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abril 25, 2021

Brave por Tammara Webber

| Arquivado em: RESENHAS

Brave é o quarto e último livro da série Contornos do Coração, escrita pela autora Tammara Webber. Foi um livro que demorou um tempinho para ser lançado no Brasil e que, por enquanto, só está disponível em e-book. Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe que essa série tem um lugar especial em meu coração, porém dessa vez não consegui me envolver tanto com a narrativa e seus personagens.

Acredito que um dos fatores que influenciaram isso, foi o grande intervalo entre a leitura do livro anterior e Brave. Li Sweet há cinco anos e querendo ou não, por mais que eu tenha um carinho especial pela série é “natural”, depois de tanto tempo sentir-se um pouco distante de um universo que até então era familiar.




ISBN: B08VCFKMDS
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2021
Número de páginas: 307
Classificação: Bom
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Sinopse: Contornos do Coração – Livro 04
Coragem significa se levantar para defender seus ideais... Ou, pelo menos, ter coragem para questioná-los. Em Brave, Erin McIntyre é cativante, mas proibida, já que no trabalho ela é a personificação do privilégio imerecido, pois é filha do dono da construtora. Por conta de todos esses fatores, Erin não imagina o que a espera quando começa a trabalhar na empresa do pai. Ao que parece, seu novo chefe, Isaac, não dá a mínima para ela. E isso pode deixar a garota com mais vontade de se aproximar dele. Isaac Maat é impossível de ser decifrado. Inteligente, ambicioso, emocionalmente imparcial, mais quente do que o chefe de alguém deveria ser e dono de uma personalidade sombria e silenciosa, ele já mostra de cara que não está nem um pouco a fim de se aproximar de Erin. Além disso, seu comportamento e suas atitudes levam a crer que ele tem um segredo muito bem escondido. Issac disse a si mesmo que conhecer Erin o ajudaria a derrubar o pai dela. Erin disse a si mesma que provocá-lo iria distrair seu coração despedaçado. E, por conta de todas essas diferenças, nenhum dos dois previu que travariam uma batalha íntima em que o vencedor seria o primeiro a renunciar. Em Brave, Tammara Webber apresenta um romance inter-racial protagonizado por personagens cativantes e verossímeis que vão deixar o leitor louco para conhecer o verdadeiro vencedor desse embate.


Após finalizar a faculdade e não saber ao certo que direção seguir, Erin McIntyre acaba aceitando a única opção que enxerga no momento, ir trabalhar na construtora do pai. Ela já imaginava que muitos iam se “ressentir” com a sua presença na empresa, afinal ao contrário dela muitos lutaram para conquistar uma vaga na famosa construtora JMCH, mas Erin não estava preparada para ser recebida pelo desprezo e antipatia mal disfarçada de seu diretor, Isaac Maat.

Quase tudo em Isaac é um mistério, menos o fato de não querer Erin por perto. Isaac trata Erin com frieza e um leve toque de impaciência que não passa despercebido por ela. Mas ao tentar decifrar o que está por de trás das atitudes de Isaac, Erin acaba se deparando com um grande enigma, e conforme o tempo passa sua curiosidade em relação seu chefe, acaba se tornando algo mais.

O maior problema com Brave em minha opinião, foi o fato da história ser narrada apenas pelo ponto de vista Erin. A narrativa tem uma construção lenta e ao centraliza-la apenas na protagonista tornou o desenvolvimento da histórica como um todo, menos “fluída”.  A sensação que tive, é que a autora tinha uma excelente ideia em mente, mas na hora de passa-la para o papel, ela acabou se “perdendo” um pouco.

Melhor amiga de amiga da Jacqueline, protagonista de Easy e Breakable, Erin sempre foi uma personagem carismática e é justamente, desse carisma que senti falta aqui. A Erin de Brave é um tanto apática, bem diferente da líder valente que conhecemos nos outros livros. Em partes essa mudança na personalidade da personagem é “explicada”, afinal a jovem está atormentada pelo peso da culpa e com dúvidas sobre qual caminho profissional seguir. Mas não há como negar, que foi uma mudança de personalidade um tanto "drástica".

