só não contava que os desafios estariam muito além da sua vida social. Quando Alina decide deixar de vez o rótulo de nerd esquisitona para trás, tudo se complica. Além de festas, bebida e azaração, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, parece que o que ela mais quer é voltar para casa.

Uma das metas que essa que vos escreve estabeleceu para 2016 é ler mais livros nacionais. E a oportunidade de não apenas alcançar essa meta, mas também de conhecer uma nova autora surgiu com Boa Noite da Pam Gonçalves. Já conhecia a Pam blogueira e booktuber, e claro que estava com aquela pontinha de curiosidade para conhecer a Pam escritora. Com uma história quase  clichê, Boa Noite se revelou uma leitura envolvente que consegue se destacar por abordar temas atuais de forma leve e ao mesmo tempo realista.

A boa filha, boa aluna, boa menina a nerd esquisitona, esses foram os rótulos que durante toda a adolescência acompanharam Alina. Porém agora prestes a começar o curso de Engenharia da Computação em uma cidade nova, morando em uma república com pessoas que não conhecem o seu passado, Alina vê a oportunidade perfeita de deixar todos os rótulos para trás e começar de novo. Não que ela tivesse algo para esconder ou se envergonhar,  mas ser sempre a boazinha nunca fez dela a garota mais popular do colégio e no fundo Alina sempre quis ser descolada e sentir que pertencia a um grupo.

O inicio dessa nova vida se mostra promissor para Alina, e nem mesmo o preconceito e as piadinhas sem graça dos rapazes do seu curso conseguem desmotiva-la. Muito pelo contrário fazem com que Alina se sinta desafia a mostrar que eles estão errados. Seus companheiros de república são maravilhosos, e logo ela está indo para as festas mais badaladas da Universidade com Manu, Talita, Bernardo e Gustavo. Nesse ambiente de festas, bebidas e romances curtos uma página de fofocas surge. Nela são postadas todo o tipo de fofocas sobre os universitários, mas são as mensagens de abusos e uso de drogas que realmente tornam a página popular.

De repente o sonho de ser uma pessoa diferente se torna um pesadelo para Alina, e ela se vê tragada para um lado não tão glamouroso da vida universitária. E mesmo que sua vontade seja voltar para casa e sua rotina tranquila de antes, Alina percebe que lá não é mais o seu lugar. E que agora é a sua chance de realmente fazer a diferença.

Com um plano de fundo que aborda temas como, abuso sexual e o uso de drogas nas universidades, preconceito racial, homofobia e o machismo que infelizmente ainda está muito presente em nossa sociedade, Boa Noite é uma leitura que prende nossa atenção logo nos primeiros capítulos. Pam Gonçalves trabalha bem como esses elementos, embora em minha opinião tenha faltado um aprofundamento maior em alguns. E o fato de tudo se desenvolver rápido demais na história foi algo que infelizmente me incomodou um pouco também.

Além disso, fiquei com a impressão que a personagem principal não tinha muita “personalidade” e que se deixava levar muito pelos outros.  Sabe aquela típica pessoa “Maria vai com as outras”? Foi exatamente essa a visão que tive da Alina. Ela tem uma necessidade tão grande de fazer amigos e se enturmar que acaba se permitindo ser arrastada para lugares e situações que no fundo a própria Alina sentia que não combinavam com ela. Igual quando você sabe que uma coisa não vai dar certo e faz mesmo assim (quem nunca?). E tudo bem, entendo que para ela é tudo novo e que de certa forma ela buscava esse novo começo.

O problema é que as coisas não acontecem de forma gradativa e sim em um intervalo relativamente pequeno, o que acaba reforçando ainda mais a sensação que a Alina deixa-se levar muito facilmente pelas outras pessoas. Tanto que os personagens secundários conseguem se destacar mais do que a própria protagonista na história, mesmo ela se “redimindo” um pouco no final.

Gostei especialmente da Manu e fiquei bastante curiosa para saber mais sobre ela. A Manu possui aquele tipo de personalidade intrigante em que é visível que tem muito do seu passado que ela busca esconder. Outro personagem que me chamou atenção é Gustavo, que além de ser um fofo tem uma história própria bem interessante. A Talita e o Bernardo também desempenham um papel importante na trama, apesar de ambos ficaram mais em segundo plano na narrativa.

