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março 06, 2017

Sussurros do País das Maravilhas por A.G. Howard

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788581634937
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 272
Classificação: Ótimo
Sinopse: Splintered - Livro 3.5
Alyssa Gardner entrou na toca do coelho para assumir o controle do seu destino. Ela sobreviveu à batalha pelo País das Maravilhas e pelo seu coração. No conto O Menino Na Teia, a mãe de Alyssa relembra o período em que viveu no País das Maravilhas e resgatou o homem que se tornaria seu marido e pai de sua filha. No A Mariposa No Espelho, conhecemos as lembranças de Morfeu, de quando ele mergulhou nas memórias de Jeb para descobrir os segredos dele e tentar ganhar, de uma vez por todas, o disputado coração de Alyssa. No Seis Coisas Impossíveis, Alyssa revive os momentos mais preciosos de sua vida após Qualquer outro lugar, e sobre o papel mágico que desempenhou para preservar a felicidade daqueles que ela ama. Neste livro você encontrará três contos de lembranças inéditas e inesquecíveis. Junte-se novamente aos personagens da série O Lado Mais Sombrio e embarque no fantástico mundo do País das Maravilhas.

Se despedir de personagens que aprendemos a amar é sempre difícil. Quando finalizei a leitura de Qualquer Outro Lugar meu coração ficou apertado por saber que ali se encerrava a história de Morfeu, Alyssa e Jeb. Mas para minha felicidade e todos os fãs da série Splintered, a autora A.G. Howard nos presenteou com três contos lindos, que nos levam novamente pelas paisagens caóticas e belas do País das Maravilhas.

Contém spoilers dos livros anteriores. Se não quiser colocar sua conta em risco pule seis parágrafos a partir de agora.

Em os Sussurros do País das Maravilhas, A.G. Howard preencheu as lacunas que os livros anteriores da trilogia haviam deixado, ao mesmo tempo em que nos apresentou fatos citados pela perspectiva de outros personagens. Algo que essa blogueira que vos escreve, sempre acha super válido em qualquer série, principalmente quando ela é narrada em primeira pessoa.

No primeiro conto O Menino Na Teia, conhecemos melhor o passado dos pais da Alyssa. Narrado pelo ponto de vista de sua mãe Alison, esse conto nos revela o passado triste e solitário da personagem. Através de O Menino Na Teia entendemos melhor algumas decisões que a Alison tomou no decorrer de sua vida, e acima de tudo vemos como o amor foi sua maior motivação a cada escolha feita.

A Mariposa No Espelho foi um conto originalmente lançando em e-book entre o primeiro e segundo livro, mas que eu não tinha lido ainda. Nele ao contrário do que se espera temos muito pouco de Morfeu () e muito de Jeb, o que não nego que foi um pouquinho "frustrante". Tipo eu amo o Jeb também, mas Morfeu é sem sombra de dúvidas o meu personagem favorito na trilogia.

Nesse conto Morfeu visita as memórias de Jeb na tentativa de encontrar um ponto fraco no rival. Porém ele só encontra bondade no rapaz. O mais interessante aqui foi reviver os acontecimentos de O Lado mais Sombrio pelos olhos de Jeb. Isso fez com que a minha admiração pelo personagem ficasse ainda maior. E sim não nego que nos primeiro livros eu tinha uma certa “birra” com ele, mas aos poucos Jeb foi provando seu valor e conquistando um espaço em meu coração.

Já o conto Seis Coisas Impossíveis vez meus olhos se encherem de lágrimas várias e várias vezes. Relatando os fatos que aconteceram após Qualquer Outro Lugar, aqui somos levados pelas lembranças de Alyssa, aos anos de felicidade e amor que ela compartilhou com Jeb. Depois que os anos da vida mortal da protagonista vão chegando ao fim, ela enfim volta para o País das Maravilhas, para o seu reino e principalmente para os braços de Morfeu.

E é justamente esse pequeno detalhe que torna a série Splintered tão maravilhosa e original. A.G. Howard construiu sua história de tal forma que todos tiveram a oportunidade de ter seu final feliz. Jeb que passou sua vida mortal inteira ao lado de sua amada, e Morfeu que anos depois foi recompensado por sua paciência reinando ao lado de Alyssa no País das Maravilhas.

Foi simplesmente lindo reencontrar com personagens que ao longo de três livros me fizeram sofrer e torcer por eles. Fiquei realmente emocionada ao ler Sussurros do País das Maravilhas, pois ele me deixou com aquele toque de saudades e uma nostalgia gostosa que me fez querer reler a trilogia novamente.

“E, caso você não tenha entendido, pense nisso: qualquer interpretação pode ser alterada simplesmente olhando-se para as coisas de outra forma, de ângulos mais coloridos ...”.

A.G. Howard deu aos fãs de sua série um presente lindo e delicado que ficará por muito tempo no coração de seus leitores. Se você ainda não leu a trilogia Splintered, sugiro que faça isso imediatamente ()!

janeiro 23, 2017

Sete Minutos depois da Meia-noite por Patrick Ness

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581638249
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 160
Classificação: Bom
Sinopse: Conor é um garoto de 13 anos e está com muitos problemas na vida. A mãe dele está muito doente, passando por tratamentos rigorosos. Os colegas da escola agem como se ele fosse invisível, exceto por Harry e seus amigos que o provocam diariamente. A avó de Conor, que não é como as outras avós, está chegando para uma longa estadia. E, além do pesadelo terrível que o faz acordar em desespero todas as noites, às 00h07 ele recebe a visita de um monstro que conta histórias sem sentido. O monstro vive na Terra há muito tempo, é grandioso e selvagem, mas Conor não teme a aparência dele. Na verdade, ele teme o que o monstro quer, uma coisa muito frágil e perigosa. O monstro quer a verdade. Baseado na ideia de Siobhan Dowd, Sete minutos depois da meia-noite é um livro em que fantasia e realidade se misturam. Ele nos fala dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para ultrapassá-los.

Esse foi o último livro que li em 2016 e confesso que em um primeiro momento Sete Minutos depois da Meia-noite do autor Patrick Ness, não tinha chamado muito a minha atenção. Porém depois de ler algumas resenhas bem positivas resolvi dar uma chance para a história.  Essa é uma daquelas típicas leituras rápidas que você começa e termina em um dia, só que talvez infelizmente por esse motivo ela acaba deixando mais perguntas do que entregando respostas.

Aos 13 anos o pequeno Conor O’Malley está passando pela pior fase de sua vida. Sua mãe está muito doente e aparentemente nenhum tratamento vem surtindo o efeito desejado. Seu pai mora com outra família nos Estados Unidos e a sua avó materna não é o que se chamaria de avó amorosa. Se tudo isso já não fosse uma carga pesada demais para um garoto tão jovem carregar, Conor ainda tem que lidar com o bullying na escola e com um terrível pesadelo que o desperta todas as noites às 00h07.

Em uma dessas noites Conor recebe a visita de um monstro, que vive na Terra há séculos e que gosta de contar histórias sem finais felizes. O monstro que para muitos tem uma aparência assustadora, por algum motivo não assusta Conor. O que deixa Conor apavorado é o que o monstro deseja dele, - a verdade. É que às vezes a verdade pode mais assustadora do que qualquer monstro no quintal.

Sete Minutos depois da Meia-noite é um livro denso apesar das poucas páginas que possui. Nele o autor aborda temas como a morte, o abandono e o bullying. Mas sabe quando você fica com a sensação que uma história não foi explorada em todo o seu potencial?  É exatamente assim que me senti aqui.

A trama é muito mais complexa do que a sinopse nos leva a crer, mas por ser relativamente curta acaba passando a impressão que o autor “atropelou” fatos importantes e não conseguiu desenvolver o que tinha em mente completo. Porém o que mais me incomodou fora o final, que embora previsível  é repentino demais, foi o fato de não conseguir conhecer os personagens mais profundamente.

