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junho 08, 2017

Victoria e o Patife por Meg Cabot

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501401748
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 256
Classificação: Bom
Sinopse: Neste romance histórico juvenil escrito pela autora de “O diário da princesa”, acompanhamos a trajetória de Victoria. Criada pelos tios na Índia, ela é enviada a Londres aos 16 anos para conseguir um marido. Mas é na longa viagem até a Inglaterra que a jovem encontra o amor, na figura de Hugo Rothschild, o nono Conde de Malfrey. Tudo estaria ótimo se não fosse a insuportável interferência do capitão do navio, Jacob Carstairs. Por que ele não pode confiar na escolha de Victoria? Por que ele não a deixa em paz? Estaria Hugo escondendo algo?

Fazia muito tempo que não lia nada da  Meg Cabot. Por isso, após ler a sinopse de Victoria e o Patife fiquei bastante curiosa em conferir esse romance de época juvenil da autora. Porém apesar de ter se mostrado uma narrativa rápida e fluida, tenho que confessar que nem tudo foram flores durante a leitura.

Criada por seus tios na Índia, Lady Victoria Arbuthnot está a caminho de Londres para conseguir um marido. Mas durante a longa viagem a filha do falecido Duque acaba conhecendo o nono Conde de Malfrey, Hugo Rothschild que a pede em casamento sob a luz do luar. Lady Victoria está certa de que encontrou o amor de sua vida, afinal Hugo é tão charmoso e bem, ele é um Conde. Quem imaginaria que ela fosse conseguir o noivo perfeito então pouco tempo?

Tudo podia estar correndo as mil maravilhas, mas Victoria precisa lidar com as constantes interferências do capitão Jacob Carstairs em sua vida. Jacob está decidido a abrir os olhos da jovem em relação ao noivo, ao mesmo tempo em que ela tenta fazer o possível para manter o capitão enxerido longe de seus assuntos. Só que o problema é que aparentemente Jacob Carstairs, tem o dom de aparecer sempre nos mesmos lugares que ela. E o pior, o capitão parece saber um segredo que pode fazer com que o casamento de Victoria com o Conde de Malfrey não aconteça.

Victoria e o Patife possui uma narrativa totalmente clichê e até certo ponto acabou sendo uma leitura divertida. Só que o meu grande problema aqui foi a protagonista. Em nenhum momento consegui sentir empatia pela Victoria, muito pelo contrário em muitas situações eu quis dar uns tapas nela. Lady Victoria Arbuthnot é o tipo de pessoa prepotente e intrometida, que acha que sabe o que é melhor para todo mundo, porém não consegue ver o que é melhor para si mesma.  Confesso que alguns capítulos foram um tanto “sofridos”, especialmente quando a protagonistas destacava suas qualidades de interferir na vida dos outros.

Gostei do modo como o Jacob foi desenvolvido. Há principio ele passa a impressão de ser rapaz arrogante que quer apenas se divertir implicando com a Victoria. Só que conforme a narrativa avança vamos percebendo que a preocupação dele com ela é genuína. E tipo mesmo ele merecendo uma “pessoa melhor”, não nego que ficava com um sorriso bobo no rosto todas as vezes que Jacob e Victoria protagonizavam uma cena mais fofa.

Senti falta de um aprofundamento maior nos personagens secundários em especial no Conde de Malfrey. Não sei, mas senti que ele foi meio que “mal aproveitado”, na história. Os outros personagens possuem uma participação relativamente pequena, deixando a narrativa muito focada na Victoria, o que acabou me incomodando um pouco também.

Sempre gostei da escrita da Meg Cabot, pois suas histórias são despretensiosas, leves e divertidas. Porém, infelizmente não nego que esperava mais de Victoria e o Patife. Além disso, fato do meu santo não bater com o santo da protagonista fez com que eu não conseguisse me envolver tanto com a história como gostaria. Victoria e o Patife possui um enredo clichê e super bonitinho, mas me deixou com aquela terrível sensação de que faltou alguma coisa.

“– Na verdade – continuou ele, ainda usando aquele tom grave e sério –, acho que seria bem emocionante se casar com alguém que não precisa de você, mas que apenas... deseja estar com você. ”

Para quem está buscando uma leitura leve, com momentos engraçados e um romance fofo, Victoria e o Patife se apresenta como uma boa opção. E mesmo que alguns pontos não tenham me agradaram tanto como gostaria, não nego que ao final terminei a leitura com o coração mais quentinho.

junho 01, 2017

A Melodia Feroz por Victoria Schwab

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340413
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 384
Classificação:
Livraria Saraiva | Compare os Preços
Sinopse: Monstros da Violência – Livro 01.
Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unir para conseguir sobreviver.

Confesso que por mais eu tente fugir de séries novas, elas sempre dão um jeitinho de despertar a minha curiosidade e com isso parar na minha lista de desejados. Um bom exemplo disso é A Melodia Feroz, primeiro livro da duologia Monstros da Violência da autora Victoria Schwab. E para minha felicidade não só a leitura se mostrou surpreendente como essa é também uma das melhores distopias tive o prazer de ler até o momento.

Na cidade de Veracidade ou Cidade V como ficou conhecida cada ato de violência gera um monstro, - um monstro de verdade. Corsais, sombras famintas por carne; malchais, seres esqueléticos sedentos por sangue; e sunais, criaturas que se parecem humanas, mas que com uma melodia são capazes de sugar almas. Nessa cidade divida entre o norte o sul onde o terror se esconde a cada esquina, Katherine Harker e August Flynn estão em lados opostos.

Kate Harker é filha do temido Collum Harker, líder da Cidade Norte a parte de Veracidade em que aquele que tem dinheiro para comprar proteção, compra também à ilusão de segurança e normalidade. Os monstros da Cidade Norte obedecem a Collum, e com isso ele permanece no poder ao mesmo tempo em que ele mantém a filha afastada. Só que Kate não quer ficar longe, na verdade tudo o que a jovem deseja é ser tão cruel quanto o pai.

August Flynn é um sunai, a mais perigosa de todas as espécies de monstros que a violência pode gerar. Ele foi adotado por Henry Flynn o sensato líder da Cidade Sul. Com Flynn, August por alguns anos teve uma vida quase humana, apesar da disputa constante na Fenda que separa Veracidade entre o norte e o sul.  August não que ser um monstro, mesmo que a sua natureza e necessidades façam dele um.

Quando a trégua entre os dois lados da cidade ameaça a ruir Kate volta a Veracidade e o lado sul precisa que August se passe por um garoto normal e fique de olho nela no colégio. O plano poderia dar certo, mas logo fica claro para August que manter sua verdadeira identidade em segredo não será uma tarefa tão fácil como todos imaginavam. Até por que Kate é uma garota esperta, afinal ela é uma Harker.

O desejo de Kate agradar e conquistar a confiança do pai é forte e ela está disposta a fazer o que for preciso para isso. Porém quando a sua vida passa correr risco e não há mais ninguém em que posso confiar à única forma de permanecer viva e descobrir a verdade é justamente se aliando a August, o monstro. Conseguirá Kate se salvar da revolução dos monstros que a querem ver morta? E por quanto tempo August conseguirá manter a trevas afastadas do seu coração antes de sucumbir?

Admito que A Melodia Feroz não foi aquele livro que me conquistou logo no começo. Ele está mais para  aquele tipo de narrativa que aos poucos foi me envolvendo, até que em um determinado momento, eu já estava completamente imersa no mundo caótico e sombrio criado pela Victoria Schwab. Uma história cadenciada em que todas as peças vão se encaixando a cada capítulo, o que tornou tudo ainda mais interessante de se acompanhar.

Não nego que incomodei um pouco com a dupla de protagonistas no inicio, afinal é visível que ambos estão tentando ser aquilo que não são. August é um doce de monstro (se é que um monstro pode ser doce), porém por mais as atitudes dele até certo ponto possam ser vistas como “nobres”, é perceptível que uma hora a coisa toda vai desandar e não vai acabar nada bem. Já com a Kate a minha dificuldade foi entender o porquê ela se esforçar tanto para ter o “amor” de uma pessoa que é mais monstruosa do que os monstros de verdade que habitam a cidade.