Confesso que em nenhum momento senti que realmente existia química entre Isaac e Erin. Talvez isso tenha acontecido pelo modo como a narrativa é estruturada, mas de verdade não consegui me sentir conectada com o Isaac durante a leitura. De todos os romances que já li, não me recordo de um protagonista tão frio e distante. A narrativa não dá detalhes sobre ele, pois tudo nos é apresentado pela perceptiva da Erin.

São longos capítulos e só na reta final, a autora dá mais destaque para o Isaac na história. E tipo, personagens secundários que não acrescentam em nada na narrativa, tem mais espaço que o próprio protagonista. Gostaria muito de ter conhecido melhor o Isaac, seus sentimentos e sonhos. De ter visto algumas situações por seus olhos, pois até mesmo a “grande revelação” da trama acabou não sendo tão impactante. 

“— A coisa mais difícil para se fazer depois de perceber que se desviou do curso é tomar a decisão de voltar atrás. “

Tammara Webber buscou trazer para narrativa temas atuais, só que infelizmente ela acaba pecando pela superficialidade. Afinal, uma obra tem como base um romance inter-racial e que pretende, debater temas como racismo e privilégios da classe mais alta precisa que os dois lados da história sejam ouvidos e mostrados e isso, é algo que não acontece aqui.

O final também é um pouco corrido e a discussão em torno do preconceito em si, acaba meio que sendo “jogada” na narrativa. Acho que a autora podia ter se estendido uns dois ou três capítulos, até porque algumas pontas acabaram ficaram soltas.

Brave em si é um livro bom, mas que não conseguiu me cativar tanto como os livros anteriores da série. A minha maior “frustração” com esse livro é realmente perceber o quanto ele tinha potencial, mas que lamentavelmente os pontos que deviam ter tido uma atenção maior acabaram não tendo o espaço que mereciam.  

ps: Adorei me reencontrar um pouco com a Jacque e saber que, ela e meu Lucas () estão bem e felizes.

Veja Também:
Easy
Breakable
Sweet

abril 18, 2021

Volúpia de Veludo por Loretta Chase

 | Arquivado em: RESENHAS


Q
uem acompanha o blog há mais tempo sabe que, a Loretta Chase é uma das minhas autoras de romances de época favorita. Mas como andei dando um tempo nos livros do gênero, acabei lendo a Volúpia de Veludo, terceiro livro da série As Modistas somente agora. Confesso que uma parte de mim estava com medo de me decepcionar com a escrita da autora, pois li resenhas não tão positivas do livro em questão.

Não nego que tive problemas durante a leitura, porém isso se deu mais pelo meu momento atual e um desânimo monstruoso que tomou conta de mim no último mês, do que a qualidade da construção da história. Volúpia de Veludo possui uma narrativa com um ritmo um pouco mais lento, mas que nos apresenta personagens carismáticos em um romance ardente, divertido e com uma pequena dose de mistério.

Resenha

ISBN: 9788580417173
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 320
Classificação: Muito Bom
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Sinopse: As Modistas – Livro 03
Simon Fairfax, o fatalmente charmoso marquês de Lisburne, acaba de retornar relutantemente a Londres para cumprir uma obrigação familiar. Ainda assim, ele arranja tempo para seduzir Leonie Noirot, sócia da Maison Noirot. Só que, para a modista, o refinado ateliê vem sempre em primeiro lugar, e ela está mais preocupada com a missão de transformar a deselegante prima do marquês em um lindo cisne do que com assuntos românticos. Simon, porém, está tão obcecado em conquistá-la que não é capaz de apreciar a inteligência da moça, que tem um talento incrível para inventar curvas – e lucros. Ela resolve então ensinar-lhe uma lição propondo uma aposta que vai mudar a atitude dele de uma vez por todas. Ou será que a maior mudança da temporada acabará acontecendo dentro de Leonie?