Patrick Ness nos apresenta eles superficialmente o que fez com que eu não sentisse tanta empatia pelo Conor. Outro ponto é que o autor deixou várias pontas soltas, muitas perguntas sem respostas. Faltou um epílogo, ou talvez até mesmo algumas páginas "extras" para que a história tivesse um fechamento “mais conclusivo”, por assim dizer.

O monstro desempenha um papel importante na trama, pois através da sua sabedoria ele mostra a Conor que por mais dolorosa que a verdade seja ela também nos liberta. Ele é um personagem intrigante e misterioso, mas assim como os demais é apresentado só na superfície.

Não que eu tenha desgostado por completo da história. Achei muito bonita a forma como Patrick Ness trabalhou o medo do personagem e os sentimentos dele em relação à doença da mãe. O autor em momento nenhum quis “florear” o desamparo, a solidão e a angustia que Conor sente, o que de certo modo contribuiu para que essa que vos escreve tivesse a sensação que a narrativa pendia mais para o drama do que para a fantasia em si.

“– Mas o que é um sonho, Conor O’Malley? – perguntou o monstro, abaixando-se para que o seu rosto ficasse próximo ao do menino. – Quem pode dizer que a vida real, é que não é um sonho?

Sete Minutos depois da Meia-noite possui uma história triste e bonita ao mesmo tempo. E que apesar de ter algumas falhas em seu desenvolvimento ainda sim, consegue comover e emocionar.

dezembro 26, 2016

Três Vezes Nós por Laura Barnett

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581638379
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 384
Classificação: Bom
Sinopse: Uma jovem mulher com uma bicicleta quebrada após desviar de um cão. Um homem que ela poderia facilmente ter deixado passar, sem parar, levando consigo uma vida inteira, uma vida que poderia nunca ter sido dela. Eva Edelstein está no segundo ano do curso de Inglês na Universidade de Cambridge. Ela namora David Katz, estudante e aspirante a ator. A vida de Eva parece bem encaminhada, quando, no campus da universidade, ela conhece acidentalmente Jim Taylor, estudante frustrado de direito. Há três versões, três realidades diferentes para o futuro de Eva e Jim, dos anos 1950 até os dias atuais. Se o nosso futuro é uma encruzilhada, gostaríamos de saber qual caminho seguir? E depois, ficaríamos felizes com a nossa escolha? Três vidas. Três histórias. Três destinos... permeados com traições e ambições, mas também com amor e arte. Três vezes nós explora a ideia de que há momentos em nossas vidas que poderiam ter sido diferentes e como pequenos fatos ou decisões que tomamos podem determinar o rumo da nossa vida para sempre.

Assim que li a premissa  de Três Vezes Nós da Laura Barnett me vi bastante curiosa. Afinal sempre gostei de histórias que abordam o “destino” como peça fundamental da trama.  Porém, depois de um começo promissor a narrativa acabou ficando confusa e caindo um pouco em clichês óbvios. Dividido em três versões diferentes, Três Vezes Nós nos insere na vida de seus personagens, nos mostrando com uma simples escolha pode mudar tudo.

Primeira Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Eva Edelstein está atrasada para entregar um trabalho importante quando sofre um pequeno acidente de bicicleta na Universidade.  Era para ser um dia como qualquer outro para o estudante de Direito Jim Taylor e ele podia ter ignorado por completo a garota com sua a bicicleta e  seguindo em frente, porém algo o fez parar e ajuda-la.  Eva namora com David, um jovem ator em ascensão. Porém logo o relacionamento deles entra em crise, por conta do envolvimento de Eva com Jim.

Segunda Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Eva Edelstein sofre um acidente de bicicleta a caminho e uma aula importante.  Jim Taylor que presencia toda a cena se oferece para ajudar, mas depois de uma breve troca de palavras cada um segue seu destino. Eva e David se casam e Jim conhece Helena.  Porém apesar de seguirem vidas separadas ocasionalmente o destino coloca Eva e Jim no mesmo lugar.

Terceira Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Jim Taylor está a caminho, ou melhor, pensando em fugir de uma de suas aulas quando vê Eva Edelstein sofrer uma queda de bicicleta. Ele decide parar e ajudar a moça e depois de uma breve conversa a convida para ir a um Pub próximo as redondezas da Universidade. Eva aceita e pouco tempo depois ela termina o seu relacionamento com David, um jovem e promissor ator. Mas o romance de Eva e Jim dura pouco e logo ambos partem para seguir caminhos opostos.

Acho que deu para entender mais ou menos a parte "confusa" da história não é mesmo?  Acredito que se tivesse pegado para ler cada versão individualmente e não intercaladas como li, teria me envolvido mais com a história. Tipo não é que eu não tenha gostado do que encontrei em Três Vezes Nós. De verdade achei bem interessante o modo como a autora criou a partir de um momento trivial, situações e caminhos diferentes para os personagens.

Os personagens são carismáticos embora eu confesse que em uma das versões algumas atitudes do Jim me deixaram com um pouco de raiva. Gostei do modo com a autora construiu a personalidade da Eva. Aqui temos uma protagonista forte e em todas as versões da história o que certa forma dá a entender que a Eva é o tipo de pessoa que mesmo não fazendo as “melhores” escolhas aceita o destino e tenta fazer o possível para ser feliz.

Acredito que o ponto chave em Três Vezes Nós é essa reflexão que a Laura Barnett leva o leitor a fazer sobre as próprias escolhas e principalmente como uma decisão simples pode alterar tudo. É algo que no dia a dia ninguém se dá conta. Tipo do por que peguei ônibus x se sempre pego o y, ou por que resolvi ir por outro caminho e até mesmo a situação mais comum, decidir trocar de sapato na hora de sair. Não pensamos que essas pequenas escolhas, decisões podem ter sido geradas por algo maior como o “destino”.

Três Vezes Nós é uma leitura ao mesmo tempo simples e complexa. Simples por retratar pessoas comuns seguindo com seus sonhos, esperanças e arrependimentos. E complexa pela forma como a Laura Barnett optou por estrutura-la.  Além disso, me incomodou um pouco o fato dela acabar sendo meio óbvia em determinados momentos, me deixando com aquela velha sensação nada agradável de ficou faltando alguma coisa (...).

“Talvez seja assim que o amor sempre chega, escreveu ela em seu diário, nessa transição imperceptível de amizade para a intimidade.”

Para quem busca uma leitura diferente e que retrata a vida com muita delicadeza e fidelidade Três Vezes Nós se mostra como uma boa opção, em especial para pessoas que acreditam no poder do destino. Porém vai uma dica, - leia uma versão por vez, assim a história pode parecer mais cativante e menos confusa.

junho 16, 2016

Qualquer Outro Lugar por A.G. Howard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581638300
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 416
Classificação:
Sinopse: Splintered - Livro 03.
Alyssa está tentando entrar novamente no País das Maravilhas. Os portais para o reino se fecharam, não sem antes levarem sua mãe. Jeb e Morfeu estão presos em Qualquer Outro Lugar, reino em que intraterrenos expulsos do País das Maravilhas estão vivendo. Para resgatá-los, ela precisa recorrer à ajuda de seu pai. Juntos, eles iniciam uma missão quase impossível para tentar resgatar entes queridos, restaurar o equilíbrio dos reinos e o lugar dela como Rainha. Alyssa precisa lutar não só com a Rainha Vermelha, um espírito malicioso que tem a intenção de refazer o País das Maravilhas à própria imagem, mas também reconstruir seu relacionamento com Jeb, o mortal que ela ama, e Morfeu, o ser fantástico que também reivindica seu coração. E, se todos tiverem sucesso e saírem vivos, eles poderão finalmente ter o felizes para sempre.

