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março 10, 2013

A Aprendiz por Trudi Canavan

A Aprendiz por Trudi Canavan.

ISBN: 9788581630250
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Número de páginas: 544
Classificação: 4 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Livraria da Travessa - Compare os Preços

Sinopse:  Trilogia do Mago Negro - Livro 2

Sozinha entre todos os aprendizes do Clã dos Magos, somente Sonea vem de uma classe menos privilegiada. No entanto, ela ganhou aliados poderosos, como Lorde Dannyl, recentemente promovido a Embaixador. Ele terá, agora, de partir para a corte de Elyne, deixando Sonea à mercê dos boatos maliciosos e mentirosos que seus inimigos continuam espalhando... até o Lorde Supremo entrar em cena. Entretanto, o preço do apoio de Akkarin é alto porque, em troca, Sonea deve proteger seus mistérios mais sombrios. Enquanto isso, a ordem que Dannyl está obedecendo, de buscar fatos sobre a longa pesquisa abandonada de Akkarin sobre o conhecimento mágico antigo, o está levando a uma extraordinária jornada, chegando cada vez mais perto de um futuro surpreendente e perigoso.

Resenha: O Clã dos Magos

Mesmo tendo achado O Clã dos Magos um livro desnecessariamente longo e com diálogos “pobres” eu fiquei bastante interessada para ler a sequência da Trilogia do Mago Negro, principalmente por que o final do primeiro livro conseguiu despertar a minha curiosidade. Porém quando A Aprendiz chegou aqui em casa levei um susto. O livro é um pouco maior que o anterior, o que me deixou com receio dele ter esses mesmos pontos fracos. Só que para minha felicidade A Aprendiz não sofreu da “maldição do segundo livro”, ao contrário ele é muito melhor.

A entrada de Sonea para o Clã foi um fato historio, afinal era a primeira vez que os poderosos magos de Imardin consentiam com o ingresso de um aprendiz de uma classe inferior na Universidade.  Mesmo com medo Sonea se sentia preparada para a grande mudança em sua vida, afinal o tempo que ela passou ao lado do seu amigo e guardião Rothen já tinha dado a ela uma boa noção de como seria sua vida dentro dos murros do Clã. Porém mesmo tendo o seu potencial mágico reconhecido e estando sobre a proteção de um mago respeitado o ano não será fácil para Sonea. 

Ela terá que lidar não apenas como o preconceito por parte dos outros aprendizes, mas também por parte de alguns professores que não a julgam merecedora de estar ali. Sonea precisará provar constantemente que é capaz de ser uma boa maga, mesmo que para isso tenha enfrentar seus próprios medos. Quando ela achar que as coisas não podem piorar o destino lhe pregará uma peça fazendo com que Sonea conviva diretamente com o seu pior pesadelo para proteger não apenas aqueles que ela ama, mas tudo que se tornou importante em sua vida.

A Aprendiz possui uma narrativa rápida e envolvente. Dividido em duas partes ele consegue ser um livro rico em detalhes sem ser cansativo e o melhor de tudo, o enredo se mostra uma caixinha de surpresas a cada capitulo. Quando finalizei a primeira parte da história eu fique: COMO ASSIM? COMO ISSO É POSSIVEL? O QUE VAI ACONTECER AGORA? AH!!!! EU PRECISO DESCOBRIR COMO ISSO FOI ACONTECER! A virada que a autora dá na história é tão inesperada e “brusca” que você fica um tanto “desesperado” para entender qual situação levou a aquela ação, e fazia muito tempo que um livro não despertava isso em mim.

Outro detalhe é que dessa vez os personagens conseguiram me cativar. Eu já tinha gostado dos magos Rothen, Lorlen e principalmente do Dannyl. Mas nesse livro por ele ser passado praticamente quase todo dentro do Clã intercalando a narrativa com as viagens e pesquisas de Dannyl, foi possível conhecer melhor cada um deles.  A autora também acrescentou mais dois personagens bem legais, o assistente de Dannyl, Tayend e o filho do Rothen, Dorrien.  Também tem o Regin, um aprendiz sem escrúpulos e detestável, capaz de tirar qualquer um do sério. O único ponto negativo da entrada desses novos personagens foi que o Cery praticamente sumiu na história. Eu tinha gostado tanto dele no primeiro livro, mas paciência.

O todo poderoso Lorde Supremo, Akkarin também ganhou mais destaque aqui. Ele é o personagem mais intrigante de todo o enredo. Particularmente eu até gosto dele, mesmo sendo uma figura bastante enigmática e não agir muito “às claras”, o fato dele possuir essa aura de mistério o torna um personagem bastante interessante. Tenho a sensação que o Akkarin ainda trará muita ação e surpresas até o final da trilogia. Espero não me decepcionar, por que potencial para isso o personagem tem.

