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julho 17, 2017

A Pequena Livraria dos Corações Solitários por Annie Darling

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865889
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 308
Classificação: Bom
Sinopse: A Livraria dos Corações Solitários – Livro 01.
Era uma vez uma pequena livraria em Londres, onde Posy Morland passou a vida perdida entre as páginas de seus romances favoritos. Assim, quando Lavinia, a excêntrica dona da Bookends, morre e deixa a loja para Posy, ela se vê obrigada a colocar os livros de lado e encarar o mundo real. Porque Posy não herdou apenas um negócio quase falido, mas também a atenção indesejada do neto de Lavinia, Sebastian, conhecido como o homem mais grosseiro de Londres. Posy tem um plano astucioso e seis meses para transformar a Bookends na livraria dos seus sonhos — isso se Sebastian deixá-la em paz para trabalhar. Enquanto Posy e os amigos lutam para salvar sua amada livraria, ela se envolve em uma batalha com Sebastian, com quem começou a ter fantasias um tanto ardentes. Resta saber se, como as heroínas de seus romances favoritos, Posy vai conseguir o seu “felizes para sempre”.

Depois de ter seu coração partido em mil pedacinhos com a leitura de Nossas Horas Mais Felizes, essa que vos escreve sentiu a necessidade de encontrar consolo em uma história digamos bem "açucarada".  Logo nas primeiras páginas de A Pequena Livraria dos Corações Solitários da autora Annie Darling, me vi envolvida em uma narrativa leve e previsível, exatamente o tipo de história que cura corações quebrados deixando-os mais quentinhos.

Posy Morland passou grande parte de sua vida entre as estantes e seus romances favoritos da Bookends. Para Posy a pequena livraria é mais do que apenas o seu lugar de trabalho, mas seu refugio e principalmente seu lar. Mas quando ela herda o negócio praticamente falido e precisa enfrentar de frente o risco de acabar na rua com Sam, seu irmão mais novo, o lugar que antes era tão especial começa a ser fonte de uma grande dor de cabeça para a jovem. O que Lavinia, a antiga proprietária tinha em mente ao deixar a livraria para uma pessoa como ela, que nem a própria vida administrava direito? 

E se já não fosse o bastante, lidar com um futuro totalmente incerto, a responsabilidade de cuidar do irmão, impedir a fechamento da livraria garantindo assim o emprego de seus amigos e o teto sobe sua cabeça, Posy precisa lidar também com as interferências de Sebastian. O intrometido neto de Lavinia faz questão de se meter em tudo o que se refere à livraria e a vida pessoal de Posy. E tentar ter uma conversa civilizada com ele é praticamente impossível. Em meio a uma constante troca de “elogios” e um plano arriscado para reerguer a Bookends, Posy e Sebastian vão descobrir que mesmo com todas as peripécias e imprevistos típicos do mundo real, todos nós podemos viver um romance típico de conto de fadas.

A Pequena Livraria dos Corações Solitários é aquele típico livro que você começa já sabendo o final. Annie Darling nos apresenta aqui o velho e bom romance gracinha com todos os ingredientes que os fãs de um clichê açucarado adoram. A narrativa é leve, pontuada com as doses certas de humor e drama, mas que infelizmente acaba pecando um pouco na construção dos personagens.

Confesso que ainda não sei direito como me sinto em relação aos protagonistas, pois tanto Posy como Sebastian me deixaram muito incomodada com suas atitudes imaturas. O Sebastian é sem sombra de dúvidas o protagonista mais mimado e desagradável que já encontrei nas páginas dos livros. E mesmo que ao final a autora tenha buscado “justificar” seu comportamento esnobe e prepotente ainda sim, terminei a leitura nutrindo uma imensa antipatia por ele.

Já a Posy acabou se revelando uma personagem com um grande potencial “desperdiçado”.  A forma como Annie Darling construiu a relação dela com o Sebastian, me deu a sensação que a vida da personagem girava em torno de uma pessoa que só sabia ser grossa e autoritária com ela. Em várias situações que exigiam que Posy tivesse uma atitude madura e lutasse por aquilo que queria, a personagem agia completamente ao contrário. Além de um comportamento extremamente “infantil”, fica claro em vários momentos que a personagem prefere se apegar as lembranças e dores de seu passado do que seguir em frente.

Os personagens secundários não desempenham nenhum papel marcante no desenvolvimento da narrativa, pois acabam completamente “ofuscados” pelas picuinhas e trocas de farpas de Posy e Sebastian. Porém, mesmo com uma participação pequena e sofrendo em algumas situações da mesma “infantilidade” da protagonista, eu gostei da Nina, do mesmo modo que a Verity e especialmente o Tom foram personagens que embora não acrescentem muito a história ajudaram a dar um bom ritmo na narrativa. Mas quem realmente conseguiu se destacar e conquistar um espacinho no meu coração foi o Sam. Até por que logo no começo fica claro que com quinze anos ele é a única pessoa “adulta” na trama.

Porém se Annie Darling errou um pouco a mão na hora de criar seus personagens, a autora se redime ao inserir na narrativa várias referências a autoras que amamos como; Georgette Heyer, Julia Quinn, Mary Baloch, Emily Brontë, Jane Austen, entre outras. A verdade é que o estilo de escrita de Annie Darling lembra muito a estrutura a qual estamos acostumados a encontrar em romances de época.  Inclusive entre os capítulos existe um pequeno conto, por assim dizer, bastante divertido e que em minha opinião é um dos pontos altos da história.

Ao começar a ler A Pequena Livraria dos Corações Solitários esperava encontrar uma narrativa leve e despretensiosa e foi o que encontrei aqui.  Annie Darling soube escrever um clichê envolvente em que mesmo não sentindo tanta empatia por seus personagens, me vi torcendo para que eles tivessem um feliz para sempre.

“Sempre vou tentar fazer o que for certo para você, mesmo que às vezes eu faça tudo terrivelmente errado.”

A Pequena Livraria dos Corações Solitários pode até não ser “o melhor” romance que você vai ler na vida. Mas com certeza será uma leitura que vai ter deixar com um sorriso bobo no rosto e com o coração quentinho.

julho 10, 2017

Nossas Horas Mais Felizes por Gong Ji-Young

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501096678
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 280
Classificação:
Sinopse: Yujeong é uma jovem da alta sociedade coreana que, indiferente a tudo e a todos é incapaz de se entender com a própria família, não consegue encontrar um sentido para sua vida. Depois de três tentativas frustradas de suicídio, ela acaba definhando entre o álcool e o desespero. Seus familiares, por outro lado, não se esforçam para entendê-la, a não ser sua tia, a irmã Mônica, com quem sempre teve uma ligação especial. Disposta a fazer o que for preciso para que Yujeong volte a sentir vontade de viver, a freira sugere à sobrinha que as duas façam semanalmente uma visita a um preso no corredor da morte. E então elas conhecem Yunsu, um homem que anseia deixar este mundo por acreditar que só assim conseguirá se redimir de seus pecados. Apesar de sua origem humilde, ele e Yujeong têm algo em comum: um triste passado de abusos físicos e psicológicos. Aos poucos, durante os encontros na prisão, os dois jovens atormentados revelam um ao outro seus segredos mais obscuros e seus traumas do passado, criando uma conexão inesperada, que gradualmente desperta nessas duas pobres almas o desejo de viver. Mas as mãos de Yunsu estão sempre algemadas, os guardas estão constantemente por perto, e Yujeong sabe que aquelas horas felizes juntos podem ser tragicamente curtas.

Confesso que a primeira vista Nossas Horas Mais Felizes da autora sul-coreana Gong Ji-Young foi um livro que não me chamou a atenção. Mas, algo me dizia que eu tinha dar uma chance a ele, que a história contida em suas páginas é aquele tipo de história que precisa ser lida.  Quando comecei a leitura não estava preparada para o que encontrei aqui, pois enquanto Gong Ji-Young ia me surpreendendo com uma belíssima narrativa a cada capítulo, a autora também ia aos poucos quebrando o meu coração junto.