Tem aquele tipo de livro que você vai lendo em “doses homeopáticas”, por que sabe o quão difícil será dizer adeus aos seus personagens favoritos. Não é a primeira vez que isso acontece comigo e sei que não será a ultima. Adiei o máximo que pude a leitura de Qualquer Outro Lugar, livro que encera a série Splintered da autora A.G. Howard. Desejei que o livro tivesse mais páginas, porém tudo que é bom tem a tendência de sempre terminar rápido demais.

A própria sinopse já dá alguns spoilers, mas quem preferir pode pular dois parágrafos.

Depois do desastre ocorrido no baile de formatura, Alyssa precisa correr contra o tempo para colocar tudo em seu devido lugar e principalmente, salvar aqueles que ama. Porém antes de tudo ela terá que encontrar um modo de entrar novamente do País das Maravilhas, agora que todos os portais para o reino estão fechados. Só que antes ela precisa  contar a verdade para o seu pai, e junto com ele partir para Qualquer Outro Lugar, resgatar Jeb e Morfeu que estão presos nessa terra perigosa onde os intraterrenos expulsos do País das Maravilhas vivem. 

Mas salvar seus entes queridos e restaurar o equilíbrio no reino que aprendeu a amar, se mostra uma tarefa mais difícil do que Alyssa imaginava. Pois além de derrotar a terrível Rainha Vermelha, que tem planos nefastos para o País das Maravilhas, ela tem que encontrar meios de salvar seu relacionamento com Jeb, ao mesmo tempo em que lida com seus reais sentimentos por Morfeu.  Conseguirá Alyssa em meio a tudo isso derrotar a Rainha Vermelha, e reconstruir seu lar intraterreno e salvando todos que nele vivem? Ao final as escolhas de Alyssa serão decisivas, não apenas para salvar o País das Maravilhas, mas para salvar a si mesma.

De todas as séries que acompanho (e não são poucas), a série Splintered é aquela em que foi mais visível ver o quanto a escrita de sua autora evolui. A.G. Howard nos apresentou uma releitura de um clássico dando a ele um tom mais sombrio, sem que em momento algum a magia presente no original fosse perdida. Já comentei aqui no blog que não sou uma “grande fã” da obra de Lewis Carroll, mas através da narrativa de A.G. Howard me apaixonei pelo País das Maravilhas.

Outro ponto que me agradou muito em Qualquer Outro Lugar, foi perceber o amadurecimento dos personagens. Alyssa aprendeu com seus erros no passado e finalmente entendeu que as necessidades dos outros vem antes das suas indecisões amorosas. O mesmo aconteceu com o Jeb, que aqui ganhou um foco mais individual em que foi possível conhecer melhor o personagem. Confesso que sou #teamMorfeu, porém foi impossível para essa que vos escreve não se encantar com a lealdade  e coragem de Jeb nesse livro. E isso foi uma surpresa maravilhosa, visto que nos livros anteriores eu tinha desenvolvido uma certa “antipatia” por ele.

Gostei muito do modo como mais uma vez a autora soube explorar o passado dos personagens, em especial do pai da Alyssa e da Rainha Vermelha. Isso não somente torna a história mais ampla, como também faz com que as motivações dos personagens pareçam mais claras.  A.G. Howard soube conduzir a sua trama sem deixar que em momento algum ela perdesse o ritmo, muito pelo contrário. A cada capitulo a autora nos presenteia com uma nova reviravolta e situações que deixam o nosso coração na mão.

Falando em coração, - como não amar o Morfeu () minha gente? Tudo bem que ele pode ser uma "peste" manipuladora e que algumas atitudes dele realmente nos deixam com aquela “raivinha” do personagem. Porém o que torna esse ser tão apaixonante é a maneira com a autora construiu sua personalidade. Morfeu é sombrio e trapaceiro, mas ao mesmo tempo ele é sábio e não dá um passo sem pensar nas pessoas e no lugar que ama. Muitas vezes Morfeu é egoísta? Sim, só que ele também sabe ser generoso. E acredito que justamente o fato de Morfeu ser tão complexo é o que faz dele o melhor personagem da série.

Qualquer Outro Lugar, foi aquele livro que me levou por uma aventura incrível e que me deixou com lágrimas nos olhos (por que sou tonta). A.G. Howard, não somente soube como fugir do clichê, como em momento algum foi óbvia.  Com toda certeza, valeu muito a pena esperar quase dois anos pelo lançamento desse livro. O único problema agora que me tornei fã da autora, é que vou ter que torcer muito para que os demais livros dela cheguem aqui no Brasil.

" – A falta de magia é o que leva os humanos a fantasiar, em primeiro lugar. E, Alyssa, que força maravilhosa e cheia de poder a imaginação pode ser."

A.G. Howard fechou a série com chave de outro, e me arrisco dizer que das infinitas séries que acompanho, essa foi a que até o momento teve aquele final “redondinho”.  Foi maravilhoso, voltar ao País das Maravilhas na companhia de Morfeu, Alyssa e Jeb. Foi gratificante ver como eles cresceram do decorrer da trilogia e foi ainda mais emocionante ter feito de alguma forma parte de tudo isso ().

Veja Também:

abril 21, 2016

Tudo e Todas as Coisas por Nicola Yoon

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581637884
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 304
Classificação: Ótimo
Sinopse: "Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. Olho pela minha janela para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega olhando-o e me encara. Olho de volta. Descubro que seu nome é Olly. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre."

S
empre que vejo um livro sendo muito elogiado fico com o pé atrás.  Afinal na maioria das vezes esses livros muito aclamados acabam se revelando uma imensa decepção para essa que vos escreve. Algo que felizmente não aconteceu com Tudo e Todas as Coisas da Nicola Yoon. Apesar de ter iniciado a leitura um tanto receosa, logo nas primeiras páginas me vi conquistada por uma narrativa leve e encantadora.

Aos dezoito anos, Madeleine vive em um mundo totalmente branco. Paredes brancas, lençóis brancos e cortinas brancas que a mantém em segurança dentro de sua casa, protegida dos perigos do mundo exterior. Mundo esse que ela só conhece através dos livros que lê. Maddy sofre de uma doença rara, a IDCG que faz com que ela seja alérgica a tudo. As únicas pessoas com quem ela tem contato são com sua mãe e médica, e sua enfermeira particular Carla.

Apesar da doença Maddy tenta ter uma rotina de uma adolescente comum, mesmo entre quatro paredes. Ela estuda através da internet e alguns dos seus professores podem visitá-la, desde que cumpram as regras estabelecidas e não cheguem muito perto de dela. Maddy é feliz e conformada com a vida que pode ter, - até que Olly parece.

Assim que Maddy coloca os olhos em Olly seu novo vizinho ela sente que nada em sua vida tranquila será igual novamente. O que começa com uma troca de e-mails logo se transforma em uma amizade forte o bastante para fazer com que Maddy queira pela primeira vez ver e sentir o mundo do lado de fora. E partir do momento em que ela cruzar a porta, talvez não exista mais como voltar atrás.

Nicola Yoon construiu uma trama aparentemente simples e até mesmo clichê, mas que conforme vamos avançando em sua leitura percebemos o quanto essa é uma história cheia de nuances. E são justamente essas nuances que fazem com que Tudo e Todas as Coisas, seja aquele livro que chega de mansinho e ao final rouba nossos corações. A autora não apenas nos presenteia com uma linda e singela história de amor, mas também nos transporta para dramas pessoais e familiares sem deixar em momento algum a leitura pesada.

