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fevereiro 07, 2018

O Príncipe Corvo por Elizabeth Hoyt

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.


ISBN: 9788501109811
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Bom
Submarino| Compare os Preços
Sinopse: Trilogia dos Príncipes – Livro 01.
Anna Wren está tendo um dia difícil. Depois de quase ser atropelada por um cavaleiro arrogante, ela volta para casa e descobre que as finanças da família, que não iam bem desde a morte do marido, estão em situação difícil. Em que ela deve fazer o inimaginável. E encontrar um emprego. O conde de Swartingham não sabe o que fazer depois que dois secretários vão embora na calada da noite. Edward de Raaf precisa de alguém que consiga lidar com seu mau humor e comportamento rude. Quando Anna começa a trabalhar para o conde, parece que ambos resolveram seus problemas. Então ela descobre que ele planeja visitar o mais famoso bordel em Londres para atender a suas necessidades “masculinas”. Ora! Anna fica furiosa — e decide satisfazer seus desejos femininos… com o conde como seu desavisado amante. Ao descobrir que o conde de Swartingham visita um bordel para atender suas “necessidades masculinas”, Anna Wren decide satisfazer seus desejos femininos... com o conde como seu amante.

Desde que a Editora Record divulgou o lançamento da Trilogia dos Príncipes da autora Elizabeth Hoyt, essa que vos escreve ficou bastante curiosa. Afinal, não é segredo para ninguém que sou fã de romances de época.  E apesar da história de O Príncipe Corvo não ser ao todo que eu esperava, gostei bastante da forma como autora construiu os personagens.

Anna Wren é uma jovem viúva que precisa desesperadamente de um trabalho para manter a casa onde vive com a sogra e mais uma ajudante. Anna sabe que a sociedade do pequeno vilarejo onde mora, pode não ver com bons olhos uma mulher de sua posição trabalhando fora de casa. Mas entre a opinião dos outros e o pão de cada dia, ela fica com a segunda opção e parte em busca de uma ocupação digna que possa exercer. A oportunidade surge depois que dois dos secretários do temível conde de Swartingham deixam a mansão Ravenhill do dia para noite.

Edward de Raaf é conhecido pelo seu humor nada amigável, porém de alguma forma Anna consegue lidar com o temperamento rude do conde. Tudo parece estar resolvido para ambos os lados. Anna consegue um emprego digno para sustentar a sua casa e Edward um secretário, ou melhor, dizendo secretária competente que não saí correndo por causa dos berros dele. Só que a relação que devia ser apenas profissional, aos poucos com a convivência acaba se transformando em algo mais forte.

O conde de Swartingham sabe que não deve nutrir os pensamentos pecaminosos que vem a sua mente sempre que Anna está por perto. Por isso, ele busca encontrar um “certo alivio” da tentação longe de casa. Mas Anna não fica nada feliz com isso e decide que se o conde vai procurar diversão na cama de alguma dama, que a dama em questão seja ela.  Mas será que uma única noite de amor vai ser o suficiente para aplacar a paixão que surgiu na sombria Ravenhill?

Um dos pontos que mais me chamou a atenção em O Príncipe Corvo é que ao contrário da maioria dos livros do estilo, aqui os protagonistas são mais maduros o que dá a narrativa um tom mais “adulto”, por assim dizer. Além disso, ao apresentar um protagonista que foge completamente do estereótipo de príncipe encantado, Elizabeth Hoyt acaba dando um toque mais real e “humano” para sua história. Gostei muito do modo como à autora desenvolveu a personalidade da Anna. Tipo, ela não está preocupada com o que vão falar dela e age sempre conforme a sua consciência, mesmo que às vezes isso signifique quebrar as regras da sociedade. Anna sabe o que quer, e não está disposta abaixar a cabeça nem mesmo para Edward.

Porém, apesar desses dos pontos positivos, a obra de Elizabeth Hoyt não apresenta nada de muito novo. A narrativa é aquele clichê previsível que em muitos momentos peca por detalhes desnecessários.  Na verdade o que realmente prendeu a minha atenção durante a leitura foram os trechos conto do Príncipe Corvo presentes no começo de cada capítulo. Esse conto, não só dá nome ao livro como desempenha um papel bem interessante na narrativa como um todo.

Como comentei no começo da resenha, ao iniciar a leitura eu esperava uma história e acabei encontrando algo um pouco diferente. Gostei de uns pontos e de outros não gostei tanto assim. No fundo a impressão que fiquei é que a autora tentou fazer uma releitura de A Bela e Fera com uma pegada mais sensual e sombria, que até funcionou bem. Porém deixou aquela incomoda sensação que podia ter sido melhor.

“– Você está sugerindo que estou mentido?
– Ora, sim, docinho, acho que estou. Você parece ter uma facilidade inata para mentir.”

Apesar do enredo clichê e de alguns pontos fracos em seu enredo, O Príncipe Corvo traz um começo promissor para a trilogia de Elizabeth Hoyt. E é importante ter em mente que aqui a narrativa pende mais para o lado erótico do que para o romance gracinha. E talvez, justamente por estar esperando algo mais parecido com os romances de época açucarados é que terminei a leitura um pouquinho “decepcionada”. Mas, faz parte (...).

janeiro 28, 2018

Confesse por Colleen Hoover

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788501109323
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 320
Classificação:
Sinopse: Auburn Reed perdeu tudo que era importante para ela. Na luta para reconstruir a vida destruída, ela se mantém focada em seus objetivos e não pode cometer nenhum erro. Mas ao entrar num estúdio de arte em Dallas à procura de emprego, Auburn não esperava encontrar o enigmático Owen Gentry, que lhe desperta uma intensa atração. Pela primeira vez, Auburn se vê correndo riscos e deixa o coração falar mais alto, até descobrir que Owen está encobrindo um enorme segredo. A importância do passado do artista ameaça acabar com tudo que Auburn mais ama, e a única maneira de reconstituir sua vida é mantendo Owen afastado.