Yujeong cresceu em meio a todo o luxo e conforto que uma pessoa nascida na alta sociedade sul-coreana poderia ter. Porém, após um acontecimento traumático a jovem passou a desejar somente uma coisa todos os dias, - morrer. Depois de sua terceira tentativa de suicídio, sua tia Mônica resolve interferir. A freira faz uma proposta à sobrinha, que ela troque a terapia por um mês de visita a um preso que está no corredor da morte. Yujeong não consegue imaginar como isso pode ajuda-la a deixar de querer morrer, mas como não tem muita escolha acaba aceitando o convite da tia.

O jovem Yunsu acredita que só com sua morte vai conseguir se redimir de todos os pecados. O rapaz é arredio no começo, porém conforme o tempo passada uma estranha amizade entre ele e Yujeong surge. Yujeong e Yunsu percebem que apesar dos caminhos diferentes que suas vidas tomaram, eles têm muito em comum. Ambos carregam feridas em suas almas causadas por anos de abandono, abusos e principalmente falta de amor. 

Mesmo com as poucas horas que tem para conversar durante a  semana, todas as quintas-feiras, essa amizade improvável acaba despertando neles a vontade de viver. Mas não é só isso, uma mudança interna e ainda mais profunda, começa naquela pequena sala no presídio. Mudança essa que transformaria suas vidas  para sempre.

Admito que não está sendo nada fácil escrever essa resenha, pois enquanto estou aqui digitando cada palavra, meus olhos estão sem enchendo de lágrimas novamente.  E fazia muito, mais muito tempo mesmo que uma história não causava esse efeito em mim. Gong Ji-Young construiu uma narrativa tão bela como dolorosa, do tipo que por mais que não concordamos com as atitudes de seus protagonistas torcemos por um “impossível”, o tão sonhado final feliz.

Não nego que em muitos momentos fiquei com raiva da Yujeong. Ficava me perguntando como uma pessoa que tinha tudo e que passou por tanto sofrimento, podia ser tão arrogante e julgar tanto as outras pessoas. Eu entendia a dor dela, e "compreendia" o motivo de sua revolta com a mãe, mas pensava; “Por que ela não transforma todos esses sentimentos negativos e destrutivos em algo bom?”.  Só que ai percebi que estava fazendo o mesmo que a Yujeong fazia com o outros, julgando suas atitudes baseadas só naquilo que eu estava vendo. E quantas vezes no dia a dia eu, você, todo mundo não fazemos isso?

Porém, essa não é apenas a história de Yujeong, essa é a história de Yunsu. Yunsu que passou a vida toda sem conhecer o amor. Yunsu que cresceu acreditando que a violência era a resposta para tudo. Meu coração se partiu inúmeras vezes pela criança que ele foi e pelo adulto que a violência criou. Partiu-se por que existem milhões de Yunsu no mundo, que cruzam nossos caminhos todos os dias e que ignoramos. Por que ao contrário do que muita gente pode pensar a violência não é um “luxo” das classes mais baixas, e às vezes tudo o que uma pessoa precisa é que alguém estenda a mão e lhe diga; “Ok! Vai ficar tudo bem”.

Nossas Horas Mais Felizes possui uma narrativa que nos faz refletir sobre vários pontos de nossas próprias vidas, só que a sua história é muito mais que isso.  Com uma leveza e sensibilidade enorme, Gong Ji-Young nos mostra o quanto o poder do amor é transformador. E não digo o amor romanceado entre um homem e uma mulher. E sim aquele amor que faz você se importar com o outro, que faz você se preocupar com a felicidade e a segurança de alguém, mas do que se preocupa consigo mesmo.  É você querer de alguma forma curar as feridas do outro, apesar das suas feridas ainda estarem sangrando. Foi lindo ver Yujeong e Yunsu descobrindo esse tipo de amor juntos.

Todo ato gera uma consequência e Nossas Horas Mais Felizes nos mostra exatamente isso. Gong Ji-Young nos presenteia com uma narrativa que nos “machuca”, pois nos faz pensar que nossos atos também geram consequências. Que só quem é amado sabe o que é amor. Que só aquele que foi perdoado sabe perdoar. E que perdoar os outros e a si mesmo é algo extremamente difícil.  E acima de tudo, que quando alguém diz que quer ou que merece morrer, essa pessoa está pedindo ajuda, pois ela está sofrendo tanto que não suporta mais viver daquele jeito.

Terminei a leitura de Nossas Horas Mais Felizes em prantos e enquanto escrevo essa resenha meu coração está se partindo em mil pedacinhos novamente. Gong Ji-Young escreveu uma história que vai ficar comigo por muito, mais muito tempo. E que sim, precisa ser lida e conhecida por todos.

“Existia alguma infelicidade que não tivesse uma história por trás? Uma tristeza que não fosse injusta? Dizer que as pessoas eram dignas de pena significava que a justiça tinha virado as costas para elas.”

Queria muito conseguir através dessa resenha, passar para vocês o quanto esse livro lindo e merece de lido. Porém por mais que me esforce nada que eu diga fará jus à profundidade e beleza de sua história (). Por isso peço a cada um de vocês que abra o seu coração e leia, Nossas Horas Mais Felizes.

julho 03, 2017

A Conquista por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390663
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 296
Classificação: Ótimo
Sinopse: Amores Improváveis – Livro 04.
De todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, John Tucker se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila- esposa, filhos e, quem sabe um dia, abrir um negócio próprio. Mas nem mesmo o cara mais calmo do mundo estaria preparado para o turbilhão de emoções que ele está prestes a enfrentar. Sabrina James é a pessoa mais ambiciosa, dedicada e batalhadora do campus. Seu jeito sério e objetivo é interpretado por muitos como frieza, mas ela não está nem aí para sua fama de antipática. Tudo o que ela quer é passar em Harvard, tirar ótimas notas e conquistar a tão sonhada carreira como advogada. Só assim ela conseguirá escapar de seu passado difícil e de sua família terrível. Um acontecimento inesperado vai desses jovens de cabeça para baixo. Tucker e Sabrina vão precisar se unir e rever seus planos para o futuro. Juntos, eles aprenderão que a vida é cheia de surpresas, e que o amor é a maior conquista de todas.

Sempre sinto aquele misto de felicidade e tristeza quando uma série que acompanho chega ao fim. E é justamente essa foi a sensação que tive ao ler as últimas frases de A Conquista, quarto livro da série Amores Improváveis da autora Elle Kennedy. Ao mesmo tempo em que tinha um sorriso bobo no rosto, uma parte de mim estava triste por me despedir de personagens que ao longo de quatro livros conquistaram um lugarzinho especial em meu coração.

Sabrina James já se acostumou a ser taxada de bruxa do campus da Universidade de Briar. Em especial por que Dean Di Laurentis fez questão de espalhar para quem quisesse ouvir que ela é uma pessoa fria e calculista. Só quem conhece Sabrina de verdade, sabe que por debaixo de sua aparente “antipatia” e de sua personalidade ambiciosa, a vida da jovem não é nada fácil. Ao contrário de muitos dos seus colegas, Sabrina sempre precisou batalhar muito para chegar aonde chegou.

Sabrina não tem tempo para relacionamentos, à verdade é que apesar de curtir uma noite ou outra de sexo casual, ela não quer as complicações que um namoro pode trazer. Tudo o que ela mais deseja é se formar em Havard e deixar seu passado sombrio para trás. Só que depois de uma noite com John Tucker, ela se vê encantada com o jeito carinhoso e gentil do jogador de hóquei. O mesmo acontece com Tucker, que percebe que apesar da fachada de durona Sabrina é doce e frágil.