Maddy e Olly são aquele casal fofo que nos deixa com um sorriso bobo no rosto sempre que estão juntos. Você torce e sofre por eles com a mesma intensidade, por que os obstáculos pelos quais eles têm que passar para viver esse amor são inúmeros e muitas vezes parecem intransponíveis.  Nicole Yoon escreveu uma história que em muitos momentos pode até parecer boba, mas que consegue tocar em nosso emocional de tal forma que ao final parecia que eu e Maddy éramos amigas uma vida toda.

Tudo e Todas as Coisas foi uma leitura que me surpreendeu pela sua simplicidade e doçura. Por conta da criação que teve, Maddy é uma pessoa completamente ingênua que ao descobrir o amor, descobre também a força que tem para mudar o seu destino. Além disso, com uma delicadeza enorme a autora deu a um romance super gracinha, um toque de realidade que por mais inimaginável que possa parecer pode sim,  acontecer com qualquer pessoa.

O único ponto “negativo” que o livro tem em minha opinião é que o final foi muito rápido. Tipo você fica naquela expectativa para ver como será o grand finale e de repente, - puff, o livro acaba. Mas, bem nem tudo é perfeito na vida, não é mesmo?

“Há mundos inteiros que existem bem debaixo de nossa percepção sobre eles.”

Com uma narrativa doce e personagens cativantes, Tudo e Todas as Coisas é um livro que encanta pela sua fluidez e pelas lições que traz em sua história. Tudo e Todas as Coisas é um livro que exalta o poder das pequenas coisas da vida e nos mostra o quanto aqueles detalhes muitas vezes cotidianos fazem toda a diferença. Recomendo!

janeiro 28, 2016

Todos os Nossos Ontens por Cristin Terrill

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581637983
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 352
Classificação: Muito Bom
Sinopse: O que um governo poderia fazer se pudesse viajar no tempo? Quem ele poderia destruir antes mesmo que houvesse alguém que se rebelasse? Quais alianças poderiam ser quebradas antes mesmo de acontecerem? Em um futuro não tão distante, a vida como a conhecemos se foi, juntamente com nossa liberdade. Bombas estão sendo lançadas por agências administradas pelo governo para que a nação perceba quão fraca é. As pessoas não podem viajar, não podem nem mesmo atravessar a rua sem serem questionadas. O que causou isso? Algo que nunca deveria ter sido tratado com irresponsabilidade: o tempo. O tempo não é linear, nem algo que continua a funcionar. Ele tem leis, e se você quebrá-las, ele apagará você; o tempo em que estava continuará a seguir em frente, como se você nunca tivesse existido e tudo vai acontecer de novo, a menos que você interfira e tente mudá-lo...



F
azia um bom tempo que não lia distopias, por isso quando li a sinopse de Todos os Nossos Ontens da Cristin Terril, fiquei bastante curiosa. Afinal nada mais interessante do que uma premissa em que narrativa mescla elementos distópicos com viagens no tempo. Porém, tem alguns livros em que durante a leitura eu desenvolvo uma verdadeira relação de amor e ódio. E bem, Todos os Nossos Ontens foi um deles.

Momento Presente: Marina Marchetti é uma menina de dezesseis anos, insegura e completamente apaixonada pelo seu  vizinho e melhor amigo, o jovem prodígio James Shaw. James é o melhor amigo de Sr. Abbott, algo que Marina tenta entender como é possível, já que Sr. Abbott, não tem nada haver com ela e James. Tudo parecia bem, até que a vida de James começa a ruir e um lado mais sombrio da personalidade do pequeno gênio começa a vir à tona. Marina e Sr. Abbott, então unem forças, para salvar o seu melhor amigo e  a si mesmos.

Quatro Anos Depois: Em suas celas Em e Finn tentam sobreviver a cada dia a tirania do Doutor. O mundo que conhecemos mudou, graças à criação de uma máquina que permite viagens no tempo, a Cassandra. Em e Finn tem a missão de voltar ao passado e impedir que a máquina seja construída. Porém eles falharam em todas as tentativas anteriores, voltando sempre para o mesmo lugar, - suas celas. Depois de tantos fracassos, Em finalmente descobre uma forma de destruir Cassandra impedindo não somente que a sua vida e a de Finn sejam arruinadas, mas também salvando o mundo do caos que ele se tornou. Mas, ela estará disposta a certos sacrifícios por um bem maior?

No momento em que os caminhos de Marina e Em, Sr. Abbott e Finn e James se cruzam os fatos começam a se encaixar o tempo passa a andar mais rápido e cada segundo perdido pode ser fatal.

Todos os Nossos Ontens possui uma história que nos tira o fôlego em que cada personagem é como uma peça que compõem a engrenagem de um relógio. Cristin Terril conseguiu trabalhar bem todos os elementos de sua história, fazendo com que passado e futuro se encontrassem deixando o presente “aberto” em que qualquer passo dado certo ou errado mudava tudo. Aqui temos uma história cheia de contradições e decisões difíceis que precisam ser tomadas, em que você sofre com os personagens criando planos, justificando ações e tentando evitar o inevitável. E mesmo assim quando ele chega você fica se perguntado se tudo não poderia ter sido diferente.

Os personagens foram bem construídos, porém tenho que abrir o meu coração (...). Quem acompanha o blog há mais tempo sabe o quanto essa que vos escreve tem verdadeiros “ataques de nervos” com personagens que fazem drama por tudo.  Por isso em muitos momentos eu queria entrar no livro e dar um “sacode” para ver se a Marina acordava para vida. Sério muitas vezes eu tive que parar a leitura, respirar fundo e contar até dez de tanto que a Marina me irritava com sua paixão cega pelo James. Algumas atitudes dela eram justificáveis? Sim até certo ponto eram, mas meu lado prático é daquela opinião de que primeiro você resolve as coisas e depois você senta e chora. Acho que já deu para entender a parte do ”ódio” que senti pelo livro.

Falando do James ele é aquele tipo de personagem que você quer odiar e não consegue.  Tipo quando se olha para o quadro geral da vida dele, percebesse que cada pequeno ou grande acontecimento contribuiu para formar a personalidade enigmática e um tanto sombria dele. Ao contrário do Finn que desde o inicio foi aquele personagem chave para dar a narrativa um toque mais leve, pois apesar de ter uma personalidade mais racional, forte e decidida, quando a situação pedia ele sabia ser compreensível, doce e carinhoso. Apenas muito amor pelo Finn, minha gente ().

Todos os Nossos Ontens possui um ritmo rápido em a cada capítulo você se vê mais conectado com o enredo e seus personagens.  Teve momentos em que amei e odiei tudo, mas não há duvidas que Cristin Terril soube criar um enredo envolvente com maestria. O único ponto negativo, ao menos em minha opinião é que a narrativa "peca" por ser em muitos momentos um pouco “óbvia” demais.  Não que isso prejudique o desenvolvimento da história como todo, mas de certo modo diminuiu um pouco “brilho” dela, - infelizmente.

“- Desculpe, cara, mas ela não está ajudando você fingindo que há uma solução perfeita para tudo isso. A verdade é que as vezes o mundo simplesmente é uma merda.”

Com uma boa mistura de distopia, ficção científica, ação, suspense e romance, Todos os Nossos Ontens nos faz questionar, o quando as circunstâncias da vida nos transformam e o peso que nossas decisões e atitudes podem ter na vida do outros. Uma narrativa intrigante, intensa e cheia de reviravoltas que vai deixar você com o coração na mão e a mente a mil. Recomendo!

novembro 19, 2015

A Menina da Neve por Eowyn Ivey

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581638010
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 352
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Alasca, 1920: um lugar especialmente difícil para os recém-chegados Jack e Mabel. Sem filhos, eles estão se afastando cada vez mais um do outro. Em um dos raros momentos juntos, durante a primeira nevasca da temporada, eles constroem uma criança feita de neve. Na manhã seguinte, a criança de neve some. Dias depois, eles avistam uma criança loira correndo por entre as árvores. Uma menina que parece não ser de verdade, acompanhada de uma raposa vermelha e que, de alguma formam consegue sobreviver sozinha no frio e rigoroso inverno do Alasca. Enquanto Jack e Mabel se esforçam para entender esta criança que parece saída das páginas de um conto de fadas, eles começam a amá-la como se fosse sua própria filha. No entanto, nesse lugar bonito e sombrio, as coisas raramente são como aparentam, e o que eles aprenderão sobre essa misteriosa menina irá transformar a vida de todos.