Boa Noite foi um livro que me surpreendeu, pela forma leve como a autora abordou temas tão complexos e pesados. No contexto geral gostei bastante do que encontrei aqui, porém não posso negar que senti uma certa superficialidade e que teria gostado mais se alguns pontos tivessem tido um aprofundamento maior. As coisas vão evoluindo de forma muita acelerada e quando você se prepara para o grande clímax a história acaba. E isso me deixou um pouquinho frustrada, afinal sou aquele tipo de leitora que adora reviravoltas impactantes, momentos de tensão e cenas emocionantes.

Pam Gonçalves soube aproveitar o cenário atual para escrever uma história que mesmo possuindo um final bem clichê, nos deixa com aquele sorriso bobo no rosto. Só que o mais importante aqui é a mensagem que a autora passa, sobre a igualdade de gênero, você ser você mesmo e que no mundo não há mais espaço para nenhum tipo de preconceito. A caminhada é longa e ainda estamos andando devagar e a passos curtos, mas o importante é que essa mudança já começou.

“Sentirei saudade, mas ali realmente não é mais o meu lugar. Eu preciso encarar a situação. Não vou deixar que outras pessoas definam que sou.”

Com uma narrativa fluida, Boa Noite é um livro que traz reflexões importante e ao mesmo tempo que agrada quem está em busca de uma leitura rápida e despretensiosa. Um começo realmente promissor para uma jovem autora nacional. Recomendo!

outubro 10, 2016

As lindas fantarts de Harry Potter por Marina Michkina

| Arquivado em: ARTE

Que eu sou Potterhead não é segredo para ninguém que me conhece há mais tempo, ou me segue nas redes sociais. De todas as séries que já li e olha que não foram poucas, Harry Potter é aquela que conquistou um lugar mais que especial em meu coração. É dificil explicar e até mesmo medir em palavras o quanto os livros da J.K Rowling foram e são importantes na minha vida. Eu passei a minha adolescência lendo Harry Potter ().

Harry Potter and the Philosopher's stone
Por esse motivo vocês podem imaginar como esse coração sonserino está ansioso para ver um pouquinho desse universo mágico que tanto ama nos cinemas novamente. Sério, eu acredito que vai ser muito emocionante assistir Animais Fantásticos e Onde Habitam. Só pelo trailer eu já senti que vai ser lindo! Então para compartilhar com vocês esse meu entusiasmo, na coluna Arte desse mês a minha ideia era trazer várias fantarts lindas de Harry Potter. Só que ai, eu me deparei com o trabalho belíssimo da russa, Marina Michkina.

O que mais me encantou nos trabalhos da Marina é a leveza do traço dela. A ilustradora trabalha com uma paleta de cores mais suave o que deixa seus trabalhos suaves e emotivos. Ao olhar para uma ilustração da Marina, você consegue sentir toda a emoção que ela quis passar com aquela obra. É simplesmente maravilhoso! Confiram ai ;)

Algumas Obras:
Hagrid and Harry
Golden Trio
Harry's first game
Neville and magic book
Harry and Hedwig
Severus and Lily
A que mais me emocionou e foi justamente a primeira ilustração que vi é a Severus and Lily. Para quem não sabe o Severus é o meu personagem favorito da saga e eu sempre confie nele. Acho que vocês podem imaginar o estado que a pessoa ficou quando leu o último livro :'(

A ilustração do Harry com a Edwiges é outra que me deu aquele aperto no coração, apesar de ser uma obra lindíssima. As ilustrações da Marina Michkina são incríveis e nada me deixa mais feliz de poder encontrar artistas tão talentosos como ela e compartilhar isso com vocês aqui no blog.

Para quem quiser conhecer mais trabalhos da Marina os links de onde encontra-lá estão no final do post. Espero que vocês tenham gostado do post e quem está tão ansioso como eu por Animais Fantásticos e Onde Habitam (chega logo Novembro), dá um abraço nessa blogueira aqui nos comentários ().

Beijos e até o próximo post!