O modo com a autora desenvolveu os protagonistas e trabalhou com os dramas pessoais de cada um é um dos fatores que contribuem para que A Melodia Feroz seja tão incrível.  Normalmente esse tipo de evolução nos personagens em séries só acontece de um livro para o outro, já aqui é perceptível o quanto as situações pelas quais Kate e August passam os transformam.  Os personagens secundários também desempenham um papel importante na narrativa, especialmente o Sloan e o Leo. Gostei muito da Ilsa e por mais que a autora tenha dado umas "pinceladas" sobre o passado dela nesse primeiro livro, ainda sinto que tem muito mais a ser revelado.

Quando comecei a leitura esperava encontrar uma história com a mesma receita de sucesso dos livros jovens atuais. Mas me surpreendi de uma forma que até então não pensava ser possível. Esqueça o romance óbvio, o triangulo amoroso desnecessário com personagens frágeis e “bonzinhos” demais. Em A Melodia Feroz, Victoria Schwab apresenta uma distopia original, em que seus personagens são falhos, nem bons e nem maus somente humanos ou monstros. Tudo isso com uma narrativa repleta de intrigas e reviravoltas que me deixaram de queixo caído e querendo mais. 

“Por que todos tinham de estragar o silêncio com perguntas? A verdade era uma coisa desastrosa.”

A Melodia Feroz é uma sinfonia que começa com uma nota triste e sombria e que aos poucos nos envolve com suas matizes escuras e seus segredos. Esse é aquele livro para quem está buscando uma história com os toques certos de ação, mistério e fantasia. Aqui esses três elementos se unem em um ritmo perfeito deixando tudo ainda mais trágico, cruel e surpreendente.

maio 23, 2017

A Prisão do Rei por Victoria Aveyard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9999094163351
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 552
Classificação: Ótimo
Sinopse: Rainha Vermelha – Livro 03.
Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira. Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.

A Rainha Vermelha foi àquela série que chegou de mansinho, gerando nessa que voz escreve emoções contraditórias até que por fim me vi completamente envolvida pela trama de Victoria Aveyard. E A Prisão do Rei, é visível não somente a evolução da série e de seus personagens, mas principalmente da escrita da autora. Por esse motivo arrisco-me em dizer que esse é o melhor livro da série até aqui.

Quem quiser fugir de spoilers pode pular três parágrafos a partir de agora.

Quando se entregou a rei Maven Calore para salvar seus companheiros da Guarda Escarlate, Mare Barrow esperava por uma morte lenta e dolorosa, só que isso não aconteceu. O rei a trancou numa jaula silenciosa em que todos os dias os erros que cometeu a atormentam, e sem o seu poder pouco a pouco o que resta de suas forças vai sendo drenado. Se isso já não fosse o bastante Mare precisa lidar com a hostilidade de nobres prateados como Samson Merandus e Evangeline Samus, além da estranha obsessão que Maven tem por ela.

Do lado de fora do palácio de Whitefire a Guarda Escarlate continua agindo nas sombras e conquistando mais espaços no reino de Norta, apesar de todas as tentativas do rei de enfraquecer a rebelião. Cal o príncipe exilado é visto pelo Comando como uma peça importante contra a tirania de Maven. Mas a sua lealdade é questionável, principalmente para os vermelhos que ainda o vêm como prateado que por anos escravizou e matou pessoas inocentes. Só que nem os mais desconfiados podem negar que príncipe é indispensável nessa guerra, principalmente por que ele está disposto a fazer o que for preciso para trazer Mare de volta.

Conforme os conflitos vão se intensificando por toda Norta, velhos inimigos se torna aliados e novas alianças são feitas em nome do poder. A guerra finalmente começa e dessa vez os alvos são tanto vermelhos como prateados, e por mais que Mare e Cal queiram a mesma coisa talvez os sentimentos e os ideais que os unem não sejam fortes o suficiente para sobreviver às novas intrigas e conspirações.

Contrariando algumas opiniões que ouvi e li, particularmente gostei muito de A Prisão do Rei. Claro que reconheço que o começo é um pouco “parado”, porém foi justamente esse ritmo mais lento que possibilitou a autora desenvolver melhor tanto alguns personagens como pontos importantes da história. Confesso que fiquei assim como muitos eu espera que a séria A Rainha Vermelha terminasse no terceiro livro, por isso uma das minhas principais dúvidas era se Victoria Aveyard teria “assunto” para um próximo livro. E sim, a ela tem! A verdade é que autora deixou a história totalmente em aberto e dando um gancho incrível para a continuação.

E por mais que o Maven seja visto como o grande vilão da história em especial levando em conta o triângulo amoroso formado por ele, Mare e Cal, eu nunca consegui ver o personagem como sendo “mal”. Manipulável e manipulador talvez? Cretino, com certeza. Porém apesar de todas as sombras que rondam a sua mente e o visível flerte dele com a loucura, uma parte de mim não deixa de ter “pena” pela pessoa que a rainha Elara o tornou. Sem falar que em muitos momentos gosto do sarcasmo do Maven, pois mesmo que ele tenha sido um “fantoche” a vida toda, eu ainda acho que ele um dos personagens senão o mais inteligente, um dos melhores estrategistas da trama.

Os diálogos dele com a Mare são um dos pontos altos da narrativa, pois através deles vemos toda a dor do rei. A Mare teve uma boa evolução aqui e foi gratificante ver um lado mais “humilde” da personagem.  Ela reconheceu seus erros e de certo modo está disposta não a repara-los, mas evitar que suas ações prejudiquem o Guarda e sua família novamente. Só que é visível o quando o coração dela é divido em amor e ódio pelo rei e o príncipe.

O Cal aqui teve não somente uma participação menor, como “reduzida” dando a impressão que ele que não consegue tomar decisões importantes por si mesmo,  e esse foi algo que me incomodou um pouco.  Sempre fui a favor de a narrativa ser dividida entre os pontos de vista de vários personagens para termos uma visão mais ampla da história. Isso de fato acontece aqui, porém ao invés de um desses pontos de vista ser do Cal é de uma outra personagem que sinceramente não tem tanto peso na trama como o príncipe.

Gosto quando o autor abre espaço para os personagens secundários, mas de todos os personagens que podiam ter um maior destaque em A Prisão do Rei, a autora escolheu alguém com uma personalidade muito parecida com a da Mare o que deixou tudo meio elas por elas, se que vocês me entendem. Adorei as partes narradas pela peste da Evangeline, não só por que elas foram importantes no contexto da história, mas especialmente por ver quem realmente é a Evangeline. E admito que me algumas revelações sobre ela foram bem surpreendentes.

Em A Prisão do Rei, Victoria Aveyard apresentou uma narrativa bem amarrada com uma boa dose de ação. Além disso, a autora expandiu o universo de A Rainha Vermelha ao mesmo tempo em que deixou o desfecho da série em aberto criando assim várias possibilidades. Ou seja, podemos começar a fazer nossas apostas e criar as nossas teorias da conspiração, por que a partir de agora o jogo pode mudar a qualquer momento.

“Nossos poderes vieram da corrupção, de uma praga que matou a maioria. Não fomos escolhidos, mas amaldiçoados.”

Com um final que deixa qualquer leitor com o coração na mão e ansioso pelo próximo capítulo da série, A Prisão do Rei é um livro cheio de reviravoltas e intrigas políticas em que o medo de perder o poder e o desejo de conquista-lo ditam o ritmo de uma guerra que apenas começou. Mal posso esperar para ver quem vai se sair vencedor, embora acredite que independente do lado que ganhar essa batalha, ambos tem muito mais a perder do que a ganhar com ela.

