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agosto 14, 2017

À Primeira Vista por David Levithan e Nina LaCour

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501109347
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 294
Classificação: Bom
Sinopse: Esqueça amor “à primeira vista”. Esta é uma história de amizade “à primeira vista”... ou quase Mark e Kate são da mesma turma de cálculo, mas nunca trocaram uma única palavra. Fora da escola, seus caminhos nunca se cruzaram... Até uma noite, em meio à semana do orgulho gay de São Francisco. Mark, apaixonado pelo melhor amigo — que pode ou não se sentir do mesmo jeito —, aceita o desafio que mudará sua vida. E sobe no balcão do bar em um concurso de dança um pouco diferente... Na plateia, Kate, fugindo da garota que ela ama a distância por meses e confusa por não se sentir mais em sintonia com as próprias amigas, se encanta pela coragem e entrega do rapaz. E decide: eles vão ser amigos. Em meio a festas exclusivas, fotógrafos famosos, exposições em galerias hypadas, essa ligação se torna cada vez mais forte. E Mark e Kate logo descobrem que, em muito pouco tempo, conhecem um ao outro melhor que qualquer pessoa. Uma história comovente sobre navegar as alegrias e tristezas do primeiro amor... uma verdade de cada vez.

Existem autores que são praticamente uma unanimidade dentro do gênero que escrevem e o autor, David Levithan sempre me passou a impressão de ser um desses casos. À Primeira Vista escrito em coautoria com a autora Nina LaCour foi meu primeiro contado com a escrita de ambos. E apesar de pequenos detalhes que em minha opinião podiam ter sido mais trabalhados, no geral gostei bastante do que encontrei aqui.

Mark está completamente apaixonado pelo melhor amigo Ryan. E embora a relação dos dois esteja mais para uma típica “amizade colorida”, Mark não tem certeza de Ryan sente o mesmo por ele.  Durante a festa de abertura da Semana do Orgulho Gay, Mark aceita o desafio de participar de um concurso de dança um pouco diferente. Porém o garoto não faz a menor ideia que Kate, sua colega a turma de calculo está na plateia.

Kate por sua vez, foi parar na boate Happy Happy por que não se sente pronta para conhecer Violet, a garota que ela só conhece por fotos e há meses está apaixonada.  Porém a coragem de Mark a incentiva, Kate decide que os dois precisam ser amigos. E bastam apenas algumas palavras para que Mark perceba que também quer ser amigo e Kate. E essa amizade que antes parecia improvável, os leva para o mundo glamoroso de fotógrafos famosos e exposições em galerias conceituadas. Mark e Kate descobrem que entre as alegrias e desilusões do primeiro amor, a verdadeira amizade é aquele porto seguro que sempre podemos contar para iluminar nossos dias.

À Primeira Vista possui uma narrativa fluida em que logo nos primeiros capítulos nos afeiçoamos aos personagens e ficamos na torcida por um final feliz. Mas, o que torna a narrativa tão fácil de acompanhar é ao mesmo tempo o que deixa tudo um pouco “superficial”.  Dividida entre o ponto de vista de Mark e Kate o livro aborda uma semana na vida dos jovens, e o fato de tudo ser “instantâneo” demais é algo que me incomoda bastante em qualquer história que eu leia.

Gostei dos protagonistas, porém confesso que senti uma empatia maior pelo Mark, pois a sensação que pelo menos eu tive foi que o Ryan “brincou” com os sentimentos dele. A Kate embora seja uma boa personagem em muitos momentos passou a impressão de ser uma pessoa volúvel. E sinceramente, não sei se eu teria a paciência que a Violet teve com ela, principalmente levando em conta todos os encontros e desencontros que elas têm na história.

David Levithan e Nina LaCour escreveram uma história simples e gostosa de se acompanhar, só que senti falta de um aprofundamento maior em questões importantes como por exemplo, o relacionamento de Mark e Kate com os pais. No caso da Kate isso ainda acontece, mas assim como tudo na narrativa em geral, acabou sendo um pouco superficial. Além disso, em diversas situações tive a impressão que os autores se perdiam em detalhes que não agregavam muito na narrativa e com isso deixavam de explorar outros pontos que eram relevantes.

Porém o que mais me marcou na leitura de À Primeira Vista, foi à reflexão e percepção maravilhosa que os autores trazem sobre a comunidade LGBT. Em pleno 2017 (quase 2018), ainda fico assustada em perceber o quanto o preconceito ainda está fortemente presente em nossa sociedade, e encontrar em um livro voltado para o público jovem uma reflexão tão verdadeira e bonita, fez com que a leitura valesse a pena e principalmente, com que meu coração ficasse preenchido e amor e esperança.

“Se olharmos embaixo das superficialidades, o que vamos encontrar é amor.”

Com uma narrativa leve e personagens carismáticos, À Primeira Vista é um livro perfeito para uma tarde preguiçosa de domingo, ou para quando estamos precisando ler algo para deixar o nosso coração mais quentinho. David Levithan e Nina LaCour nos presenteiam aqui com uma história que fala sobre a importância da amizade que e principalmente nos mostra que conhecer e amar a si mesmo,  é a única forma de amar o próximo e encontrar a felicidade.

agosto 10, 2017

Um Acordo de Cavalheiros por Lucy Vargas

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788528621785
Editora: Bertrand Brasil
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Tristan Thorne, o Conde de Wintry, não é um homem para brincadeiras. Com uma vida de segredos, amado e odiado na sociedade, ele não é o parceiro ideal para uma dama. Dorothy Miller não sabe o que há por trás de suas motivações, apenas que ele é bastante intenso. Os jornais dizem que ele bebe demais, joga demais e ama escandalosamente. E até mata. Como uma dama determinada a ser dona do próprio destino como Dorothy Miller acaba em um acordo com um homem como Lorde Wintry? Você teria coragem de guardar um segredo com o maior terror dos salões londrinos? Lembre-se: Nunca faça acordos com ele, pois o conde sempre volta para cobrar.

Que essa que vos escreve é uma leitura assídua de romances de época, vocês já estão cansados de saber. Por isso, assim que soube do lançamento de Um Acordo de Cavalheiros da autora Lucy Vargas, eu fiquei muito curiosa para conferir a história. Afinal, depois tantos livros do gênero escritos por autoras estrangeiras, nada melhor do que se perder em uma narrativa com um toque de brasilidade. E para minha felicidade, acabei encontraram uma história envolvente e divertida.

Dorothy Miller está longe de ser o que se espera de uma jovem moça do século XVIII. Apesar de sua reputação imaculada, Dorothy ao contrário das outras jovens, não está em busca de um marido durante a alta temporada londrina. A verdade é que a ideia de se ver presa em um casamento sem amor sempre a deixou apavorada.  Porém, depois de uma noite regada a muito vinho, Dorothy acorda na cama do temido Conde de Wintry, Tristan Thorne.

Tristan Thorne é conhecido por ser um dos maiores devassos de Londres, o tipo de homem que jovens como Dorothy precisam manter distancia. Só que depois da noite que passou com a Dorothy, ele não está disposto a abrir mão da companhia da jovem em sua cama tão facilmente. Tristan promete não comprometera reputação da jovem e propõe a ela um acordo no mínimo indecoroso, que ele e Dorothy sejam amantes durante toda a temporada.

A primeira reação de Dorothy é o ultraje, mas essa pode ser a sua ultima oportunidade de viver uma aventura na vida. E o que começa com encontros semanais cheios de sedução, logo começa a despertar em ambos um sentimento mais forte e assustador. Dorothy faz de tudo para esconder o seus verdadeiros sentimentos, ao mesmo tempo em que Tristan faz de tudo para mostrar a ela que os dois podem sim, ter um futuro juntos. O problema é que Tristan esconde um segredo, algo que se descoberto colocará a sua vida e de todos aqueles que ele ama em risco.

