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dezembro 26, 2016

Três Vezes Nós por Laura Barnett

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788581638379
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 384
Classificação: Bom
Sinopse: Uma jovem mulher com uma bicicleta quebrada após desviar de um cão. Um homem que ela poderia facilmente ter deixado passar, sem parar, levando consigo uma vida inteira, uma vida que poderia nunca ter sido dela. Eva Edelstein está no segundo ano do curso de Inglês na Universidade de Cambridge. Ela namora David Katz, estudante e aspirante a ator. A vida de Eva parece bem encaminhada, quando, no campus da universidade, ela conhece acidentalmente Jim Taylor, estudante frustrado de direito. Há três versões, três realidades diferentes para o futuro de Eva e Jim, dos anos 1950 até os dias atuais. Se o nosso futuro é uma encruzilhada, gostaríamos de saber qual caminho seguir? E depois, ficaríamos felizes com a nossa escolha? Três vidas. Três histórias. Três destinos... permeados com traições e ambições, mas também com amor e arte. Três vezes nós explora a ideia de que há momentos em nossas vidas que poderiam ter sido diferentes e como pequenos fatos ou decisões que tomamos podem determinar o rumo da nossa vida para sempre.

Assim que li a premissa  de Três Vezes Nós da Laura Barnett me vi bastante curiosa. Afinal sempre gostei de histórias que abordam o “destino” como peça fundamental da trama.  Porém, depois de um começo promissor a narrativa acabou ficando confusa e caindo um pouco em clichês óbvios. Dividido em três versões diferentes, Três Vezes Nós nos insere na vida de seus personagens, nos mostrando com uma simples escolha pode mudar tudo.

Primeira Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Eva Edelstein está atrasada para entregar um trabalho importante quando sofre um pequeno acidente de bicicleta na Universidade.  Era para ser um dia como qualquer outro para o estudante de Direito Jim Taylor e ele podia ter ignorado por completo a garota com sua a bicicleta e  seguindo em frente, porém algo o fez parar e ajuda-la.  Eva namora com David, um jovem ator em ascensão. Porém logo o relacionamento deles entra em crise, por conta do envolvimento de Eva com Jim.

Segunda Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Eva Edelstein sofre um acidente de bicicleta a caminho e uma aula importante.  Jim Taylor que presencia toda a cena se oferece para ajudar, mas depois de uma breve troca de palavras cada um segue seu destino. Eva e David se casam e Jim conhece Helena.  Porém apesar de seguirem vidas separadas ocasionalmente o destino coloca Eva e Jim no mesmo lugar.

Terceira Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Jim Taylor está a caminho, ou melhor, pensando em fugir de uma de suas aulas quando vê Eva Edelstein sofrer uma queda de bicicleta. Ele decide parar e ajudar a moça e depois de uma breve conversa a convida para ir a um Pub próximo as redondezas da Universidade. Eva aceita e pouco tempo depois ela termina o seu relacionamento com David, um jovem e promissor ator. Mas o romance de Eva e Jim dura pouco e logo ambos partem para seguir caminhos opostos.

Acho que deu para entender mais ou menos a parte "confusa" da história não é mesmo?  Acredito que se tivesse pegado para ler cada versão individualmente e não intercaladas como li, teria me envolvido mais com a história. Tipo não é que eu não tenha gostado do que encontrei em Três Vezes Nós. De verdade achei bem interessante o modo como a autora criou a partir de um momento trivial, situações e caminhos diferentes para os personagens.

Os personagens são carismáticos embora eu confesse que em uma das versões algumas atitudes do Jim me deixaram com um pouco de raiva. Gostei do modo com a autora construiu a personalidade da Eva. Aqui temos uma protagonista forte e em todas as versões da história o que certa forma dá a entender que a Eva é o tipo de pessoa que mesmo não fazendo as “melhores” escolhas aceita o destino e tenta fazer o possível para ser feliz.

Acredito que o ponto chave em Três Vezes Nós é essa reflexão que a Laura Barnett leva o leitor a fazer sobre as próprias escolhas e principalmente como uma decisão simples pode alterar tudo. É algo que no dia a dia ninguém se dá conta. Tipo do por que peguei ônibus x se sempre pego o y, ou por que resolvi ir por outro caminho e até mesmo a situação mais comum, decidir trocar de sapato na hora de sair. Não pensamos que essas pequenas escolhas, decisões podem ter sido geradas por algo maior como o “destino”.