Simon Fairfax, o marquês de Lisburne, retorna a Londres com a missão pessoal de proteger seu primo, o jovem poeta em ascensão lorde Swanton de qualquer perigo ou escândalo que a mente romântica e um tanto “avoada” possa causar. Mas o que Simon não imaginava é que o seu retorno ao continente reservava uma surpresa, o encontro entre ele e Leonie Noirot, uma das sócias da famosa da Maison Noirot.

Assim que os olhos do Simon pousaram na bela e contemplativa Leonie admirando uma obra de Botticelli, Lisburne decide conhecer melhor a modista e quem sabe seduzi-la. Só que essa tarefa acaba se mostrando um pouco mais complicada do charmoso marquês espera, pois para Leonie os negócios vêm sempre em primeiro lugar. Além disso, agora que suas irmãs Marcelline e Sophia se casaram com nobres, a mais nova das Noirots assumiu para si a responsabilidade de manter o refinado ateliê aberto e sendo referência de moda e sofisticação para a alta sociedade londrina.

Para isso, Leonie pretende transformar a prima de Lisburne, lady Gladys Fairfax, vista por muitos como uma megera desajeitada, na nova beldade da temporada. Simon acredita que tal incumbência é impossível e resolve fazer uma tentadora aposta com Srta. Noirot.

Quando um escândalo envolvendo Swanton coloca em risco a reputação da Maison Noirot e tudo por qual Leonie e suas irmãs lutaram, ela e o marquês resolvem unir forças para reverter a situação. E conforme os dias de passam e o prazo final da aposta também se aproxima, a modista e o marquês acabam não conseguindo resistir a atração que sentem um pelo outro.

Será que eles vão conseguir descobrir quem está interessado, em prejudicar o bom nome de lorde Swanton e recuperar sua reputação e do ateliê? E quem será o grande vencedor da aposta, quando ambos já entregaram os seus corações um para o outro? 

Uma das coisas que mais gosto na escrita da Loretta Chase é a forma como ela constrói seus personagens. As protagonistas estão longe de ser frágeis e inocentes como normalmente, encontramos em romances de época. As heroínas da autora, tem uma certa “malícia”, determinação e um humor sarcástico que torna a jornada delas na história, bem interessante de se acompanhar.

O mesmo pode-se dizer de seus personagens masculinos, que em um primeiro momento se mostram como os típicos patifes despreocupados, mas que possuem diversas camadas que vão sendo relevadas a cada capítulo, além de um coração enorme e o forte senso de responsabilidade para com aqueles que amam.

Esses pontos fazem com que as obras da autora sejam maduras e espirituosas ao mesmo tempo em que, os elementos clichês que tanto gosto dos livros do gênero estão presentes na narrativa. Só que como comentei no começo da resenha, em Volúpia de Veludo senti que o ritmo foi mais lento e com isso, a história demorou um pouco para me cativar.

De verdade, acho que isso aconteceu mais porque março foi um mês bem pesado do lado de cá, e acabei ficando completamente desanimada.  No geral gostei muito do que encontrei aqui e dei boas risadas em diversas ocasiões, porém em determinados capítulos senti que a autora dá “voltas demais” fazendo com que a narrativa fique levemente repetitiva.

“– É claro que sabia. É preciso um vigarista para reconhecer outro.”

Gostei muito das interações dos protagonistas e como o romance entre a Leonie e o Simon foi desenvolvido. Leonie ao contrário das irmãs é mais pé no chão e analítica, e ver como o relacionamento dela com o marquês consegue tirá-la de sua zona de conforto é bem divertido. O Simon infelizmente não foi aquele mocinho que me fez suspirar por ele. De certo modo achei ele um pouco “imaturo” quando comparado, com os protagonistas dos livros anteriores e por esse motivo, ele acabou não me encantando tanto.