Colleen Hoover foi àquela autora que literalmente me provou que sempre vale a pena dar uma segunda chance a um autor. Depois de um primeiro encontro "desastroso" com Métrica e um segundo encontro cheio de amor, com O Lado Feio do Amor, os livros da Colleen se tornaram uma presença frequente na minha lista de desejados. E na real, não sei nem por onde começar a falar sobre Confesse, porque de verdade acredito que nada que eu diga nessa resenha fará jus ao quanto esse livro é maravilhoso ().

Ainda na adolescência, Auburn Reed aprende da forma mais dolorosa possível, que nada é para sempre. Anos depois, ela busca reconstruir sua vida e sabe que para alcançar o seu maior objetivo, não pode cometer nenhum erro. Auburn se fechou para qualquer tipo de relacionamento, mas isso começa a mudar no dia que ao voltar do trabalho para casa, ela se depara com o ateliê Confesse e seu enigmático dono Owen Gentry.

Owen é um talentoso artista que se inspira nas confissões deixadas anonimamente em seu ateliê para compor suas telas. Ele é gentil, sensível, engraçado e logo sentimentos que Auburn pensou que jamais sentira novamente começam a surgir. Mas, o que ela não sabe é que Owen guarda um segredo. Algo que ele pensou que ficaria no passado para sempre, mas que volta à assombra-lo no instante que Arburn entra em seu ateliê. 

Porém, por mais que ambos tentem se afastar e negar o que sentem um pelo outro, o destino insiste em deixa-los cada vez mais próximos. A atração entre eles é intensa, mas será que vale a pena colocar tudo aquilo pelo qual Arburn vem lutando, por romance rápido? E o que de tão grave Owen está escondendo? Entre a paixão e a confissão Owen e Arburn vão descobrir que para ser feliz, muitas vezes é preciso correr risco. E principalmente que nada liberta mais do que fazer as pazes consigo mesmo e com o próprio passado.

Preciso começar dizendo que, Confesse é um livro não para ser somente "lido". Sua narrativa precisa ser sentida de uma maneira muito mais profunda. Colleen Hoover nos apresenta aqui uma história de uma riqueza e sentimentos única, em que a cada capítulo vamos criando uma conexão com seus personagens e torcendo para que eles tenham um final feliz. Sim, - eu sei que falando assim essa parece ser somente mais uma história clichê, mas acreditem quando falo que ela é muito mais que isso.

Através dos dilemas de Arburn e Owen vamos percebendo o quanto algumas escolhas em nossas vidas moldam não apenas o nosso futuro, mas daqueles que amamos ou por ventura vamos amar. E, além disso, de um modo muito verdadeiro e doloroso a autora nos mostra a importância da sinceridade em nossos relacionamentos. A importância de sermos sinceros com o outro e principalmente com nós mesmos.

Arburn foi uma personagem que ganhou minha empatia logo nas primeiras páginas. Sofri, por ela e com ela, do mesmo modo que senti sua felicidade nas pequenas vitórias que tinha. O Owen () conquistou meu coração não somente pela sua sensibilidade como artista, mas pelo garoto que se culpou por anos por um erro e que encontrou finalmente em uma confissão a sua paz de espírito. Ambos foram do inferno ao céu, por razões parecidas e ao mesmo tempo diferentes, e justamente por isso é que mereciam o seu feliz para sempre.

Outro ponto, é que fazia um bom tempo que um personagem não me deixava com tanta raiva como o Trey, (aquela típica pessoa que não percebe que está sobrando) me deixou. Sério! Que cara insuportável! E se não bastasse ele, ainda tinha a mãe dele, a Lydia. Acho que esse foi o primeiro livro que li da Colleen que ao mesmo tempo em que ficava com o meu coração quentinho, sentia raiva por essas duas pessoas mesquinhas infligirem tanto sofrimento na vida dos outros. E se pararmos para pensar, quantos Treys e Lydias existem por ai (...).

Em suma, Confesse se revelou uma leitura maravilhosa de muitas formas. Colleen Hoover nos leva novamente a sentir um misto de emoções. Chorei, sorri e ao final fiquei com aquele gostinho de quero mais.

“– Acho que o amor é a palavra mais difícil de definir – digo para ela. – É possível amar várias coisas numa pessoa sem amar a pessoa em si.”

Em Confesse, Colleen Hoover nos presenteia com uma narrativa na medida certa, entre o romance encantador e o drama de quebra nossos corações em pedaços. O típico livro que a primeira vista parece clichê, mas que nos deixa com um sorriso bobo no rosto enquanto enxugamos as lágrimas.

janeiro 24, 2018

Uma Bolota Molenga e Feliz por Sarah Andersen

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340451
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 136
Classificação: Ótimo
Sinopse: As incríveis tirinhas de Sarah Andersen são para nós, que não economizamos dinheiro na livraria, vivemos à base de café, deixamos tudo para a última hora, somos especialistas em roubar o blusão alheio, não sabemos nos comportar em situações sociais e insistimos em Pensar Demais. Esta segunda coletânea continua exatamente onde a primeira parou: debaixo de uma pilha de cobertas, evitando as responsabilidades do mundo real. Este volume traz tiras que acompanham os altos e baixos da montanha-russa implacável que é o começo da vida adulta, além de ensaios ilustrados sobre experiências pessoais da autora ligadas a ansiedade, carreira, relacionamentos e amor por gatinhos. Tudo isso com o mesmo tom sincero, leve e divertido que já conquistou mais de 2 milhões de fãs no Facebook.