Três Vezes Nós é uma leitura ao mesmo tempo simples e complexa. Simples por retratar pessoas comuns seguindo com seus sonhos, esperanças e arrependimentos. E complexa pela forma como a Laura Barnett optou por estrutura-la.  Além disso, me incomodou um pouco o fato dela acabar sendo meio óbvia em determinados momentos, me deixando com aquela velha sensação nada agradável de ficou faltando alguma coisa (...).

“Talvez seja assim que o amor sempre chega, escreveu ela em seu diário, nessa transição imperceptível de amizade para a intimidade.”

Para quem busca uma leitura diferente e que retrata a vida com muita delicadeza e fidelidade Três Vezes Nós se mostra como uma boa opção, em especial para pessoas que acreditam no poder do destino. Porém vai uma dica, - leia uma versão por vez, assim a história pode parecer mais cativante e menos confusa.

dezembro 22, 2016

Ligeiramente Pecaminosos por Mary Balogh

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416176
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas:
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Os Bedwyns – Livro 05.
Em meio à Batalha de Waterloo, lorde Alleyne Bedwyn é ferido e dado como morto pela família. Ao acordar, ele se vê no quarto de um bordel sem lembrar quem é ou como foi parar ali. Sua única certeza é que deseja conquistar o coração do anjo que cuida dele todo dia. Contudo, assim como ele, Rachel York não é quem parece. Depois de enfrentar uma situação difícil, que a levou a viver numa casa de pecados, agora a bela e inteligente jovem precisa recuperar seu dinheiro e as economias das amigas prostitutas, roubados por um falso clérigo. E o belo soldado de quem vem cuidando parece perfeito para se passar por seu marido e ajudá-la em seus planos. Porém, apesar de ter perdido a memória, Alleyne não perdeu nada de sua sedução. De volta a Londres, os dois se envolvem em um escândalo pecaminoso e, a cada beijo, esquecem que seu relacionamento é apenas uma farsa e ficam mais perto de se entregar à paixão. Neste quinto livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh apresenta um romance repleto de humor, com personagens carismáticos que o leitor não conseguirá abandonar ao fim da história.

Iniciei a leitura de Ligeiramente Pecaminosos, quinto livro da série Os Bedwyns da Mary Balogh com aquele aperto do peito. Afinal ele é o penúltimo capítulo dessa série que chegou de mansinho e conquistou o meu coração. Tive que me segurar bastante para não passar ele na frente em minha fila de leituras de dezembro, mas a espera valeu a pena.  Com uma narrativa ágil e personagens cativantes Mary Balogh novamente nos presenteia com uma linda história de amor e transformação.

Rachel York foi enganada. Não somente ela, mas suas amigas também.  Por esse motivo é uma questão de honra, as cinco damas partirem o mais rápido possível de Bruxelas para encontrar o cretino que as roubou. Mas o problema é que elas estão sem dinheiro algum para isso. Em uma medida desesperada elas decidem ir até o campo de Batalha de Waterloo ver se conseguem encontrar algo de valor entre os mortos.  Porém a ideia que pareceu perfeita no primeiro momento acaba se revelando um verdadeiro tormento para Rachel. Ela jamais teria coragem de roubar alguém, estando ele vivo ou não.

Quando já se prepara para dar meia volta e admitir sua covardia diante das amigas, ela encontra um jovem rapaz vivo em meio a tantos cadáveres. Sem pensar duas vezes Rachel leva o desconhecido para casa e passa cuidar dele. Assim que o jovem acorda descobre-se que devido ao ferimento em sua cabeça ele não se lembra de nada, nem de seu nome. Sem saber quem é e para onde ir, o desconhecido se oferece para ajudar Rachel e as outras a encontrarem o patife que as deixou com uma mão da frente e outra trás.

Ao mesmo tempo em que colocam um arriscado plano em prática, Rachel e o desconhecido de quem salvou a vida se dão conta que há uma irresistível atração entre eles. E conforme os dias se passam fica cada vez mais difícil ficarem um longe do outro. Mas o que ninguém desconfia enquanto o mirabolante plano está curso é que o jovem é lorde Alleyne Bedwyn, irmão mais novo do podereso Duque Bewcastle e que sua família está sofrendo por achar que ele está morto. 