Um Acordo de Cavalheiros possui uma narrativa deliciosa que me prendeu logo em suas primeiras páginas. Adorei o modo com a Lucy Vargas construiu a personalidade dos personagens e principalmente como ela desenvolveu a história. Por mais clichê, que Um Acordo de Cavalheiros possa parecer à primeira vista, ele possui elementos que surpreende durante a leitura, o que torna tudo ainda mais envolvente.

Dorothy possui uma personalidade forte e decidida, que mesmo com todos os receios em relação ao futuro, não está disposta a arriscar a sua liberdade em um casamento sem amor. Além disso, Dorothy é uma pessoa muito pé no chão que não se deixa levar pelas aparências. Sem falar que seu humor irônico aliado ao cinismo de Tristan, faz com que eles sejam perfeitos juntos.

Tristan () assim como Dorothy, está à frente do seu tempo. O conde acredita que uma mulher tem que ser dona da sua própria vida e seguir seus próprios instintos e desejos. E cá entre nós até nos dias de hoje homens como Tristan são raridade, quem dirá no século XVIII? Tristan é um personagem apaixonante, que diferente da má fama que tem possui um senso de lealdade enorme e jamais abandona aqueles que ama.

Os personagens secundários desempenham um papel importante na trama, em especial a prima de Dorothy,  Cecília e sua dama de companhia da Sra. Clarke. Lucy Vargas ainda inseriu no enredo boas doses de ação e mistério que deixaram a história ainda mais interessante e fluida.

O único ponto que não “gostei” muito na narrativa, foram algumas descrições nas cenas de sexo. Tipo não que eu seja puritana, mas alguns termos me soaram tão exagerados que comecei a dar risada na hora que li. Acredito que há formas de descrever cenas mais quentes sem usar termos muito “escrachados”. Além disso, senti falta da autora ter se aprofundado mais no passado do Tristan.

Um Acordo de Cavalheiros foi uma grata surpresa, e posso afirmar com toda certeza que estou bastante ansiosa para ler outras obras da Lucy Vargas.  A autora consegue nos presentear com uma narrativa que ao mesmo tempo em que possui todos os elementos que amamos nos livros do gênero, foge do clichê habitual.  Lucy ainda traz uma reflexão importante sobre a forma como a sociedade da época e a nossa ainda enxerga a mulher.  Durante a leitura sorri, suspirei, fiquei com o coração na mão e ao final me vi querendo mais. 

“Ninguém podia envolver-se tão intensamente sem entregar uma parte sua.”

Com diálogos inteligentes e personagens cativantes, Um Acordo de Cavalheiros é um livro que vai te conquistar logo nas primeiras páginas e te deixar a cada capítulo ainda mais apaixonado pela história. Doce, sexual e divertido, uma leitura que recomendo a todos que assim como eu não abrem mão de um bom romance.

agosto 07, 2017

As Cores do Amor por Camila Moreira

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
•  ISBN: 9788528621785
•  Editora: Paralela
•  Ano de Lançamento: 2017
•  Número de páginas: 350
•  Classificação: Bom
Sinopse: O que define uma pessoa? O dinheiro? O sobrenome? A cor da pele? Filho único de um barão da soja, Henrique Montolvani foi criado para assumir o lugar do pai e se tornar um dos homens mais poderosos da região. No entanto, o jovem se tornou um cafajeste aos olhos das mulheres, um cara egocêntrico segundo os amigos e um projeto que deu errado na concepção do pai. Quando o destino coloca Sílvia em seu caminho, uma jovem decidida e cheia de personalidade, Henrique reavaliará todas as suas escolhas. O amor que ele sente por Sílvia o fará enfrentar o pai e transformará sua vida de uma maneira que ele nunca pensou que fosse possível. Um sentimento capaz de provar que nada pode definir uma pessoa, a não ser o que ela traz no coração.

Confesso que ao começar a leitura de As Cores do Amor da autora Camila Moreira, esperava encontrar um típico romance clichê com aquela dose certa de drama, mas que ao final consegue deixar o nosso coração mais quentinho. Em partes a história conseguiu suprir minhas expectativas, porém alguns pontos no desenvolvimento da narrativa me ”incomodaram” um pouco.

Filho único de um dos homens mais poderosos da região, Henrique Montolvani desde criança foi criado para assumir o lugar do pai, Enzo. Porém, o barão da soja nunca foi um homem fácil de agradar. Conforme crescia Henrique foi se afastando cada vez mais do pai e dos planos que Enzo tinha para ele. Para o poderoso Enzo Montolvani, o filho foi um projeto que deu errado, já o jovem passou a não se importar com imagem de cafajeste e egocêntrico que passa para todos, incluindo os amigos mais próximos.

Quando Henrique e Sílvia se conhecem em uma festa de casamento, a atração que sente um pelo outro é instantânea. Sílvia ao contrário de Henrique, nunca teve uma vida “fácil” e desde muito jovem precisou a aprender a lidar com o preconceito e a fazer sacrifícios para sobreviver. Sílvia sabe que se envolver com Henrique pode ser um erro, em especial levando em conta a fama e algumas atitudes do rapaz. Porém, é parece que um ímã que a puxa para os braços do rapaz.

O relacionamento de Sílvia e Henrique está longe de ser um mar de rosa. Afinal, Enzo jamais vai aceitar que o filho se envolva com uma negra e ele está disposto a fazer de tudo para separar o casal. Mas o que sente por Sílvia é tão forte que Henrique finalmente encontra forças para enfrentar o pai e tomar as rédeas da própria vida. Os obstáculos nessa relação são enormes, mas nenhum dos dois pretende abrir mão do amor que sente tão facilmente. Mas, será que esse sentimento será forte o suficiente para sobreviver a tantas provas?

Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Camila Moreira, e como comentei logo no começo da resenha gostei de alguns pontos que a autora abordou na narrativa, mas em alguns momentos senti que a autora “forçava” um pouco a barra.  Algumas situações descritas me soaram muito exageradas, além do fato que em nenhum momento senti que o casal protagonista tinha química.

Em diversas situações fiquei irritada com as atitudes do Henrique e apesar dele ter se redimido durante o desenvolvimento da história, eu já tinha pegado birra, e não consegui sentir aquela empatia pelo personagem. Já a Sílvia me pareceu uma personagem "caricata" e todo o drama construído em volta do relacionamento deles fez com que a narrativa me remetesse as novelas mexicanas e as séries turcas que são transmitidas pela Band que a minha mãe assiste.

Sem sombra de duvidas, As Cores do Amor se destaca por  abordar o preconceito racial na narrativa, e acredito que precisamos cada vez mais de livros que tragam temas como esse. Mas até esse detalhes que tinha tudo para ser o ponto mais alto da trama, acabou ser "perdendo". O problema aqui, pelo menos no meu ponto de vista foi o “exagero” como tudo acontece.  E sim, eu sei que em muitos lugares do Brasil e no mundo há pessoas que ainda vivem e pensam igual à Idade Média, mas ainda sim o excesso de clichês e de drama me incomodaram durante a leitura.

Não nego que senti um desprezo enorme pelo Enzo e em minha opinião a autora acertou em cheio, ao criar  um “vilão” detestável.  As atitudes mesquinhas de Enzo conseguiram me deixar enjoada e extremamente furiosa, mas essas foram às únicas emoções que a história despertou em mim, - infelizmente.  Já os demais personagens embora não tenham uma participação tão expressiva, conseguem contrabalancear os momentos mais dramáticos, dando leveza para a narrativa. Gostei bastante do Lucas e da Pietra e fiquei bem curiosa para conhecer a história deles.

Em suma As Cores do Amor foi uma leitura cheia de altos e baixos, que embora siga a mesma fórmula já conhecida pecou ao não apresentar nada de novo e ainda pecar pelo excesso em diversas ocasiões. Foi uma boa leitura, porém eu realmente esperava um pouco mais.

“Podemos passar a vida inteira ao lado de uma pessoa sem amá-la de verdade. Da mesma forma, podemos viver poucos momentos e descobrir que eles foram suficientes para mudar nossa vida para sempre."