Ninguém Vira Adulto de Verdade foi uma daquelas leituras que ao final me deixou com gostinho de quero mais. Por esse motivo vocês podem imaginar a minha felicidade quando foi anunciado o lançamento de, Uma Bolota Molenga e Feliz, segundo livro de coletâneas em quadrinhos da autora Sarah Andersen. Aqui novamente me deparei com situações rotineiras narradas com uma ironia sutil e bom humor, o que claro tornou a leitura ainda mais divertida.
imagem: Ariane Reis.
Em Uma Bolota Molenga e Feliz, Sarah retrata situações pelas quais passou e passa em seu dia a dia e isso faz com que seja fácil se identificar com a autora. Momentos de ansiedade, desafios no trabalho e nos relacionamentos são mostrados de uma forma leve e verdadeira.
imagem: Ariane Reis.
Além disso, neste volume além dos quadrinhos com histórias curtas as quais já estamos habituadas, existem também quadrinhos com histórias mais longas que vão se conectando através várias páginas. Além de textos que complementam e dão um toque ainda mais original a obra.
imagem: Ariane Reis.
imagem: Ariane Reis.
Sei que sou suspeita para falar, afinal eu simplesmente adoro o trabalho da Sarah, mas de verdade é uma delícia pegar um livro como Uma Bolota Molenga e Feliz e se jogar no sofá em uma tarde preguiçosa de domingo. Você nem sente a hora passar enquanto se diverte e se questiona se fez as escolhas certas na vida e principalmente o que pode fazer para mudar, caso a resposta seja não. Afinal o importante é se sentir bem e feliz sendo a gente mesmo.

janeiro 21, 2018

Últimas Mensagens Recebidas por Emily Trunko

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340604
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 176
Classificação: Ótimo
Sinopse: Quando uma mensagem é a última, ela pode significar um fim, uma perda, ou até um alívio. E se você fosse o destinatário? A partir de contribuições anônimas, a jovem Emily Trunko reuniu nesta coletânea mensagens que contam histórias reais sobre os mais variados tipos de despedida: o fim de uma amizade, o término de um relacionamento ou até mesmo um acontecimento trágico que muda a vida do destinatário e do remetente para sempre. Enviadas por celular, por e-mail ou pelas redes sociais, essas mensagens narram perdas profundas e inspiram muita reflexão. Será que não deveríamos expressar mais o amor que sentimos pelas pessoas enquanto isso ainda é possível? Ou, em alguns casos, nos afastar o quanto antes daquelas que nos fazem mal?

Criado por Emily Trunko, o tumblr The Last Message Received reúne as últimas mensagens recebidas por todos aqueles que em algum momento de sua vida tiverem que colocar um ponto final em um relacionamento. Últimas Mensagens Recebidas, lançado pela Editora Seguinte traz uma singela coletânea dessas mensagens. São mensagens de amor, saudades, perdão, culpa e desespero, e que de um modo bastante especial confortam o coração de quem lê.
imagem: Ariane Reis.
Confesso que ao solicitar o livro para a editora não fazia a menor ideia do que encontraria em suas páginas. Claro que pelo título eu já tinha uma noção que no mínimo a história me deixaria com o coração aos pedaços. Porém, o que encontrei aqui foi muito, além disso.

Por não se tratar de uma narrativa com protagonistas e um enredo propriamente dita, Últimas Mensagens Recebidas é um livro que toca o nosso coração de uma forma ainda mais profunda. É impossível não se identificar com algumas mensagens e principalmente não sentir empatia pelas pessoas que as receberam.
imagem: Ariane Reis.
 "Não se preocupe demais comigo. Vai dar tudo certo. (...)"

Durante a leitura em muitos momentos me vi pensando o quando a vida é breve e que a aquela conversa no WhatsApp, Messenger, uma ligação ou até mesmo uma mention no Twitter pode ser a última mensagem que você receberá de alguém que ama.
imagem: Ariane Reis.
"Estar feliz não significa que tudo está perfeito. Significa que você está feliz o bastante para deixar as imperfeições de lado."

Com muita dificuldade separei as mensagens que mais tocaram meu coração de todas que li. Afinal como vocês podem imaginar, enquanto escrevo essa breve resenha, eu vou sentindo toda a emoção e angústia que senti ao ler o livro.
imagem: Ariane Reis.
"Meu Amor, Lembre-se: Não importa o que aconteça, sempre vou estar dentro do seu coração espalhando amor por toda a sua vida. (...)"

Espero que assim como eu, vocês se emocionem e reflitam sobre a fragilidade da vida e nunca deixem uma pessoa, por mais que o relacionamento tenha acabado ou o Universo tenha separado vocês sem uma resposta que o incentive a seguir em frente sozinho (a). Pois essa pode ser a última mensagem que ele vai receber na vida.

janeiro 17, 2018

Tudo Junto e Misturado por Ann Brashares

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340505
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 336
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Sasha e Ray sempre passam o verão na velha casa de férias da família. Desde pequenos, os dois dividiram muitas coisas — leram os mesmos livros, correram pela mesma praia, comeram pêssegos colhidos na mesma fazenda, tomaram café da manhã sentados à mesma mesa. Até dormiram na mesma cama, mas nunca ao mesmo tempo. Afinal, eles jamais se encontraram. O pai de Sasha um dia foi casado com a mãe de Ray, e juntos tiveram três filhas: Emma, Quinn e Mattie. Mas o casamento acabou, deixando para trás apenas rancor e ressentimentos. Os dois casaram de novo e formaram novas famílias, mas nenhuma delas pretende desistir da casa de praia, muito menos compartilhá-la. Até este verão. As vidas de Sasha e Ray estão prestes a se cruzar — e, com tudo junto e misturado, as famílias vão mudar para sempre.

Ao iniciar a leitura de Tudo Junto e Misturado da autora Ann Brashares, essa que vos escreve não tinha a menor ideia do que ia encontrar. Porém, logo nas primeiras páginas já percebi que em minhas mãos uma história de uma beleza complexa e ao mesmo tempo singela, assim como são nossos relações com as pessoas que amamos.

Ray e Sasha desde pequenos dividem muitas coisas. O quarto de na velha casa de verão da família, os livros, o trabalho e as três irmãs mais velhas, frutos do primeiro casamento da mãe de Ray, Lila com o pai de Sasha, Robert. Porém apesar de dividirem tantas coisas, o dois nunca se encontrado pessoalmente. Afinal o fim do relacionamento antigo deixou uma sombra de ressentimentos e magoas que tornou qualquer proximidade entre as duas famílias impossível. Só que de algum modo Sasha sente que ninguém a conhece tão bem como Ray. E Ray por sua vez também sente essa estranha conexão com Sasha. 