Loretta Chase acertou ao dar um toque de mistério na trama quando inseriu o escândalo envolvendo Swanton, pois ao menos em minha opinião a história começa ficar mais interessante a partir desse ponto. Os personagens secundários também desempenham um papel importante na composição do enredo e fiquei bem feliz com a participação do duque de Clevedon, pois eu estava com saudades do personagem ().

Em suma Volúpia de Veludo é um livro bom que li em uma época não tão boa e sem dúvidas, isso acabou interferindo na minha experiência com a obra. A escrita da Loretta continua impecável e nos transporta para dentro das páginas, o que faz com que a gente se sinta parte da história também. Pretendo ler o quarto livro da série As Modistas, Romance entre Rendas ainda este ano para finalizar a série e espero de coração estar com um momento melhor, quando isso acontecer.

Veja Também:

Sedução da Seda
Escândalo de Cetim

abril 11, 2021

Desliguei a wi-fi

 | Arquivado em: CRÔNICAS & POESIAS

Sentimentos durante a pandemia
imagem: Thiszun no Pexels.

Desliguei a wi-fi
para me reconectar comigo.
Depois de um ano escutando apenas o eco de minha voz ressoando nessas paredes, sinto que não sei mais quem sou. Sinto que várias partes de mim se perderam e não sei, se e quando as encontrar, elas se encaixaram novamente.

Desliguei a wi-fi e coloquei meus fones de ouvido no mudo.
Talvez dessa forma, eu consiga silenciar a voz que todos os dias me traz notícias que hoje foi pior que ontem, me tirando o chão já frágil sobe meus pés. Não que ignorar os fatos façam com que eles desapareçam, mas a alienação faz com que a verdade doa menos.

Desliguei a wi-fi para passar um tempo com as minhas lembranças.
Agora que todos os dias parecem iguais passando com um borrão em minha janela, elas me trazem um afago. A doce sensação de que não estou totalmente só e que, de alguma forma tudo vai ficar bem, apesar de eu ainda não saber quando.

Desliguei a wi-fi e fui abraçar a vida.
Precisava sentir a grama debaixo dos meus pés, o sol aquecendo meu rosto e o vento bagunçando meu cabelo. Me sentir livre, mesmo nesse espaço pequeno de alguns metros quadrados. E encontrar em meio a todo esse caos um pouco de conforto e paz.

Desliguei a wi-fi ...

 texto escrito por: Ariane Gisele Reis.  ©  Todos os Direitos Reservados.

abril 04, 2021

As belíssimas fanarts de Roy Trinh

 | Arquivado em: ARTE 


Faz um bom tempo que não trago fanarts aqui no blog, mas para compensar isso no post de hoje vou compartilhar com você, as belíssimas obras do ilustrador Roy Trinh, conhecido também como Roy Heart. São artes lindas e com detalhes de encher os olhos, que vão deixar você completamente encantado.


Afinal, nada é mais encantador do que fanarts lindas das princesas da Disney. Sério, a primeira vez que vi o trabalho do ilustrador fiquei apaixonada. Então para esse post, fiz uma pequena seleção com as ilustrações das minhas princesas favoritas.

Mulan
Mulan

Conheci o trabalho do Roy por indicação de um amigo, que viu um dos trabalhos do ilustrador no Instagram e compartilhou comigo. A primeira coisa que me chamou a atenção, foi a graciosidade no traço do artista.  O traço de Roy é leve e a paleta de cores usada por ele, realça ainda mais a delicadeza de suas criações.

Além disso, mesmo que de um modo muito sutil os elementos presentes nos filmes estão presentes em cada ilustração. Outro ponto é que as ilustrações do artista têm "movimento", como se Roy tivesse registrado aquele momento único e especial de nossas princesas.