+ Marian Michkina.

outubro 06, 2016

O Coração da Esfinge por Colleen Houck

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416060
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 368
Número de páginas:  2016
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Deuses do Egito – Livro 02.
Lily Young achou que viajar pelo mundo com um príncipe egípcio tinha sido sua maior aventura. Mas a grande jornada de sua vida ainda está para começar. Depois que Amon e Lily se separaram de maneira trágica, ele se transportou para o mundo dos mortos – aquilo que os mortais chamam de inferno. Atormentado pela perda de seu grande e único amor, ele prefere viver em agonia a recorrer à energia vital dela mais uma vez. Arrasada, Lily vai se refugiar na fazenda da avó. Mesmo em outra dimensão, ela ainda consegue sentir a dor de Amon, e nunca deixa de sonhar com o sofrimento infinito de seu amado. Isso porque, antes de partir, Amon deu uma coisa muito especial a ela: um amuleto que os conecta, mesmo em mundos opostos. Com a ajuda do deus da mumificação, Lily vai descobrir que deve usar esse objeto para libertar o príncipe egípcio e salvar seus reinos da escuridão e do caos. Resta saber se ela estará pronta para fazer o que for preciso. Nesta sequência de O Despertar do Príncipe, o lado mais sombrio e secreto da mitologia egípcia é explorado com um romance apaixonante, cenas de tirar o fôlego e reviravoltas assombrosas.

Essa que vos escreve precisa admitir que estava morrendo de medo de que O Coração da Esfinge sofresse da terrível “maldição do segundo livro”. Além disso, o fato de ter lido algumas resenhas não muito animadoras, fizeram com que o meu receio ficasse ainda maior. Por isso, confesso que comecei a leitura sem grandes expectativas, mas para minha surpresa me vi envolvida pela narrativa da Colleen Houck logo nos primeiros capítulos. O que claro, não significa que tudo foram flores nessa sequência da série Deuses do Egito.

Pode conter spoilers do livro anterior. Para quem não quiser correr o risco, pulando dois parágrafos agora.

A separação da jovem Lily Young e Amon foi uma experiência dolorosa para os dois. E por mais que ela se esforce, voltar a levar uma vida normal depois de tudo que aconteceu é praticamente impossível. Para fugir dos olhares vigilantes de seus pais e tentar de algum modo curar o seu coração partido, Lily decide se refugiar na casa da avó por um tempo. Só que para surpresa dela de alguma forma ela e Amon continuam ligados um ao outro. Lily sonha constantemente com o seu príncipe, porém em seus sonhos Amon parece estar passando por um sofrimento terrível e isso a deixa ainda mais angustia.

Quando Lily recebe a visita do deus Anúbis suas suspeitas são confirmadas. Algo de errado está acontecendo com Amon, e somente ela pode salvá-lo.  Antes de partir para o outro mundo, Amon tinha deixado um amuleto com Lily e graças a esse objeto a ligação entre os dois é forte o suficiente para guia-la através do mundo dos mortos para resgatar o príncipe perdido. Só que para salvar aquele que ama Lily terá que trilhar um caminho perigoso. Uma jornada cheia de sacrifícios da qual ela pode não sair com vida. O coração e os sentimentos de Lily serão testados e ela precisará ser forte se quiser salvar Amon e a si mesma.

Para quem leu a série anterior da Colleen Houck, a Saga do Tigre algumas coisas aqui vão parecer “repetitivas”, em especial a forma como a autora compôs a personalidade dos personagens nesse segundo livro.  Em O Despertar do Príncipe as pequenas semelhanças já tinha me incomodado um pouco, porém dessa vez elas me incomodaram muito. Principalmente por que conforme a narrativa avança a personalidade da Lily sofre uma mudança muito brusca, e de verdade isso não é legal.

Tudo bem que dentro contexto da trama essa mudança tem uma "lógica", porém a sensação que tive é que a Colleen se perdeu demais em detalhes que não agregaram em nada na história e deixando de explorar elementos e personagens mais interessantes.  Outro ponto que me incomodou foi outra repetição de padrão na narrativa da autora, - todo mundo se sente atraído aka apaixonado pela Lily. Sério não tinha necessidade disso, como não tinha necessidade da história girar em torno das inseguranças e faniquitos da protagonista. Eu realmente esperava que o enredo fosse mais focado na busca pelo Amon e não é bem isso o que acontece, infelizmente.

Tipo, fiquei com a impressão a Colleen quis escrever mais um romance do que uma aventura, que é o que a premissa do livro nos apresenta. E é justamente o romance que não combinou aqui. Não por que ele é forçado e pouco convincente, embora em alguns momentos ele realmente seja isso. O problema é o modo como ele foi inserido, o que me deixa intrigada e ao mesmo tempo muito apreensiva, para saber como a tia Colleen vai arrumar a bagunça que criou aqui.