Apesar de não corresponder totalmente as minhas expectativas, As Cores do Amor é um livro que indico para quem está em busca de um romance com toque hot, e que ao mesmo tempo traz para narrativa, elementos atuais e a discussão sobre um tema importante. Queria ter me envolvido mais com a história e seus personagens, mas não foi dessa vez.

julho 20, 2017

A Soma de Todos os Beijos por Julia Quinn

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788580416664
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 272
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith – Livro 03.
Lorde Hugh Prentice é um gênio da matemática e teve sua perna (e sua vida) arruinada por causa de um duelo com seu amigo, Daniel Smythe-Smith. Nesse livro, conheceremos um pouco da história de Hugh, antes e depois do acontecido. Sua família, o desespero de seu pai para conseguir que um de seus filhos lhe desse um herdeiro, visto que um não é chegado à mulheres e o outro, provavelmente terá dificuldades em encontrar uma esposa, e principalmente em ter filhos. E, claro, sua relação de amor e ódio com Sarah Pleinsworth, prima mais velha de Daniel, que mesmo antes de conhecê-lo, já odiava Hugh por ter arruinado sua família através desse duelo. Mas, as coisas começam a mudar quando Honoria, sua prima, pede para Hugh substituir seu padrinho no casamento e para Sarah ser sua acompanhante durante sua estadia, para que ele ficasse mais confortável diante dos familiares de Daniel. E esse tempo se prolonga, já que Daniel se casará duas semanas depois da irmã e resolve torná-los uma única festa... É claro que eles não se dão no início, mas com o tempo, ainda mais depois do primeiro casamento, quando ela fica impossibilitada de andar, eles deixam as diferenças de lado e começam a se conhecer realmente, e, o que era ódio, acaba se tornando uma paixão avassaladora. Mas as limitações de Hugh vão ser apenas um dos problemas que o casal enfrentará pelo caminho...

Após minha pequena "decepção" com a leitura de Uma Noite como Essa, achei prudente de minha parte dar um “tempo” nos romances de época. Tipo, não sei quanto a vocês, mas se fico lendo um mesmo estilo com muito frequência acabo com a sensação que estou lendo a mesma história só que com personagens diferentes.  Porém A Soma de Todos os Beijos ficava “flertando” comigo na minha estante e bem, como eu ainda estava precisando de uma boa dose de açúcar pensei: “Por que não?”.

Lady Sarah Pleinsworth é conhecida por ser a mais eloquente e dramática das damas de sua família. Tanto que ela fez questão de deixar bem claro a Lorde Hugh Prentice quando se conheceram, que ele era a causa da ruína dela e de toda sua família.  Hugh Prentice pode até ser um gênio da matemática, porém nem mesmo ele conseguiu entender como a mente de uma jovem tão expressiva como Sarah funcionava. Só que de uma coisa Hugh sabia muito bem, que se teve alguém que pagou caro pela ridícula ideia de desafiar Daniel Smythe-Smith para um duelo, esse alguém é ele próprio.

Sarah não faz a menor questão de esconder a sua antipatia por Hugh, a verdade é que ela não entende como o primo e o restante de seus familiares conseguiu perdoa-lo depois de tudo. Mas quando é forçada por seu amor a família a tolera-lo e ser seu par durante as festividades do casamento de Honoria, Sarah acaba percebendo que o Lorde Prentice pode ser uma companhia bastante agradável. Logo os dois passam a compartilhar uma amizade que até então era improvável para ambos. E não demora muito para que essa amizade se transforme em algo mais. Algo que deixa Sarah sem palavras e que nem mesmo o raciocino rápido de Hugh é capaz entender.

A Soma de Todos os Beijos, terceiro livro da série Quarteto Smythe-Smith, possui todos os elementos que adoro nas narrativas da Julia Quinn. A mistura perfeita de romance, com momentos leves, divertidos e aquela pequena dose de drama para deixar tudo ainda melhor.  Gostei da forma como a autora construiu a história apesar de, achar que em determinado momento ela “forçou” um pouco a barra, mas nem tudo é perfeito (...).

Sarah mesmo sendo a "rainha do drama" é uma personagem espirituosa.  Ela pode até passar a imagem de mocinha fútil e egoísta no começo, mas logo vamos percebendo que por baixo de toda a sua pose se esconde uma pessoa que está sempre disposta a ajudar sua família e se redimir dos seus erros. Já Hugh () usa do bom e velho sarcasmo para esconder o quanto é amoroso e protetor. Sofri muito com ele ao descobrir o quando sua infância foi complicada e especialmente ao ver o quando Hugh não achava que merecia ser feliz ao lado de Sarah por conta de sua deficiência e pelo que fez a família dela no passado.

Fiquei extremamente feliz em ver que ao contrário do livro anterior em que a paixão entre os personagens foi algo fast, aqui é perceptível como Sarah e Hugh vão se apaixonando pouco a pouco. Além disso, a narrativa repleta de situações engraçadas e diálogos inteligentes em que os personagens secundários, em especial as irmãs de Sarah conseguem desempenhar um papel de destaque na história. Simplesmente adorei reencontrar o trio Pleinsworth. Harriet, Elizabeth e Frances novamente roubaram a cena deixando tudo ainda mais especial. Como também adorei me reencontrar com a diva da Lady Dandury.

A minha única ressalva é em relação ao final que em minha opinião tem uma situação extremamente "exagerada" e "desnecessária". Ok! Que em algum momento da trama o pai do Hugh ia ter que aparecer. Mas tipo, apesar dele ser complemente desprezível fiquei com a sensação que a participação dele foi mal “aproveitada”, como se a Julia não soubesse como resolver uma questão e escreveu a primeira coisa que veio a mente.  Foi aquela “forçada de barra” que comentei alguns parágrafos acima. Não que isso atrapalhe ou tire o brilho da história como todo, só me deixou um pouco incomodada durante a leitura.

Acredito que tomei a decisão certa ao esperar um pouco para ler A Soma de Todos os Beijos.  O problema nem é a história em si, mas sim o fato que inconscientemente me pego esperando encontrar na série Quarteto Smythe-Smith o mesmo encantamento que tive ao ler a série Os Bridgertons. E acho que até é “normal” esperar que uma autora que adoro como é o caso da Julia Quinn, mantenha sempre o mesmo nível em suas histórias. Só que a verdade é que quando comparo às duas séries, fico com aquela terrível sensação que falta alguma coisa aqui.

“– Uma pessoa muito sábia certa vez me disse que não são os erros que cometemos que revelam nosso caráter, mas o que fazemos para corrigi-los.“

Com personagens fortes e carismáticos, A Soma de Todos os Beijos possui uma narrativa leve que nos cativa logo nas primeiras páginas com um romance clichê e  encantador. O primeiro livro da série, Simplesmente o Paraíso continua sendo o meu favorito até o momento, mas não nego que a história de Sarah e Hugh conquistou um lugar especial em meu coração.

Veja Também:

julho 17, 2017

A Pequena Livraria dos Corações Solitários por Annie Darling

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865889
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 308
Classificação: Bom
Sinopse: A Livraria dos Corações Solitários – Livro 01.
Era uma vez uma pequena livraria em Londres, onde Posy Morland passou a vida perdida entre as páginas de seus romances favoritos. Assim, quando Lavinia, a excêntrica dona da Bookends, morre e deixa a loja para Posy, ela se vê obrigada a colocar os livros de lado e encarar o mundo real. Porque Posy não herdou apenas um negócio quase falido, mas também a atenção indesejada do neto de Lavinia, Sebastian, conhecido como o homem mais grosseiro de Londres. Posy tem um plano astucioso e seis meses para transformar a Bookends na livraria dos seus sonhos — isso se Sebastian deixá-la em paz para trabalhar. Enquanto Posy e os amigos lutam para salvar sua amada livraria, ela se envolve em uma batalha com Sebastian, com quem começou a ter fantasias um tanto ardentes. Resta saber se, como as heroínas de seus romances favoritos, Posy vai conseguir o seu “felizes para sempre”.