Veja Também:
A Rainha Vermelha.

maio 15, 2017

A Chama Dentro de Nós por Brittainy C. Cherry

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501109484
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Elementos – Livro 02.
Logan Silverstone e Alyssa Walters não têm nada em comum. Ele passa os dias contando centavos para pagar o aluguel, sofrendo com a rejeição dos pais e tentando encontrar um rumo para sua vida caótica. Ela, por outro lado, parece ter um futuro brilhante pela frente. Um dia, porém, um simples gesto dá origem a uma improvável amizade. Ao longo dos anos, o sentimento que os une se transforma em algo até então desconhecido para os dois. Alyssa e Logan não conseguem resistir à atração que sempre sentiram um pelo outro e finalmente descobrem o amor. Mas uma tragédia promete separá-los para sempre. Ou pelo menos é isso que eles pensam. Seriam as reviravoltas do destino e as feridas do coração capazes de apagar para sempre a chama que há dentro deles.

Adoro quando me percebo que fiquei tão envolvida com uma história que nem vi o tempo e as páginas passarem. E confesso que no caso de A Chama Dentro de Nós, segundo livro da série Elementos da autora Brittainy C. Cherry, acabei “lamentando” um pouco o fato de ter lido o livro rápido demais. Porém, logo nas primeiras páginas a narrativa me conquistou de tal modo que eu precisava seguir em frente. Como uma chama forte que quando acesa não se apaga tão facilmente.

A amizade de Logan Silverstone e Alyssa Walters é um verdadeiro mistério para todos que os conhecem, afinal os dois não tem nada em comum. Logan assim como a sua vida é um verdadeiro caos, e seu futuro parece tudo menos promissor. Já Alyssa nunca soube o que foi passar dificuldades na vida e ao contrário de Logan, ela parece destinada a grandeza. Mas por um daqueles acasos do destino eles acabam se tornando amigos e descobrindo que através das diferenças visíveis, tinham muitas coisas em comum.

Logan é a pessoa que Alyssa procura quando se sente sozinha. Alyssa é a âncora de Logan quando tudo a sua volta parece afundar. Conforme os anos passam os sentimentos mudam e juntos eles descobrem o amor. Tudo ia bem, até que o caos da vida de Logan o leva para o fundo do poço e um desentendimento o afasta de Alyssa. Quando uma série de decisões erradas acaba em tragédia ambos acreditam que é o fim definitivo não só para o amor que sente, mas para amizade que os uniu.

Só que o destino tinha algo a mais reservado para os dois, agora só resta saber se o tempo foi capaz de curar as feridas que o passado doloroso deixou nos dois. Será possível recuperar a amizade e o amor depois de tanto sofrimento? Ou a chama que sempre existiu entre Alyssa e Logan mesmo baixa continua a queimar?

Em muitos aspectos a história de A Chama Dentro de Nós é previsível, porém é o modo como a autora desenvolveu toda a narrativa, que torna o que encontramos aqui tão especial. Esse não é somente mais um romance, e com certeza essa não é uma história que vai aquecer seu coração. Muito pelo contrário, Brittainy C. Cherry vai quebra-lo em mil pedacinhos.

A Chama Dentro de Nós aborda vários temas delicados como: drogas, relacionamentos abusivos, ausência e negligência familiar, transtornos emocionais e pressão social. Esse é aquele livro que em um determinado ponto você vai se perguntar como a autora consegue ser tão “cruel” com seus personagens.  Sério, meu coração se partiu em muitos momentos pelo Logan, até por que embora a história seja sobre ele e  Alyssa, é dele os maiores fardos e dores aqui.

Alyssa é uma personagem cativante que mesmo nos piores momentos consegue de alguma forma manter a esperança e a fé em Logan. Ela não desiste do que existe entre eles, não desisti dele, apesar tudo e todos serem contra isso. A força dela é o que mantém Logan em pé, e ele precisa ficar em pé por ele e por aqueles que ama.  Fiquei arrasada em acompanhar o sofrimento dele e o quão fundo Logan foi na tentativa de se autodestruir. Foi difícil e doloroso ver o caminho que ele percorreu, e a cada capítulo eu torcia para que Logan tivesse uma segunda chance. A chance de ser o que ele sonhou um dia em ser, a chance de finalmente ser livre e feliz.

Os irmãos de Alyssa e Logan que forma o segundo casal da história também desempenham um papel importante na trama. Kellan e Erika protagonizam algumas das cenas mais emocionantes da história. E o modo com a autora conseguiu intercalar duas histórias paralelas tornado-as única e emocionante, foi um dos pontos que mais gostei no desenvolvimento da narrativa em A Chama Dentro de Nós.

Durante a leitura meu coração se partiu várias vezes, por Logan e Alyssa, e por Kellan e Erika. Partiu-se por uma triste realidade que existe fora das páginas e que pode estar acontecendo agora em algum lugar no mundo.  Brittainy C. Cherry por até ter “exagerado” na dose de sofrimento que infligiu aos seus personagens, porém sem sombra de dúvidas ela nos entregou uma história dolorosa e linda, que transborda esperança e principalmente amor.

“Quero suas cicatrizes. As feridas do passado. Eu quero seu caos. Tudo isso já faz parte de meu coração.”

Não se engane com a premissa clichê de A Chama Dentro de Nós, pois mesmo que ela prometa um romance ardente e esse de certa forma exista, Brittainy C. Cherry consegue surpreender com uma narrativa madura e lindamente cruel. Prepare seu coração para passar por momentos solitários e sombrios, onde apenas a chama do verdadeiro amor pode toca-lo e curar todas as feridas que a alma carrega.

Veja Também:
O Ar que Ele Respira. 

maio 11, 2017

O Sol Também é uma Estrela por Nicola Yoon

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416589
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 288
Classificação: Muito Bom
Sinopse:
Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.
Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.
O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

Ao começar a leitura de O Sol Também é uma Estrela da autora Nicola Yoon esperava encontrar uma narrativa despretensiosa e leve. Daquelas que mesmo, que a história seja previsível ainda consegue nos surpreender e principalmente, deixar um sorriso bobo em nosso rosto. Porém, apesar de ter encontrado exatamente aquilo que eu procurava ao começar a leitura, não nego que esperava um pouco mais.

A jovem Natasha Kingsley chegou aos Estados Unidos quanto tinha oito anos e desde então ela a sua família vivem no país como imigrantes ilegais. Natasha nunca se imaginou partindo da América, deixando para trás seus amigos, sonhos e vida que construiu ali. Só que em poucas horas ela terá que dizer adeus a tudo isso e voltar com sua família para Jamaica, o país onde ela nasceu e do qual não tem nenhuma lembrança.

Enquanto corre contra o tempo para evitar a deportação, Natasha encontra com Daniel Jae Ho Bae. Daniel é filho de imigrantes sul-coreanos e quer ser poeta, porém por insistência dos pais, que sonham em ter um médico na família, está a caminho de uma entrevista para a Universidade de Yale. Dificilmente os caminhos de Natasha e Daniel se cruzariam em uma cidade do tamanho de Nova Iorque, só que naquele dia em especial, o Universo resolveu conspirar para que os dois se encontrassem. Pelo menos é isso que Daniel acha.

Ele e Natasha são extremos opostos e justamente por isso se sente tão atraídos um pelo o outro. Para Daniel os dois estavam destinados a se conhecer, enquanto para Natasha tudo não passa de uma mera coincidência. Daniel acredita que depois de passarem um dia juntos, Natasha também se apaixonará por ele. Só que problema é que Natasha está indo embora e os dois podem não ter tempo de viver esse amor.

O Sol Também é uma Estrela possui uma narrativa singela que em poucos capítulos nos envolve. Nicola Yoon construiu um enredo simples e que através de personagens cativantes consegue passear por vários temas sem que a essência da história se perca em algum momento. Gostei do modo com a narrativa foi estruturada intercalando não somente os pontos de vista da Natasha e do Daniel, mas também contanto um pouco da história dos personagens secundários.

Gostei do casal protagonista, só que não nego que eu me incomodei com a diferença gritante de personalidade dos dois. Enquanto Daniel é um sonhador nato, Natasha é a típica cética que só acredita naquilo que pode ser comprovado. E tudo bem que tem aquela teoria que “os opostos se atraem” e tudo mais. Só que não sei se pelo fato de eu como pessoa não acredito nem a teoria dos opostos e muito menos em paixões rompantes de um dia, mas de verdade achei tanto o relacionamento com os sentimentos dos personagens um pouco “exagerados”.