Mas apesar de ter achado O Coração de Esfinge um pouco “inferior” em relação ao enredo quando comprado com o livro anterior uma coisa eu não posso negar. Colleen Houck é aquele tipo de autora que consegue literalmente transportar o leitor para sua história. Ela é mestre em moldar mitologias criando algo novo, empolgante e envolvente.  Outro ponto que me deixou bastante feliz foi a participação mais ativa do Asten () e do Ahmose no desenvolvimento da história. Para ser bem sincera em minha opinião os dois são personagens mais atraentes do que o Amon, e me entristece saber que o papel deles só foi maior por que dessa vez o “grande” protagonista da trama ficou em segundo plano.

O Dr. Hassan também não aparece muito nesse segundo livro, mas em compensação temos um envolvimento maior dos deuses do Egito na narrativa. Praticamente todos os deuses mais importantes do Panteão Egípcio parecem, e sim isso quer dizer que Amon-rá, Hórus, Isis, Osíris e até mesmo o temível Seth dão o ar da graça.  E essa inserção mais efetiva dos deuses do Egito foi sem sombra de dúvidas o ponto mais alto da história. Por que a partir do momento que eles foram surgindo na trama, a sensação que fui tento é que eu realmente estava no Egito antigo, com todo seu mistério e magia. E isso foi simplesmente fantástico!

Houve detalhes que me incomodado bastante aqui é verdade. Porém não nego que no contexto geral gostei do modo como tudo foi se encaixando no final. Algumas partes poderiam ter sido mais bem desenvolvidas, mas como nem tudo é perfeito eu só posso esperar e torcer para que o próximo livro a autora  "entregue" a história que de propões a escrever. Afinal, mesmo a Saga do Tigre sendo uma das minhas séries favoritas, estou esperando algo novo e totalmente diferente daquilo que já li. Não me decepcione Colleen Houck, please!

“– Porque conhecê-los Lily, é amá-los. Se eu os amar, vou sentir dor ao perdê-los. É a maldição que acompanha a imortalidade. Entende?”

Colleen Houck novamente nos presenteia com uma narrativa que nos leva por uma viagem incrível pelo Egito e seus mistérios. Porém, infelizmente a autora “derrapou” um pouco ao focar mais no romance e em clichês que já estão saturados do que na aventura mágica que a premissa prometia. Mas mesmo com seus pontos negativos, O Coração da Esfinge consegue ser um livro que nos surpreende, cheio de reviravoltas e personagens cativantes.  

Veja Também:
O Despertar do Príncipe

setembro 29, 2016

Magônia por Maria Dahvana Headley

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501105882
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento:  2016
Número de páginas: 308
Classificação: Bom
Sinopse: Magônia – Livro 01.
Aza Ray nasceu com uma estranha doença incurável que faz com que o ato de respirar se torne mais difícil. Aos médicos só resta prescrever medicamentos fortes na esperança de mantê-la viva. Quando Aza vê um misterioso navio no céu, sua família acredita que são alucinações provocadas pelos efeitos do medicamento. Mas ela sabe que não está vendo coisas, escutou alguém chamar seu nome lá de cima, nas nuvens, onde existe uma terra mágica de navios voadores e onde Aza não é mais a frágil garota enferma. Em ''Magônia'', ela não só pode respirar como cantar. Suas canções têm poderes transformadores e, através delas, Aza pode mudar o mundo abaixo das nuvens. Em uma brilhante e sensível estreia no gênero young adult, Maria Dahvana Headley constrói uma fantasia rica em nuances e cheia de simbolismo.

Acredito que um dos grandes problemas nas séries literárias ultimamente é o fato que poucas conseguem trazer uma proposta original.  Por esse motivo assim que li a sinopse de Magônia achei sua premissa intrigante e por que não dizer, - diferente. Em partes a autora Maria Dahvana Headley realmente consegue apresentar algo novo, porém acaba “derrapando” em alguns clichês do estilo.