A
Menina da Neve
da autora Eowyn Ivey possui aquele tipo de premissa que logo de cara já nos deixa com aquela pontinha de curiosidade para saber mais. A história se apresenta de forma “fantasiosa” e ao mesmo tempo intrigante, e até certo ponto me vi bastante envolvida nessa aura de magia e mistério que a autora criou. Porém, devo confessar que até o momento enquanto começo a escrever essa resenha, ainda não sei direito como me sinto em relação a tudo que li.

Mabel e Jack são um casal de meia idade sem filhos, que cansados dos olhares de piedades e fofocas sussurradas resolvem deixar todo o conforto que tinham na Pensilvânia e partir para uma nova vida na região fria e isolada do Alasca. A intenção é que ali entre a natureza selvagem e a neve os dois tenham um recomeço uma nova chance de ser feliz, longe dos olhares de pena dos familiares e amigos. Enquanto Jack trabalha duro na plantação, Mabel passa os dias fazendo o trabalho doméstico. Cada um tentando do seu jeito sobreviver ao vazio e a melancolia que sente.

Durante uma noite, na primeira nevasca daquele inverno Mabel e Jack fazem uma menina de neve. Foi um dos pequenos momentos de felicidade na vida do casal que ao longo dos anos vinha se afastando cada vez mais. Porém ao amanhecer a menina de neve tinha sumido e pouco tempo depois uma misteriosa criança sempre acompanhada por uma raposa vermelha passa a visitar a propriedade dos dois. A principio a menininha é arisca e sempre se afasta quando eles tentam se aproximar, até que com paciência e um amor guardado em seus corações durante anos, Mabel e Jack finalmente conseguem a conquistar a confiança da pequena Faina.

Todos os anos durante o inverno Faina vem visita-los partindo com o primeiro degelo da primavera. Porém aparentemente ninguém mais da cidade e nem mesmo os Bensons que tem na família o jovem e experiente caçador Garret, algum dia encontram na neve pegadas de uma criança ou viram menininha pela floresta. Será Faina uma ilusão criada por dois velhos consumidos pela tristeza e frustração de não ter tido filhos? Ou aquele lugar longínquo e remoto, tem alguma espécie de magia capaz de transformar desejos em realidade?

Não sei se foi o fato de ter vindo de duas leituras relativamente “rápidas”, mas narrativa de A Menina da Neve demorou um pouco para me conquistar. O ritmo dela é lento e o que praticamente sustenta todo o enredo é o mistério que cerca a existência da Faina. Ou seja, por mais que a narrativa não seja tão empolgante e em muitos momentos seja um pouco monótona e repetitiva com longas descrições de caçadas (se você tem estômago fraco é bom pular essas partes), tentar descobrir quem é a menina da neve faz com que você se sinta motivado a avançar na leitura.

Baseado no livro do autor Arthur Ransome, Little Daughter of the Snow, A Menina da Neve possui uma narrativa poética e tocante, em que os personagens são simples e incrivelmente humanos. Através dos olhos de Mabel e Jack somos apresentados a um Alasca belo, cruel e selvagem e a um amor que sobreviveu a todas as dificuldades que os longos anos de casamento trazem a vida de qualquer casal. Eowyn Ivey conseguiu criar uma história que é ao mesmo tempo mágica e triste.

O único ponto negativo, ao menos em minha opinião foi que a autora não deu uma resposta muito convincente sobre a origem da Faina. O final é muito vago e um tanto abrupto, deixando aquela sensação “chatinha” de que ficou faltando alguma coisa.

“Podemos fazer isso, não, Mabel? Inventar nossos finais e optar pela felicidade em vez da dor?”

A Menina da Neve é um daqueles livros que chega de mansinho e consegue conquistar um lugar em nossos corações. Singelo e com um toque de melancolia, mas de uma beleza mística e única.

novembro 05, 2015

Quero Ser Seu por Bella Andre

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581632827
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2013
Número de páginas: 288
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Os Sullivans - Livro 06
Ryan Sullivan sempre gostou muito de Vicki, a quem conheceu na adolescência, quando ela lhe salvou a vida: no estacionamento da escola, um carro desgovernado só não o atropelou porque Vicki o empurrou para longe. Desde então, eles se tornaram melhores amigos — pelo menos, melhores amigos até onde um homem e uma mulher lindos e sedutores conseguem ser... O tempo passou, Vicki casou-se e se separou, e Ryan seguiu sua vida de solteiro. Até o dia em que Vicki pediu-lhe um favor: será que Ryan poderia fazer as vezes de seu namorado para afastá-la de um homem mal-intencionado e pegajoso? Ryan não negaria esse favor a sua amiga, de forma alguma... Não só pelo carinho que nutre por ela, mas também por uma característica de sua personalidade: Ryan faz o tipo protetor (o tipo de homem com que toda mulher sonha em algum momento da vida). Agora, depois de brincarem de namorados, será que os dois conseguirão manter a amizade de sempre?

Não sei se foi o fato dessa que vos escreve estar passando por uma ressaca literária daquelas. Ou eu ter dado um bom intervalo entre os livros da autora Bella Andre, mas a verdade é que Quero Ser Seu se mostrou uma leitura bem surpreendente. O que foi de certa forma uma “recompensa” bem vinda, já que os últimos livros da autora tinham sido leituras um tanto quando decepcionantes.

Vicki e Ryan Sullivan se conhecem há quinze anos, e mesmo que tenham tomado caminhos diferentes na vida, continuam sendo melhores amigos um do outro. Ryan é uma estrela do beisebol, e Vicki ainda está tentando construir uma carreira consolidada no mundo das artes. Depois de um casamento desastroso, ela volta para os Estados Unidos, disposta não apenas a refazer sua vida, como também ser reconhecida pelo seu trabalho sem a influência do nome do ex-marido. Mas, as coisas não saem muito bem como o planejado e ela se vê em uma situação um tanto quanto embaraçosa, com um renomado crítico de arte.

Ryan que por sua vez ainda é um dos solteiros mais desejáveis da costa oeste, aceita se passar por namorado de Vicki para livrá-la das más intenções desse homem inescrupuloso. Porém, quando Ryan e Vicki percebem que estão debaixo do mesmo teto próximos demais um do outro, todo o amor e desejo que sempre sentiram um pelo o outro vem à tona. Conseguirão eles ignorar a verdade do que sentem e continuar sendo apenas bons amigos? Ou a paixão será falará mais forte pondo em risco a amizade de tantos anos? Vicki e Ryan estão prestes a descobrir que o amor e amizade podem muito bem andar de mãos dados com a paixão e o desejo.

A história é super clichê, do que tipo que você começa já sabendo o final. Porém devo confessar que me vi envolvida com a narrativa e seus personagens logo nas primeiras páginas. E não, - eles não têm nada assim de tão “especial”, fora o fato de serem belos e irresistíveis como todos os personagens que a Bella Andre constrói.  O que diferencia Quero Ser Seu dos demais livros da autora, é que aqui o amor não surgiu em poucos dias ou semanas. O amor está ali, sempre esteve ali esperando apenas uma oportunidade de mostrar a sua força.