As histórias de Ligeiramente Pecaminosos e Ligeiramente Seduzidos acontecem exatamente no mesmo período. Então para quem leu e assim como eu sofreu no livro anterior aqui o nosso coração foi “acalmado” por assim dizer.  Gostei muito como a Mary Balogh estruturou toda a narrativa e o fato de permitir que histórias paralelas acontecessem deu a trama um toque especial.

Alleyne é o meu segundo Bedwyn favorito, por que o primeiro claro é ninguém menos do que o Duque Bewcastle (). E por esse motivo é óbvio que eu estava bem curiosa para conhecer melhor o personagem. E justamente o fato do Alleyne  não se lembrar de quem realmente é que torna tanto o personagem como o enredo ainda mais interessante. O Alleyne pelo menos em minha opinião é aquele "amorzinho" e foi muito gratificante ver o amadurecimento dele.  Por que é impossível passar pelo o que ele passa e não sair de certo modo “transformado” disso. E é exatamente o que acontece aqui.

Gostei bastante da Rachel também, por que ela não é o tipo de mocinha que fica sentada esperando as coisas acontecer. Com todas suas mágoas e inseguranças ela vai a luta por aqueles que ama, além de ser  pessoa justa que se coloca no lugar dos outros e por conta disso muitas vezes acaba assumindo responsabilidade que não são suas. Sem falar que ela e o Alleyne formaram um casal muito bonitinho.

Porém acredito que quem rouba a cena em Ligeiramente Pecaminosos é o quarteto fantástico formando por Bridget, Geraldine, Phyllis e Flossie. Que personagens incríveis cheias de alegria e coragem.  A presença delas, assim como do sargento Strickland tornaram a leitura deliciosa. Só que obviamente um dos momentos mais lindos é à reunião dos Bedwyns. Fico me perguntando, como pode  mesmo tendo uma participação tão pequena o Wulfric conseguir roubar toda a cena para ele.  Ou seja, essa que vos escreve está agora ainda muito mais  curiosa para conhecer a história desse duque de “coração gelado”.

Mary Balogh conseguiu não apenas me surpreender como me emocionar nesse quinto livro da série os Bedwyns. A autora que sempre optou por uma escrita mais sóbria em que o romance e o drama estão alinhados com temas que para época eram considerados verdadeiros tabus nos trouxe uma história leve e de uma delicadeza única.  E tudo isso com personagens maravilhosos e momentos divertidíssimos.

“- Por que sempre guardamos as coisas de valor para mais tarde? Quero viver o agora. Talvez seja tudo o que eu tenha.”

Com uma narrativa fluida e ótimos personagens, Ligeiramente Pecaminosos é o típico livro que nos deixa com um gostinho de quero mais e um sorriso bobo no rosto.  Confesso que já estou me preparando para sofrer na despedida dessa família aristocrática de “narizes empinados” e de corações enormes().

Veja Também:

dezembro 19, 2016

Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340208
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 248
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Quem disse que as mulheres nos contos de fadas são sempre donzelas indefesas, esperando para ser salvas pelo príncipe encantado? Esta coletânea reúne narrativas folclóricas do mundo inteiro — do Peru à África do Sul, da Escócia ao Japão — em que as mulheres são as heroínas das histórias e vencem os desafios com esforço, coragem e muita inteligência. Este livro é para todo mundo que não se identifica com as princesas típicas dos contos de fadas. É para garotas e garotos, para que todos possam aprender que as maiores virtudes de um herói não são exclusivas a um só gênero. Enriquecida com textos de apoio e ilustrações modernas, esta edição é uma fonte inestimável de heroínas multiculturais — e indispensável para qualquer estante.

Como vocês sabem não tenho o costume de ler contos, porém volta e meia acabo dando uma chance a livros do estilo e me deparando com boas surpresas. A mais recente foi à leitura de o Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial. Lançada em 1978 pela The Feminist Press e organizada pela estudiosa em literatura medieval Ethel Johnston Phelps, essa coletânea reúne vinte e cinco contos folclóricos de todos os cantos do mundo.