O olhar é detalhe que me chamou a atenção nas obras desse talentoso artista. A região dos olhos é elegante e bem definida, o que passa a sensação que as ilustrações estão olhando diretamente para nós. Roy Trinh também deu as princesas um ar mais maduro e feminino e com isso nos presenteia com o trabalho maravilhoso.


| Outros trabalhos:

Belle
Belle

Jasmine
Jasmine
Moana
Moana
Tiana
Tiana
Elsa
Elsa
Merida
Merida
Pocahontas
Pocahontas
Como comentei no começo do post busquei trazer para você, as fanarts das minhas princesas favoritas, porém confesso que mesmo não sendo muito fã do filme da Moana (me julguem), não podia deixar essa ilustração maravilhosa dela de fora dessa seleção. Em minha opinião, esse é um dos trabalhos mais incríveis do Roy.
 
No final do post, estou deixando o link do Instagram do artista para você conhecer outras lindas ilustrações dele. E não deixe de compartilhar comigo nos comentários qual dessas belas obras, você gostou mais.  Sinceramente não sei qual é a minha favorita, pois ainda estou em dúvida entre a Mulan, Pocahontas e a Jasmine. Mas escolher só uma arte entre tantas tão belas não é uma tarefa fácil, não é mesmo?

+ Roy Trinh
Instagram | Site

março 28, 2021

A Troca por Beth O'Leary

| Arquivado em: RESENHAS

Quem me conhece, sabe que busco evitar a leitura de livros que se tornam os “queridinhos” do momento entre muitos leitores. Já tive experiências não tão boas com livros assim e acabei ficando com a sensação de que a chata da história era eu, afinal todo mundo tinha amado o livro. Só que para minha surpresa, isso não aconteceu em A Troca da autora Beth O’Leary.

Acredito que começar a leitura sem grandes expectativas foi um dos grandes motivos para ao final me ver tão cativada pela narrativa e seus personagens. Beth O’Leary construiu uma história singela e que mesmo apelando para alguns clichês consegue mesclar drama, romance e situações divertidas de um modo encantador.

Resenha

ISBN: 9786555600438
Editora: Intrínseca
Ano de Lançamento: 2020
Número de páginas: 352
Classificação:
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Sinopse: Leena Cotton tem 29 anos e sente que já não é mais a mesma. Eileen Cotton tem 79 e está em busca de um novo amor. Tudo de que neta e avó precisam no momento é pôr em prática uma mudança radical. Então, para colocar suas respectivas vidas de volta nos trilhos, as duas têm uma ideia inusitada: trocar de lugar uma com a outra. Leena sabe que precisa descansar, mas imagina que a parte mais difícil será se adaptar à calmaria da cidadezinha onde a avó mora. Cadastrada em um site de relacionamentos, Eileen por sua vez embarca na aventura com a qual sonha desde a juventude. Dividindo o apartamento com dois amigos da neta, ela logo percebe que na cidade grande suas ideias mirabolantes não são tão complicadas assim. Ao trocar não só de casas, mas de celulares e computadores, de amigos e rotinas, Leena e Eileen vão descobrir muito mais sobre si mesmas do que imaginam. E se tudo der certo, talvez destrocar não seja a melhor solução.

Quem vê a vida agitada de Leena em Londres, pode deduzir que ela está no auge de sua vida profissional e amorosa. Não que em partes isso não seja verdade, aos 29 anos Leena tem um emprego que adora, um namorado apaixonado e os melhores amigos que alguém gostaria de ter. Porém nos recantos mais escondidos do seu coração, ela sabe que algo não vai tão bem assim.

Quando Eileen tem um novo projeto, nada fica entre ela e seu objetivo. Após ser abandonada pelo marido, a senhora de 79 anos decide que está na hora de sair em busca de um novo amor, porém há um pequeno obstáculo. Todos os senhores solteiros da tranquila e simpática cidade onde Eileen mora, são seus velhos conhecidos e ela não se sente muito atraída por nenhum deles.

Após uma crise de pânico durante uma reunião importante, Leena é afastada por 2 meses do trabalho e durante uma visita a avó, ela descobre seu novo projeto e decide ajudá-la, criando um perfil para Eileen em um site de relacionamento.