E sério, não estou sendo insensível. No contexto geral achei a história super fofa e cheia de reflexões que servem para cada um de nós, independente do momento que estamos passando na vida. Pois, O Sol Também é uma Estrela é um livro que fala sobre se ter esperança, mesmo quando tudo está demorando a nossa volta. Sua narrativa nos mostra como pequenas atitudes que temos no dia a dia interferem de modo direto ou indireto da vida de alguém.

Talvez se a Nicola Yoon tivesse dado um foco maior transformação pessoal que cada personagem causou na vida do outro, ao invés do romance clichê eu teria curtido mais história. Sem falar que de verdade, dona Nicola tem um sério problema para escrever finais. É aquele típico final que fecha, mais não fecha a história. Ok! Entendo que a intenção da autora é deixar o que aconteceu depois daquele ponto para a imaginação do leitor. Mas isso não torna o final menos “frustrante”.

“Talvez parte de se apaixonar por alguém seja se apaixonar por si mesmo.”

Para quem está em busca de uma leitura leve, O Sol Também é uma Estrela possui uma narrativa doce sem ser enjoativa, e que nos mostra que mesmo nos dias ruins coisas boas podem acontecer. Nicola Yoon pode ter “pecado” em alguns pontos, porém sem sombra de dúvidas essa é aquele tipo de história que cativa o nosso coração.

maio 02, 2017

O Jogo por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390571
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 343
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Amores Improváveis – Livro 03.
Talentoso, inteligente e festeiro, Dean Di Laurentis sempre consegue o que quer. Sexo, notas altas, sexo, reconhecimento, sexo… É sem dúvida um galanteador de primeira, e ainda está para encontrar uma mulher imune ao seu charme descontraído e seu jeito alegre de encarar a vida. Isto é, até ele se envolver com Allie Hayes. Em uma única noite, essa jovem atriz cheia de personalidade virou o mundo de Dean de cabeça para baixo. E agora ela quer que eles sejam apenas amigos? Dean adora um desafio, e não vai medir esforços para convencer essa mulher tão linda quanto teimosa de que uma vez não é suficiente. Mas o que começa como um simples jogo de sedução logo se torna a experiência mais incrível e surpreendente de sua vida. Afinal, quem disse que sexo, amizade e amor não podem andar de mãos dadas?

Acredito que não é segredo para ninguém que a série Amores Improváveis tem um lugarzinho especial em meu coração. Adoro narrativas despretensiosas com aquele toque clichê em que mesmo eu já imaginando como tudo vai terminar, o autor consegue me surpreender no meio do caminho. E as histórias da autora Elle Kennedy são assim. Por esse motivo, não nego que comecei a leitura de O Jogo, terceiro livro da série  com um medo de me decepcionar, porém bastaram poucos capítulos para que essa que vos escreve ficar mais uma vez completamente envolvida  com a história.

A vida de Dean Di Laurentis é perfeita. Inteligente, bonito e rico ele se orgulha de sempre conseguir o que quer. Além disso, Dean nunca precisou se esforçar para conseguir companhia por uma noite. Afinal o talentoso jogador do time de hóquei da Universidade de Briar possui um invejável fã-clube. Dean tem boas razões para acreditar que nenhuma mulher é imune ao seu charme, até que ele conhecer Allie Hayes.

Depois da noite ardente que passam juntos, Dean simplesmente não consegue tirar a jovem atriz de sua mente. Só que ao contrário das outras garotas do campus que caem aos pés de Dean, Allie não quer nada com ele. Só que Dean não é do tipo que desisti assim tão facilmente quando quer uma coisa, e ele está disposto a jogar pesado para ter Allie em sua cama novamente. Porém o que começa como um simples jogo de sedução logo torna algo mais forte.

Allie acaba se surpreendendo com a personalidade doce de Dean, percebendo que ele é uma pessoa bem diferente daquela que demonstra ser. Já Dean que nunca passou mais que uma noite com a mesma garota, se vê cada dia mais envolvido e encantado com a personalidade alegre e cativante de Allie. Juntos eles descobrem que amizade, romance e sexo cabem na mesma equação.  Só que como nem tudo são flores na vida, algumas coisas às vezes inevitavelmente acabam dando errado.

Elle Kennedy apresenta em O Jogo uma história gostosa de acompanhar e não apenas pelo romance em si. O Jogo possui uma narrativa balanceada em que a autora soube trabalhar bem  os momentos divertidos com situações um pouco mais dramáticas. Além disso, Elle Kennedy abordou mesmo que nas entrelinhas alguns temas atuais especialmente, a forma como a mulher muitas vezes erroneamente se vê e é vista pela sociedade.

O relacionamento de Dean e Allie começa em uma noite de sexo casual e antes de se tornar algo mais “sério”, é somente a tal amizade colorida com “benefícios”.  E é visível que enquanto Dean leva a situação numa boa, Allie se preocupa com que os outros vão pensar dela, incluindo o seu ex-namorado.  E apesar desse dilema da personagem ser um ponto importante na narrativa, confesso em algumas situações as atitudes e “paranoias” da Allie me incomodaram um pouco. Tipo eu entendo que ela tinha medo de ser vista com o Dean por causa da reputação dele, mas às vezes sentia que ela “exagerava” um pouco em relação a isso.

Já o Dean () é um personagem que gosto desde o primeiro livro. Ok! Eu gosto de todos os rapazes, mas eu sentia que o Dean era muito mais do que demonstrava ser. E tudo bem que em muitos momentos ele é o cumulo da autoconfiança aka convencido. Só que quando Dean abaixa a guarda e deixa suas boas qualidades transparecerem, ele se tonar uma pessoa tão, mais tão encantadora que é impossível não se apaixonar por ele.

Gostei muito do modo com narrativa não foi totalmente centralizada em Dean e Allie como casal. A autora trabalhou individualmente os protagonistas ao mesmo tempo em que inseriu novos personagens secundários, que foram importantes para o desenvolvimento da história com um todo. Adorei rever o Garret e a Hannah, sem falar que dei muita risada com o Logan. Porém são os momentos que Dean passa longe do campus da Universidade que mais revelam a verdadeira personalidade dele.  E fiquei muito feliz por a Elle Kennedy não ter me decepcionado aqui, por que o Dean é muito melhor do que eu imaginei que ele seria.

Em O Jogo, Elle Kennedy apostou em uma história madura e mais próxima da realidade.  Claro que o clichê está presente, só que é perceptível que o relacionamento de Dean e Allie é mais do que somente o “fogo da paixão”, mesmo que tenha começado por esse motivo. Existe entre eles uma ternura, um afeto e respeito genuínos. Aquele companheirismo que torna mais “fácil” superar os obstáculos que a vida muitas vezes coloca em nosso caminho. E acredito que justamente por esse motivo é que O Jogo se tornou o meu livro queridinho da série até o momento ().

"Achei que você tinha dito que não queria dançar salsa. E Dean Di Laurentis só faz o que quer, lembra?" Ele dá de ombros. "Tô fazendo o que quero." Ergo as sobrancelhas, esperando sua explicação. "Tô fazendo você feliz."

Com uma narrativa leve e personagens bem construídos, O Jogo possui todos os ingredientes necessários para ser um clichê envolvente e inesquecível. Você vai se divertir e ao mesmo tempo ficar de coração partido com a história de Dean e Allie. E vai por mim, eles são incríveis juntos!

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abril 27, 2017

A Traidora do Trono por Alwyn Hamilton

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340291
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 440
Classificação: Ótimo
Sinopse: A Rebelde do Deserto – Livro 02.
Amani Al’Hiza mal pôde acreditar quando finalmente conseguiu fugir de sua cidade natal, montada num cavalo mágico junto com Jin, um forasteiro misterioso. Depois de pouco tempo, porém, sua maior preocupação deixou de ser a própria liberdade- a garota descobriu ter muito mais poder do que imaginava e acabou se juntando à rebelião, que quer livrar o país inteiro do domínio do sultão. Em meio às perigosas batalhas ao lado dos rebeldes, Amani é traída quando menos espera e se vê prisioneira no palácio. Enquanto pensa em um jeito de escapar, ela começa a espionar o sultão. Mas quanto mais tempo passa ali, mais Amani questiona se o governante de fato é o vilão que todos acreditam.