Gostei bastante da maior participação dos Sullivans aqui, como também me surpreendi com o fato da autora explorar melhor os personagens secundários da trama. A narrativa embora possua todos os ingredientes já conhecidos na escrita da autora, não ficou exageradamente fixa no casal, já que a ela balanceou bem a parte mais “hot” da história com os momentos isolados de cada personagem trabalhando não somente a personalidade de cada um como trazendo para o enredo seus conflitos. 

A única coisa que me incomodou aqui é o mesmo fator que me incomoda em praticamente setenta por cento dos romances que eu leio, - a mocinha melindrosa. A Vicki possui uma personalidade forte, só que em alguns momentos eu sentia que ela se colocava muito no papel de “vitima” e isso fez com que a personagem perdesse um pouco do seu carisma. Já o Ryan é o típico homem perfeito que toda mulher pede para Santo Antonio, mas que infelizmente (ou não) só existe nos livros.

Quando comparado com os outros Sullivans (Chase, Marcus, Gabe e Zach), o Ryan me pareceu mais decidido em ir em busca e lutar pela sua felicidade. Motivo pelo qual ele se tornou o meu Sullivan favorito. O que já não era sem tempo, não é. Afinal depois de quatro Sullivans passarem sem derreter meu coração gelado, eu já estava perdendo a esperanças de encontrar um que fosse capaz disso ().

“- Que eu prometa a você. (...) E ame você com todo o meu coração e minha alma.”

Com uma narrativa leve, envolvente e fluida, Quero Ser Seu é uma história que não apenas mostra que o verdadeiro amor permanece e resiste ao tempo. Mas que também nos ensina que muitas vezes aquilo que procuramos sempre esteve do nosso lado.  Recomendo!

Veja Também:
Um olhar de Amor.

setembro 25, 2015

Zac e Mia por A.J Betts

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581637716
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 288
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia - bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso. No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente. Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias.


Passei um bom tempo pensando em como começar a escrever essa resenha. Não que Zac e Mia tenha sido uma daquelas leituras que me deixou sem palavras e de coração partido. A verdade é que ao começar a leitura eu imaginava uma coisa que conforme a narrativa foi evoluindo se mostrou outra. Algo definitivamente melhor e surpreendente.

Zac Meier acaba de passar por um transplante complicado e conhece de cor e salteado todas as estáticas de sobrevivência para o mal que o aflige. Enquanto passa uma longa temporada no isolamento do hospital tendo com única companheira a sua mãe, Zac procura de distrair com jogos, programas de TV, postagens  de amigos no Facebook e músicas. Tudo ia bem, ou indo bem dentro do possível, até que uma nova paciente chega.

Logo no primeiro dia ela coloca Lady Gaga alto o suficiente para interferir na paz de Zac. Além disso, era perceptível que a nova moradora do hospital tinha problemas com a mãe.  Zac não podia sair do quarto para investigar, mas algo naquela menina visivelmente tão mal humorada o deixava intrigado. Por isso quando a música se torna insuportável ele resolve bater na parede do seu quarto, para chamar educadamente a atenção dela.

Mia Phillips ao contrário de Zac, não está interessada em estáticas. Ela só não quer ser doente, sair daquele hospital e viver a sua vida como uma adolescente normal. Porém, quando tudo em sua volta desmorona e os seus grandes amigos se afastam tudo o que ela tem é Zac. A calma de Zac e sua fé inabalável que ela vai ficar bem.  Dois jovens com um histórico de vida completamente diferentes, que se encontraram em um momento ruim e que juntos vão escrever uma nova história.

Acredito que muitos de vocês quando leram a sinopse de Zac e Mia pela primeira vez pensaram: “Mais uma cria de a Culpa é das Estrelas”, eu sei também pensei a mesma coisa. E justamente por esse motivo é que esse livro é tão surpreendente. Embora ele use o mesmo “plano de fundo” do aclamado livro do John Green, aqui temos algo mais “real”. A autora A.J Betts construiu uma narrativa fluida com personagens que nos comovem e cativam sem a necessidade de deixar o drama explicito. A.J Betts ao contrário de muitos autores que usam doenças graves com carro chefe de suas histórias, não “romantizou” o problema muito pelo contrário, ela o apresentou de uma forma como toda doença é, - devastadora e cruel.

Não pense que ler Zac e Mia o deixará a beira das lágrimas, embora eu admita como comentei no snapchat que em muitos momentos a leitura me deixou triste. Sim, por que é impossível você não se envolver pela história desses dois jovens tão cheios de vida e privados de tantas coisas.  Zac é aquele personagem que nos conquista logo nas primeiras páginas. Ele possui um humor inteligente e apesar de estar passando por um dos piores momentos da sua vida, ainda consegue achar graça nos pequenos detalhes. Ele ainda consegue ter forças para consolar a Mia e ser a ancora dela quando ela estava perdida.

Com uma história tão simples e ao mesmo tempo complexa A.J Betts nos leva a refletir sobre a importância da família em nossas vidas. Recordar-nos que ela é o nosso alicerce e que sem isso somos um barco a deriva nesse imenso oceano que é a vida. E da forma mais clichê possível, a autora ainda nos lembra de que enquanto “há vida sempre há esperança”, e que não devemos desistir nunca.  Mesmo quando as chances estão aparentemente todas contra nós.

“Talvez coragem seja apenas isso: atos impulsivos em um momento que sua cabeça grita não, mas seu corpo vai em frente assim mesmo. Coragem ou estupidez. É difícil dizer”.

Com uma narrativa singela e delicada, Zac e Mia é uma daquelas histórias pelas quais criamos um carinho especial, e que a sua mensagem e seus personagens permanecem com a gente por um bom tempo.

setembro 06, 2015

O Álbum por Timothy Lewis

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581637365
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 240
Classificação: Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Para Adam, negociante de objetos usados, a casa de Gabe Alexander é apenas uma propriedade que será esvaziada e vendida pelo maior lance. Entretanto, em meio às prateleiras repletas de relíquias, um álbum antigo atrai sua atenção. Nele há cartões-postais amarelados pelo tempo, escritos ao longo de 60 anos. Intrigado, Adam começa a lê-los: eles estão cheios de frases românticas e delicadas, as provas do amor incondicional entre Gabe e Pearl Alexander. Gabe cuidava para que um cartão chegasse às mãos de Pearl todas as sextas-feiras. Cada um deles possui não apenas um poema, mas verdades preciosas sobre o cotidiano de um casal que viveu um sonho. A soma de todas essas verdades talvez responda perguntas que Adam se faz há muito tempo.

Confesso que tenho certa paixão por livros em que as histórias são contadas através de cartas ou mensagens. E por esse motivo, assim que li a sinopse de O Álbum do autor Timothy Lewis me vi na expectativa de ter em minhas mãos mais uma história encantadora. E acredito que foi justamente esse meu excesso de expectativa que impediu de me envolver com a leitura da forma como esperava.

Depois do fracasso do seu casamento Adam não acredita mais no amor. Porém ao encontrar um álbum com vários cartões-postais escritos ao longo de 60 anos por um homem ainda perdidamente apaixonado por sua mulher Adam fica intrigado. Então ele começa a se questionar como o casal manteve viva a chama do amor por tanto tempo. Adam passa a costurar os fatos que descobre sobre o casal Gabe e Pearl Alexander através dos cartões- postais ao mesmo tempo que vai em busca da história que eles não contam.

Em seu caminho ele encontra com Yevette, uma jovem jóquei que conheceu o casal.  Há principio Yevette desconfia dos motivos que levaram Adam a se interessar tanto pelos velhos cartões-postais do casal Alexander. Mas quando ela percebe as razões por trás de tanta curiosidade, Yevette conta para Adam o que sabe da história. Preenchendo assim, as lacunas deixadas entre os postais enviados por Gabe todas às sextas-feiras a Pearl.  Será que após descobrir o que manteve o casamento de Gabe e Pearl vivo e pleno por tanto anos, Adam conseguirá acreditar no amor novamente?