Trudi Canavan é uma autora que sabe não ser óbvia, e gosto muito disso na escrita dela. Ela sempre deixa aquela ponta solta, aquela duvida no ar e isso faz com que você vá buscando desvendar os mistérios da história a cada capitulo. Outro ponto positivo na narrativa da autora é a forma com que ela trabalha temas mais pesados como o preconceito em relação a classes inferiores e a homossexualidade. Ela introduz esses temas na história de uma maneira sutil, porém muito realista o que me faz acreditar que essa é uma forma da autora criticar “delicadamente” a sociedade atual, que infelizmente ainda é cheia de “pré-conceitos”.

Admito que dessa vez, eu fui completamente conquista pela Trilogia do Mago Negro e que meus olhos já brilham ao olhar o ultimo livro da saga, O Lorde Supremo me esperando na minha estante. Por isso se você leu O Clã dos Magos e não gostou muito; não desista! Como eu falei no começo da resenha, A Aprendiz é muito melhor. Para quem gosta do estilo fantasia e ainda não conhece a saga fica a dica de uma história que pode surpreender você.

Quem está busca de uma história cheia de ação, aventura e mistério vale apena ler A Aprendiz.

Eu recomendo!

janeiro 06, 2013

A Batalha do Apocalipse por Eduardo Spohr

A Batalha do Apocalipse por Eduardo Spohr.

ISBN: 978857686071
Editora: Verus
Ano: 2010
Número de páginas: 586
Classificação: 3 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Livraria da Travessa, Submarino - Compare os Preços.

Sinopse: Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo.Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final.


Desde que comecei a resenhar os livros que leio no blog nunca fiquei em dúvida sobre postar ou não a minha opinião a respeito de uma obra aqui. Mas, eis que surgiu A Batalha do Apocalipse que mesmo hoje, após um mês do termino da leitura e de um bom tempo de reflexão sobre a história, ainda me causa sentimentos contraditórios. 

Há um mês se alguém me perguntasse o que achei de A Batalha do Apocalipse eu diria com toda certeza que: “Foi uma das leituras mais decepcionantes de 2012 para mim”; fato esse que infelizmente não mudou, mas depois desse tempo refletindo sobre o conjunto da obra em si, sou obrigada a admitir que mesmo sendo decepcionante, ele é um bom livro.

Acho que a primeira coisa que devo resaltar é que, se você já não tem aquela pré-disposição para ler livros longos é melhor evitar esse. A Batalha do Apocalipse não foi um livro escrito para quem gosta de narrativas mais diretas e desfechos rápidos, além disso, ele possuiu um vocabulário muito rebuscado e repetitivo o que, com o tempo torna a leitura excessivamente maçante. Em minha opinião a história teria sido muito melhor desenvolvida se o autor tivesse se atentado mais aos “fatos reias” e economizado no uso de flashbacks, esses que devido ao exagero com que apareciam na história me deixavam com vontade de abandonar o livro.

Tudo bem, que de certa forma eles tiveram um papel importante na narrativa, pois é através deles que se conhece um pouco melhor os personagens centrais e secundários da história. O problema é que quando você se depara com um capítulo de cento e trinta cinco páginas só de flashback aquele pensamento que: “Senta que lá vêm à história” surgi em sua mente meio que automaticamente, se é que vocês me entendem. Ai você lê, lê, lê, lê e parece que a narrativa não sai do lugar, e quando finalmente ela anda uns cinco passos eis que surge novamente: “Senta que lá vêm à história”, mais uma vez.

Ok! Vá lá que o autor quis contar toda a história do Anjo Renegado, Ablon o mocinho da vez e da Feiticeira de En-Dor, Shamira desde os primórdios da Babilônia, passando pelo Império Romano e a Idade Média até os dias atuais. Sim, ele também precisava de alguma forma explicar toda a mitologia que ele criou referente aos anjos e suas castas, como também a diferença de cada plano espiritual citado no livro, mas tipo não dava para fazer um “resumo da opera” não? Nada contra as narrativas extremamente longas, lentas e descritivas, ao contrário eu até gosto delas desde que, os fatos narrados agreguem alguma coisa à história, porém aqui esse “direto do túnel do tempo”, só serviu para dar volume de página ao livro.