A Rebelde do Deserto da autora Alwyn Hamilton foi aquele livro que a princípio vi com pouco desconfiança, mas que no decorrer da leitura foi me conquistando a cada capitulo. Por esse motivo, seria hipocrisia da minha parte dizer que eu não estava cheia de expectativas e ansiosa para me aventurar pelas lendas árabes e o deserto novamente. E só posso adiantar uma coisa para vocês, - foi incrível.

Pode conter spoilers do livro anterior, por isso quem não quiser se arriscar pule três parágrafos agora.

Depois de finalmente conseguir escapar da Vila da Poeira montada em um cavalo mágico e ter atravessado o deserto inteiro ao lado do misterioso Jin, a vida de Amani nunca mais foi à mesma. Entre perigosas aventuras nas impiedosas areias do deserto e um oásis perdido, ela descobriu partes mais sombrias de seu passado, encontrou o amor  e algo por que lutar.

A famosa e temida Bandida de Olhos Azuis se juntou a rebelião, e seus recém-descobertos poderes mágicos aliados a uma mira perfeita, fazem dela umas das peças mais importantes no plano para derrotar o Sultão e tira-lo do poder. Só que as coisas  acabam se complicando um pouco no caminho. Traída e capturada pelo inimigo, Amani vai parar no palácio.

Agora ela precisa correr contra o tempo para avisar os rebeldes sobre seu paradeiro e os planos terríveis que o Sultão está tramando. Mas antes ela precisará sobreviver ao Harém e principalmente aos fantasmas do passado que voltaram para assombra-la. Os inimigos estão por todas as partes e um passo em falso de Amani pode colocar tudo a perder. O futuro da rebelião e a sobrevivência dos rebeldes estão em suas mãos. E logo ela aprenderá da forma mais difícil, que na dúvida a única opção segura é confiar em si mesma.

Em A Traidora do Trono, Alwyn Hamilton nos apresenta uma narrativa ágil bem amarrada, cheia de intrigas e conspirações, algo que eu particularmente adoro. Esse foi um livro que me deixou com o coração na mão em vários momentos, pois um dos grandes diferenciais da escrita da Hamilton é o fato dela ser totalmente imprevisível. E isso ficou muito claro nesse segundo livro da série A Rebelde do Deserto.Como as areias do deserto, aqui tudo pode mudar em segundos.

Outro ponto que merece destaque é a evolução da Amani como protagonista. Eu já tinha gostado muito da personagem no primeiro livro, pois a Amani não é aquela mocinha chata e sem graça que fica a espera do príncipe encantado para salva-la. Ela é o completo oposto disso. Amani é forte, corajosa e está disposta a fazer o que for preciso para tirar o sultão do poder, só que sem aquele “altruísmo” clichê do: “Eu me sacrifico pelo bem maior”. O fato de a personagem demonstrar suas fraquezas, ao ponto de muitas vezes parecer até um pouco "egoísta" faz dela humana.E isso me aproximou ainda mais dela.

A inserção de novos personagens trouxe um dinamismo maior para história, ao mesmo tempo em que deixou tudo ainda mais surpreendente. O único ponto negativo que A Traidora do Trono tem em minha opinião, é aquele velho problema da história ficar centralizada em um único personagem. Acredito que se a autora tivesse intercalado a narrativa com os pontos de vista da Amani com os pontos de vista do Jin(), por exemplo, o enredo ficaria mais rico e a história mais “completa”.

Confesso que Alwyn Hamilton me surpreendeu da forma mais positiva possível. Acho que nunca disse isso em uma resenha aqui no blog, porém de todas as séries que já li ou que acompanho, A Traidora do Trono é a melhor sequência com qual me deparei até hoje. Simplesmente não conseguia parar de ler e admito que quando percebi que a aventura estava chegando ao fim, dei uma “leve” enrolada para ela durar mais. E mal posso esperar para me juntar as rebeldes do deserto novamente.

“Se tinha aprendido alguma coisa como a Bandida dos Olhos Azuis, era que histórias e a verdade raramente coincidiam.”

Se você está em busca de uma nova série para amar, A Rebelde do Deserto é pra você. Pegue seu cantil de água e se prepare para se aventurar pelo deserto inclemente de Miraji. Uma vez envolvido pelas areias dele dificilmente você vai querer sair.

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abril 20, 2017

Uma Noite Como Esta por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416640
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 272
Classificação: Bom
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith - Livro 02.
Anne Wynter pode não ser quem diz que é. Mas está se saindo muito bem como governanta de três jovenzinhas bem-nascidas. Seu trabalho é bastante desafiador: em uma única semana ela precisa se esconder em um depósito de instrumentos musicais, interpretar uma rainha má em uma peça que pode ser uma tragédia ou, talvez, uma comédia – ninguém sabe ao certo – e cuidar dos ferimentos do irresistível conde de Winstead. Após anos se esquivando de avanços masculinos indesejados, ele é o primeiro homem que a deixa verdadeiramente tentada, e está cada vez mais difícil para ela lembrar que uma governanta não tem o direito de flertar com um nobre. Daniel Smythe-Smith pode estar em perigo. Mas isso não impede o jovem conde de se apaixonar. Quando ele vê uma misteriosa mulher no concerto anual na casa de sua família, promete fazer de tudo para conhecê-la melhor, mesmo que isso signifique passar os dias na companhia de uma menina de 10 anos que pensa que é um unicórnio. O problema é que Daniel tem um inimigo que prometeu matá-lo. Mesmo assim, no momento em que vê Anne ser ameaçada, ele não mede esforços para salvá-la e garantir seu final feliz com ela.

Não costumo “emendar” a leitura de livros de série. Gosto de dar um intervalo entre eles para sentir aquela saudade gostosa da história e de seus personagens. Só que dessa vez resolvi mudar um pouco as coisas, e assim que terminei de ler Simplesmente o Paraíso, comecei imediatamente à leitura de Uma Noite Como Esta. Porém confesso que talvez as minhas expectativas estivessem um pouco elevadas, pois infelizmente o segundo livro do Quarteto Smythe-Smith, acabou se tornando uma leve decepção.

Depois de três anos exilado Daniel Smythe-Smith, o Conde de Winstead finalmente está de volta ao lar. E apesar de não ter planejado a sua volta para uma data festiva, Daniel retorna a Londres no dia que a sua família escolheu, para realizar o tradicional concerto das Smythe-Smith. Daniel não quer chamar a atenção para si em um dia tão especial para irmã Honoria e suas primas e por isso assisti ao concerto escondido em um canto escuro. Porém mesmo nas sombras, Daniel não deixa de reparar na misteriosa pianista.

Anne Wynter
é governanta na casa dos Pleinsworth, por esse motivo quando Lady Sarah Pleinsworth sofre uma terrível indisposição que a impede de participar do concerto anual das Smythe-Smith, Anne é “convidada” a substituí-la. Mas Anne não podia imaginar que ao tentar não chamar a atenção dos nobres ingleses acaba chamando atenção do recém chegado Conde de Winstead.

Ao descobrir que a bela jovem trabalha para sua tia, Daniel começa há passar muito tempo na companhia das primas e com isso aos poucos o flerte inocente que se iniciou na noite do concerto se transformar em um sentimento mais profundo. Só que Anne sabe que é um erro se apaixonar por Daniel e não somente pelo fato dela ser uma governanta. Ela não deve se apaixonar pelo conde, por que não é quem diz ser, e se alguém descobrir o seu segredo Anne perderá tudo.

Bem, não é que essa blogueira que vos escreve não tenha gostado de Uma Noite Como Esta (...). Gostei da história do que encontrei aqui, porém não nego que achei a narrativa em determinados momentos repetitiva. E por mais que eu ame de paixão a escrita da Julia Quinn, ela é humana e como todos nós, e às vezes comete pequenos “deslizes”.