Por anos Emma, Quinn e Mattie conseguiram se dividir entre as duas famílias, em uma espécie de vida dupla em que ao invés de dividir buscavam somar para os dois lados. Mas nesse verão as coisas estão diferentes obrigando a todos a ceder e conviver juntos mesmo que seja uma trégua temporária. Quando segredos do passado até então enterrados surgem na superfície e uma tragédia abala a todos, os caminhos de Sasha e Ray finalmente se cruzam. Mas será que Lila e Robert estão dispostos a deixar o rancor de lado pela felicidade dos filhos?

Tudo Junto e Misturado, possui uma narrativa simples e fluida que assim como o próprio título diz nos apresenta uma miscelânea de pontos de vistas, pensamentos e emoções diferentes. A princípio achei que Ann Brashares ia intercalar a narrativa entre a Sasha e o Ray, mas embora o começo possa parecer "confuso", gostei do fato da autora ter dado voz a todos os personagens na construção da narrativa. Isso não somente os deixaram mais reais durante a leitura, como também ajudou a torná-los mais próximos de mim.

E que fique claro que essa não é a história de amor entre a Sasha e o Ray, pois apesar do romance entre eles estar presente de uma forma sutil, o foco aqui é as relações familiares. Ann Brashares foi de uma sensibilidade enorme ao apresentar duas famílias tão desajustadas que precisavam desesperadamente de amor e perdão.

Em vários momentos senti raiva da Lila e do Robert por serem pessoas tão egoístas e mesquinhas, ambos tão apegados as suas dores que não conseguiam enxergar a dor alheia.  Era triste e doloroso perceber como tudo podia ser diferente se alguém cedesse nem que fosse um pouco.

A complexidade, assim como todo o ressentimento existente no relacionamento dos dois permeia toda a narrativa de modo que é visível que a divisão entre as famílias ajudou a formar o caráter e as inseguranças dos filhos do casal. Tudo Junto e Misturado é um lembrete a todos que relacionamentos nem sempre são eternos, mas o modo como lidamos com o fim deles afeta não somente a nós, me sim todos em nossa volta.

Posso até não ter me emocionado ao ponto de derramar lágrimas pela obra. Até por que, apesar de toda a sua beleza a narrativa de Tudo Junto e Misturado ainda sim peca por sua superficialidade e previsibilidade em alguns momentos. Só que ainda sim, essa foi uma leitura que me levou a refletir sobre o verdadeiro papel da família em minha vida. Além de claro ser um lembrete de como os relacionamentos e a vida são frágeis.

“É uma coisa muito triste da natureza humana. Passamos muito mais tempo pensando no que não temos ou no que perdemos do que pensando no que temos.”

Com uma narrativa despretensiosa, Tudo Junto e Misturado nos mostra a beleza e a fragilidade das relações humanas. Ann Brashares apresenta muito mais do que um romance leve, mas a cada capitulo nos lembra da importância de esquecer as magoas do passado, perdoar e seguir em frente.

janeiro 14, 2018

Um Tom Mais Escuro de Magia por V.E. Schwab

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501106667
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 420
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Tons de Magia – Livro 01.
Kell é um dos últimos Viajantes — magos com uma habilidade rara e cobiçada de viajar entre universos paralelos conectados por uma cidade mágica. Existe a Londres Cinza, suja e enfadonha, sem magia alguma e com um rei louco — George III. A Londres Vermelha, onde vida e magia são reverenciadas, e onde Kell foi criado ao lado de Rhy Maresh, o boêmio herdeiro de um império próspero. A Londres Branca: um lugar onde se luta para controlar a magia, e onde a magia reage, drenando a cidade até os ossos. E era uma vez... a Londres Negra. Mas ninguém mais fala sobre ela. Oficialmente, Kell é o Viajante Vermelho, embaixador do império Maresh, encarregado das correspondências mensais entre a realeza de cada Londres. Extra-oficialmente, Kell é um contrabandista, atendendo pessoas dispostas a pagar por mínimos vislumbres de um mundo que nunca verão. É um hobby desafiador com consequências perigosas que Kell agora conhecerá de perto. Fugindo para a Londres Cinza, Kell esbarra com Delilah Bard, uma ladra com grandes aspirações. Primeiro ela o assalta, depois o salva de um inimigo mortal e finalmente obriga Kell a levá-la para outro mundo a fim de experimentar uma aventura de verdade. Magia perigosa está à solta e a traição espreita em cada esquina. Para salvar todos os mundos, Kell e Lila primeiro precisam permanecer vivos.

Desde que Um Tom mais Escuros de Magia, o primeiro livro da trilogia Tons de Magia foi lançando, essa que vos escreve sentiu aquele “chamado” para conhecer a história. Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe o quanto eu gosto de fantasias e quanto elas são bem estruturadas e possuem bons personagens, a probabilidade de me tornar fã da trama é ainda maior. E embora a história aqui tenha falhado em alguns detalhes, ainda sim admito que essa já é uma trilogia com um lugarzinho especial em meu coração.

Kell é um dos últimos Antari, magos com a habilidade especial de viajar por universos paralelos interligados por magia. No mundo de Kell, existe três Londres; a Cinzenta, suja e deprimente em que a magia há muito tempo deixou de existir. A Vermelha onde o jovem mago foi criado, onde a magia está presente em cada detalhe. E a Londres Branca onde a luta para controlar o poder da magia corrompeu a todos. Existia também há muito tempo a Londres Negra, mas ninguém gosta de falar sobre ela.

Kell é o embaixador império Maresh, responsável pela troca de correspondências entre as cidades. Porém o jovem Kell tem um hobby perigoso, afinal entre uma correspondência e outra ele também é um dos responsáveis pelo contrabando de artefatos mágicos ou não através dos reinos. E é justamente um pequeno artefato o responsável por desencadear uma série de acontecimentos catastróficos para todas as Londres.