Tucker se apaixona perdidamente por Sabrina e por mais que ela tente manter o rapaz afastado, com o tempo à atração que um sente por ele acaba falando mais alto. Eles então começam um relacionamento que está praticamente fadado a terminar, deixando ambos com o coração partido após a formatura. Afinal ela vai continuar em Boston enquanto Tucker voltará para sua cidade natal no Texas. Mas o destino tinha outros planos, e o que começou com uma noite de sexo casual transformará a vida deles para sempre.

Talvez soe "exagerado" de minha parte dizer que Elle Kennedy deixou o melhor para o final. Porém quando penso no desenvolvimento de toda a série é exatamente essa a impressão que tenho. A Conquista, além de trazer uma visível evolução da escrita da autora nos apresenta também uma história mais sensível e madura quando comparada aos livros anteriores. E grande parte disso se dá por conta de seus protagonistas.

Sabrina é aquele tipo de pessoa que nunca conheceu o amor em seu meio familiar e que cresceu decidida a mudar sua história e principalmente a fugir do seu passado. Não que ela tenha “vergonha” de suas origens, ao contrário, Sabrina se orgulha de conquistar as coisas com o suor de seu trabalho e claro, seu intelecto. Só que ela não gosta que as pessoas sintam pena dela e por isso faz de tudo para que os outros não descubram de onde ela vem.

E mesmo que Tucker não tenha tanto dinheiro como seus amigos de república, ele cresceu com certo conforto e principalmente com todo o amor que faltou na vida de Sabrina. É muito bonito ver como a relação deles vai sendo construída e causando mudanças e transformações profundas nos dois, apesar de todos os obstáculos que enfrentam.  E mesmo o Dean () sendo o meu amorzinho, não nego que com seu jeito carinhoso e dedicado o Tucker me conquistou também.

Em A Conquista temos uma narrativa que nos encanta e nos emociona de uma forma muito leve e fluida. Elle Kennedy nos presenteia com uma história cheia de imprevistos e surpresas, mostrando o quanto os elos de amor e amizade são importantes em nossas vidas. Sorri e chorei ao acompanhar a trajetória de Sabrina e Tucker e torci a cada capítulo para que em meio a todas as dificuldades, eles tivessem seu final feliz.

Confesso que quando li o primeiro livro da série,  O Acordo não imaginava que ai acabar me apegando tanto aos seus personagens e suas histórias. Terminei a leitura de A Conquista, com o coração quentinho e já morrendo de saudades de Hannah e Garret, Grace e Logan, Allie e Dean, Sabrina e Tucker.  Mal posso esperar pelas próximas histórias da Elle Kennedy, por que assim como seus personagens, ela também tem um lugar especial no coração dessa leitora aqui ().

“Somos iguais. E seu passado, com quem mora, de onde veio, isso não importa. Você está criando seu próprio futuro, e quero ver onde a estrada via te levar.”

A série Amores Improváveis pode até ser clichê. Mas é aquele clichê irresistível que aos poucos nos conquista e nos deixando completamente apaixonados por suas histórias em personagens. Com uma narrativa envolvente e um romance super gracinha, sem sombra de duvidas A Conquista fechou com chave de ouro a série ().

Veja Também:

junho 29, 2017

O Ceifador por Neal Shusterman

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340352
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 448
Classificação:
Sinopse: Scythe – Livro 01.
Primeiro mandamento: matarás.
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.

Do mesmo modo que adoro de uma leitura leve e singela, não abro mão de livros com uma narrativa um pouco mais "ambiciosa" e principalmente inteligente. Assim que comecei a leitura de O Ceifador, estava preparada para me deparar com uma história de certa forma "pesada", escrita com a pretensão de impactar o leitor. Porém para minha surpresa, o autor Neal Shusterman nos apresenta aqui uma narrativa instigante que mesmo causando o impacto desejado, consegue ser envolvente e despretensiosa.

A humanidade finalmente atingiu o nível de  perfeição. A violência, fome, doenças e a morte são coisas do passado. Graças a Nimbo-Cúmulo, a inteligência artificial que evoluiu de uma simples nuvem de dados para se tornar a maior autoridade do planeta, a paz e a imortalidade foram finalmente alcançadas. Porém, para que o perfeito equilibro entre homem e recursos naturais exista algumas pessoas ainda precisam morrer e os únicos que podem pôr fim a uma vida são os ceifadores. Eles estão acima de qualquer lei, e até mesmo a Nimbo-Cúmulo se mantém afastada dos assuntos referentes à Ceifa, a grande organização dos ceifadores.

Os ceifadores são temidos e quando os caminhos de Citra e Rowan se cruzam com os do ceifador Faraday a vida dos dois adolescentes muda para sempre. Embora nenhum dos dois deseje aprender a arte de matar, eles acabam se tornando aprendizes do ceifador. Mas apesar de sua missão macabra, Faraday acredita que o ato de coletar uma vida deve ser feito com compaixão e não por prazer. Só que a Ceifa está cada vez mais dividida e muitos estão dispostos a quebrar as leis da organização e assim trazer ao mundo uma nova era sangrenta.

O treinamento para se tornar um ceifador é pesado e a convivência faz como que uma cumplicidade e outro tipo de sentimento surjam entre Citra e Rowan e isso não passa despercebido a Ceifa. Graças a uma intrincada rede de intrigas e conspirações, Citra e Rowan acabam em lados opostos e ao final do treinamento, somente um deles irá receber o manto sagrado e o anel de ceifador o outro terá que morrer. Mas será que eles vão de capazes de cumprir o decreto da Ceifa?

O Ceifador nos leva por uma viagem ao um mundo futurista em que a ciência e a tecnologia conseguiram resolver os grandes dilemas da humanidade, incluindo a morte. Por esse motivo acredito que mesmo contando com personagens bem construídos e protagonistas fortes, a Morte é de fato o personagem central aqui.  De uma maneira bastante perspicaz Neal Shusterman inseriu várias reflexões sobre o tema, além de duras críticas a sistemas corruptos e ao estilo de vida mais “fácil”. Foram justamente esses pontos e a forma como eles são trabalhados na narrativa que tornam o livro tão incrível em minha opinião.

Gostei muito do modo como o autor construiu a personalidade da Citra e do Rowan. Os dois tiveram criações diferentes e são quase como água e vinho. Seus caminhos provavelmente nunca teriam se cruzado se não fosse pelo fato de Faraday os ter escolhido como aprendizes. Ambos possuem um principio moral e éticos muito fortes, que se tornam ainda mais visíveis nos momentos que a sombra do significado de ser um ceifador e o poder que isso traz, os faz questionar suas motivações e a si mesmos.

Tanto o ceifador Faraday como a ceifadora Curie desempenham um papel importante no desenvolvimento da história. São eles que dão a voz as reflexões que o autor inseriu na narrativa, e como ceifadores da “velha guarda” Faraday e Curie demonstraram através de suas ações uma compaixão e empatia pelo próximo enorme, especialmente se levarmos em conta que eles são os responsáveis por trazer dor e sofrimento as pessoas.

Neal Shusterman ainda nos presenteia com o vilão caricato é verdade, mas que apesar da sua prepotência e desejo por sangue e poder consegue ser carismático. E mesmo que eu não goste muito dessa separação explicita entre o bem e o mal em narrativas, eu consegui entender os motivos do autor para deixar isso tão claro na história. Afinal a humanidade conseguiu chegar a um nível de evolução científica e tecnológica em que a única coisa que nos espera é uma vida eterna, agradável e feliz. Mas será que a ciência e a tecnologia são capazes de eliminar o que de pior existe no instinto humano?

Outro ponto positivo é o fato do autor ter focado na evolução da história como um todo deixando o suposto romance entre os protagonistas como plano de fundo. Isso faz com que a narrativa fique mais interesse e gostosa de acompanhar, pois quanto mais o autor revela os segredos da Ceifa e a forma como esse mundo utópico funciona, mais sobre eles queremos saber.

