| Arquivado em: RESENHAS.
Este livro foi recebido como cortesia para resenha. |
• ISBN: 9788528620511
• Editora: Bertrand Brasil
• Ano de Lançamento: 2016
• Número de páginas: 476
• Classificação: Muito Bom
Sinopse: Advogado em Boston, Eli Landon acabou de passar por um ano intenso. Após ser inocentado pelo assassinato de Lindsey, sua ex-mulher, ele se muda para a casa desocupada de sua avó em Whiskey Beach: Bluff House, um casarão que há mais de trezentos anos atua como guardião inabalável do litoral... e de seus segredos. Tudo o que Eli deseja é um pouco de paz e tranquilidade para trabalhar em seu romance. Mas, quando chega em Bluff House, ele descobre que sua avó incumbira a casa e Eli aos cuidados da jovem vizinha, Abra Walsh. Eli acredita ser capaz de cuidar de si mesmo, mas, conforme se vê gradualmente cedendo às palavras amáveis e refeições apetitosas de Abra, os dois passam a se ver presos em um emaranhado que se estende por séculos e que tem seduzido aquele cujo maior desejo é destruir a vida de Eli de uma vez por todas.
Essa que vos escreve não nega que os últimos livros que leu da autora Nora Roberts, a deixaram um pouquinho decepcionada. Mas seja pelo fato de eu ser insistente ou como meu amigo falou, “não aceitar que um autor de quem eu sou fã, possa escrever livros não tão bons”, vi em A Casa da Praia a oportunidade perfeita de fazer as “pazes” com a autora. E mesmo que nem tudo tenha sido “perfeito”, posso dizer a vocês leitores, que essa blogueira aqui e dona Nora Roberts voltaram a se entender bem novamente.
Transtornado com o rumo que a sua vida tomou no último ano, o advogado Eli Landon decide que está na hora de uma grande mudança. A oportunidade surge quando sua avó Hester precisa passar uma temporada em Boston deixando a Bluff House, o lendário casarão que está com sua família há de trezentos anos, desocupado. Necessitando de um tempo para si mesmo e reconstruir a sua vida, Eli parte para Whiskey Beach. A intenção dele é simples, cuidar da casa para a avó enquanto ela se recupera de um acidente doméstico e termina de escrever seu livro.
Porém logo que ele chega a Bluff House, Eli descobre que sua avó confiou tanto a casa como ele aos cuidados da prestativa e gentil vizinha Abra Walsh. E por mais que ele sinta-se incomodado com a atenção que recebe da moça, conforme os dias se passam Eli vai aos poucos se acostumando com a presença de Abra na casa, e como os "pitacos" que ela dá em sua vida. Só que o assassinato da sua ex-mulher Lindsey não foi solucionado e mesmo que ele tenha sido inocentado por falta de provas, alguns ainda veem Eli como culpado. E aparentemente essa é uma sombra de seu passado que irá persegui-lo por mais algum tempo.
Quando outro misterioso assassinato ocorre, Eli entra mais uma vez no radar da policia. Só que agora provar a sua inocência, não será a única preocupação como a qual o ex-advogado terá que lidar. Em meio a investigação sobre a morte de Lindsey e pesquisas relacionadas a lenda de um tesouro perdido. Eli vai descobrindo o passado de sua família, ao mesmo tempo em que abre um espaço na sua vida e no seu coração para Abra.
Assim que li a sinopse de A Casa da Praia fiquei curiosa para ler sua história. Gosto de romances com esse toque de mistério, algo que a Nora Roberts sempre trabalha muito bem. A narrativa é fluida, mas extremamente descritiva e sem emoção, como longos capítulos em que vemos o relacionamento da Abra e do Eli se desenvolvendo. E mesmo que isso tenha acontecido da forma mais “natural” possível, não nego que fiquei com a impressão que tudo entre eles foi meio “forçado”.
Em momento algum senti química entre eles, e juro que tentei enxergar os dois como casal, só que infelizmente não consegui. E principalmente, - tentei gostar da Abra. E não é nem que eu tenha desgostado dela por completo. O problema foi à construção da personagem em si. Tudo nela é muito "exagerado", sem mencionar o fato que a personagem em diversas situações surgir com “frases motivacionais”, saídas direitas de algum biscoito da sorte. E sim, também procuro ver sempre o lado positivo da vida, mas gente tudo tem limite.
Eli por outro lado é um personagem mais centrado e sabe que o mundo encantado de “My Little Poney” não existe. Ele perdeu tudo o que tinha e está aos poucos juntando os fragmentos do que restou da sua antiga vida para seguir em frente. Acredito que foi justamente por isso que eu não conseguia ver ele e a Abra como um casal. Eles são muito diferentes e possuem formas de ver a vida completamente opostas. E tipo pode até ser que “os opostos se atraem”, mas em meu ponto de vista cedo ou tarde, por mais amor que esteja envolvido na história, as diferenças sempre vão falar mais alto. Ou seja, o romance entre eles não me convenceu.
Mas se o romance deixou um pouco a desejar, Nora Roberts compensou isso, dando ao enredo uma aura de mistério e suspense que a cada capítulo me deixava ainda mais curiosa. Sabe aquela narrativa que a todo o momento você se questiona qual é a motivação do “vilão”? Aqui acontece exatamente isso. A autora soube “esconder” bem o jogo, e apesar da grande revelação não ter sido tão "chocante" como o esperado, ainda sim ela consegue surpreender.
E mesmo que alguns pontos no enredo tenham me incomodado, em especial o desenvolvimento do casal, gostei da forma como o enredo foi construído e do desfecho que a Nora deu a ele. Os personagens secundários também desempenham um papel importante na trama, o que deixou tudo mais real e interessante.
Mas se o romance deixou um pouco a desejar, Nora Roberts compensou isso, dando ao enredo uma aura de mistério e suspense que a cada capítulo me deixava ainda mais curiosa. Sabe aquela narrativa que a todo o momento você se questiona qual é a motivação do “vilão”? Aqui acontece exatamente isso. A autora soube “esconder” bem o jogo, e apesar da grande revelação não ter sido tão "chocante" como o esperado, ainda sim ela consegue surpreender.
E mesmo que alguns pontos no enredo tenham me incomodado, em especial o desenvolvimento do casal, gostei da forma como o enredo foi construído e do desfecho que a Nora deu a ele. Os personagens secundários também desempenham um papel importante na trama, o que deixou tudo mais real e interessante.
“– E a vida não é uma série de contos de fadas, nem mesmo para uma princesa.“
Mesmo com personagens centrais que não conseguem se destacar muito, A Casa da Praia possui uma narrativa envolvente e uma história gostosa de acompanhar. Ainda continuo sentindo falta daquele “algo mais” presente nos livros antigos da Nora Roberts. Mas, sem sombra de dúvidas A Casa da Praia é uma história bem construída e que me proporcionou um reencontro agradável com a escrita de uma autora da qual sou fã assumida. Recomendo.