Depois de ter seu coração partido em mil pedacinhos com a leitura de Nossas Horas Mais Felizes, essa que vos escreve sentiu a necessidade de encontrar consolo em uma história digamos bem "açucarada".  Logo nas primeiras páginas de A Pequena Livraria dos Corações Solitários da autora Annie Darling, me vi envolvida em uma narrativa leve e previsível, exatamente o tipo de história que cura corações quebrados deixando-os mais quentinhos.

Posy Morland passou grande parte de sua vida entre as estantes e seus romances favoritos da Bookends. Para Posy a pequena livraria é mais do que apenas o seu lugar de trabalho, mas seu refugio e principalmente seu lar. Mas quando ela herda o negócio praticamente falido e precisa enfrentar de frente o risco de acabar na rua com Sam, seu irmão mais novo, o lugar que antes era tão especial começa a ser fonte de uma grande dor de cabeça para a jovem. O que Lavinia, a antiga proprietária tinha em mente ao deixar a livraria para uma pessoa como ela, que nem a própria vida administrava direito? 

E se já não fosse o bastante, lidar com um futuro totalmente incerto, a responsabilidade de cuidar do irmão, impedir a fechamento da livraria garantindo assim o emprego de seus amigos e o teto sobe sua cabeça, Posy precisa lidar também com as interferências de Sebastian. O intrometido neto de Lavinia faz questão de se meter em tudo o que se refere à livraria e a vida pessoal de Posy. E tentar ter uma conversa civilizada com ele é praticamente impossível. Em meio a uma constante troca de “elogios” e um plano arriscado para reerguer a Bookends, Posy e Sebastian vão descobrir que mesmo com todas as peripécias e imprevistos típicos do mundo real, todos nós podemos viver um romance típico de conto de fadas.

A Pequena Livraria dos Corações Solitários é aquele típico livro que você começa já sabendo o final. Annie Darling nos apresenta aqui o velho e bom romance gracinha com todos os ingredientes que os fãs de um clichê açucarado adoram. A narrativa é leve, pontuada com as doses certas de humor e drama, mas que infelizmente acaba pecando um pouco na construção dos personagens.

Confesso que ainda não sei direito como me sinto em relação aos protagonistas, pois tanto Posy como Sebastian me deixaram muito incomodada com suas atitudes imaturas. O Sebastian é sem sombra de dúvidas o protagonista mais mimado e desagradável que já encontrei nas páginas dos livros. E mesmo que ao final a autora tenha buscado “justificar” seu comportamento esnobe e prepotente ainda sim, terminei a leitura nutrindo uma imensa antipatia por ele.

Já a Posy acabou se revelando uma personagem com um grande potencial “desperdiçado”.  A forma como Annie Darling construiu a relação dela com o Sebastian, me deu a sensação que a vida da personagem girava em torno de uma pessoa que só sabia ser grossa e autoritária com ela. Em várias situações que exigiam que Posy tivesse uma atitude madura e lutasse por aquilo que queria, a personagem agia completamente ao contrário. Além de um comportamento extremamente “infantil”, fica claro em vários momentos que a personagem prefere se apegar as lembranças e dores de seu passado do que seguir em frente.

Os personagens secundários não desempenham nenhum papel marcante no desenvolvimento da narrativa, pois acabam completamente “ofuscados” pelas picuinhas e trocas de farpas de Posy e Sebastian. Porém, mesmo com uma participação pequena e sofrendo em algumas situações da mesma “infantilidade” da protagonista, eu gostei da Nina, do mesmo modo que a Verity e especialmente o Tom foram personagens que embora não acrescentem muito a história ajudaram a dar um bom ritmo na narrativa. Mas quem realmente conseguiu se destacar e conquistar um espacinho no meu coração foi o Sam. Até por que logo no começo fica claro que com quinze anos ele é a única pessoa “adulta” na trama.

Porém se Annie Darling errou um pouco a mão na hora de criar seus personagens, a autora se redime ao inserir na narrativa várias referências a autoras que amamos como; Georgette Heyer, Julia Quinn, Mary Baloch, Emily Brontë, Jane Austen, entre outras. A verdade é que o estilo de escrita de Annie Darling lembra muito a estrutura a qual estamos acostumados a encontrar em romances de época.  Inclusive entre os capítulos existe um pequeno conto, por assim dizer, bastante divertido e que em minha opinião é um dos pontos altos da história.

Ao começar a ler A Pequena Livraria dos Corações Solitários esperava encontrar uma narrativa leve e despretensiosa e foi o que encontrei aqui.  Annie Darling soube escrever um clichê envolvente em que mesmo não sentindo tanta empatia por seus personagens, me vi torcendo para que eles tivessem um feliz para sempre.

“Sempre vou tentar fazer o que for certo para você, mesmo que às vezes eu faça tudo terrivelmente errado.”

A Pequena Livraria dos Corações Solitários pode até não ser “o melhor” romance que você vai ler na vida. Mas com certeza será uma leitura que vai ter deixar com um sorriso bobo no rosto e com o coração quentinho.

julho 10, 2017

Nossas Horas Mais Felizes por Gong Ji-Young

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501096678
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 280
Classificação:
Sinopse: Yujeong é uma jovem da alta sociedade coreana que, indiferente a tudo e a todos é incapaz de se entender com a própria família, não consegue encontrar um sentido para sua vida. Depois de três tentativas frustradas de suicídio, ela acaba definhando entre o álcool e o desespero. Seus familiares, por outro lado, não se esforçam para entendê-la, a não ser sua tia, a irmã Mônica, com quem sempre teve uma ligação especial. Disposta a fazer o que for preciso para que Yujeong volte a sentir vontade de viver, a freira sugere à sobrinha que as duas façam semanalmente uma visita a um preso no corredor da morte. E então elas conhecem Yunsu, um homem que anseia deixar este mundo por acreditar que só assim conseguirá se redimir de seus pecados. Apesar de sua origem humilde, ele e Yujeong têm algo em comum: um triste passado de abusos físicos e psicológicos. Aos poucos, durante os encontros na prisão, os dois jovens atormentados revelam um ao outro seus segredos mais obscuros e seus traumas do passado, criando uma conexão inesperada, que gradualmente desperta nessas duas pobres almas o desejo de viver. Mas as mãos de Yunsu estão sempre algemadas, os guardas estão constantemente por perto, e Yujeong sabe que aquelas horas felizes juntos podem ser tragicamente curtas.

Confesso que a primeira vista Nossas Horas Mais Felizes da autora sul-coreana Gong Ji-Young foi um livro que não me chamou a atenção. Mas, algo me dizia que eu tinha dar uma chance a ele, que a história contida em suas páginas é aquele tipo de história que precisa ser lida.  Quando comecei a leitura não estava preparada para o que encontrei aqui, pois enquanto Gong Ji-Young ia me surpreendendo com uma belíssima narrativa a cada capítulo, a autora também ia aos poucos quebrando o meu coração junto.

Yujeong cresceu em meio a todo o luxo e conforto que uma pessoa nascida na alta sociedade sul-coreana poderia ter. Porém, após um acontecimento traumático a jovem passou a desejar somente uma coisa todos os dias, - morrer. Depois de sua terceira tentativa de suicídio, sua tia Mônica resolve interferir. A freira faz uma proposta à sobrinha, que ela troque a terapia por um mês de visita a um preso que está no corredor da morte. Yujeong não consegue imaginar como isso pode ajuda-la a deixar de querer morrer, mas como não tem muita escolha acaba aceitando o convite da tia.

O jovem Yunsu acredita que só com sua morte vai conseguir se redimir de todos os pecados. O rapaz é arredio no começo, porém conforme o tempo passada uma estranha amizade entre ele e Yujeong surge. Yujeong e Yunsu percebem que apesar dos caminhos diferentes que suas vidas tomaram, eles têm muito em comum. Ambos carregam feridas em suas almas causadas por anos de abandono, abusos e principalmente falta de amor. 

Mesmo com as poucas horas que tem para conversar durante a  semana, todas as quintas-feiras, essa amizade improvável acaba despertando neles a vontade de viver. Mas não é só isso, uma mudança interna e ainda mais profunda, começa naquela pequena sala no presídio. Mudança essa que transformaria suas vidas  para sempre.