O Ceifador uma foi grata surpresa e sem sombra de dúvidas é uma das minhas melhores leituras do ano até o momento. Sua narrativa é repleta de mistérios e reviravoltas que me deixaram simplesmente chocada em alguns capítulos. Além disso, Neal Shusterman soube como deixar pontas soltas e perguntas para serem respondidas no próximo livro da série. De minha parte só posso adiantar que estou bem curiosa para saber o que o futuro reserva para Citra e Rowan.

“Remorso. Arrependimento. Sofrimentos grandes demais para suportarmos. Porque, se não sentíssemos nada, que espécie de monstros seríamos?“

Confesso que ao iniciar a leitura de O Ceifador esperava uma história completamente diferente e acabei surpreendida da melhor forma possível. Mesmo com os ares futuristas, Neal Shusterman aborda aqui questões atuais em uma narrativa inteligente marcada por reflexões sobre o caráter humano, vida e a morte. Tudo isso com uma escrita fluida e envolvente que vai fazer você perder algumas horas de sono para descobrir o que te espera no próximo capítulo.

junho 19, 2017

Belas Maldições por Terry Pratchett e Neil Gaiman

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788528622003
Editora: Bertrand Brasil
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Muito Bom
Sinopse: As Justas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, Bruxa.
O mundo vai acabar em um sábado. No próximo sábado, e ainda por cima antes do jantar. O que é um grande problema para Crowley, o demônio mais acessível do Inferno, residente na Terra, e sua contraparte e velho amigo Aziraphale, anjo genuíno e dono de livraria em Londres. Depois de quatro mil anos vivendo entre os humanos, eles pegaram um gosto pelo mundo, e o Armagedom lhes parece um evento bastante inconveniente. Então, para evitar o fim do mundo, precisam encontrar a chave de tudo: o jovem Anticristo, agora um menino de 11 anos vivendo tranquilamente em uma cidadezinha inglesa. Em seu caminho, acabarão trombando com uma jovem ocultista, dona do único livro que prevê precisamente os acontecimentos do fim do mundo, caçadores de bruxas ainda na ativa e, quem sabe, até os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Mas eles precisam ser rápidos. Não é só o tempo que está acabando.

Admito que apesar de ser fã de literatura fantástica tenho uma espécie de relação de amor em ódio com o autor Neil Gaiman. Por outro lado, nunca tinha lido nada do autor já falecido, Terry Pratchett. Então quando vi Belas Maldições pensei; “porque não?”, afinal com uma sinopse um tanto quanto peculiar que prometia no mínimo algumas gargalhadas, a história merecia uma chance. Para minha surpresa me deparei com uma narrativa deliciosa, irônica e completamente inusitada.

A "amizade" entre o anjo Aziraphale e o demônio Crowley é antiga, tão antiga quanto o Velho Testamento. Durante todos os séculos desde o Jardim do Éden até os dias atuais, eles conseguiram manter em “equilibro” as forças do bem e o mal no plano terrestre, ao ponto que ambos acabaram se afeiçoando não somente aos humanos como ao nosso estilo de vida. Porém, o profetizado Armagedom está prestes a acontecer e a Grande Guerra entre o Céu e o Inferno, além de desnecessária é um enorme inconveniente na opinião dos dois o que só os deixa com uma única opção, tentar impedir que isso aconteça.

Enquanto os Quatro Cavaleiros do Apocalipse cavalgam pelo mundo, causando todo o mal pelos quais são responsabilizados, uma jovem ocultista Anathema descendente direta da bruxa Agnes Nutter tenta decifrar o livro de profecias que a sua ancestral deixou. Aparentemente As Justas e Precisas Profecias é o único livro no mundo que prevê com absoluta exatidão o fim de tudo e bem, alguns acontecimentos sem tanta importância também.

Os caçadores de bruxas ainda estão ativos, ou pelos menos o que restou deles e quando as primeiras trombetas começam a tocar os caminhos deles se cruzam com o de Anathema, Aziraphale e Crowley. O plano divino segue a todo o vapor e o fim parece inevitável, só que há um pequeno problema que nem o Céu e o Inferno previram. Aparentemente alguém andou perdendo o jovem Anticristo de vista.

Acredito que não exista uma única religião no mundo que não pregue de alguma forma o Apocalipse. Por esse motivo, Neil Gaiman e Terry Pratchett foram extremamente felizes ao construir uma narrativa com o tom certo de humor político incorreto, aquele que debocha de coisas sérias sem ter a necessidade de ofender ninguém.  As situações descritas em Belas Maldições não somente fazem com que você dê aquela parada e reflita suas próprias atitudes, como também dê risada de suas crenças e de si mesmo.

Gostei muito da forma como os autores trabalharam esse eterno duelo entre o bem e o mal. A grande sacada deles aqui foi justamente mostrar com um leve toque de sarcasmo o quanto nós somos simplesmente humanos. Ou seja, que até mesmo uma pessoa com as melhores intenções pode semear a maldade e vice-versa.  O modo como Neil Gaiman e Terry Pratchett usaram as imperfeições humanas para construir um enredo criativo é sem dúvidas um dos pontos altos do livro.

Os personagens assim como a narrativa são um tanto peculiares. O relacionamento de Aziraphale e Crowley é divertidíssimo. Durante a troca de diálogos deles fica bem perceptível o modo como o bem e o mal são representados com faces diferentes de uma mesma moeda. Já o temível Anticristo não é bem o que todos imaginam, assim como o cão do inferno que está mais para um cãozinho de estimação comum.  Já os cavaleiros do Apocalipse são um capítulo a parte nessa trama mirabolante.  Todos foram inseridos na história de uma forma muito inteligente, embora a identidade de um cavalheiro em si tenha ficado um pouco "confusa" no começo.

Ao iniciar a leitura de Belas Maldições não fazia ideia do que encontraria em suas páginas. As notas de rodapé com algumas explicações um tanto “bizarras”, mas hilárias tornam a leitura ainda mais divertida. O único ponto negativo que não posso deixar de mencionar são os pequenos erros de revisão que a obra possui.  Claro que não é nada que prejudique a leitura no todo, porém levando em conta que essa é a décima quarta edição do livro, tenho por mim que a revisão devia ter sido um pouco mais cuidadosa.

“Pode ajudar na compreensão das questões humanas ter uma noção clara que a maioria dos grandes triunfos e tragédias da história é provocada não porque as pessoas são fundamentalmente boas ou más, mas porque são fundamentalmente pessoas.”

Neil Gaiman e Terry Pratchett apresentam aqui uma nova versão do Apocalipse e de outras narrativas presentes na Bíblia, por esse motivo é importante iniciar a leitura de Belas Maldições com a mente aberta. Com uma história bem equilibrada em que seus autores souberam trabalhar temas mais sérios com leveza e uma boa pitada de humor, esse é aquele livro que vai fazer você dar boas gargalhadas, ao mesmo tempo em que reflete sobre o bem o mal e o modo com a humanidade segue com a sua vida.

junho 16, 2017

Tempestade de Cristal por Morgan Rhodes

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340345
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 408
Classificação:
Sinopse: A Queda dos Reinos – Livro 05.
Amara, a implacável imperatriz de Kraeshia, assumiu o trono de Mítica, e um sentimento de incerteza paira sobre Paelsia, Limeros e Auranos. Então Magnus e Cleo procuram um jeito de retomar o poder. Assim, acabam seguindo Gaius até a casa de Selia, sua mãe exilada. A avó de Magnus é uma bruxa poderosa que pode ajudar a liberar a magia dos cristais da Tétrade e recuperar Mítica. Mas, para concretizar seus planos, a família Damora deverá se juntar ao rebelde Jonas e o grupo formado por Nic, Felix e o misterioso Ashur ressuscitado. Enquanto isso, grávida de um Vigilante e temida por todos, Lucia foge do deus do fogo e viaja em busca de Gaius e Magnus. Mas o tempo está acabando. A tempestade iminente indica que a profecia sombria de que o Vigilante Timotheus falou está se aproximando. O destino da feiticeira está traçado, e inclui ninguém menos que o rebelde Jonas.