Em minha opinião o livro se salva justamente por causa de toda a mitologia e simbolismo que o autor criou, pois infelizmente os personagens em sua grande maioria não se destacam. O casal de protagonistas, Ablon e Shamira juntos não convencem. De verdade eles formam um casal totalmente sem graça, sem química, do tipo que não tem absolutamente nada a ver juntos. Já Miguel, o Arcanjo é do tipo de personagem que promete muito e acaba tendo uma participação um tanto “inglória” para a importância que foi dada a ele em toda a história. O mesmo acontece com Lúcifer que não chega a ser tão perverso como se era esperado e, na verdade em alguns momentos ele chega até há ser meio engraçado. Sim leitores, imaginem o Arcanjo Sombrio, o mais temido de todos sendo o personagem mais “engraçadinho” do livro todo. Foi bem decepcionante. Porém, nem tudo está perdido, afinal personagens como Arcanjo Gabriel, os anjos Aziel e Natanael e os demônios Amael e Orion, que são aqui personagens secundários conseguem ser mais carismáticos e terem papéis mais marcantes na história do que os protagonistas.

Outro detalhe negativo do livro é que todos os inimigos “super poderosos” do Anjo Renegado eram mortos por ele com tanta facilidade que até as batalhas que deveriam ser o clímax da história se tornavam ridiculamente sem graça. Falando no clímax, o final surpreendente que é tão esperado, desejado durante todo o livro é o mais decepcionante de tudo. Tipo eu realmente esperava uma “grande batalha”, algo realmente épico e quando o livro terminou eu pensei: “Fala sério? Tudo isso para a história acabar assim!”, me desculpem a sinceridade, mas foi o final mais medíocre que já li. Claro que teve algumas revelações bombásticas, porém eu esperava mais, muito mais.

Bem, mesmo terminando o livro com um sentimento de decepção muito grande, eu tenho que reconhecer a ousadia e a criatividade do autor. Apesar da leitura em alguns momentos ter sido um verdadeiro exercício de paciência, Eduardo Spohr conseguiu de alguma maneira despertar em mim aquele sentimento de curiosidade o que me fez aguentar firme e forte o livro até o final. Eu gostei muito da mitologia que o autor criou como também os períodos históricos em que o livro foi narrado. Em si o livro é uma grande obra e não digo isso pela quantidade de páginas, mas pela história que Spohr criou, só acho que o autor acabou pecando pelo exagero em alguns momentos, porém não posso negar que ele é um autor talentoso.

A Batalha do Apocalipse não é um livro que eu recomendo para quem tem uma filosofia religiosa muito forte e não curte muito literatura fantástica. Para os que gostam de gênero é uma leitura que, embora seja um pouco cansativa é válida principalmente para quem quer conhecer o trabalho do autor. A minha dica é não esperar muito de livro e ter a consciência que, você vai precisar de uma boa dose de paciência para levar a leitura até o final.



novembro 04, 2012

Necrópolis por Douglar MCT

Necrópolis por Douglar MCT.

ISBN: 9788565383684
Editora: Gutenberg
Ano: 2012
Número de páginas: 296
Classificação: 2/5 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Livraria da Travessa - Compare os Preços


Sinopse:
Livro I - A Fronteira das Almas

Verne e seus aliados – um monge renegado, um ladrão velocista, uma mercenária deslumbrante e um homem-pássaro suspeito – rumarão até Necrópolis e conhecerão um novo mundo e novas criaturas, em uma aventura emocionante e assustadora. Com personagens instigantes e uma história fantástica recheada de emoções e terror, o leitor se sentirá na companhia de Verne, adentrando e desbravando um mundo fantástico cheio de batalhas e de um perigo sobrenatural.


Já não é novidade nenhuma que livros no estilo da literatura fantástica são os meus favoritos, por essa razão não pensei duas vezes quando a editora Gutenberg me sugeriu Necrópolis para ler e resenhar aqui no blog. A sinopse do livro me deixou bastante intrigada, afinal por ela é bem perceptível que o livro possui elementos que faz com que, qualquer leitor que goste deste estilo de leitura fique no mínimo bastante curioso. Porém apesar de ter gostado bastante do livro eu senti que faltou alguma coisa.

Para quem foge de histórias de terror e exorcismo assim como essa que vos escreve, o livro começa com um prólogo de dar arrepios.  Confesso que na noite que comecei a lê-lo tive dificuldades de dormir, tanto que acabei deixando ele de lado por uma semana. Sim eu sou medrosa, podem rir de mim eu não ligo. Passado o medo inicial do livro, percebi que a leitura não seria tão macabra quanto os primeiros capítulos me fizeram acreditar. Claro foi um alívio, mas infelizmente era até “preferível” eu ter que dormir com a luz do meu quarto acessa por uma semana e o livro ter de fato provocado algum tipo de emoção em mim, do que depois de um “bom” começou a leitura cair em uma espécie de mesmice que não dava nem medo e não empolgava também.