Fugindo de um inimigo mortal e correndo contra o tempo para devolver o artefato maligno ao lugar ao qual pertence, Kell esbarra em Delilah Bard uma ladra que tem grandes aspirações para o seu futuro. E isso inclui não ficar para trás nessa aventura, mesmo que o risco de não sair viva dela seja bem grande.

Já tinha me encantado com a narrativa fluida de Victoria Schwab quando li A Melodia Feroz. O grande diferencial da Victoria em minha opinião é que suas histórias não são do tipo que nos conquistam logo nas primeiras páginas, e sim que conforme a narrativa evolui vai apresentando elementos que tornam a história envolvente.

Particularmente gosto bastante de enredos que tem como plano de fundo, mundos paralelos e realidades alternativas e esses foram os pontos que sem sombra de dúvida mais me chamaram a atenção em Um Tom mais Escuro de Magia.  Porém não nego que apesar de ter gostado bastante do que encontrei por aqui, achei que a autora pecou em pequenos detalhes em especial no desenvolvimento dos personagens.

O Kell apesar de ser um personagem bastante carismático, sofre a síndrome do personagem “bonzinho” demais. Tudo bem que a autora tentou dar um pouco de malícia ao protagonista ao fazer dele um contrabandista, mas toda a postura do Kell durante a narrativa faz dele um personagem um tanto “ingênuo” quando comparado a Delilah. Essa que por sua vez rouba a cena e salva o dia em diversas ocasiões, diga-se de passagem. A única coisa aqui que não engoli direito foi a breve tentativa de romance que surgiu entre os personagens.  Talvez esse seja um dos pontos que a autora trabalhe melhor nos próximos livros, mas confesso que  aqui achei um tanto quanto "forçado".

Já os irmãos Astrid e Athos, governantes da Londres Branca e os grandes vilões desse primeiro livro da trilogia, me soaram caricatos demais.  Porém, o que mais doeu em meu coração que sempre tende a amar os vilões foi ver todo o potencial do Holland, o outro Antari ser “desperdiçando”. É visível o quanto ele é forte e poderoso, e vê-lo transformado em um mero “fantoche” machucou meu coração gelado.

Um Tom mais Escuro de Magia não decepciona quem espera uma boa fantasia. Mesmos com algumas situações bem previsíveis, Victoria Schwab entrega o que promete, além de deixar um bom gancho para a continuação da história. Só que para leitores mais exigentes/ chatos como essa que vos escreve, a sensação ao finalizar o livro é que a história podia ter sido ainda melhor. 

“... mas homens que entram na água afirmando saber nadar não deveriam precisar de salva-vidas.”

Com um começo promissor, Um Tom mais Escuro de Magia mesmo com algumas pequenas falhas possui uma narrativa fluida e envolvente. Estou bem curiosa para descobrir por quais caminhos a magia irá guiar Kell no próximo livro da trilogia, Um Encontro de Sombras

outubro 26, 2017

Quando a Bela Domou a Fera por Eloisa James

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788580416800
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 320
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Piers Yelverton, o conde de Marchant, vive em um castelo no País de Gales, onde seu temperamento irascível acaba ferindo todos os que cruzam seu caminho. Além disso, segundo as más línguas, o defeito que ele tem na perna o deixou imune aos encantos de qualquer mulher. Mas Linnet não é qualquer mulher. É uma das moças mais adoráveis que já circularam pelos salões de Londres. Seu charme e sua inteligência já fizeram com que até mesmo um príncipe caísse a seus pés. Após ver seu nome envolvido em um escândalo da realeza, ela definitivamente precisa de um marido e, ao conhecer Piers, prevê que ele se apaixonará perdidamente em apenas duas semanas. No entanto, Linnet não faz ideia do perigo que seu coração corre. Afinal, o homem a quem ela o está entregando talvez nunca seja capaz de corresponder a seus sentimentos. Que preço ela estará disposta a pagar para domar o coração frio e selvagem do conde? E Piers, por sua vez, será capaz de abrir mão de suas convicções mais profundas pela mulher mais maravilhosa que já conheceu?

Confesso que Quando a Bela Domou a Fera não foi um livro que me chamou a atenção logo no seu lançamento.  Sendo bem sincera, essa blogueira que vos escreve estava um pouco "cética" em relação à história escrita por Eloisa James. Mas acabei vencida pela curiosidade e para minha felicidade surpreendida com um romance super gracinha.

Linnet Berry Thrynne é considerada a mais bela e doce das moças que circulam pelos salões da alta sociedade de Londres na temporada. Tanto que a jovem e a sua família estão crentes que ela será pedida em casamento pelo príncipe Augustus. Porém após se ver no meio de um escândalo de proporções épicas, ela precisa desesperadamente de um marido que não conheça a sua má fama.

A oportunidade surge na forma de Piers Yelverton, o conde de Marchant um homem com recluso e com um péssimo temperamento.  Ao partir para o País de Gales, Linnet acredita que Piers se apaixonará perdidamente por ela. Porém logo a jovem percebe que conquistar o coração do arredio conde de Marchant não será tão fácil assim. Afinal Piers faz o seu melhor em ser desagradável em suas tentativas de afastar Linnet.

Conforme os dias se passam o feitiço vira contra a feiticeira e Linnet aos poucos vai se encantado com Piers. E por mais que corra o risco de acabar com o coração quebrado, ela está disposta a fazer o que for preciso para domar o coração ferino do conde.  Nesse jogo de sedução a muralha de gelo que Piers criou para se defender começa a derreter, fazendo com que ele comece a rever as suas convicções, se permitindo pela primeira vez em anos a pensar no amor.

Que adoro romances históricos, não é novidade para ninguém. Porém depois de ler muitos livros do estilo em sequência, aquela sensação que eu estava lendo o mais do mesmo começou de verdade a me incomodar. Por esse motivo ao iniciar a leitura de Quando a Bela Domou a Fera, evitei criar muitas expectativas esperando que a narrativa me surpreendesse. E foi exatamente isso que aconteceu.