Para começar o grande segredo da protagonista é revelado cedo demais. E me perdoem a sinceridade, mas em minha opinião ele não chega a ser assim tão aterrador. Na verdade eu tive meio que uma relação de amor e ódio pela Anne. Tipo em alguns momentos até me compadecia dos problemas dela, só que em outros não conseguia deixar de pensar que ela só estava naquela situação por que foi ingênua (tonta), um pouco “convencida” e até mesmo prepotente demais.

Daniel é o típico mocinho perfeito dos livros do gênero, mas me incomodou muito o fato ele passar metade do livro correndo atrás da Anne, quando fazia três anos que ele estava longe da mãe e das irmãs. Sério gente! Imagine como a dona Virginia, Lady Winstead deve ter se sentido, após três anos sem ver o filho e ele ser um desnaturado que fica correndo atrás do primeiro rabo de saia que encontra ao invés de ficar com a família? Eu no lugar dela e da Honoria ficaria bastante desapontada.

E tudo bem que a história dos dois é super bonitinha e que mesmo eu achando algumas coisas demasiadamente “exageradas”, torci pelo final feliz deles. Mas não nego que esperava um romance com uma construção mais “sólida”. Tudo aqui foi muito fast, e por mais que eu adore o bom e velho clichê, ando cada vez com menos paciência para esses romances avassaladores de uma semana.

Os pontos altos da história ficam por conta do encantador trio Pleinsworth formado por Harriet, Elizabeth e Frances. Juntas as irmãs protagonizam os momentos divertidos e mais doces da narrativa, em especial a pequena Frances.  Gostei do modo como a Julia deu mesmo que pequeno, um destaque maior aos personagens secundários aqui. A presença das irmãs Pleinsworth  deixou a trama com um toque especial.

E se em Simplesmente o Paraíso, a autora resolveu atropelar o final, aqui senti que aconteceu o contrário. A sensação que tive foi que a Julia quis aumentar a carga dramática da história, dando a ela um toque de ação no final. Em partes isso até funciona, mas infelizmente não nego que fiquei com a impressão que a autora deu uma “enrolada” desnecessária. Só acho (...).

É como comentei acima, não é que eu não tenha gostado de Uma Noite Como Esta. Porém independente das minhas expectativas ao iniciar a leitura estarem altas demais, ou dessa vez a autora ter “pecado” em alguns detalhes, senti que de certa modo a história não me cativou tanto como o livro anterior. No contexto geral ele se mostrou uma leitura agradável, mas que infelizmente não conseguiu me encantar.

“Não havia nada como um sorriso inesperado para tirar alguém do prumo.”

Uma Noite Como Esta possui uma narrativa morna, mas que consegue ser uma leitura leve e fluida. Pode não ter sido o melhor livro que li da Julia Quinn até aqui, porém sem sombra de dúvidas ele me deixou ainda mais curiosa para ler A Soma de Todos os Beijos, terceiro livro da série. Vêm Hugh Prentice ().

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abril 17, 2017

Simplesmente o Paraíso por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416626
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 272
Classificação: Ótimo
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith - Livro 01.
Honoria Smythe-Smith é parte do famoso quarteto musical Smythe-Smith, embora não se engane e saiba que o dito quarteto carece sequer do menor sentido musical e tem esperanças postas que esta seja a última vez que se submeta a semelhante humilhação. Esta será sua temporada e com um pouco de sorte conseguirá um marido. Durante um jantar, põe seus olhos em Gregory Bridgerton, um dos mais jovens da família Bridgerton. Sabe que não está apaixonada, mas ele parece uma opção mais que válida. Marcus Holroyd é o melhor amigo do irmão de Honoria, Daniel, que vive exilado na Italia. Ele prometeu olhar por ela e leva suas responsabilidades muito seriamente. Odeia Londres e durante toda a temporada, permaneceu vigilante e intermediou quando acreditava que o pretendente não era o adequado. Honoria e Marcus compartilham uma amizade, pouco atípica, fruto dos anos que se conhecem e que o torna parte da família. Entretanto, um desafortunado acidente faz que ambos repensem sua relação e encontrem a maneira de confrontar o que surge entre eles, se tiverem coragem suficiente.

Confesso que ainda não “superei” o fim da série Os Bridgertons, afinal depois de tantos anos acompanhando as aventuras dessa família tão linda, é de se esperar que essa blogueira que vos escreve se sinta meio que parte da família também. Por isso admito que comecei a leitura de Simplesmente o Paraíso, primeiro livro da série Quarteto Smythe-Smith com um certo receio. Pensei comigo mesma, “Será que Julia Quinn vai conseguir me encantar com sua narrativa e personagens novamente?”. Porém, não foram necessárias muitas páginas para que eu tivesse certeza que a resposta essa pergunta, seria sim.

Lady Honoria Smythe-Smith ama sua família acima de qualquer coisa. Por isso, mesmo sabendo que é um desastre ao violino, assim como todas as Smythe-Smith que estiveram em seu lugar antes, ela adora o tempo que passa junto com as primas ensaiando para o concerto anual que a família promove. Além disso, ela tem esperanças que nessa temporada conseguirá um marido e dessa forma passar o posto para a próxima Smythe-Smith da fila.  E é durante um jantar ao colocar os olhos em Gregory Bridgerton, que Honoria pensa ter encontrar o “pretendente ideal”. Gregory é de uma boa família e mesmo sabendo que não está apaixonada por ele, Honoria acredita que essa pode ser uma união feliz.

Mas o que a jovem não sabe é que antes de sair correndo do país seu irmão Daniel, o Conde de Winstead pediu ao seu melhor amigo Marcus Holroyd, o Conde de Chatteris ficasse de olho nela. E principalmente, que espantasse qualquer pretendente que não fosse "adequado".  E ao longo dos últimos três anos, Lord Chatteris tem cumprido a promessa que fez ao amigo, protegendo de forma discreta, Lady Honoria dos oportunistas e caças dotes de plantão.

Para Marcus, Honoria sempre foi a irmã intrometida do melhor amigo, até que depois um encontro inusitado que resultou em um resfriado e uma perna ferida algo entre os dois muda. Honoria que sempre gostou de Marcus percebe que seus sentimentos pelo Conde não são mais os mesmos, ele se vê encantado pela bela, delicada e determinada jovem que ela se tornou.  Quanto mais tempo passam juntos, mais forte esse sentimento se torna. O que dirá Daniel se Marcus chegar à conclusão que ele, o Conde de Chatteris é o único homem capaz de fazer Honoria feliz?

Adoro histórias clichês e romances açucarados e nunca escondi isso de ninguém. Então vocês podem imaginar o quanto fiquei  envolvida com a narrativa de Simplesmente o Paraíso. Fazia um bom tempo que não lia um romance tão “bonitinho” e talvez por esse motivo eu tenha lido o livro tão rápido (em um dia). Julia Quinn nos apresenta aqui uma história simples e totalmente previsível, mas com uma narrativa é fluida que intercala o já conhecido toque de humor da autora, com momentos em que o leitor fica mais apreensivo.

Os protagonistas são carismáticos, o que torna a leitura ainda mais envolvente.  Honoria coloca a família em primeiro lugar e se esforça para manter todos juntos, apesar da dor que sente com a ausência do irmão. Já Marcus sempre foi só e encontrou nos Smythe-Smith a família que sempre desejou ter.  É tão bonito acompanhar a forma como o sentimento dos dois vai se transformando. Honoria e Marcus são aquele casal pelo qual você se apaixonada antes mesmo deles perceberem que são perfeitos juntos.

Gostei do modo com a Julia Quinn construiu a história. Ela é leve e doce sem ser adocicada demais. Porém, senti que ela foi muito centralizada e que faltou um pouco mais de “emoção” em determinados momentos. O final também me deixou com a sensação de ter sido “atropelado”. Só que esses são pequenos detalhes que não tiram a beleza da história em si, mas são pontos que se talvez fossem mais trabalhos, teriam a deixando ainda melhor.

“Nem se dera conta de que sentia falta daquela sensação de pertencimento, de estar no lugar certo, com alguém que a conhecia plenamente e, ainda achava que valia a pena rir com ela.”