Enquanto conversam sobre os rumos que a vida de ambas tomou, avó e neta percebem que precisam de medidas um tanto drásticas para colocar as coisas em ordem e alcançar suas metas. Afinal, Leena sabe que precisa se afastar de Londres para conseguir descansar, do mesmo modo que Eileen tem ciência que para encontrar um novo amor ela vai precisar explorar uma nova vizinhança.

Eis então que uma ideia absurda surge; e se elas trocassem de lugar pelos próximos meses? Eileen vai para Londres ficar no apartamento de Leena e viver uma aventura na cidade grande, e a neta fica em Hamleigh-in-Harksdale na pacata zona rural de Yorkshire cuidando de todos os outros projetos de sua avó. Mas será que elas vão conseguir se adaptar ao universo da outra? Conforme os dias se passam Leena e Eileen vão descobrindo que a felicidade constrói sua morada onde o amor existe.

Uma das reflexões que fiz durante a leitura de A Troca, me remeteu a uma das primeiras conversas que tive com o meu terapeuta, sobre como em alguns momentos de nossa vida para conseguir seguir em frente é necessário dar dois passos para trás. A trajetória que a Leena tem na narrativa em diversas ocasiões me relembrou essa conversa. A personagem se joga no trabalho na tentativa de evitar as lembranças que lhe causavam dor, mas isso apenas prolonga o seu sofrimento pela perda da irmã Carla, além de fragilizar a relação com Marian, sua mãe.

Confesso que demorei um pouco para me conectar com a personagem e ao final uma atitude dela me deixou bem desgostosa, mas em partes entendo as ações da Leena, pois fica muito claro que elas são fruto de suas próprias inseguranças e da necessidade que ela tem de tentar manter tudo sob controle. Foi gratificante ver a evolução da personagem e o modo como ela foi de redescobrindo e curando-se.

Já Eileen é uma personagem maravilhosa! Como alguém que cresceu em meio a pessoas da terceira idade e que por anos foi voluntária em asilos, logo nas primeiras páginas me vi completamente encantada por ela. Eileen é carismática, sábia e tão jovial que é praticamente impossível não desejar ter uma avó como ela.

Acompanhar suas aventuras por Londres, seu romance com Tod e o modo como ela consegue em tão pouco tempo causar mudanças positivas na vida de todos a sua volta, incluindo os amigos da neta Fitz, Martha e Bee sem dúvidas deixou meu coração mais quentinho. Além disso, a Patrulha do Bairro da qual Eileen é presidente em Hamleigh-in-Harksdale é mais um dos pontos altos da narrativa. Ver a sua preocupação com o bem-estar de todos ao mesmo tempo em que tem medo de ser invasiva, a torna ainda mais cativante.

Apesar da história como um todo ter um clima leve, a autora soube como inserir temas mais “pesados” como o luto, relacionamento abusivo, codependência amorosa, os perigos a que todos nós estamos expostos no mundo virtual e o sentimento de solidão e inadequação ao novo muito comum em alguns idosos.

Gostei muito da construção da amizade da Leena com o Arnold e o modo como a autora conduz a relação dela com Jackson. Mesmo que no contexto geral tudo possa parecer bem clichê, Beth O’Leary soube como dar um toque de emoção ao previsível e nos deixar na torcida por um final feliz.

“—Às vezes, é mais fácil ficar com raiva do que ficar triste...”.

Ao começar de forma despretensiosa a leitura de A Troca, esperava apenas encontrar uma leitura leve no melhor estilo Sessão da Tarde e em parte, foi exatamente isso que encontrei. Mas à medida que fui me envolvendo com a história, a cada capítulo me sentia mais conectada com os personagens e seus sentimentos e inseguranças.

Admito com muita alegria que acabei “mordendo a língua”, pois de verdade eu estava com bastante receio de não gostar tanto assim da história e no final simplesmente amei. Tanto que já vou colocar Teto para Dois, da mesma autora na minha lista de futuras leituras.  Não me decepcione viu, dona Beth O’Leary.


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