Não é segredo para ninguém que a série A Queda dos Reinos, da autora Morgan Rhodes tem aquele lugarzinho especial em meu coração. A espera por Tempestade de Cristal, quinto livro da série foi longa é verdade, mas valeu a pena. Com uma narrativa cheia de grandes revelações e reviravoltas de tirar o fôlego esse é até o momento, pelo menos em minha humilde opinião, o melhor livro da saga.

Contem spoilers dos livros anteriores, então quem não correr o risco pode pular três parágrafos agora.

Um sentimento de apreensão e incerteza paira sobre os três reinos de Mítica com o casamento do Rei Sanguinário com a Princesa Amara Corsas. Agora o reino faz parte do grande império de Kraeshia, mas Magnus e Cleo não estão dispostos a se render assim tão facilmente ao domínio de Amara. Porém para recuperar o poder, eles talvez precisem sacrificar o orgulho e formar uma aliança com o inimigo. Gaius está disposto a reparar os erros que cometeu com o filho no passado, e essa mudança repentina pode trazer problemas para o frágil relacionamento de Magnus e Cleo.

Do outro lado e alheia aos últimos acontecimentos Lucia, a jovem feiticeira conseguiu fugir de Kyan o cruel deus do fogo. Porém ela está fraca e o filho que carrega no ventre parece sugar o pouco que resta da sua magia. Lucia sabe que precisa aprisionar Kyan novamente e impedir que ele consiga libertar os outros deuses e assim concluir seu plano maligno. Lucia acredita que essa é uma missão solitária até o que o seu caminho se cruza com o do rebelde Jonas. O rebelde tem todos os motivos do mundo para virar as costas para a feiticeira, porém o destino dos dois parece estar ligado ao destino de Mítica.

Quando velhos inimigos se tornam aliados na tentativa de derrotar um inimigo em comum, a tempestade chega varrendo tudo em seu caminho. O verdadeiro mal é então revelado e com ele o caos e o medo de se perder tudo vêm à tona. Não há mais espaço para jogos e manipulações, o tempo está se esgotando e finalmente a profecia irá se cumprir. Só que o nem os Vigilantes podiam imaginar, que até mesmo um acontecimento profetizado pode ser alterado.

É bem complicado para essa que vos escreve falar de Morgan Rhodes. A Queda dos Reinos é uma das minhas séries de fantasia favorita, e nesses quase quatro anos em que eu a acompanho é visível que cada livro traz uma evolução não somente dos personagens, mas da história em si.  Tempestade de Cristal foi uma história que gerou sentimentos conflitantes em mim. Por que tipo, mesmo não gostando ou não aceitando muito bem as atitudes de alguns personagens, no fundo, bem lá no fundo eu conseguia “entende-lo”.

Os personagens aqui são muito cativantes e o melhor é que em nenhum momento a autora tenta torna-los “perfeitos”. Muito pelo contrário, todos têm atitudes egoístas e mesquinhas o que faz com que a todo instante você fique naquela corda banda do amor e ódio por eles. E por menor que tenha sido a participação da Lucia e do Jonas nesse livro em especial, a evolução que esses dois personagens tiveram em relação aos outros foi mais perceptível.  Continuo não “gostando” da Lucia por várias razões, só que não nego que houve situações que fiquei com pena dela. Por que o caminho que a personagem está trilhando é um caminho difícil e no final ela pode sim, perder tudo.

Já o Jonas vem tento uma boa evolução ao longo da série, porém nesse livro é visível seu amadurecimento e principalmente o quando as perdas que ele sofreu o tornaram mais forte. Confesso que me irritei um pouco com o “drama” da Cleo e do Magnus, embora aqui seja mais um caso do; “Ok é desnecessário mais eu entendo". Com a Amara é exatamente a mesma coisa. A personagem cresceu bastante na trama e apesar de ser uma praga em quase todos os sentidos eu gosto dela. Ela aquele tipo de personagem que consegue "convencer" que suas motivações são sinceras, mesmo que para alcançar seus objetivos ela jogue baixo.

Morgan Rhodes já provou que gosta dar reviravoltas em sua história e aqui não foi diferente. Selia, a mãe bruxa (literalmente) de Gaius começou como uma pequena personagem secundária e no final acabou se revelando uma peça chave.  Sabe quando você lê algo que fica meio sem reação tipo; “Não acredito que isso está acontecendo?”. Foi exatamente assim que fiquei nos capítulos finais. Rhodes criou um gancho incrível, o que é claro deixa qualquer leitor ainda mais curioso para conferir o próximo capítulo da série.

Terminei a leitura de Tempestade de Cristal com o coração na mão e completamente surpresa com a direção que autora deu para a história. Sendo bem sincera eu tive um “mini-infarto” com a forma que o livro acabou. Eu li e reli o ultimo parágrafo e pensei; “Você não pode fazer isso comigo Morgan Rhodes, não pode.” Só que ela fez, então aqui estou eu roendo as unhas de ansiedade por Immortal Reign, o último livro da série. 

“– Acho que todos nós merecemos morrer por algo que fizemos – Jonas disse, aliviando um pouco a tensão que precisa entre o príncipe e o rebelde. – Ou por algo que deixamos de fazer.”

Se eu estou preparada para dizer adeus a Mítica e aos personagens que amo e odeio com a mesma intensidade? Lógico que não!  Mas estou sofrendo como a forma que a Tempestade de Cristal terminou. Eu preciso de respostas, e preciso delas rápido.

Veja Também:

junho 08, 2017

Victoria e o Patife por Meg Cabot

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501401748
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 256
Classificação: Bom
Sinopse: Neste romance histórico juvenil escrito pela autora de “O diário da princesa”, acompanhamos a trajetória de Victoria. Criada pelos tios na Índia, ela é enviada a Londres aos 16 anos para conseguir um marido. Mas é na longa viagem até a Inglaterra que a jovem encontra o amor, na figura de Hugo Rothschild, o nono Conde de Malfrey. Tudo estaria ótimo se não fosse a insuportável interferência do capitão do navio, Jacob Carstairs. Por que ele não pode confiar na escolha de Victoria? Por que ele não a deixa em paz? Estaria Hugo escondendo algo?

Fazia muito tempo que não lia nada da  Meg Cabot. Por isso, após ler a sinopse de Victoria e o Patife fiquei bastante curiosa em conferir esse romance de época juvenil da autora. Porém apesar de ter se mostrado uma narrativa rápida e fluida, tenho que confessar que nem tudo foram flores durante a leitura.

Criada por seus tios na Índia, Lady Victoria Arbuthnot está a caminho de Londres para conseguir um marido. Mas durante a longa viagem a filha do falecido Duque acaba conhecendo o nono Conde de Malfrey, Hugo Rothschild que a pede em casamento sob a luz do luar. Lady Victoria está certa de que encontrou o amor de sua vida, afinal Hugo é tão charmoso e bem, ele é um Conde. Quem imaginaria que ela fosse conseguir o noivo perfeito então pouco tempo?

Tudo podia estar correndo as mil maravilhas, mas Victoria precisa lidar com as constantes interferências do capitão Jacob Carstairs em sua vida. Jacob está decidido a abrir os olhos da jovem em relação ao noivo, ao mesmo tempo em que ela tenta fazer o possível para manter o capitão enxerido longe de seus assuntos. Só que o problema é que aparentemente Jacob Carstairs, tem o dom de aparecer sempre nos mesmos lugares que ela. E o pior, o capitão parece saber um segredo que pode fazer com que o casamento de Victoria com o Conde de Malfrey não aconteça.