Para começar o enredo gera um monte de pontos de interrogação na cara do leitor. Algumas dessas dúvidas chegam a ser respondidas outras, porém continuam a pairar a espera de respostas. Tudo bem é normal esse tipo de coisa se tratando de uma série, mas algumas coisas você fica se perguntando no que aquele elemento agrega no enredo. Vou dar um exemplo bem simples para vocês entenderam o que quero dizer. No livro tanto o personagem principal Verne Vipero, como seu irmão Victor e outras crianças possuem amigos imaginários, os “AIs “ que sinceramente em meu ponto de vista não acrescentam nada, absolutamente nada na história.

Outro ponto que ficou um tanto confuso para mim foi que a sinopse nos leva acreditar que Verne é um cético de carteirinha, algo que nos primeiros capítulos se mostra um traço bem forte da sua personalidade. Só que ai bastou seu irmão morrer, e um estranho aparecer  do nada e falar para ele, que existia uma forma de ele salvar a alma do irmão, e pronto todo o ceticismo dele acaba. Claro que durante alguns trechos do livro o autor ainda tenta reforçar esse lado em Verne, porém não convence por que tipo, ele aceitou as coisas fáceis demais Elói, o monge renegado não precisou de muito esforço para convencer ele a ir se aventurar em Necrópolis. Cadê o ceticismo ai?

O livro embora em alguns pontos seja bem estruturado o enredo em si é um tanto confuso.  Fiquei com a sensação que talvez o autor se empolgou um pouquinho demais e acabou misturando muitos elementos  que por mais legais que sejam quando os vemos em outros livros do estilo, juntos eles não funcionaram muito bem.

A parte eu mais gostei da história foi lenda que envolve o clã dos Ladrões, por que pelo menos esse núcleo da trama foi mais bem desenvolvido e explicado em minha opinião. Simas, o ladrão velocista consegue ser um personagem que se destaca muito mais do que o protagonista Verne, por dar um “q” de descontração na narrativa que a torna leve e faz com que você acabe se envolvendo mais com a história.

Quando Karolina, a mercenária deslumbrante e Ícaro, o homem-pássaro chamado na história de “O corujeiro”surgem, você passa ter uma visão mais ampla de Necrópolis e de como as coisas funcionam por lá. O livro fica interessante e a narrativa começa a prender a sua atenção, até que o autor quase põe tudo isso a perder. O que já era uma miscelânea de elementos da literatura fantástica surpreende ainda mais com a presença do Minotauro, de uma Oria, de um Lord Vampiro “bonzinho” e de um Rei Serpente que aparentemente é o senhor todo poderoso do mal ali. Ou seja, os pontos de interrogação se multiplicaram. Felizmente esses personagens até tiveram e acredito terão um papel importante na história. Só que cá entre nós é muita informação ao mesmo tempo.

Douglas MCT
é um autor bem criativo e é visível que ele tem o mundo de Necrópolis muito bem estruturado na sua mente e por mais que a sua história tenha algumas falhas e alguns “exageros” o que mais em incomodou durante toda a leitura, foram os inúmeros erros de revisão do livro. Erros de conjugação verbal, crases usadas sem necessidade e a falta de separação das palavras em algumas frases me forçavam reler o mesmo parágrafo mais de uma vez para entender o contexto do que estava acontecendo. Isso sim foi frustrante.

Necrópolis é uma leitura válida e como eu mesma falei logo no começo da resenha, no geral gostei bastante da história. Mas sinto que por mais elementos e personagens que o autor tenha colocado na narrativa, faltou algo, ou melhor dizendo, respostas que eram necessárias neste primeiro livro. Pode não ter sido um livro surpreendente, mas rendeu uma boa leitura, em que apesar dos pesares valeu apena se arriscar.

Fica a dica!






ps: O resultado da promoção O Clã dos Magos já saiu (basta logar no rafflecopter). Muito obrigada a todos que participaram, e se preparem por que o final de ano promente \o/

outubro 01, 2012

Fios de Prata por Raphael Draccon


Fios de Prata: Reconstruindo SANDMAN por Raphael Draccon.