Aza Ray tem quinze anos e nunca soube como é ser uma pessoa "normal". Ela nasceu com uma doença desconhecida e incurável que afeta os seus pulmões. A única coisa que mantém Aza viva são os medicamentos fortes que usa e o amor incondicional de sua família. Certa manhã como outra qualquer, uma estranha tempestade se forma no céu e em meio às nuvens Aza vê um navio. Aza sabe que ao contrário do que todos pensam, ela não teve uma alucinação causada por algum dos remédios fortes que toma. Ela avistou um navio e alguém chamou seu nome. Jason o seu melhor amigo é único que acredita nela, mas antes que os dois possam encontrar alguma pista que explique o que um navio fazia entre as nuvens durante uma tempestade, algo ainda mais assustador acontece.

Aza acorda em um lugar estranho e  percebe que pela primeira vez na vida consegue respirar de verdade. Ela está em Magônia, uma terra encantada com navios voadores que sempre existiu acima de nós, mas que graças à magia é invisível aos olhos humanos. Aqui ela não é mais a frágil Aza Ray, ela é forte e possui um grande poder, seu canto pode mudar o mundo. Porém, enquanto ela navega pelos céus uma parte do seu coração a mantém firme na Terra e cedo ou tarde ela terá que decidir de que lado sua lealdade está. Nas nuvens com o magonianos ou no chão firme com aqueles que a ama?

Magônia possui uma narrativa rica e bem construída. Gostei da maneira como os personagens foram desenvolvidos e da forma que a Maria Dahvana Headley soube trabalhar os elementos mais complexos do enredo. Mas não nego que alguns pontos dele me remeteram a outros livros que li. Não é nada assim tão “absurdo”, só que no momento em que me deparei com esses detalhes na história, ela meio que perdeu um pouco de seu encanto inicial.

A Aza possui um humor sarcástico e apesar de todo o seu histórico médico nos dar a sensação que a qualquer instante ela vai pode quebrar, sua personalidade forte e determinada acaba se revelando uma agradável surpresa no decorrer da leitura.  Tudo bem que em algumas ocasiões ela tem seus momentos “drama queen” e a tentativa da autora inserir um triângulo amoroso na história me incomodou também. Mas esses são aqueles pequenos detalhes que quando olhamos no contexto geral da história, eles não interferem tanto em seu desfecho.

O Jason é um personagem carismático, mas em minha opinião a autora “forçou” um pouco a barra na construção de sua personalidade.  Maria Dahvana Headley deu a ele uma aura meio “exagerada” demais para um garoto de dezesseis anos. Não que pessoas de dezesseis anos não sejam capazes de grandes feitos. Só que o Jason é meio que uma mistura de James Bond, com Príncipe Encantado, Super-herói e bem, já deu para entender. E talvez por esse motivo eu tenha gostado mais do Dai, por que ele me pareceu mais humano, como defeitos e qualidades reais. Ele é menos onde o Jason é demais, por assim dizer.

Por ser o primeiro livro de uma série muitas perguntas ficaram sem respostas, ou deixaram parte da resposta solta no ar. Senti falta de um aprofundamento maior no simbolismo e na estrutura política de Magônia. A visão que a autora nos dá dessa terra mágica aqui é muito superficial, o que inevitavelmente fez com que eu não conseguisse me envolver por completo com a história. Outro ponto é que as motivações da “vilã” também não ficaram muito claras. E de verdade nem sei se posso chamar essa personagem de vilã, por que tudo sobre ela ainda é um grande  mistério.

Maria Dahvana Headley conseguiu até certo ponto trazer uma história diferente e envolvente. Magônia nos apresentou um mundo novo para ser explorado, mas para uma obra que se propõem mesclar fantasia e aventura ela possui um ritmo um pouco lento.  Isso se dá pela narrativa ser bastante descritiva do tipo que a autora guarda toda a ação propriamente dita para o final.

Faltou a autora explorar alguns pontos importantes da história? Faltou. Acho desnecessário o triângulo Jason, Aza e Dai? Com certeza. Mas Magônia se revelou um boa história, com uma trama que tem tudo para crescer e surpreender no futuro. Só me resta esperar pelo próximo capítulo dessa jornada e torcer para não me decepcionar.

“ Passei os últimos dez anos falando. Por que não pude dizer nenhuma das palavras certas? Não sei.”

Magônia se mostrou um bom prelúdio de uma série que pode não ser de todo original, mas que traz novos elementos inseridos em um mundo misterioso com personagens cativantes. Perfeita para fãs de fantasia que não abrem mão de histórias com um toque de romance e aventura.

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