Contos, lendas e fábulas fazem parte da história humana, afinal por muitos séculos eles eram o modo que as pessoas encontravam para explicar aquilo que para elas não tinha explicação. Porém não podemos negar que durante gerações as mulheres vêm sendo retratadas de forma “passiva” como princesas e donzelas frágeis e indefesas que ficam a espera de algo ou que alguém resolva seus problemas por elas. Mulheres que se apaixonam perdidamente pelo príncipe que a desperta com um beijo, ou que abandonam tudo o que é importante em sua vida por causa do “amor”.

Esse “Feliz para sempre”, que ao longo dos anos a literatura e os clássicos da Disney vêm nos apresentando, como algo que todo mundo deve almejar é tão distante da realidade em que vivemos que acredito que todo mundo, já deve ter se decepcionando quando descobriu que Contos de Fadas e a pessoa perfeita não existem na vida real.

Aqui encontramos personagens fortes que não ficam sentadas esperando pelo famoso príncipe encantado ou que uma fada madrinha apareça e salve o dia. Essas heroínas são astutas, corajosas e vão à luta pelo o que querem. Usando de sua inteligência e às vezes até mesmo de força bruta elas cuidam de suas famílias, salvam príncipes do perigo ou resolvem simplesmente não se casar.

É incrível como uma obra com histórias despretensiosas e curtas consegue ser tão riquíssima e atual. Chapeuzinho Esfarrapado não é um livro sobre o feminismo, embora o mesmo esteja presente no subtítulo. Ele é uma obra que nos mostra através de uma linguagem simples a importância da igualdade de gênero. Que tanto meninos e meninas são capazes de fazer coisas fantásticas. Ele quebra aquele estereótipo da donzela em apuros e do padrão de beleza perfeito. Em vinte cinco contos temos diversidade e representatividade tudo mostrado de uma forma tão modesta que deixa o livro ainda mais encantador.

Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial foi uma leitura que me surpreendeu da maneira mais positiva possível. E as ilustrações da Bárbara Malagoli deram um toque ainda mais especial ao livro. Gostaria de ter fotografado algumas para compor a resenha, mas infelizmente não tive tempo. Prometo que mostro lá no Instagram para vocês ().

Com prefácio escrito pela autora Gayle Forman, Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial é um livro indicado para toda família e que pelo menos em meu ponto de vista devia ser introduzido nas escolas também. Até por que quanto mais cedo nossos pequenos aprenderem que meninos e meninas são e tem direitos iguais, no futuro teremos uma sociedade que vai saber conviver em paz com as diferenças sem tanta intolerância. Recomendo!

dezembro 16, 2016

Suzy e as Águas-vivas por Ali Bejamin

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865377
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 223
Classificação: Bom
Sinopse: Às vezes, quando nos sentimos mais solitários, o mundo decide se abrir de formas mágicas. Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado.  Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava.

Assim que li a sinopse de Suzy e as Águas-vivas me encantei com a premissa da história. Afinal vocês sabem como essa que vos escreve adoro um livro com uma forte carga dramática. Porém, não sei se comecei a leitura com muitas expectativas ou li o livro no momento errado de minha vida (...). Mas infelizmente não consegui me envolver tanto com a leitura como gostaria.

Aos doze anos Suzy Swanson está passando pela dor de ter perdido sua melhor amiga, Franny Jackson. Mas ao contrário de todos que parecem ter aceitado o fato que as “coisas simplesmente acontecem” ela não consegue acreditar nisso.  Afinal como Franny pode ter morrido afogada se ela era uma ótima nadadora? Após uma visita da escola ao aquário da cidade, Suzy fica convencida que a causa da morte da amiga foi uma ferroada de uma água-viva. Agora ela está disposta a provar que sua teoria é verdadeira, nem que para isso tenha que viajar sozinha para o outro lado do mundo.

Confesso que está sendo bem difícil escrever essa resenha, pois meus sentimentos estão muito, mais muito conflitantes (...).  Ali Bejamin escreveu uma história tão singela que estou me sentindo uma completa insensível por não ter derramado uma lágrima sequer durante a leitura.  Tipo por mais empatia que sentisse pela Suzy a forma como a autora trabalhou o luto da personagem não conseguiu me cativar por completo. Achei um pouco cansativa toda a parte “teórica” sobre as águas-vivas e acredito que se a autora tivesse abordado mais o relacionamento da Suzy com o "mundo exterior" teria sido diferente.