• ISBN: 978580445961
• Editora: LeYa
• Ano: 2012
• Número de páginas: 352
• Classificação: 5 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Livraria da Travessa, Submarino - Compare os Preços


Sinopse:

“Tu inspirastes Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts.  Tu inspirastes Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de Terra-Média.Tu inspirastes Lovecraft e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: Até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”





Acredito que só pela sinopse vocês já devem ter percebido que Fios de Prata reuniu em um livro só tudo o que mais amo na literatura fantástica. Tanto que ele é sem sombra de dúvidas um dos melhores livros que li este ano, e um que com certeza irei reler algumas vezes na vida. Chega ser até difícil eu conseguir traduzir em palavras o quanto eu gostei deste livro. Ele é tão mágico, perturbador e envolvente que eu simplesmente não conseguia parar de ler e falar dele. Pensem em uma pessoa que foi dormir às duas da manhã e no outro dia foi que nem zumbi para aula. Acho que já deu para entender como foi a minha relação com este livro não é?

Fios de Prata nos conta a história de Mikael Santiago, o Allejo, um jovem de vinte dois anos e uma promessa no futebol mundial e Ariana Rochembach uma ginasta em ascenção. A vida dos dois parecia um sonho, mas nem todos os sonhos são o que parecem. Por traz deles se existem mundos e seres que deveriam permanecer ocultos para sempre.

Mesclando fatos reais com fantasia, Fios de Prata é um livro que prende o leitor do começo ao fim. Embora o romance entre Allejo e Ariana seja essencial para história, a narrativa em si não é completamente centralizada no casal. Há outros personagens como os próprios deuses dos sonhos; Morpheus, Phantasos, Phobetor e claro, seres humanos que, por menor que sejam as suas participações em toda a narrativa, desempenham um papel de extrema importância no conjunto final da obra.

Ele é o tipo de livro que faz o leitor viajar para mundos distantes, e realmente se sentir parte de tudo o que está acontecendo na história. A riqueza de detalhes é tão grande que eu podia me ver horas no reino fantástico habitado por elfos e outras criaturas mágicas do deus Phantasos, como também conseguia sentir medo e agonia no reino sombrio de Phobetor. Senti raiva da arrogância de Morpheus, medo e nojo de Phobetor e admiração pelo bom senso, inteligência e coragem de Phantasos. Acho que já deu para perceber quem se tornou o meu deus dos sonhos favoritos não é mesmo?

Que Allejo é um grande herói, isso é inquestionável. Acredito que poucos seres humanos assumiram a missão incerta que ele assumiu por amor. E o que parece ser mais uma história de regaste do ser amado, se torna uma história de regaste espiritual, de encontro consigo mesmo e a redenção de duas almas perturbadas. Essa jogada do autor em meu ponto de vista foi simplesmente perfeita! Ele conseguiu criar um romance bonito, sem ser água com açúcar em uma narrativa que teoricamente um romance deste tipo não teria espaço, afinal a história em si se trata de uma sórdida guerra travada entre os deuses do Sonhar por poder.

Eu digo sórdida por que neste caso o “vilão” não é bem quem parece ser. Na verdade muitas coisas neste livro não são bem o que parecem, e eu realmente adorei isso. Adorei as surpresas que cada capítulo me trazia. As revelações e principalmente a forma com que o autor trabalhou junto temas que eu amo como; mitologia, dogmas religiosos e espiritualidade de uma maneira muito centrada, sem fugir muito da realidade que conhecemos, mas também apresentando novas hipóteses. Sabe quando você termina um livro e bate palma para o autor, por que ele conseguiu criar um final que você jamais esperaria?  Foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Raphael Draccon me surpreendeu pela forma com que ele construiu toda história e desenvolveu tanto ela como seus personagens. Algumas linhas de pensamento que o autor expôs no livro vão muito de encontro com o que eu acredito. E isso me deixou muito feliz, por que foi o primeiro livro que eu li que apresentou um conceito do bem e do mal de uma forma não tão “bonitinha” e cheia de falsos moralismos. Raphael Draccon mostra que um santo também pode matar e que um assassino também pode ser nobre, mas que ao final todos tem o que pedem e merecem.

Raphael Draccon é mais um autor nacional entrou para a minha lista de autores favoritos. Afinal com a empolgação que eu estou escrevendo esta resenha é meio óbvio que o autor ganhou um lugar de destaque na minha estante. Fios de Prata não perde em nada para livros estrangeiros de literatura fantástica e quero parabenizar tanto o autor como a editora LeYa por este lançamento.  Fios de Prata é mais que uma capa bonita, é uma história de redenção, coragem, amor e sonhos. 

Realmente um dos melhores livros que li em 2012, que recomendo para todos que estejam procurando um livro "realmente fantástico" para ler. Leiam Fios de Prata!

“O sonho é irmão gêmeo da morte”Homero.

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