Eloisa James criou um romance clichê que se destaca por possuir não somente diálogos inteligentes, mas uma pitada de sarcasmo que deixa a narrativa divertida e ainda mais interessante de se acompanhar.  Além disso, Linnet e Piers são protagonistas cativantes que fogem um pouco do estereótipo que normalmente encontramos nos livros do gênero, - a mocinha frágil e indefesa e o mocinho belo e perfeito. Eles são pessoas “comuns” e possuem suas qualidades, defeitos e limitações, e isso é tão legal que conforme vamos avançando na leitura mais próximos a eles nos sentimos.

Outro ponto interessante é que a autora soube como dar aos personagens secundários, espaço para que eles consigam se destacar e colaborar para o desenvolvimento da história. Gostei bastante do Sébastien, primo do Piers e do pequeno Gavan. Além disso, a entrada de um segundo casal na trama deixou tudo ainda mais divertido e gostoso de acompanhar.

O único ponto negativo que a história possui em minha opinião, foi que o final me pareceu um pouco “forçado”. Não é nada assim que prejudique a narrativa como um todo, mas me deixou com a sensação que a autora tentou inserir um toque de ação na história que não funcionou muito bem.

“– Você é sempre sarcástica assim?
– Não. Sou uma dama bastante doce. Mas você faz despertar o pior em mim."

O meu maior receio em ler Quando a Bela Domou a Fera, era que inconscientemente me levasse a comparar sua história com outras que já li. Mas, apesar de não ser de todo original, Eloisa James sou como escrever uma versão sensual, leve e bastante envolvente do meu conto de fadas favoritos.  Ou seja, valeu a pena começar a leitura sem nenhuma expectativa e me surpreender.

outubro 22, 2017

Quando a Noite Cai por Carina Rissi

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

  ISBN: 9788576865803
  Editora: Verus
  Ano de Lançamento: 2017
  Número de páginas: 476
  Classificação: Bom
Sinopse: Briana Pinheiro sabe que não é a pessoa mais sortuda do mundo. Sempre que ela está por perto algo vai mal, especialmente no trabalho. Por isso é tão difícil manter um emprego. E a garota realmente precisa de grana, já que a pensão da família não anda nada bem. Mas esse não é o único motivo pelo qual Briana anda perdendo o sono. Quando a noite cai e o sono vem, ela é transportada para terras distantes: um mundo com espadas, castelos e um guerreiro irlandês que teima em lhe roubar os sonhos... e o coração. Depois de ser demitida — pela terceira vez no mês! —, Briana reúne coragem e esperanças e sai em busca de um novo trabalho. É quando Gael O’Connor cruza seu caminho. O irlandês de olhar misterioso e poucas palavras lhe oferece uma vaga em uma de suas empresas. Só tem um probleminha: seu novo chefe é exatamente igual ao guerreiro dos seus sonhos. Enquanto tenta manter a má sorte longe do escritório, Briana acaba por misturar realidade e fantasia e se apaixona pelo belo, irresistível e enigmático Gael. Em uma viagem à Irlanda, a paixão explode e, com ela, o mundo de Briana, pois a garota vai descobrir que seu conto de fadas está em risco — e que talvez nem mesmo o amor verdadeiro seja capaz de triunfar...

Tem momentos na vida que tudo o que precisamos é de um livro bem açucarado para aquecer nossos corações.  Em partes foi exatamente isso que encontrei na leitura de Quando a Noite Cai da autora Carina Rissi. Com uma narrativa leve esse é aquele livro que não chega a surpreender, mas que com um romance clichê entrega o que promete uma história doce e bonitinha.

A dona sorte e Briana não estão se entendendo muito bem nos últimos tempos. Briana não consegue manter-se em nenhum emprego, parece até que a moça é um ímã para catástrofes. A prova disso é quando depois de mais tentativa desastrosa de conseguir um emprego a jovem é atropela pelo enigmático Gael O’Connor.

Após o acidente por um daqueles acasos estranhos que só o destino explica, Gael acaba se encantando com o jeito atrapalhado de Briana e oferece a ela uma vaga de emprego em sua empresa.  Incrédula com a virada de sua sorte Briana aceita, afinal ela precisa do dinheiro para manter a pensão em que ela e a família moram aberta.  O problema é que Gael é praticamente irmão gêmeo de Lorcan, o guerreio irlandês que há anos povoa os sonhos de Briana.  E talvez separar os sonhos da realidade se torne uma tarefa mais difícil do que ela imagina.

Quando ambos partem para a Irlanda, a atração que sentem um pelo outro fica ainda mais intensa. E por mais que eles tentem manter tudo no âmbito profissional e da amizade, o sentimento a cada dia se mostra mais forte e irresistível. Porém, Gael guarda um segredo de Briana, segredo este que se for descoberto deixará a jovem de coração partido. Conforme se aproxima da verdade, Briana vai percebendo que seus sonhos podem conter a respostas que procura e a chave para libertar o seu amor.

Quando a Noite Cai é uma história clichê do começo ao fim. Não que isso seja um defeito, até porque mesmo com tudo sendo óbvio a autora soube como construir um enredo envolvente. Gostei dos elementos da cultura irlandesa que a Carina Rissi usou como plano de fundo da história, e é visível que a autora fez uma extensa pesquisa para dar ao enredo o toque místico e misterioso que a cultura possui. Só que nem tudo foram flores (...).

Adoro histórias que mesclam fantasia e realidade, porém aqui infelizmente esse recurso não funcionou muito bem. A narrativa intercala o momento presente com os sonhos de Briana, só que mesmo se revelando uma peça importante no desenvolvimento do enredo, essas passagens deixam a narrativa com o ritmo mais lento e até um pouco cansativa.  Além disso, não nego que a imaturidade da protagonista também me incomodou em especial pelo modo “fácil” com ela aceita a falta de respostas e as mudanças de humor constantes de Gael.