A Suzy é uma menina maravilhosa e inteligente que depois da morte da amiga se fecha em seu próprio mundo.  Foi dolorido ver como a amizade que começou na infância foi se acabando conforme ela e a Franny foram crescendo. Só que ao mesmo tempo por mais “mesquinhas” e fúteis que algumas atitudes da Franny possam parecer, Ali Bejamin somente mostrou com uma sutileza enorme a realidade da vida. Que as pessoas mudam e que às vezes até os grandes amigos não permanecem amigos para sempre.

Meu coração se partiu pela Suzy, pelo fato dela não entender como a vida pode ser dura e as pessoas “cruéis”. Que apenas por ela ser diferente acabar se transformado em um alvo para o bullying. Claro que Suzy tinha o apoio das pessoas que a amavam, como seus pais e seu irmão Aaron.  E me deixou profundamente triste perceber que a Suzy sentia que não podia compartilhar a sua dor com eles, por que tinha medo de não ser entendida.

Tudo isso, junto com uma bela narrativa fazem de Suzy e as Águas-Vivas um livro lindo, que nos faz refletir sobre como a perda de uma pessoa que amamos tem impacto em nossas vidas. Que nem sempre a pessoa que está sofrendo consegue falar em voz alta o que sente e principalmente que na vida pessoas e coisas mudam constantemente. Nós precisamos seguir em frente e recomeçar. Só fico me sentindo um pouco “frustrada” por a história não ter me emocionando tanto como pensei que aconteceria quando comecei a leitura. Foi realmente uma pena (...).

“Talvez seja isso que acontece quando uma pessoa cresce.Talvez o espaço entre você e as outras pessoas em sua vida fique tão grande que você pode enchê-lo de todo o tipo de mentiras.”

Para quem busca uma narrativa mais delicada, Suzy e as Águas-vivas se revela uma história tocante e ao mesmo tempo mágica. É aquele tipo de tristeza “bonita”, que apesar de não ter me marcado e encantado tanto, ainda sim foi uma leitura surpreendente. Recomendo!

dezembro 13, 2016

Te Deixar Partir

| Arquivado em: CRÔNICAS & POESIAS

imagem: Fotolia
Algumas  pessoas entram em nossas vidas para ficar. Outras ficam por pouco tempo, e há aquelas que só passam por ela. E nesse momento estou tentando descobri que tipo de pessoa você é na minha vida.

Entenda que sou do tipo difícil de me apegar, por isso a partir do momento que abri as portas da minha vida e convidei você para fazer parte dela foi por que você era importante. Não, - você continua sendo importante e especial. Mas vamos ser francos, algo entre nós mudou. Minha intenção não é transformar essa conversa em uma briga regada a acusações. Relacionamentos acabam. Pessoas se distanciam e é só isso (...).

Talvez eu tenha andado distante demais para perceber como você estava se sentindo. Talvez você viu minha ausência como falta de amor, e eu o seu silêncio como falta de cuidado. E quando você parou de responder minhas mensagens já era tarde demais para nós dois. Por isso tenho que te deixar partir.

Percebi que aquilo que um dia nos uniu, não é forte o suficiente para manter a ligação hoje. Mas quero que você saiba que todos os momentos que tivemos juntos, as risadas, as lágrimas, - as longas conversas. Tudo foi especial e importante em minha vida. Só que sinto que preciso te deixar partir. Precisamos seguir em frente (...). E embora os nossos caminhos sigam separados, estou deixando as portas do meu coração sempre abertas para você.

Não pense que esse é um adeus definitivo. Espero que no futuro possamos se não caminhar juntos novamente, possamos estar ao menos lado a lado.  Um dia vamos nos reencontrar, para um novo começo. Mas nesse momento tenho que te deixar partir.

Vou te amar por toda a minha vida e espero que quando voltarmos a nos encontrar sejamos pessoas melhores que somos hoje.

texto escrito por: Ariane Gisele Reis.  ©  Todos os Direitos Reservados.

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