O começo da história é um pouco confuso e a narrativa do autor Timothy Lewis, não é daquelas “rompantes” que conquista logo nas primeiras páginas. A escrita do autor vai evoluindo aos poucos em doses homeopáticas. Por esse motivo os capítulos iniciais possuem uma narrativa mais lenta que só ganha fluidez conforme a trama avança.

 A história bem clichê e açucarada e relata uma relação que todo mundo sonha em ter para si. Um amor forte o bastante para superar os obstáculos trazidos pelo tempo. Mas, mesmo com bons personagens e um belo romance de plano de fundo, a forma como o autor trabalhou todos os elementos da história não conseguiu me cativar por completo. Na verdade enquanto escrevo essa resenha passo por aquele dilema de não saber ao certo como me sinto em relação ao livro.

Tipo, claro que me emocionei e sofri nos momentos mais tensos e comoventes da história.  Só que não posso negar que a sensação que me acompanha desde que finalizei a leitura é que faltou alguma coisa. Não que a leitura de O Álbum tenha sido totalmente “frustrante”. O problema aqui foi que além de não conseguir me conectar por completo com os personagens, eu esperava uma coisa e encontrei outra. Queria ter gostado mais do que gostei, mas infelizmente não foi dessa vez.

“– Porque Adam...sem perguntas profundas, há apenas respostas superficiais.”

Com uma narrativa delicada, O Álbum é uma boa opção para quem busca uma leitura mais leve. Pode até não ser o melhor livro que você vá ler na sua vida. Mas que suas páginas guardam uma inspiradora história de amor, disso não tenho dúvidas.

agosto 26, 2015

Eu te Darei o Sol por Jandy Nelson

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581636467
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 384
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino
Sinopse: Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Contado em perspectivas e tempos diferentes, Eu te Darei o Sol é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.

Confesso que assim que comecei a leitura de Eu te Darei o Sol da autora Jandy Nelson, pensei que ia me decepcionar.  Nem foi tanto o fato de “deduzir” praticamente toda a história logo nos primeiros capítulos, que me deixou apreensiva.  E sim por que fiquei com medo de não conseguir me envolver com os personagens e com todo o contexto que estava sendo apresentado ali. Porém, para minha imensa surpresa no decorrer da história, esse meu coração de leitora se viu completamente apaixonado por Noah e Jude.

Noah e Jude, passaram boa parte da vida fazendo tudo juntos. Como gêmeos eles possuem aquela famosa "ligação especial", que faz com que ambos sintam que dividem a mesma alma. Mas, conforme vão crescendo as diferenças de personalidade começam a aparecer. Enquanto Noah é introvertido e vive unicamente em seu mundo cheio de cor e arte, Jude é a menina da praia, extrovertida e cheia de amigos.  E o fato de ambos competirem pela a atenção dos pais só deixa a relação que antes parecia forte e inquebrável ainda mais estremecida.

Quando uma tragédia muda tudo por completo, eles se distanciam ainda mais.  E todos os mal-entendidos, mentiras e ciúmes começam a cobrar um preço alto demais. Agora Noah e Jude são como dois estranhos dividindo o mesmo espaço, vivendo em mundos diferentes por medo e vergonha dos erros que cometeram no passado. Mas, onde existe uma centelha de amor, o perdão pode administrar verdadeiros milagres.  E a vida vai provar para esses dois irmãos que tudo e todos estamos interligados, e que os caminhos que escolhemos para fugir de algumas verdades, são justamente aqueles que as revelam.

Como comentei no começo da resenha, logo nos primeiros capítulos fiquei com medo que a leitura de Eu te Darei o Sol fosse se mostrar frustrante. Afinal,  tanto história como os personagens demoram um pouco para me cativar, em especial a Jude. As atitudes que ela tomou antes de tudo mudar completamente entre ela e o Noah foram um tanto “mesquinhas” e me incomodaram bastante. Não que o Noah seja totalmente inocente, mas fica visível que ele é o mais “frágil” entre os irmãos, e por esse motivo àquele que mais precisava de apoio.

Porém, o que mais em encantou na história da Jandy Nelson foi à forma como ela interligou todos os personagens e todos os fatos na narrativa. Ela foi tecendo o enredo de uma maneira que mesmo algumas coisas sendo um pouco óbvias em terminados momentos, elas não deixavam de ser emocionante. Eu torci muito pela felicidade do Noah e da Jude. Gente como eu torci para eles voltaram a ter aquela ligação linda que eles tinham, para se perdoarem e principalmente perdoarem a si mesmo.

Por que Eu te Darei o Sol, fala acima de tudo sobre o perdão. De você não apenas perdoar as falhas de outra pessoa, mas de você tentar entender os motivos que a levaram agir do modo que acabou te magoando. Eu te Darei o Sol fala da importância de você ser fiel ao seu coração e perdoar a si mesmo. Por que todos nós falhamos, todos os dias inevitavelmente.  E nossas maiores falhas são exatamente com aqueles que mais amamos.

“- Às vezes você acha que sabe das coisas, sabe muito, só para descobri que não sabe porcaria nenhuma.”

Singelo, triste e tocante, Eu te Darei o Sol é uma daquelas leituras que ficam com a gente por muito tempo. Pois nos mostra o quanto somos frágeis e egoístas, e que sempre uma ação vai gerar uma reação em nossas vidas. E precisamos estar preparados para lidar com as consequências dela. Recomendo!

julho 24, 2015

Apenas um Ano por Gayle Forman

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788581636719
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 384
Classificação: Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Em Apenas um Dia, os momentos de paixão entre Allyson e Willem foram interrompidos de maneira abrupta, lançando a jovem em um abismo de questionamentos e dor. Agora a história é contada pela voz de Willem. Sem saber exatamente o que o atraiu na garota de olhos grandes e jeito comportado, o rapaz inicia uma busca obsessiva por pistas que levem até a sua Lulu mesmo sem saber sequer o seu nome verdadeiro. Enquanto tenta compreender o mistério que os separou, Willem se esforça para costurar relacionamentos desgastados e procura respostas para o futuro. Mais do que uma aventura de verão, o encontro em Paris significou para ele o início da vida adulta.

Sim leitores, essa semana tem “dobradinha” Gayle Forman aqui no blog. Afinal, mesmo não tendo me apaixonado por Apenas Um Dia, essa blogueira que vos escreve ficou curiosa para saber como a história que começou em Paris terminava.  E o que posso adiantar?  Bem (...) estou chegando à conclusão que a Gayle e eu não seremos melhores amigas, - infelizmente.

Essa resenha pode conter spoilers do livro anterior, por isso quem não quiser correr o risco pode pular dois parágrafos.

Apenas Um Ano, começa já revelando o que de fato aconteceu com Willem, na manhã em que a Allyson deixou Paris com seu coração partido. Embora o livro anterior já tenha dado algumas pistas, aqui não apenas descobrimos a verdade como também passamos a conhecer melhor a história e os segredos que o personagem guarda.  Agora o jovem que nunca foi de se apegar as pessoas que passam por sua vida, se vê de alguma forma preso as lembranças dos momentos que viveu com uma desconhecida em um dia inesquecível em Paris.

Mas, como achar uma pessoa quando nem o verdadeiro nome dela se sabe? Willem parte então em uma busca para tentar reencontrar a moça que o encantou com o seu jeito tímido e ao mesmo espontâneo de ver a vida. Porém, ao mesmo tempo em que Willem tenta entender tudo o que aconteceu naquele dia em Paris, ele precisa desesperadamente fazer as pazes com o seu passado e encontrar o seu lugar no mundo. Nem que para isso precise se perder completamente primeiro.