Victoria e o Patife possui uma narrativa totalmente clichê e até certo ponto acabou sendo uma leitura divertida. Só que o meu grande problema aqui foi a protagonista. Em nenhum momento consegui sentir empatia pela Victoria, muito pelo contrário em muitas situações eu quis dar uns tapas nela. Lady Victoria Arbuthnot é o tipo de pessoa prepotente e intrometida, que acha que sabe o que é melhor para todo mundo, porém não consegue ver o que é melhor para si mesma.  Confesso que alguns capítulos foram um tanto “sofridos”, especialmente quando a protagonistas destacava suas qualidades de interferir na vida dos outros.

Gostei do modo como o Jacob foi desenvolvido. Há principio ele passa a impressão de ser rapaz arrogante que quer apenas se divertir implicando com a Victoria. Só que conforme a narrativa avança vamos percebendo que a preocupação dele com ela é genuína. E tipo mesmo ele merecendo uma “pessoa melhor”, não nego que ficava com um sorriso bobo no rosto todas as vezes que Jacob e Victoria protagonizavam uma cena mais fofa.

Senti falta de um aprofundamento maior nos personagens secundários em especial no Conde de Malfrey. Não sei, mas senti que ele foi meio que “mal aproveitado”, na história. Os outros personagens possuem uma participação relativamente pequena, deixando a narrativa muito focada na Victoria, o que acabou me incomodando um pouco também.

Sempre gostei da escrita da Meg Cabot, pois suas histórias são despretensiosas, leves e divertidas. Porém, infelizmente não nego que esperava mais de Victoria e o Patife. Além disso, fato do meu santo não bater com o santo da protagonista fez com que eu não conseguisse me envolver tanto com a história como gostaria. Victoria e o Patife possui um enredo clichê e super bonitinho, mas me deixou com aquela terrível sensação de que faltou alguma coisa.

“– Na verdade – continuou ele, ainda usando aquele tom grave e sério –, acho que seria bem emocionante se casar com alguém que não precisa de você, mas que apenas... deseja estar com você. ”

Para quem está buscando uma leitura leve, com momentos engraçados e um romance fofo, Victoria e o Patife se apresenta como uma boa opção. E mesmo que alguns pontos não tenham me agradaram tanto como gostaria, não nego que ao final terminei a leitura com o coração mais quentinho.

junho 01, 2017

A Melodia Feroz por Victoria Schwab

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340413
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 384
Classificação:
Livraria Saraiva | Compare os Preços
Sinopse: Monstros da Violência – Livro 01.
Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unir para conseguir sobreviver.

Confesso que por mais eu tente fugir de séries novas, elas sempre dão um jeitinho de despertar a minha curiosidade e com isso parar na minha lista de desejados. Um bom exemplo disso é A Melodia Feroz, primeiro livro da duologia Monstros da Violência da autora Victoria Schwab. E para minha felicidade não só a leitura se mostrou surpreendente como essa é também uma das melhores distopias tive o prazer de ler até o momento.

Na cidade de Veracidade ou Cidade V como ficou conhecida cada ato de violência gera um monstro, - um monstro de verdade. Corsais, sombras famintas por carne; malchais, seres esqueléticos sedentos por sangue; e sunais, criaturas que se parecem humanas, mas que com uma melodia são capazes de sugar almas. Nessa cidade divida entre o norte o sul onde o terror se esconde a cada esquina, Katherine Harker e August Flynn estão em lados opostos.

Kate Harker é filha do temido Collum Harker, líder da Cidade Norte a parte de Veracidade em que aquele que tem dinheiro para comprar proteção, compra também à ilusão de segurança e normalidade. Os monstros da Cidade Norte obedecem a Collum, e com isso ele permanece no poder ao mesmo tempo em que ele mantém a filha afastada. Só que Kate não quer ficar longe, na verdade tudo o que a jovem deseja é ser tão cruel quanto o pai.

August Flynn é um sunai, a mais perigosa de todas as espécies de monstros que a violência pode gerar. Ele foi adotado por Henry Flynn o sensato líder da Cidade Sul. Com Flynn, August por alguns anos teve uma vida quase humana, apesar da disputa constante na Fenda que separa Veracidade entre o norte e o sul.  August não que ser um monstro, mesmo que a sua natureza e necessidades façam dele um.

Quando a trégua entre os dois lados da cidade ameaça a ruir Kate volta a Veracidade e o lado sul precisa que August se passe por um garoto normal e fique de olho nela no colégio. O plano poderia dar certo, mas logo fica claro para August que manter sua verdadeira identidade em segredo não será uma tarefa tão fácil como todos imaginavam. Até por que Kate é uma garota esperta, afinal ela é uma Harker.

O desejo de Kate agradar e conquistar a confiança do pai é forte e ela está disposta a fazer o que for preciso para isso. Porém quando a sua vida passa correr risco e não há mais ninguém em que posso confiar à única forma de permanecer viva e descobrir a verdade é justamente se aliando a August, o monstro. Conseguirá Kate se salvar da revolução dos monstros que a querem ver morta? E por quanto tempo August conseguirá manter a trevas afastadas do seu coração antes de sucumbir?

Admito que A Melodia Feroz não foi aquele livro que me conquistou logo no começo. Ele está mais para  aquele tipo de narrativa que aos poucos foi me envolvendo, até que em um determinado momento, eu já estava completamente imersa no mundo caótico e sombrio criado pela Victoria Schwab. Uma história cadenciada em que todas as peças vão se encaixando a cada capítulo, o que tornou tudo ainda mais interessante de se acompanhar.

Não nego que incomodei um pouco com a dupla de protagonistas no inicio, afinal é visível que ambos estão tentando ser aquilo que não são. August é um doce de monstro (se é que um monstro pode ser doce), porém por mais as atitudes dele até certo ponto possam ser vistas como “nobres”, é perceptível que uma hora a coisa toda vai desandar e não vai acabar nada bem. Já com a Kate a minha dificuldade foi entender o porquê ela se esforçar tanto para ter o “amor” de uma pessoa que é mais monstruosa do que os monstros de verdade que habitam a cidade.

O modo com a autora desenvolveu os protagonistas e trabalhou com os dramas pessoais de cada um é um dos fatores que contribuem para que A Melodia Feroz seja tão incrível.  Normalmente esse tipo de evolução nos personagens em séries só acontece de um livro para o outro, já aqui é perceptível o quanto as situações pelas quais Kate e August passam os transformam.  Os personagens secundários também desempenham um papel importante na narrativa, especialmente o Sloan e o Leo. Gostei muito da Ilsa e por mais que a autora tenha dado umas "pinceladas" sobre o passado dela nesse primeiro livro, ainda sinto que tem muito mais a ser revelado.

Quando comecei a leitura esperava encontrar uma história com a mesma receita de sucesso dos livros jovens atuais. Mas me surpreendi de uma forma que até então não pensava ser possível. Esqueça o romance óbvio, o triangulo amoroso desnecessário com personagens frágeis e “bonzinhos” demais. Em A Melodia Feroz, Victoria Schwab apresenta uma distopia original, em que seus personagens são falhos, nem bons e nem maus somente humanos ou monstros. Tudo isso com uma narrativa repleta de intrigas e reviravoltas que me deixaram de queixo caído e querendo mais. 

“Por que todos tinham de estragar o silêncio com perguntas? A verdade era uma coisa desastrosa.”

A Melodia Feroz é uma sinfonia que começa com uma nota triste e sombria e que aos poucos nos envolve com suas matizes escuras e seus segredos. Esse é aquele livro para quem está buscando uma história com os toques certos de ação, mistério e fantasia. Aqui esses três elementos se unem em um ritmo perfeito deixando tudo ainda mais trágico, cruel e surpreendente.

maio 23, 2017

A Prisão do Rei por Victoria Aveyard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9999094163351
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 552
Classificação: Ótimo
Sinopse: Rainha Vermelha – Livro 03.
Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira. Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.