Confesso que o maneira fast como a Briana se apaixona por Gael e o modo como relacionamento deles se desenvolve me deixou com uma impressão que aquilo não era tão “verdadeiro”como a autora tenta passar. Em especial por conta do passado do Gael. Tudo foi muito simples e volto a dizer fácil, deixando a sensação que as respostas dadas pela a autora foram poucas ou totalmente insuficientes. Não nego que achei a Briana e o Gael um casal fofo e torci para que os dois tivesse um final feliz. Porém acho que ao invés da autora ter se perdido com detalhes que não agregaram tanto a narrativa ela podia ter explorado de uma forma mais “realista” e não tão fantasiosa o relacionamento dos dois.

Os personagens secundários conseguem se destacar dando a narrativa um toque divertido. Gostei muito da Aisla irmã da Briana e do Lorenzo melhor amigo do Gael.  A Aisla é aquele tipo de pessoa que mesmo quando tudo está dando errado consegue manter a esperança e apesar de a primeira vista parecer um pouco cabeça de vento, é bem mais madura do que a protagonista. Já o Lorenzo é um personagem peculiar com um ótimo senso de humor.

Quando a Noite Cai é um livro gostoso. A escrita da Carina Rissi é fluida e nos conquista aos pouco.  Senti falta de algumas respostas mais conclusivas e de um maior desenvolvimento da relação dos protagonistas. Porém mesmo com suas falhas a leitura foi prazerosa e me deixou com mais vontade de ler outros livros da autora.

“– Pode repetir isso para si mesma, se traz algum conforto. Mas eu sei o que vi. Vocês se encontram. E, quando isso acontece , nada mais pode ser feito.”

Para quem está em busca de um livro que escorre açúcar nas páginas, Quando Cai a Noite possui uma narrativa açucarada, leve e perfeita para os românticos de plantão. Admito que eu esperava um pouco mais, só que mesmo não se mostrando uma das histórias mais surpreendentes que li, me vi  ao final com aquele sorriso no rosto e com o coração mais quentinho.

outubro 19, 2017

Sangue por Sangue por Ryan Graudin

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340437
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas:
Classificação: Ótimo
Submarino |Compare os Preços
Sinopse: Lobo por Lobo – Livro 02.
Para o Terceiro Reich, a Segunda Guerra Mundial pode ter acabado, mas para a resistência a luta está apenas começando. Yael é sobrevivente de um campo de extermínio e tem uma habilidade especial é uma metamorfa, capaz de mudar a aparência física e assumir a forma de qualquer pessoa. Ela também é uma garota em fuga o mundo acabou de vê-la atirar e matar Adolf Hitler. Yael é a inimiga número 1 da Germânia e de seus aliados, e vai precisar se infiltrar no território inimigo mais uma vez se não quiser pagar com o seu próprio sangue. Em meio a segredos sombrios acompanhados por verdades obscuras, apenas uma pergunta paira na mente de todos do grupo de Yael o quão longe você iria por aqueles que você ama.

De uma maneira muito sutil a autora Ryan Graudin vem conquistando um lugar especial em minha estante e claro, no meu coração de leitora. Desde que li seu livro de estreia, A Cidade Murada senti que a autora tinha um potencial enorme e após a leitura de Lobo por Lobo, o primeiro livro da duologia de mesmo nome, as minhas "suspeitas" foram confirmadas.  Eu estava muito curiosa para saber como ela iria terminar o que começou no livro anterior, até porque eu quase tive um ataque cardíaco com aquele final. E para minha felicidade, apesar dela ter partido meu coração, fui surpreendida novamente.

Quem não quiser correr o risco de pegar spoiler, pode pular três parágrafos.

O mundo inteiro viu Yael atirar em Adolf Hitler durante a festa do Tour do Eixoem Tóquio, e agora ela é inimiga número um da Germânia. Porém, não é só a jovem judia com habilidades especiais que está na mira da SS, organização paramilitar nazista. Felix Wolfe irmão de Adele Wolfe de quem Yael roubou a identidade também enfrenta as consequências dos atos da rebelde. Do mesmo modo o duplo vencedor do Tour, Luka Löwe que deixou de ser o rosto que representava o orgulho ariano, para ser visto como um traidor do governo.

Juntos os três precisam correr contra o tempo para sobreviver não só a perseguição da SS, mas aos caos que se instalou por todo o continente.  Nessa fuga eles acabam nos territórios russos, onde os soldados soviéticos não sentem nenhuma simpatia pelos germanos ou arianos puros. A resistência luta bravamente para acabar com o império de terror construído por Hitler e Yael sabe que precisa chegar a Germânia rápido, antes que seja tarde demais.

Quando tudo parece perdido, um fantasma de seu passado ressurge trazendo com ele verdades sombrias e esperança. Yael está disposta há fazer o que for preciso para terminar o que começou em Tóquio. A garota quer vingança por tudo aquilo que lhe foi tirado, incluindo a própria identidade. Mas o inimigo têm várias faces e a traição muitas vezes pode ser movida pura e simplesmente pelo amor.

Sangue por Sangue começa exatamente do ponto em que Lobo por Lobo parou. Porém, confesso que não estava preparada para o que encontrei aqui. Meu coração foi quebrado em pedacinhos e Ryan Graudin não fez a menor questão de juntá-los.  Muito pelo contrário, a autora nos apresenta uma história dolorosa e até mesmo “cruel”.  E talvez essa seja a maior qualidade na escrita da autora. Ela não se preocupa em entregar uma história clichê “bonitinha”,  muito pelo contrário aqui somos levados a enxergar de uma forma muito real, como o mundo seria se Hitler saído vitorioso da Segunda Guerra.  Além disso, ela não exagera ao usar algumas licenças poéticas e com maestria,  insere fatos reais para dar o enredo um peso emocional maior, que aliado a personagens bem construídos deixa tudo ainda mais interessante.