Seguindo a fórmula já conhecida da autora, em Apenas Um Ano somos apresentados ao outro lado da história. Se em Apenas Um Dia temos a narrativa totalmente focada na Allysson, aqui ela é focada do Willem. No decorrer dos capítulos a autora vai revelando aos poucos a história do personagem, e com isso o verdadeiro Willem vai se tornando mais “real”. Além disso, a narrativa aqui é um pouco mais rápida e dinâmica quando comparada o livro anterior. Mas, pelo menos na minha visão de leitora, a autora persistiu nos mesmos “erros”.

Apenas Um Ano possui uma série de detalhes que não agregam em nada na trama, além de situações que em meu ponto de vista foram totalmente desnecessárias. A autora novamente ser esforça para dar a impressão que tudo estava errado na vida do protagonista, até que o belo dia ao lado de uma desconhecida vez tudo mudar. Não que eu ache impossível que algo assim, realmente possa acontecer, o problema é a maneira como isso foi abordado em ambos os livros. Tipo tudo é “poético” demais e dependendo do capitulo cansativo e repetitivo demais também.

Só que o problema maior aqui, é o final. Quando li a ultima frase fiquei olhando para o livro me perguntando: “E?”. Estou chegando à conclusão que definitivamente a autora não sabe escrever finais. Sério! Fiquei frustrada. Por que tipo, se ela não tivesse “enrolado” tanto com aqueles detalhes desnecessários o final podia ter sido infinitamente melhor. Até por que confesso que só peguei Apenas Um Ano para ler logo em seguida de Apenas Um Dia por causa do final “cretino” que a autora deu ao primeiro livro. Estava morrendo de curiosidade para saber mais, porém como vocês podem perceber levei foi mesmo um  belo balde de água fria (...).

Claro que assim como Apenas Um Dia, aqui também a história possui seus pontos positivos. Um deles é o fato do Willem ser um protagonista que “segura” melhor a narrativa.  A autora conseguiu construir um enredo mais maduro, justamente por explorar bem as “fraquezas“ do personagem. Apenas Um Ano possui uma forte carga dramática, em que acompanhamos a trajetória de cura e redenção de Willem.  A história por de trás do comportamento “desprendido” dele é triste e ao mesmo tempo marcante. E poder acompanhar a evolução e o amadurecimento do personagem no decorrer dos capítulos é o que faz de Apenas Um Ano um livro bonito.

“(...)Há uma diferença entre perder algo que sabia ter e perder algo que descobriu ter. Uma é decepção. A outra é a perda de verdade.”

Assim como o livro anterior, Apenas Um Ano não convence muito como romance. Na verdade tenho a sensação que a Gayle Forman quis seguir mais a linha do drama  mesmo. De uma forma leve a autora nos mostra que qualquer experiência pela qual passamos boas ou não, tem o poder de desencadear mudanças importantes em nossas vidas. E isso faz como que ambos os livros, apesar de não serem perfeitos,  leituras envolventes e satisfatórias.

Veja também.
Apenas Um Dia

julho 19, 2015

Apenas um Dia por Gayle Forman

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi enviado como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581634500
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 384
Classificação: Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida. Apenas um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.


Mesmo não tendo sido conquistada pela narrativa da autora Gayle Forman em Se Eu Ficar, acabei dando uma “nova” chance para autora em Para Onde Ela Foi. Para minha surpresa gostei bastante do segundo livro, o que me levou a ter esperanças que logo me uniria aos inúmeros fãs que a autora tem pelo mundo. Porém, mesmo que Apenas um Dia tenha sido uma leitura interessante, ainda sinto que falta algo mais consistente na escrita da autora para ela me conquistar totalmente.

Allyson Healey sempre teve uma vida regrada e organizada. Em sua rotina perfeita nada ficava fora do lugar. Isso nunca chegou a ser um problema, até que um dia durante a viagem de formatura pela Europa ela resolve quebrar as regras pela primeira vez. Ao invés de ir com a sua turma assistir a uma clássica peça de Shakespeare em um famoso teatro, ela vai junto com Melanie, sua melhor amiga a uma peça digamos não muito “convencional” do famoso autor inglês.  Afinal, desde que colocou os olhos em Willem, o ator itinerante e sem destino não sai mais da sua cabeça.

Quando ambos chegam a Londres, em um impulso repentino Willem convida Allyson para passar um dia com ele em Paris. Uma proposta no mínimo suspeita levando em conta que ambos não se conhecem direito. Mas, em um surto de coragem e ousadia, Allyson aceita a proposta e parte com Willem para a viagem que seria a mais importante de sua vida. Em apenas um dia na cidade luz ela será livre como nunca foi, e descobrirá que uma simples decisão, uma pequena mudança na rota às vezes tem o poder de transformar tudo.

Embora a fórmula usada pela autora Gayle Forman aqui não seja a mais original, ela conseguiu construir um bom enredo. Allyson é uma adolescente comum que vive presa às regras e morre de medo de mudanças.  Até ai problema nenhum. O grande problema são algumas atitudes injustificadas que ela passa a ter.

Para começar, bastaram poucas horas na companhia de Willem para ela desenvolver um tipo de comportamento possessivo em relação ao ele. Tipo ela deixava bem claro que se sentia incomodada quando outras garotas olhavam para o Willem, e ele de alguma forma “retribuía” essa atenção. Sim, eu sei que sentir ciúmes é algo natural, mas você se sentir tão insegura sobre um relacionamento que ainda nem começou é no mínimo imaturo.

Outro ponto que me incomodou um pouco em relação a protagonista é o fato de ela ser uma personagem repetitiva, o que tornou a narrativa em alguns momentos cansativa. Além disso, a autora se “esforça” muito para dar impressão que tudo estava errado na vida da Allyson, e que um dia em Paris ao lado do "príncipe encantado" era a solução de tudo. O que chega a ser cômico, visto que o próprio Willem tem problemas e está fugindo de alguma coisa. 

Apenas Um Dia, possui uma premissa que nos leva a crer que em suas páginas iremos encontrar aquele tipo de história clichê que aquecerá nosso coração. Só que infelizmente no decorrer da trama a única coisa que acompanhamos é a Allyson tentando descobrir o que quer da vida, e como superar o fim de um relacionamento que pelo menos em meu ponto de vista nem chegou a existir. Não que eu tenha gostado do livro, mas não posso deixar de mencionar os pontos que não me agradaram e fingir que esse foi o melhor livro que li em minha vida. Sério não dá.

Tipo por mais que eu tenha ficado com a sensação que a Gayle Forman forçou a barra em algumas situações, em outras ela consegue dar um toque mais leve e até “bonitinho” para a história. Gostei do modo como à autora demonstrou a importância de aproveitar os pequenos momentos da vida ao invés de nos mantermos presos, as regras que muitas vezes os outros criam para a gente. Fiquei feliz quando finalmente a Allyson tomou as rédeas da própria vida e se jogou de cabeça naquilo que realmente acreditava.  O problema aqui é que como romance o livro não se sustenta, pois apresenta protagonistas rasos que não conseguem transmitir toda a emoção que a história promete. Uma pena.

“ (...) O som é claro e forte como o de um sino e me enche de alegria. É como se, pela primeira vez na minha vida, eu compreendesse que este é o verdadeiro sentido do riso: espalhar felicidade.”

Não vou negar que esperava um pouco mais. Porém mesmo como personagens fracos, Apenas Um Dia consegue ser uma história envolvente e bonita. Pode não ser o melhor livro que você vá ler na sua vida, mas ainda sim é uma leitura válida. Desde que claro você não crie muitas expectativas. Fica a dica!

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