A Rainha Vermelha foi àquela série que chegou de mansinho, gerando nessa que voz escreve emoções contraditórias até que por fim me vi completamente envolvida pela trama de Victoria Aveyard. E A Prisão do Rei, é visível não somente a evolução da série e de seus personagens, mas principalmente da escrita da autora. Por esse motivo arrisco-me em dizer que esse é o melhor livro da série até aqui.

Quem quiser fugir de spoilers pode pular três parágrafos a partir de agora.

Quando se entregou a rei Maven Calore para salvar seus companheiros da Guarda Escarlate, Mare Barrow esperava por uma morte lenta e dolorosa, só que isso não aconteceu. O rei a trancou numa jaula silenciosa em que todos os dias os erros que cometeu a atormentam, e sem o seu poder pouco a pouco o que resta de suas forças vai sendo drenado. Se isso já não fosse o bastante Mare precisa lidar com a hostilidade de nobres prateados como Samson Merandus e Evangeline Samus, além da estranha obsessão que Maven tem por ela.

Do lado de fora do palácio de Whitefire a Guarda Escarlate continua agindo nas sombras e conquistando mais espaços no reino de Norta, apesar de todas as tentativas do rei de enfraquecer a rebelião. Cal o príncipe exilado é visto pelo Comando como uma peça importante contra a tirania de Maven. Mas a sua lealdade é questionável, principalmente para os vermelhos que ainda o vêm como prateado que por anos escravizou e matou pessoas inocentes. Só que nem os mais desconfiados podem negar que príncipe é indispensável nessa guerra, principalmente por que ele está disposto a fazer o que for preciso para trazer Mare de volta.

Conforme os conflitos vão se intensificando por toda Norta, velhos inimigos se torna aliados e novas alianças são feitas em nome do poder. A guerra finalmente começa e dessa vez os alvos são tanto vermelhos como prateados, e por mais que Mare e Cal queiram a mesma coisa talvez os sentimentos e os ideais que os unem não sejam fortes o suficiente para sobreviver às novas intrigas e conspirações.

Contrariando algumas opiniões que ouvi e li, particularmente gostei muito de A Prisão do Rei. Claro que reconheço que o começo é um pouco “parado”, porém foi justamente esse ritmo mais lento que possibilitou a autora desenvolver melhor tanto alguns personagens como pontos importantes da história. Confesso que fiquei assim como muitos eu espera que a séria A Rainha Vermelha terminasse no terceiro livro, por isso uma das minhas principais dúvidas era se Victoria Aveyard teria “assunto” para um próximo livro. E sim, a ela tem! A verdade é que autora deixou a história totalmente em aberto e dando um gancho incrível para a continuação.

E por mais que o Maven seja visto como o grande vilão da história em especial levando em conta o triângulo amoroso formado por ele, Mare e Cal, eu nunca consegui ver o personagem como sendo “mal”. Manipulável e manipulador talvez? Cretino, com certeza. Porém apesar de todas as sombras que rondam a sua mente e o visível flerte dele com a loucura, uma parte de mim não deixa de ter “pena” pela pessoa que a rainha Elara o tornou. Sem falar que em muitos momentos gosto do sarcasmo do Maven, pois mesmo que ele tenha sido um “fantoche” a vida toda, eu ainda acho que ele um dos personagens senão o mais inteligente, um dos melhores estrategistas da trama.

Os diálogos dele com a Mare são um dos pontos altos da narrativa, pois através deles vemos toda a dor do rei. A Mare teve uma boa evolução aqui e foi gratificante ver um lado mais “humilde” da personagem.  Ela reconheceu seus erros e de certo modo está disposta não a repara-los, mas evitar que suas ações prejudiquem o Guarda e sua família novamente. Só que é visível o quando o coração dela é divido em amor e ódio pelo rei e o príncipe.

O Cal aqui teve não somente uma participação menor, como “reduzida” dando a impressão que ele que não consegue tomar decisões importantes por si mesmo,  e esse foi algo que me incomodou um pouco.  Sempre fui a favor de a narrativa ser dividida entre os pontos de vista de vários personagens para termos uma visão mais ampla da história. Isso de fato acontece aqui, porém ao invés de um desses pontos de vista ser do Cal é de uma outra personagem que sinceramente não tem tanto peso na trama como o príncipe.

Gosto quando o autor abre espaço para os personagens secundários, mas de todos os personagens que podiam ter um maior destaque em A Prisão do Rei, a autora escolheu alguém com uma personalidade muito parecida com a da Mare o que deixou tudo meio elas por elas, se que vocês me entendem. Adorei as partes narradas pela peste da Evangeline, não só por que elas foram importantes no contexto da história, mas especialmente por ver quem realmente é a Evangeline. E admito que me algumas revelações sobre ela foram bem surpreendentes.

Em A Prisão do Rei, Victoria Aveyard apresentou uma narrativa bem amarrada com uma boa dose de ação. Além disso, a autora expandiu o universo de A Rainha Vermelha ao mesmo tempo em que deixou o desfecho da série em aberto criando assim várias possibilidades. Ou seja, podemos começar a fazer nossas apostas e criar as nossas teorias da conspiração, por que a partir de agora o jogo pode mudar a qualquer momento.

“Nossos poderes vieram da corrupção, de uma praga que matou a maioria. Não fomos escolhidos, mas amaldiçoados.”

Com um final que deixa qualquer leitor com o coração na mão e ansioso pelo próximo capítulo da série, A Prisão do Rei é um livro cheio de reviravoltas e intrigas políticas em que o medo de perder o poder e o desejo de conquista-lo ditam o ritmo de uma guerra que apenas começou. Mal posso esperar para ver quem vai se sair vencedor, embora acredite que independente do lado que ganhar essa batalha, ambos tem muito mais a perder do que a ganhar com ela.

Veja Também:
A Rainha Vermelha.

maio 15, 2017

A Chama Dentro de Nós por Brittainy C. Cherry

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501109484
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Elementos – Livro 02.
Logan Silverstone e Alyssa Walters não têm nada em comum. Ele passa os dias contando centavos para pagar o aluguel, sofrendo com a rejeição dos pais e tentando encontrar um rumo para sua vida caótica. Ela, por outro lado, parece ter um futuro brilhante pela frente. Um dia, porém, um simples gesto dá origem a uma improvável amizade. Ao longo dos anos, o sentimento que os une se transforma em algo até então desconhecido para os dois. Alyssa e Logan não conseguem resistir à atração que sempre sentiram um pelo outro e finalmente descobrem o amor. Mas uma tragédia promete separá-los para sempre. Ou pelo menos é isso que eles pensam. Seriam as reviravoltas do destino e as feridas do coração capazes de apagar para sempre a chama que há dentro deles.

Adoro quando me percebo que fiquei tão envolvida com uma história que nem vi o tempo e as páginas passarem. E confesso que no caso de A Chama Dentro de Nós, segundo livro da série Elementos da autora Brittainy C. Cherry, acabei “lamentando” um pouco o fato de ter lido o livro rápido demais. Porém, logo nas primeiras páginas a narrativa me conquistou de tal modo que eu precisava seguir em frente. Como uma chama forte que quando acesa não se apaga tão facilmente.

A amizade de Logan Silverstone e Alyssa Walters é um verdadeiro mistério para todos que os conhecem, afinal os dois não tem nada em comum. Logan assim como a sua vida é um verdadeiro caos, e seu futuro parece tudo menos promissor. Já Alyssa nunca soube o que foi passar dificuldades na vida e ao contrário de Logan, ela parece destinada a grandeza. Mas por um daqueles acasos do destino eles acabam se tornando amigos e descobrindo que através das diferenças visíveis, tinham muitas coisas em comum.