Admito que não está sendo nada fácil escrever essa resenha, pois enquanto estou aqui digitando cada palavra, meus olhos estão sem enchendo de lágrimas novamente.  E fazia muito, mais muito tempo mesmo que uma história não causava esse efeito em mim. Gong Ji-Young construiu uma narrativa tão bela como dolorosa, do tipo que por mais que não concordamos com as atitudes de seus protagonistas torcemos por um “impossível”, o tão sonhado final feliz.

Não nego que em muitos momentos fiquei com raiva da Yujeong. Ficava me perguntando como uma pessoa que tinha tudo e que passou por tanto sofrimento, podia ser tão arrogante e julgar tanto as outras pessoas. Eu entendia a dor dela, e "compreendia" o motivo de sua revolta com a mãe, mas pensava; “Por que ela não transforma todos esses sentimentos negativos e destrutivos em algo bom?”.  Só que ai percebi que estava fazendo o mesmo que a Yujeong fazia com o outros, julgando suas atitudes baseadas só naquilo que eu estava vendo. E quantas vezes no dia a dia eu, você, todo mundo não fazemos isso?

Porém, essa não é apenas a história de Yujeong, essa é a história de Yunsu. Yunsu que passou a vida toda sem conhecer o amor. Yunsu que cresceu acreditando que a violência era a resposta para tudo. Meu coração se partiu inúmeras vezes pela criança que ele foi e pelo adulto que a violência criou. Partiu-se por que existem milhões de Yunsu no mundo, que cruzam nossos caminhos todos os dias e que ignoramos. Por que ao contrário do que muita gente pode pensar a violência não é um “luxo” das classes mais baixas, e às vezes tudo o que uma pessoa precisa é que alguém estenda a mão e lhe diga; “Ok! Vai ficar tudo bem”.

Nossas Horas Mais Felizes possui uma narrativa que nos faz refletir sobre vários pontos de nossas próprias vidas, só que a sua história é muito mais que isso.  Com uma leveza e sensibilidade enorme, Gong Ji-Young nos mostra o quanto o poder do amor é transformador. E não digo o amor romanceado entre um homem e uma mulher. E sim aquele amor que faz você se importar com o outro, que faz você se preocupar com a felicidade e a segurança de alguém, mas do que se preocupa consigo mesmo.  É você querer de alguma forma curar as feridas do outro, apesar das suas feridas ainda estarem sangrando. Foi lindo ver Yujeong e Yunsu descobrindo esse tipo de amor juntos.

Todo ato gera uma consequência e Nossas Horas Mais Felizes nos mostra exatamente isso. Gong Ji-Young nos presenteia com uma narrativa que nos “machuca”, pois nos faz pensar que nossos atos também geram consequências. Que só quem é amado sabe o que é amor. Que só aquele que foi perdoado sabe perdoar. E que perdoar os outros e a si mesmo é algo extremamente difícil.  E acima de tudo, que quando alguém diz que quer ou que merece morrer, essa pessoa está pedindo ajuda, pois ela está sofrendo tanto que não suporta mais viver daquele jeito.

Terminei a leitura de Nossas Horas Mais Felizes em prantos e enquanto escrevo essa resenha meu coração está se partindo em mil pedacinhos novamente. Gong Ji-Young escreveu uma história que vai ficar comigo por muito, mais muito tempo. E que sim, precisa ser lida e conhecida por todos.

“Existia alguma infelicidade que não tivesse uma história por trás? Uma tristeza que não fosse injusta? Dizer que as pessoas eram dignas de pena significava que a justiça tinha virado as costas para elas.”

Queria muito conseguir através dessa resenha, passar para vocês o quanto esse livro lindo e merece de lido. Porém por mais que me esforce nada que eu diga fará jus à profundidade e beleza de sua história (). Por isso peço a cada um de vocês que abra o seu coração e leia, Nossas Horas Mais Felizes.

julho 03, 2017

A Conquista por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390663
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 296
Classificação: Ótimo
Sinopse: Amores Improváveis – Livro 04.
De todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, John Tucker se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila- esposa, filhos e, quem sabe um dia, abrir um negócio próprio. Mas nem mesmo o cara mais calmo do mundo estaria preparado para o turbilhão de emoções que ele está prestes a enfrentar. Sabrina James é a pessoa mais ambiciosa, dedicada e batalhadora do campus. Seu jeito sério e objetivo é interpretado por muitos como frieza, mas ela não está nem aí para sua fama de antipática. Tudo o que ela quer é passar em Harvard, tirar ótimas notas e conquistar a tão sonhada carreira como advogada. Só assim ela conseguirá escapar de seu passado difícil e de sua família terrível. Um acontecimento inesperado vai desses jovens de cabeça para baixo. Tucker e Sabrina vão precisar se unir e rever seus planos para o futuro. Juntos, eles aprenderão que a vida é cheia de surpresas, e que o amor é a maior conquista de todas.

Sempre sinto aquele misto de felicidade e tristeza quando uma série que acompanho chega ao fim. E é justamente essa foi a sensação que tive ao ler as últimas frases de A Conquista, quarto livro da série Amores Improváveis da autora Elle Kennedy. Ao mesmo tempo em que tinha um sorriso bobo no rosto, uma parte de mim estava triste por me despedir de personagens que ao longo de quatro livros conquistaram um lugarzinho especial em meu coração.

Sabrina James já se acostumou a ser taxada de bruxa do campus da Universidade de Briar. Em especial por que Dean Di Laurentis fez questão de espalhar para quem quisesse ouvir que ela é uma pessoa fria e calculista. Só quem conhece Sabrina de verdade, sabe que por debaixo de sua aparente “antipatia” e de sua personalidade ambiciosa, a vida da jovem não é nada fácil. Ao contrário de muitos dos seus colegas, Sabrina sempre precisou batalhar muito para chegar aonde chegou.

Sabrina não tem tempo para relacionamentos, à verdade é que apesar de curtir uma noite ou outra de sexo casual, ela não quer as complicações que um namoro pode trazer. Tudo o que ela mais deseja é se formar em Havard e deixar seu passado sombrio para trás. Só que depois de uma noite com John Tucker, ela se vê encantada com o jeito carinhoso e gentil do jogador de hóquei. O mesmo acontece com Tucker, que percebe que apesar da fachada de durona Sabrina é doce e frágil.

Tucker se apaixona perdidamente por Sabrina e por mais que ela tente manter o rapaz afastado, com o tempo à atração que um sente por ele acaba falando mais alto. Eles então começam um relacionamento que está praticamente fadado a terminar, deixando ambos com o coração partido após a formatura. Afinal ela vai continuar em Boston enquanto Tucker voltará para sua cidade natal no Texas. Mas o destino tinha outros planos, e o que começou com uma noite de sexo casual transformará a vida deles para sempre.

Talvez soe "exagerado" de minha parte dizer que Elle Kennedy deixou o melhor para o final. Porém quando penso no desenvolvimento de toda a série é exatamente essa a impressão que tenho. A Conquista, além de trazer uma visível evolução da escrita da autora nos apresenta também uma história mais sensível e madura quando comparada aos livros anteriores. E grande parte disso se dá por conta de seus protagonistas.

Sabrina é aquele tipo de pessoa que nunca conheceu o amor em seu meio familiar e que cresceu decidida a mudar sua história e principalmente a fugir do seu passado. Não que ela tenha “vergonha” de suas origens, ao contrário, Sabrina se orgulha de conquistar as coisas com o suor de seu trabalho e claro, seu intelecto. Só que ela não gosta que as pessoas sintam pena dela e por isso faz de tudo para que os outros não descubram de onde ela vem.

E mesmo que Tucker não tenha tanto dinheiro como seus amigos de república, ele cresceu com certo conforto e principalmente com todo o amor que faltou na vida de Sabrina. É muito bonito ver como a relação deles vai sendo construída e causando mudanças e transformações profundas nos dois, apesar de todos os obstáculos que enfrentam.  E mesmo o Dean () sendo o meu amorzinho, não nego que com seu jeito carinhoso e dedicado o Tucker me conquistou também.