Simplesmente o Paraíso se apresenta como um começo promissor de uma nova série que tem tudo para conquistar o coração dos fãs de romances de época. É impossível você ler esse livro e não se encantar pelo quarteto mais desafinado da Inglaterra. Por que meu caro leitor, depois de ler Simplesmente o Paraíso você com certeza vai pedir bis.

abril 06, 2017

O Perfume da Folha de Chá por Dinah Jefferies

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390465
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 432
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Em 1925, a jovem Gwendolyn Hooper parte de navio da Escócia para se encontrar com seu marido, Laurence, no exótico Ceilão, do outro lado do mundo. Recém-casados e apaixonados, eles são a definição do casal aristocrático perfeito: a bela dama britânica e o proprietário de uma das fazendas de chás mais prósperas do império. Mas ao chegar à mansão na paradisíaca propriedade Hooper, nada é como Gwendolyn imaginava: os funcionários parecem rancorosos e calados, e os vizinhos, traiçoeiros. Seu marido, apesar de afetuoso, demonstra guardar segredos sombrios do passado e recusa-se a conversar sobre certos assuntos. Ao descobrir que está grávida, a jovem sente-se feliz pela primeira vez desde que chegou ao Ceilão. Mas, no dia de dar à luz, algo inesperado se revela. Agora, é ela quem se vê obrigada a manter em sigilo algo terrível, sob o preço de ver sua família desfeita.

Não sei quanto a vocês, mas às vezes só de ler a sinopse de um livro me sinto conectada com a história. E foi exatamente assim que me senti logo no meu primeiro contato com O Perfume da Folha de Chá da autora Dinah Jefferies. Seja pelo fato da narrativa se passar em um lugar exótico ou por possuir pequenos mistérios, algo me dizia que essa seria uma leitura no mínimo interessante. E para a felicidade dessa blogueira que vos escreve, a intuição dela está certa.

Ao chegar ao exótico e distante Ceilão para se encontrar com marido, a jovem Gwendolyn Hooper acredita que assim como nos contos de fadas, “viverá feliz para sempre”. Afinal eles são o retrato perfeito do que a sociedade espera de um casal feliz. Ela a jovem e recatada dama inglesa e Laurence o proprietário de uma fazenda que além de paradisíaca é uma das mais prosperas do império britânico. Porém o dia-a-dia acaba revelando uma realidade uma pouco diferente das fantasias românticas de Gwen.

Logo que chega ao seu novo lar Gwen começa a perceber que apesar da beleza do local os empregados não parecem muito felizes em trabalhar na fazenda e que a vizinhança não é nem um pouco confiável também.  Mas esses são “problemas” com os quais ela sabe que pode lidar de uma forma ou de outra. O que deixa Gwen, mais intrigada é a mudança no comportamento de Laurence, pois embora ele continue a ser o homem apaixonado com que ela casou, é perceptível que o marido esconde algo dela.

Enquanto Gwen tenta se adaptar a um mundo totalmente diferente daquele em que foi criada, ela precisa também aprender a lidar com as mudanças repentinas de humor de Laurence. Conforme o tempo passa e as pequenas dificuldades no relacionamento dos dois são vencidas, o destino resolve pregar uma peça em Gwen. Ela então terá que decidir entre uma verdade que pode acabar de vez com todos os seus sonhos, ou viver para sempre com a sombra de uma mentira.

Dinah Jefferies criou um enredo consistente e repleto de detalhes que leva o leitor a se sentir realmente dentro da história. E o melhor de tudo isso é que em nenhum momento a narrativa se torna cansativa, já que são justamente esses pequenos detalhes que deixam a trama mais rica e delicada. Outro ponto que me agradou bastante durante a leitura, foi perceber o cuidado com que a autora construiu os personagens. Eles são tão “humanos”, tão cheios de defeitos e qualidades que isso deu a história  um toque ainda mais cativante.

O relacionamento entre Gwen e Laurence é retratado de uma forma muito verdadeira. Em momento algum a autora “floreou” o romance entre eles, e talvez por esse motivo seja que a história dos dois seja tão dolorosa e bonita. Os personagens secundários também desempenham um papel importante na composição do enredo. Confesso que ao longo dos capítulos desenvolvi uma birra enorme por alguns personagens, enquanto por outros meus sentimentos foram bem “bipolares”. Tipo, em um momento o Laurence me conquistava sendo super fofo e no outro ele colocava tudo a perder com atitudes mais rudes.

Só que o grande diferencial de O Perfume da Folha de Chá é o modo como a autora trabalhou questões mais sérias e delicadas. O livro se passa na metade dos anos vinte e começo dos anos trinta, época em o Ceilão, atualmente conhecido como Sri Lanka ainda era colônia do império britânico. Com muita sutileza Dinah Jefferies abordou o preconceito inter-racial e condições precárias de trabalho, algo que infelizmente ainda acontece em muitos lugares do mundo.

O único ponto que me “desapontou” um pouco foi o final. Tipo depois de tanto sofrimento, tantos segredos eu esperava algo menos #heartbreak. Eu li e reli pensando: “Por que ser tão má e cruel Dinah Jefferies? Qual é a necessidade disso...”. Mas a autora foi fiel ao seu propósito de escrever uma história que fosse a mais próxima possível da realidade, que infelizmente às vezes é cruel (...).

“Um único sentimento a dominava, o amor, que parecia de alguma forma ter se condensado naquele instante perfeito.”

O Perfume da Folha de Chá é uma daquelas histórias que nos lembra do peso que as escolhas tem não somente em nossas vidas, mas na vida de quem amamos. É sobre o poder libertador da verdade. E principalmente, sua história reforça o fato que por mais difícil que uma situação pareça, ou por mais obstáculos que a vida coloque em nosso caminho, o amor faz com que tudo valha a pena.  

março 27, 2017

Meio Mundo por Joe Abercrombie

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416411
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 368
Classificação: Ótimo
Sinopse: Mar Despedaçado – Livro 02.

Os tolos alardeiam o que vão fazer. Os heróis fazem.

Thorn Bathu não é uma garota comum. Mesmo tendo sido criada numa sociedade machista, ela vive para lutar e treina arduamente há anos. Porém, após uma fatalidade, ela é declarada assassina pelo mesmo mestre de armas que deveria prepará-la para as batalhas. Para fugir à sentença de morte, Thorn se vê obrigada a participar de um esquema do ardiloso pai Yarvi, ministro de Gettland. Ao lado dela se encontra Brand, um guerreiro que odeia matar, mas encara a jornada como uma chance de sustentar a irmã e conquistar o respeito de seu povo. A missão dos dois é cruzar meio mundo a bordo de um navio e buscar aliados contra o Rei Supremo, que pretende subjugar todo o Mar Despedaçado. É uma viagem desafiadora, em que Brand precisa provar seu valor e Thorn fará o necessário para honrar a memória do pai e se tornar uma verdadeira guerreira.

Comecei a leitura de Meio Mundo, segundo livro da trilogia Mar Despedaçado do autor Joe Abercrombie, com aquele misto de ansiedade e apreensão. Afinal, nada é mais desanimador do que a famosa e temida “maldição do segundo livro”. Mas, para minha surpresa novamente me vi envolvida pelo sedutor jogo de intrigas e conspirações criado pelo o autor. Até por que desde Meio Rei ficou claro que nessa história quem vence é o mais inteligente e não o mais forte.

Pode conter spoiler do livro anterior, por isso quem não quiser correr o risco pode pular quatro parágrafos agora.

Thorn Bathu pode ser chamada de muitas coisas, menos de mocinha frágil e delicada. E apesar de ter sido criada em uma sociedade regida pelo patriarcado, Thorn sabe que nasceu para lutar e principalmente, que é melhor que do que muitos homens nisso. Após anos treinando para ser uma guerreira do rei, ela vê seus sonhos ruírem quando depois de uma fatalidade é declarada assassina pelo mestre de armas e condenada à morte.

Mas enquanto na cela ela lamenta o seu terrível destino, uma nova oportunidade surgi. Pai Yarvi, ministro de Gettland lhe oferece a liberdade em troca da sua força e lealdade. Yarvi é conhecido por ser ardiloso e inteligente. E embora o ministro não seja um grande guerreiro, muitos sabem que ele é mais perigoso em um jogo de palavras do que segurando uma espada.