Logan é a pessoa que Alyssa procura quando se sente sozinha. Alyssa é a âncora de Logan quando tudo a sua volta parece afundar. Conforme os anos passam os sentimentos mudam e juntos eles descobrem o amor. Tudo ia bem, até que o caos da vida de Logan o leva para o fundo do poço e um desentendimento o afasta de Alyssa. Quando uma série de decisões erradas acaba em tragédia ambos acreditam que é o fim definitivo não só para o amor que sente, mas para amizade que os uniu.

Só que o destino tinha algo a mais reservado para os dois, agora só resta saber se o tempo foi capaz de curar as feridas que o passado doloroso deixou nos dois. Será possível recuperar a amizade e o amor depois de tanto sofrimento? Ou a chama que sempre existiu entre Alyssa e Logan mesmo baixa continua a queimar?

Em muitos aspectos a história de A Chama Dentro de Nós é previsível, porém é o modo como a autora desenvolveu toda a narrativa, que torna o que encontramos aqui tão especial. Esse não é somente mais um romance, e com certeza essa não é uma história que vai aquecer seu coração. Muito pelo contrário, Brittainy C. Cherry vai quebra-lo em mil pedacinhos.

A Chama Dentro de Nós aborda vários temas delicados como: drogas, relacionamentos abusivos, ausência e negligência familiar, transtornos emocionais e pressão social. Esse é aquele livro que em um determinado ponto você vai se perguntar como a autora consegue ser tão “cruel” com seus personagens.  Sério, meu coração se partiu em muitos momentos pelo Logan, até por que embora a história seja sobre ele e  Alyssa, é dele os maiores fardos e dores aqui.

Alyssa é uma personagem cativante que mesmo nos piores momentos consegue de alguma forma manter a esperança e a fé em Logan. Ela não desiste do que existe entre eles, não desisti dele, apesar tudo e todos serem contra isso. A força dela é o que mantém Logan em pé, e ele precisa ficar em pé por ele e por aqueles que ama.  Fiquei arrasada em acompanhar o sofrimento dele e o quão fundo Logan foi na tentativa de se autodestruir. Foi difícil e doloroso ver o caminho que ele percorreu, e a cada capítulo eu torcia para que Logan tivesse uma segunda chance. A chance de ser o que ele sonhou um dia em ser, a chance de finalmente ser livre e feliz.

Os irmãos de Alyssa e Logan que forma o segundo casal da história também desempenham um papel importante na trama. Kellan e Erika protagonizam algumas das cenas mais emocionantes da história. E o modo com a autora conseguiu intercalar duas histórias paralelas tornado-as única e emocionante, foi um dos pontos que mais gostei no desenvolvimento da narrativa em A Chama Dentro de Nós.

Durante a leitura meu coração se partiu várias vezes, por Logan e Alyssa, e por Kellan e Erika. Partiu-se por uma triste realidade que existe fora das páginas e que pode estar acontecendo agora em algum lugar no mundo.  Brittainy C. Cherry por até ter “exagerado” na dose de sofrimento que infligiu aos seus personagens, porém sem sombra de dúvidas ela nos entregou uma história dolorosa e linda, que transborda esperança e principalmente amor.

“Quero suas cicatrizes. As feridas do passado. Eu quero seu caos. Tudo isso já faz parte de meu coração.”

Não se engane com a premissa clichê de A Chama Dentro de Nós, pois mesmo que ela prometa um romance ardente e esse de certa forma exista, Brittainy C. Cherry consegue surpreender com uma narrativa madura e lindamente cruel. Prepare seu coração para passar por momentos solitários e sombrios, onde apenas a chama do verdadeiro amor pode toca-lo e curar todas as feridas que a alma carrega.

Veja Também:
O Ar que Ele Respira. 

maio 11, 2017

O Sol Também é uma Estrela por Nicola Yoon

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788580416589
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 288
Classificação: Muito Bom
Sinopse:
Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.
Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.
O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

Ao começar a leitura de O Sol Também é uma Estrela da autora Nicola Yoon esperava encontrar uma narrativa despretensiosa e leve. Daquelas que mesmo, que a história seja previsível ainda consegue nos surpreender e principalmente, deixar um sorriso bobo em nosso rosto. Porém, apesar de ter encontrado exatamente aquilo que eu procurava ao começar a leitura, não nego que esperava um pouco mais.

A jovem Natasha Kingsley chegou aos Estados Unidos quanto tinha oito anos e desde então ela a sua família vivem no país como imigrantes ilegais. Natasha nunca se imaginou partindo da América, deixando para trás seus amigos, sonhos e vida que construiu ali. Só que em poucas horas ela terá que dizer adeus a tudo isso e voltar com sua família para Jamaica, o país onde ela nasceu e do qual não tem nenhuma lembrança.

Enquanto corre contra o tempo para evitar a deportação, Natasha encontra com Daniel Jae Ho Bae. Daniel é filho de imigrantes sul-coreanos e quer ser poeta, porém por insistência dos pais, que sonham em ter um médico na família, está a caminho de uma entrevista para a Universidade de Yale. Dificilmente os caminhos de Natasha e Daniel se cruzariam em uma cidade do tamanho de Nova Iorque, só que naquele dia em especial, o Universo resolveu conspirar para que os dois se encontrassem. Pelo menos é isso que Daniel acha.

Ele e Natasha são extremos opostos e justamente por isso se sente tão atraídos um pelo o outro. Para Daniel os dois estavam destinados a se conhecer, enquanto para Natasha tudo não passa de uma mera coincidência. Daniel acredita que depois de passarem um dia juntos, Natasha também se apaixonará por ele. Só que problema é que Natasha está indo embora e os dois podem não ter tempo de viver esse amor.

O Sol Também é uma Estrela possui uma narrativa singela que em poucos capítulos nos envolve. Nicola Yoon construiu um enredo simples e que através de personagens cativantes consegue passear por vários temas sem que a essência da história se perca em algum momento. Gostei do modo com a narrativa foi estruturada intercalando não somente os pontos de vista da Natasha e do Daniel, mas também contanto um pouco da história dos personagens secundários.

Gostei do casal protagonista, só que não nego que eu me incomodei com a diferença gritante de personalidade dos dois. Enquanto Daniel é um sonhador nato, Natasha é a típica cética que só acredita naquilo que pode ser comprovado. E tudo bem que tem aquela teoria que “os opostos se atraem” e tudo mais. Só que não sei se pelo fato de eu como pessoa não acredito nem a teoria dos opostos e muito menos em paixões rompantes de um dia, mas de verdade achei tanto o relacionamento com os sentimentos dos personagens um pouco “exagerados”.

E sério, não estou sendo insensível. No contexto geral achei a história super fofa e cheia de reflexões que servem para cada um de nós, independente do momento que estamos passando na vida. Pois, O Sol Também é uma Estrela é um livro que fala sobre se ter esperança, mesmo quando tudo está demorando a nossa volta. Sua narrativa nos mostra como pequenas atitudes que temos no dia a dia interferem de modo direto ou indireto da vida de alguém.

Talvez se a Nicola Yoon tivesse dado um foco maior transformação pessoal que cada personagem causou na vida do outro, ao invés do romance clichê eu teria curtido mais história. Sem falar que de verdade, dona Nicola tem um sério problema para escrever finais. É aquele típico final que fecha, mais não fecha a história. Ok! Entendo que a intenção da autora é deixar o que aconteceu depois daquele ponto para a imaginação do leitor. Mas isso não torna o final menos “frustrante”.

“Talvez parte de se apaixonar por alguém seja se apaixonar por si mesmo.”

Para quem está em busca de uma leitura leve, O Sol Também é uma Estrela possui uma narrativa doce sem ser enjoativa, e que nos mostra que mesmo nos dias ruins coisas boas podem acontecer. Nicola Yoon pode ter “pecado” em alguns pontos, porém sem sombra de dúvidas essa é aquele tipo de história que cativa o nosso coração.

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