Em A Conquista temos uma narrativa que nos encanta e nos emociona de uma forma muito leve e fluida. Elle Kennedy nos presenteia com uma história cheia de imprevistos e surpresas, mostrando o quanto os elos de amor e amizade são importantes em nossas vidas. Sorri e chorei ao acompanhar a trajetória de Sabrina e Tucker e torci a cada capítulo para que em meio a todas as dificuldades, eles tivessem seu final feliz.

Confesso que quando li o primeiro livro da série,  O Acordo não imaginava que ai acabar me apegando tanto aos seus personagens e suas histórias. Terminei a leitura de A Conquista, com o coração quentinho e já morrendo de saudades de Hannah e Garret, Grace e Logan, Allie e Dean, Sabrina e Tucker.  Mal posso esperar pelas próximas histórias da Elle Kennedy, por que assim como seus personagens, ela também tem um lugar especial no coração dessa leitora aqui ().

“Somos iguais. E seu passado, com quem mora, de onde veio, isso não importa. Você está criando seu próprio futuro, e quero ver onde a estrada via te levar.”

A série Amores Improváveis pode até ser clichê. Mas é aquele clichê irresistível que aos poucos nos conquista e nos deixando completamente apaixonados por suas histórias em personagens. Com uma narrativa envolvente e um romance super gracinha, sem sombra de duvidas A Conquista fechou com chave de ouro a série ().

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junho 29, 2017

O Ceifador por Neal Shusterman

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340352
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 448
Classificação:
Sinopse: Scythe – Livro 01.
Primeiro mandamento: matarás.
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.

Do mesmo modo que adoro de uma leitura leve e singela, não abro mão de livros com uma narrativa um pouco mais "ambiciosa" e principalmente inteligente. Assim que comecei a leitura de O Ceifador, estava preparada para me deparar com uma história de certa forma "pesada", escrita com a pretensão de impactar o leitor. Porém para minha surpresa, o autor Neal Shusterman nos apresenta aqui uma narrativa instigante que mesmo causando o impacto desejado, consegue ser envolvente e despretensiosa.

A humanidade finalmente atingiu o nível de  perfeição. A violência, fome, doenças e a morte são coisas do passado. Graças a Nimbo-Cúmulo, a inteligência artificial que evoluiu de uma simples nuvem de dados para se tornar a maior autoridade do planeta, a paz e a imortalidade foram finalmente alcançadas. Porém, para que o perfeito equilibro entre homem e recursos naturais exista algumas pessoas ainda precisam morrer e os únicos que podem pôr fim a uma vida são os ceifadores. Eles estão acima de qualquer lei, e até mesmo a Nimbo-Cúmulo se mantém afastada dos assuntos referentes à Ceifa, a grande organização dos ceifadores.

Os ceifadores são temidos e quando os caminhos de Citra e Rowan se cruzam com os do ceifador Faraday a vida dos dois adolescentes muda para sempre. Embora nenhum dos dois deseje aprender a arte de matar, eles acabam se tornando aprendizes do ceifador. Mas apesar de sua missão macabra, Faraday acredita que o ato de coletar uma vida deve ser feito com compaixão e não por prazer. Só que a Ceifa está cada vez mais dividida e muitos estão dispostos a quebrar as leis da organização e assim trazer ao mundo uma nova era sangrenta.

O treinamento para se tornar um ceifador é pesado e a convivência faz como que uma cumplicidade e outro tipo de sentimento surjam entre Citra e Rowan e isso não passa despercebido a Ceifa. Graças a uma intrincada rede de intrigas e conspirações, Citra e Rowan acabam em lados opostos e ao final do treinamento, somente um deles irá receber o manto sagrado e o anel de ceifador o outro terá que morrer. Mas será que eles vão de capazes de cumprir o decreto da Ceifa?

O Ceifador nos leva por uma viagem ao um mundo futurista em que a ciência e a tecnologia conseguiram resolver os grandes dilemas da humanidade, incluindo a morte. Por esse motivo acredito que mesmo contando com personagens bem construídos e protagonistas fortes, a Morte é de fato o personagem central aqui.  De uma maneira bastante perspicaz Neal Shusterman inseriu várias reflexões sobre o tema, além de duras críticas a sistemas corruptos e ao estilo de vida mais “fácil”. Foram justamente esses pontos e a forma como eles são trabalhados na narrativa que tornam o livro tão incrível em minha opinião.

Gostei muito do modo como o autor construiu a personalidade da Citra e do Rowan. Os dois tiveram criações diferentes e são quase como água e vinho. Seus caminhos provavelmente nunca teriam se cruzado se não fosse pelo fato de Faraday os ter escolhido como aprendizes. Ambos possuem um principio moral e éticos muito fortes, que se tornam ainda mais visíveis nos momentos que a sombra do significado de ser um ceifador e o poder que isso traz, os faz questionar suas motivações e a si mesmos.

Tanto o ceifador Faraday como a ceifadora Curie desempenham um papel importante no desenvolvimento da história. São eles que dão a voz as reflexões que o autor inseriu na narrativa, e como ceifadores da “velha guarda” Faraday e Curie demonstraram através de suas ações uma compaixão e empatia pelo próximo enorme, especialmente se levarmos em conta que eles são os responsáveis por trazer dor e sofrimento as pessoas.

Neal Shusterman ainda nos presenteia com o vilão caricato é verdade, mas que apesar da sua prepotência e desejo por sangue e poder consegue ser carismático. E mesmo que eu não goste muito dessa separação explicita entre o bem e o mal em narrativas, eu consegui entender os motivos do autor para deixar isso tão claro na história. Afinal a humanidade conseguiu chegar a um nível de evolução científica e tecnológica em que a única coisa que nos espera é uma vida eterna, agradável e feliz. Mas será que a ciência e a tecnologia são capazes de eliminar o que de pior existe no instinto humano?

Outro ponto positivo é o fato do autor ter focado na evolução da história como um todo deixando o suposto romance entre os protagonistas como plano de fundo. Isso faz com que a narrativa fique mais interesse e gostosa de acompanhar, pois quanto mais o autor revela os segredos da Ceifa e a forma como esse mundo utópico funciona, mais sobre eles queremos saber.

O Ceifador uma foi grata surpresa e sem sombra de dúvidas é uma das minhas melhores leituras do ano até o momento. Sua narrativa é repleta de mistérios e reviravoltas que me deixaram simplesmente chocada em alguns capítulos. Além disso, Neal Shusterman soube como deixar pontas soltas e perguntas para serem respondidas no próximo livro da série. De minha parte só posso adiantar que estou bem curiosa para saber o que o futuro reserva para Citra e Rowan.

“Remorso. Arrependimento. Sofrimentos grandes demais para suportarmos. Porque, se não sentíssemos nada, que espécie de monstros seríamos?“

Confesso que ao iniciar a leitura de O Ceifador esperava uma história completamente diferente e acabei surpreendida da melhor forma possível. Mesmo com os ares futuristas, Neal Shusterman aborda aqui questões atuais em uma narrativa inteligente marcada por reflexões sobre o caráter humano, vida e a morte. Tudo isso com uma escrita fluida e envolvente que vai fazer você perder algumas horas de sono para descobrir o que te espera no próximo capítulo.

junho 19, 2017

Belas Maldições por Terry Pratchett e Neil Gaiman

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788528622003
Editora: Bertrand Brasil
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Muito Bom
Sinopse: As Justas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, Bruxa.
O mundo vai acabar em um sábado. No próximo sábado, e ainda por cima antes do jantar. O que é um grande problema para Crowley, o demônio mais acessível do Inferno, residente na Terra, e sua contraparte e velho amigo Aziraphale, anjo genuíno e dono de livraria em Londres. Depois de quatro mil anos vivendo entre os humanos, eles pegaram um gosto pelo mundo, e o Armagedom lhes parece um evento bastante inconveniente. Então, para evitar o fim do mundo, precisam encontrar a chave de tudo: o jovem Anticristo, agora um menino de 11 anos vivendo tranquilamente em uma cidadezinha inglesa. Em seu caminho, acabarão trombando com uma jovem ocultista, dona do único livro que prevê precisamente os acontecimentos do fim do mundo, caçadores de bruxas ainda na ativa e, quem sabe, até os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Mas eles precisam ser rápidos. Não é só o tempo que está acabando.