A sombra da guerra está cada vez mais próxima de Gettland, e o Rei Supremo e sua ministra estão dispostos a tudo para esmagar o pequeno país. Yarvi então parte a bordo do Vento Sul em uma viagem cheia de perigos cruzando meio mundo em busca de aliados. Thorn que sonhava em ser uma guerreira e ter canções compostas sobre seus corajosos atos, se vê presa em meio a nada ao lado estranhos e de Brand, um jovem com o qual ela tem um passado.

E nessa jornada árdua e cheia de acontecimentos inesperados, Thorn se vê cada vez mais enredada em intrigas políticas que a fazem questionar seu desejo de ser guerreira, ao mesmo tempo em que sem perceber vai sendo moldada para se tornar a arma mais mortal de Yarvi contra os inimigos de Gettland.

Confesso que ao contrário de Meio Rei que me fisgou logo nas primeiras páginas, aqui demorei um pouco mais para me envolver com a história. Achei interessante o autor ter deixado Yarvi o protagonista do primeiro livro em um papel mais "secundário", só que o problema é que a Thorn não é uma personagem “fácil”

O que mais me cativou na leitura do primeiro livro, foi justamente o fato de Joe Abercrombie fugir dos estereótipos com os quais estamos acostumados nos livros de fantasia. E nesse segundo livro o autor nos apresentou uma personagem feminina forte e decidida, mas que em algumas situações consegue ser arrogante e infantil. Algo que me incomodou bastante em vários momentos. E talvez por isso, eu tenha me apegado mais ao Brand do que a Thorn.

Brand é aquele personagem que vai se revelando aos poucos, camada por camada e que apesar do seu jeito mais calado é aquele que presta atenção nos detalhes e sabe a hora certa de agir. Joe Abercrombie trouxe novos e complexos personagens a sua obra, ao mesmo tempo em que antigos conhecidos desempenham mais uma vez um papel importante no desenvolvimento da trama, como a naja da Isrium e o imponente rainha Laithlin.

Yarvi mais uma vez me surpreendeu com sua sagacidade e inteligência. Ele pode até ter perdido o posto de "grande" protagonista da história em Meio Mundo, mas seu papel não ficou nem um pouco menor por isso. Sem sombra de dúvidas ele é a engrenagem mestre dessa obra e não duvido que até o final da trilogia ele esteja dominando todo o mar despedaçado.

O único ponto “negativo“ que Meio Mundo tem em minha opinião, é que senti o que o autor se estendeu muito em alguns momentos, em especial na batalha final.  Mas fora esse pequeno detalhe Joe Abercrombie conseguiu manter o ritmo surpreendente da série, me deixando ainda mais curiosa para saber como ela vai terminar. A Meia Guerra se aproxima, e tenho minhas dúvidas se ela será decidida no campo de batalha.

“– Às vezes grandes coisas certas precisam ser costuradas a partir de pequenas coisas erradas.”

Em uma narrativa com diálogos inteligentes, personagens fortes e um toque de romance, Joe Abercombrie faz com o que leitor embarque em uma aventura cheia de reviravoltas políticas e inimigos perigosos. Só não se esqueçam da dica que dei no começo da resenha, aqui nem sempre o mais forte e corajoso vence.

Veja Também:

março 13, 2017

Lobo por Lobo por Ryan Graudin

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340192
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 360
Classificação:
Sinopse: Lobo por Lobo – Livro 01.
O Eixo ganhou a Segunda Guerra Mundial, e a Alemanha e o Japão estão no comando. Para comemorar a Grande Vitória, todo ano eles organizam o Tour do Eixo: uma corrida de motocicletas através das antigas Europa e Ásia. O vencedor, além de fama e dinheiro, ganha um encontro com o recluso Adolf Hitler durante o Baile da Vitória. Yael é uma adolescente que fugiu de um campo de concentração, e os cinco lobos tatuados em seu braço são um lembrete das pessoas queridas que perdeu. Agora ela faz parte da resistência e tem uma missão: ganhar a corrida e matar Hitler. Mas será que Yael terá o sangue frio necessário para permanecer fiel à missão?

Acredito que não seja segredo para ninguém, que livros que tem a Segunda Guerra como plano de fundo sempre acabam chamando a minha atenção. Porém Lobo por Lobo, o primeiro livro da duologia de mesmo nome da autora Ryan Graudin, se destaca por apresentar uma narrativa original, relatando a história que já conhecemos de uma forma totalmente diferente. O que sem sombra de dúvidas deixou tudo ainda mais interessante.

A morte tem sido uma companhia constante na vida de Yael. Aos seis anos ela chegou a um dos vários campos de concentração da Alemanha nazista com sua mãe. No campo Yael não perdeu somente a sua infância. Ela perdeu pessoas queridas e sua própria identidade. Agora como membro da resistência Yael parte para a jornada mais importante de sua vida, em que o objetivo final é: matar Adolf Hitler.

Ganhar Tour do Eixo, a corrida de motocicletas organizada para comemorar a supremacia dos governos aliados da Alemanha e Japão é sua melhor e única oportunidade. Porém nessa corrida de vida e morte ela não está sozinha. Outros dezenove jovens buscam a fama, honra e o dinheiro que a vitória na corrida garante ao vencedor. Além disso, a longa estrada que começa na Alemanha e termina no Japão reserva dois grandes obstáculos que Yael e a resistência não são capazes de  prever, - Felix Wolfe e Luka Löwe.

Lobo por Lobo possui todos os ingredientes que torna uma leitura envolvente do começo ao fim. Protagonistas fortes e dispostos a tudo por aqueles que amam e seus ideais. Uma narrativa fluida em que a autora consegue mesclar bem o drama com a aventura, isso sem falar nas várias reviravoltas que acontecem e que deixam qualquer leitor com o coração na mão.

Ryan Graudin inseriu de modo coerente em sua trama fatos verídico, dando ao mesmo tempo o tom certo de fantasia a obra. Ela soube usar a velha e boa “licença poética” ao seu favor, unindo a ficção e a realidade com maestria. Outro ponto que me agradou muito durante a leitura foi à construção dos personagens.

Yael é uma protagonista maravilhosa, pois mesmo com tudo o que passou ela não perdeu a esperança. Ela é determinada e está decidida a fazer o que for preciso para mudar e melhorar as coisas. É visível o quanto cada perda que Yael sofreu a tornou mais forte. Porém apesar de tudo isso, em muitos momentos é perceptível a sua fragilidade, o quanto as cicatrizes tanto do seu corpo e principalmente de sua alma ainda doem. E isso torna a personagem ainda mais humana e incrível.

Gostei muito do Felix e do Luka também. E antes que vocês pensem, já adianto que aqui não existe o “bendito” triângulo amoroso. O envolvimento deles como a Yael é por razões completamente diferentes. E isso é outro ponto positivo na trama por que ambos possuem um traço de personalidade muito marcante e também não "largam o osso" tão facilmente. A principio eles me causaram uma certa antipática por serem mistério, tipo nem mocinhos e nem vilões. Só que conforme a narrativa foi avançando  tanto o Felix como o Luka conquistaram um lugarzinho em  meu coração ().

Além disso, Ryan Graudin me deixou com aquela pontinha de curiosidade para saber mais sobre o passado deles, e de outros personagens que mesmo não tento uma participação tão ativa na história são bastante importantes no contexto geral da obra. Sem falar que o livro termina de um jeito tão “cretino” que se essa que vos escreve tivesse em mãos Blood for Blood teria começado a ler ele imediatamente.  “Alguém avisa a Ryan que sou ansiosa!”

“- Os fantasmas vão ficar. Assim como seus números. Assim como minhas cicatrizes. Assim como nossa dor. Mas você não precisa ter medo deles.”

Se você está em busca de uma história cheia de intrigas, mistérios e reviravoltas surpreendentes, Lobo por Lobo é a escolha perfeita. Audacioso, original e com personagens marcantes, esse livro vai te tirar o fôlego e fazer você perder algumas horas de sono. Por que assim que você começar essa corrida só vai conseguir parar na linha de chegada.

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