Admito que apesar de ser fã de literatura fantástica tenho uma espécie de relação de amor em ódio com o autor Neil Gaiman. Por outro lado, nunca tinha lido nada do autor já falecido, Terry Pratchett. Então quando vi Belas Maldições pensei; “porque não?”, afinal com uma sinopse um tanto quanto peculiar que prometia no mínimo algumas gargalhadas, a história merecia uma chance. Para minha surpresa me deparei com uma narrativa deliciosa, irônica e completamente inusitada.

A "amizade" entre o anjo Aziraphale e o demônio Crowley é antiga, tão antiga quanto o Velho Testamento. Durante todos os séculos desde o Jardim do Éden até os dias atuais, eles conseguiram manter em “equilibro” as forças do bem e o mal no plano terrestre, ao ponto que ambos acabaram se afeiçoando não somente aos humanos como ao nosso estilo de vida. Porém, o profetizado Armagedom está prestes a acontecer e a Grande Guerra entre o Céu e o Inferno, além de desnecessária é um enorme inconveniente na opinião dos dois o que só os deixa com uma única opção, tentar impedir que isso aconteça.

Enquanto os Quatro Cavaleiros do Apocalipse cavalgam pelo mundo, causando todo o mal pelos quais são responsabilizados, uma jovem ocultista Anathema descendente direta da bruxa Agnes Nutter tenta decifrar o livro de profecias que a sua ancestral deixou. Aparentemente As Justas e Precisas Profecias é o único livro no mundo que prevê com absoluta exatidão o fim de tudo e bem, alguns acontecimentos sem tanta importância também.

Os caçadores de bruxas ainda estão ativos, ou pelos menos o que restou deles e quando as primeiras trombetas começam a tocar os caminhos deles se cruzam com o de Anathema, Aziraphale e Crowley. O plano divino segue a todo o vapor e o fim parece inevitável, só que há um pequeno problema que nem o Céu e o Inferno previram. Aparentemente alguém andou perdendo o jovem Anticristo de vista.

Acredito que não exista uma única religião no mundo que não pregue de alguma forma o Apocalipse. Por esse motivo, Neil Gaiman e Terry Pratchett foram extremamente felizes ao construir uma narrativa com o tom certo de humor político incorreto, aquele que debocha de coisas sérias sem ter a necessidade de ofender ninguém.  As situações descritas em Belas Maldições não somente fazem com que você dê aquela parada e reflita suas próprias atitudes, como também dê risada de suas crenças e de si mesmo.

Gostei muito da forma como os autores trabalharam esse eterno duelo entre o bem e o mal. A grande sacada deles aqui foi justamente mostrar com um leve toque de sarcasmo o quanto nós somos simplesmente humanos. Ou seja, que até mesmo uma pessoa com as melhores intenções pode semear a maldade e vice-versa.  O modo como Neil Gaiman e Terry Pratchett usaram as imperfeições humanas para construir um enredo criativo é sem dúvidas um dos pontos altos do livro.

Os personagens assim como a narrativa são um tanto peculiares. O relacionamento de Aziraphale e Crowley é divertidíssimo. Durante a troca de diálogos deles fica bem perceptível o modo como o bem e o mal são representados com faces diferentes de uma mesma moeda. Já o temível Anticristo não é bem o que todos imaginam, assim como o cão do inferno que está mais para um cãozinho de estimação comum.  Já os cavaleiros do Apocalipse são um capítulo a parte nessa trama mirabolante.  Todos foram inseridos na história de uma forma muito inteligente, embora a identidade de um cavalheiro em si tenha ficado um pouco "confusa" no começo.

Ao iniciar a leitura de Belas Maldições não fazia ideia do que encontraria em suas páginas. As notas de rodapé com algumas explicações um tanto “bizarras”, mas hilárias tornam a leitura ainda mais divertida. O único ponto negativo que não posso deixar de mencionar são os pequenos erros de revisão que a obra possui.  Claro que não é nada que prejudique a leitura no todo, porém levando em conta que essa é a décima quarta edição do livro, tenho por mim que a revisão devia ter sido um pouco mais cuidadosa.

“Pode ajudar na compreensão das questões humanas ter uma noção clara que a maioria dos grandes triunfos e tragédias da história é provocada não porque as pessoas são fundamentalmente boas ou más, mas porque são fundamentalmente pessoas.”

Neil Gaiman e Terry Pratchett apresentam aqui uma nova versão do Apocalipse e de outras narrativas presentes na Bíblia, por esse motivo é importante iniciar a leitura de Belas Maldições com a mente aberta. Com uma história bem equilibrada em que seus autores souberam trabalhar temas mais sérios com leveza e uma boa pitada de humor, esse é aquele livro que vai fazer você dar boas gargalhadas, ao mesmo tempo em que reflete sobre o bem o mal e o modo com a humanidade segue com a sua vida.

junho 16, 2017

Tempestade de Cristal por Morgan Rhodes

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340345
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 408
Classificação:
Sinopse: A Queda dos Reinos – Livro 05.
Amara, a implacável imperatriz de Kraeshia, assumiu o trono de Mítica, e um sentimento de incerteza paira sobre Paelsia, Limeros e Auranos. Então Magnus e Cleo procuram um jeito de retomar o poder. Assim, acabam seguindo Gaius até a casa de Selia, sua mãe exilada. A avó de Magnus é uma bruxa poderosa que pode ajudar a liberar a magia dos cristais da Tétrade e recuperar Mítica. Mas, para concretizar seus planos, a família Damora deverá se juntar ao rebelde Jonas e o grupo formado por Nic, Felix e o misterioso Ashur ressuscitado. Enquanto isso, grávida de um Vigilante e temida por todos, Lucia foge do deus do fogo e viaja em busca de Gaius e Magnus. Mas o tempo está acabando. A tempestade iminente indica que a profecia sombria de que o Vigilante Timotheus falou está se aproximando. O destino da feiticeira está traçado, e inclui ninguém menos que o rebelde Jonas.

Não é segredo para ninguém que a série A Queda dos Reinos, da autora Morgan Rhodes tem aquele lugarzinho especial em meu coração. A espera por Tempestade de Cristal, quinto livro da série foi longa é verdade, mas valeu a pena. Com uma narrativa cheia de grandes revelações e reviravoltas de tirar o fôlego esse é até o momento, pelo menos em minha humilde opinião, o melhor livro da saga.

Contem spoilers dos livros anteriores, então quem não correr o risco pode pular três parágrafos agora.

Um sentimento de apreensão e incerteza paira sobre os três reinos de Mítica com o casamento do Rei Sanguinário com a Princesa Amara Corsas. Agora o reino faz parte do grande império de Kraeshia, mas Magnus e Cleo não estão dispostos a se render assim tão facilmente ao domínio de Amara. Porém para recuperar o poder, eles talvez precisem sacrificar o orgulho e formar uma aliança com o inimigo. Gaius está disposto a reparar os erros que cometeu com o filho no passado, e essa mudança repentina pode trazer problemas para o frágil relacionamento de Magnus e Cleo.

Do outro lado e alheia aos últimos acontecimentos Lucia, a jovem feiticeira conseguiu fugir de Kyan o cruel deus do fogo. Porém ela está fraca e o filho que carrega no ventre parece sugar o pouco que resta da sua magia. Lucia sabe que precisa aprisionar Kyan novamente e impedir que ele consiga libertar os outros deuses e assim concluir seu plano maligno. Lucia acredita que essa é uma missão solitária até o que o seu caminho se cruza com o do rebelde Jonas. O rebelde tem todos os motivos do mundo para virar as costas para a feiticeira, porém o destino dos dois parece estar ligado ao destino de Mítica.

Quando velhos inimigos se tornam aliados na tentativa de derrotar um inimigo em comum, a tempestade chega varrendo tudo em seu caminho. O verdadeiro mal é então revelado e com ele o caos e o medo de se perder tudo vêm à tona. Não há mais espaço para jogos e manipulações, o tempo está se esgotando e finalmente a profecia irá se cumprir. Só que o nem os Vigilantes podiam imaginar, que até mesmo um acontecimento profetizado pode ser alterado.

É bem complicado para essa que vos escreve falar de Morgan Rhodes. A Queda dos Reinos é uma das minhas séries de fantasia favorita, e nesses quase quatro anos em que eu a acompanho é visível que cada livro traz uma evolução não somente dos personagens, mas da história em si.  Tempestade de Cristal foi uma história que gerou sentimentos conflitantes em mim. Por que tipo, mesmo não gostando ou não aceitando muito bem as atitudes de alguns personagens, no fundo, bem lá no fundo eu conseguia “entende-lo”.

Os personagens aqui são muito cativantes e o melhor é que em nenhum momento a autora tenta torna-los “perfeitos”. Muito pelo contrário, todos têm atitudes egoístas e mesquinhas o que faz com que a todo instante você fique naquela corda banda do amor e ódio por eles. E por menor que tenha sido a participação da Lucia e do Jonas nesse livro em especial, a evolução que esses dois personagens tiveram em relação aos outros foi mais perceptível.  Continuo não “gostando” da Lucia por várias razões, só que não nego que houve situações que fiquei com pena dela. Por que o caminho que a personagem está trilhando é um caminho difícil e no final ela pode sim, perder tudo.

Já o Jonas vem tento uma boa evolução ao longo da série, porém nesse livro é visível seu amadurecimento e principalmente o quando as perdas que ele sofreu o tornaram mais forte. Confesso que me irritei um pouco com o “drama” da Cleo e do Magnus, embora aqui seja mais um caso do; “Ok é desnecessário mais eu entendo". Com a Amara é exatamente a mesma coisa. A personagem cresceu bastante na trama e apesar de ser uma praga em quase todos os sentidos eu gosto dela. Ela aquele tipo de personagem que consegue "convencer" que suas motivações são sinceras, mesmo que para alcançar seus objetivos ela jogue baixo.

Morgan Rhodes já provou que gosta dar reviravoltas em sua história e aqui não foi diferente. Selia, a mãe bruxa (literalmente) de Gaius começou como uma pequena personagem secundária e no final acabou se revelando uma peça chave.  Sabe quando você lê algo que fica meio sem reação tipo; “Não acredito que isso está acontecendo?”. Foi exatamente assim que fiquei nos capítulos finais. Rhodes criou um gancho incrível, o que é claro deixa qualquer leitor ainda mais curioso para conferir o próximo capítulo da série.

Terminei a leitura de Tempestade de Cristal com o coração na mão e completamente surpresa com a direção que autora deu para a história. Sendo bem sincera eu tive um “mini-infarto” com a forma que o livro acabou. Eu li e reli o ultimo parágrafo e pensei; “Você não pode fazer isso comigo Morgan Rhodes, não pode.” Só que ela fez, então aqui estou eu roendo as unhas de ansiedade por Immortal Reign, o último livro da série. 

“– Acho que todos nós merecemos morrer por algo que fizemos – Jonas disse, aliviando um pouco a tensão que precisa entre o príncipe e o rebelde. – Ou por algo que deixamos de fazer.”

Se eu estou preparada para dizer adeus a Mítica e aos personagens que amo e odeio com a mesma intensidade? Lógico que não!  Mas estou sofrendo como a forma que a Tempestade de Cristal terminou. Eu preciso de respostas, e preciso delas rápido.

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junho 08, 2017

Victoria e o Patife por Meg Cabot

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501401748
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 256
Classificação: Bom
Sinopse: Neste romance histórico juvenil escrito pela autora de “O diário da princesa”, acompanhamos a trajetória de Victoria. Criada pelos tios na Índia, ela é enviada a Londres aos 16 anos para conseguir um marido. Mas é na longa viagem até a Inglaterra que a jovem encontra o amor, na figura de Hugo Rothschild, o nono Conde de Malfrey. Tudo estaria ótimo se não fosse a insuportável interferência do capitão do navio, Jacob Carstairs. Por que ele não pode confiar na escolha de Victoria? Por que ele não a deixa em paz? Estaria Hugo escondendo algo?

Fazia muito tempo que não lia nada da  Meg Cabot. Por isso, após ler a sinopse de Victoria e o Patife fiquei bastante curiosa em conferir esse romance de época juvenil da autora. Porém apesar de ter se mostrado uma narrativa rápida e fluida, tenho que confessar que nem tudo foram flores durante a leitura.

Criada por seus tios na Índia, Lady Victoria Arbuthnot está a caminho de Londres para conseguir um marido. Mas durante a longa viagem a filha do falecido Duque acaba conhecendo o nono Conde de Malfrey, Hugo Rothschild que a pede em casamento sob a luz do luar. Lady Victoria está certa de que encontrou o amor de sua vida, afinal Hugo é tão charmoso e bem, ele é um Conde. Quem imaginaria que ela fosse conseguir o noivo perfeito então pouco tempo?

Tudo podia estar correndo as mil maravilhas, mas Victoria precisa lidar com as constantes interferências do capitão Jacob Carstairs em sua vida. Jacob está decidido a abrir os olhos da jovem em relação ao noivo, ao mesmo tempo em que ela tenta fazer o possível para manter o capitão enxerido longe de seus assuntos. Só que o problema é que aparentemente Jacob Carstairs, tem o dom de aparecer sempre nos mesmos lugares que ela. E o pior, o capitão parece saber um segredo que pode fazer com que o casamento de Victoria com o Conde de Malfrey não aconteça.

Victoria e o Patife possui uma narrativa totalmente clichê e até certo ponto acabou sendo uma leitura divertida. Só que o meu grande problema aqui foi a protagonista. Em nenhum momento consegui sentir empatia pela Victoria, muito pelo contrário em muitas situações eu quis dar uns tapas nela. Lady Victoria Arbuthnot é o tipo de pessoa prepotente e intrometida, que acha que sabe o que é melhor para todo mundo, porém não consegue ver o que é melhor para si mesma.  Confesso que alguns capítulos foram um tanto “sofridos”, especialmente quando a protagonistas destacava suas qualidades de interferir na vida dos outros.

Gostei do modo como o Jacob foi desenvolvido. Há principio ele passa a impressão de ser rapaz arrogante que quer apenas se divertir implicando com a Victoria. Só que conforme a narrativa avança vamos percebendo que a preocupação dele com ela é genuína. E tipo mesmo ele merecendo uma “pessoa melhor”, não nego que ficava com um sorriso bobo no rosto todas as vezes que Jacob e Victoria protagonizavam uma cena mais fofa.

Senti falta de um aprofundamento maior nos personagens secundários em especial no Conde de Malfrey. Não sei, mas senti que ele foi meio que “mal aproveitado”, na história. Os outros personagens possuem uma participação relativamente pequena, deixando a narrativa muito focada na Victoria, o que acabou me incomodando um pouco também.

Sempre gostei da escrita da Meg Cabot, pois suas histórias são despretensiosas, leves e divertidas. Porém, infelizmente não nego que esperava mais de Victoria e o Patife. Além disso, fato do meu santo não bater com o santo da protagonista fez com que eu não conseguisse me envolver tanto com a história como gostaria. Victoria e o Patife possui um enredo clichê e super bonitinho, mas me deixou com aquela terrível sensação de que faltou alguma coisa.

“– Na verdade – continuou ele, ainda usando aquele tom grave e sério –, acho que seria bem emocionante se casar com alguém que não precisa de você, mas que apenas... deseja estar com você. ”

Para quem está buscando uma leitura leve, com momentos engraçados e um romance fofo, Victoria e o Patife se apresenta como uma boa opção. E mesmo que alguns pontos não tenham me agradaram tanto como gostaria, não nego que ao final terminei a leitura com o coração mais quentinho.

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