A Yael já tinha sido uma grata surpresa no livro anterior e fiquei imensamente feliz ao ver a evolução da personagem. A cada capítulo a minha torcida para que ela tivesse uma final feliz aumentava, assim como o aperto em meu coração por saber que talvez isso não fosso possível. Do mesmo modo Luka e Felix, possuem uma personalidade cativante o que faz com que cada um ao seu modo desempenhe um papel importante na trama.

Gostei do interlúdio que autora criou para nos revelar o passado de ambos.  Esses flashes do passado foram essenciais tanto para conhecer melhor os dois personagens como para entender a motivação de cada um. Não nego que mesmo não concordando com algumas decisões  em especial por que uma delas teve uma consequência devastadora, eu consegui entender as os motivos que levaram a ela.
O ponto principal da dinâmica entre os três personagens é que a autora não precisou criar um triângulo amoroso para justificar o relacionamento deles. Embora entre Yael e Luka exista aquele “algo a mais”, a relação  dela com o Felix é baseada única e exclusivamente na culpa, raiva e medo. Yael se sente responsável por ele e são justamente esses sentimentos que dão a duologia um toque agridoce e muito bonito.

“– Todas essas habilidades que ensinei são fardos. Não presentes. Tirar a vida também tira algo seu. Quando decidir matar, tome cuidado para que seja pelos motivos certos. Tome cuidado para que consiga viver com a decisão.”

Sangue por Sangue se revelou uma história ainda mais intrigante do que o seu antecessor. Ryan Graudin escreveu uma obra original que presenteia o leitor com muitas cenas de ação e reviravoltas que nos leva a crer que nada vai dar certo. Porém mesmo nos momentos tortuosos e obscuros há o desejo de lutar e fazer a diferença há esperança. E isso faz com que a leitura se torne mais envolvente a cada capítulo. 

Veja também:
Lobo por Lobo.

outubro 15, 2017

Graça e Maldição por Laure Eve

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788501109408
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Regular
Livraria Saraiva | Compare os Preços
Sinopse: Os Grace – Livro 01.
Como todos os outros na pequena cidade, River é obcecada pelos Grace. Fenrin, Thalia e Summer Grace são carismáticos, charmosos e ricos — e há boatos de que sua influência se estende aos mais altos degraus da política mundial. Se você não ama um deles, quer ser exatamente como um deles. Especialmente River, a nova aluna da escola local... Que de repente é acolhida pela família que todos reverenciam e temem em igual medida. Ela é diferente. Mas o que os Grace não sabem é que a garota não está na cidade por acaso; ela sabe exatamente o que está fazendo. Ou não?


Estou alguns minutos olhando para a tela do meu notebook sem saber ao certo como começar a escrever essa resenha. Meus sentimentos em relação a Graça e Maldição só podem ser descritos como conflitantes. Pois se em partes a história conseguiu me manter entretida até o final, ao mesmo tempo a narrativa da autora  Laure Eve acaba caindo em uma espécie de clichê repetitivo. Deixando no ar uma sensação incômoda que já vi isso em algum lugar (...).

River acaba de se mudar com a mãe para pequena cidade costeira e assim como qualquer pessoa estranha em um ambiente que todos se conhecem, ela está se sentindo totalmente perdida e deslocada na nova escola. Porém precisou de poucas semanas ali, para que River também se veja encantada pelos irmãos Grace. Afinal Fenrin, Thalia e Summer Grace são praticamente as realezas do colégio, ou melhor, dizendo da cidade.

A garota então passa a tecer um plano para se aproximar dos irmãos, ganhar a confiança deles e quem sabe o coração de Fenrin, por quem secretamente está apaixonada. O plano começa a dar certo quando Summer a caçula dos Grace se aproxima de River. Logo as duas passam a ser amigas inseparáveis e aos poucos a garota acaba sendo acolhida pela família mais poderosa e temida da cidade. Porém o que River não sabe é que existe uma suposta maldição sobre os Grace. Maldição essa que faz com que todos aqueles que se aproximam deles sofram ao ponto de enlouquecer.

Será que a aparente obsessão que a jovem tem pela família e por querer ser um deles já é reflexo da maldição? Ou ela mesma possui segredos que não quer que sejam revelados?  Quando coisas estranhas começam a acontecer à teia de mentiras passa a se dissolver e tudo o que era para permanecer escondido ameaça a vir à tona. E dessa vez nenhum feitiço poderá ocultar a verdade.

Graça e Maldição tinha tudo para ser aquele tipo de livro que simplesmente não conseguimos parar de ler.  E em partes a narrativa consegue ser envolvente e prender a atenção do leitor. Porém, a autora Laure Eve “pecou” ao apresentar uma protagonista clichê e sem carisma. Acho que ficou bem claro que a River foi o motivo principal para que essa blogueira que vos escreve, não ter se conectado tanto com a história como ela gostaria.

E não, eu não estou chata.  Só que de verdade, o comportamento obsessivo da River em relação aos Grace chega a ser assustador em alguns momentos.  A vida dela passa a girar em torno da família e nada mais importa para a River, há não ser o “amor” e a felicidade dos Grace. Porém o que mais me incomodou fora à baixa autoestima da personagem, foi o fato que tudo acontece de uma maneira tão repentina que deixou tudo muito superficial.  E quando falo isso me refiro tanto a protagonista como aos diálogos e a construção da história como o todo.

Gostei dos Grace, em especial da Summer, pois a Thaila em algumas situações consegue ser tão ou mais insuportável que a River. Já o Fenrin acabou sofrendo da síndrome do personagem estereotipado demais. Ele é lindo, divertido, cativante e todo o mesmo blá, blá, blá de sempre. E isso foi uma verdadeira judiação com ele, por que o Fenrin tinha um potencial enorme que acabou sendo pouquíssimo aproveitado na narrativa. Tipo em minha opinião, se autora tivesse focado mais nos segredos da família e menos da River, a história teria ficado mais interessante.

Infelizmente senti falta de uma narrativa mais madura que não fosse tão centralizada nos dramas da protagonista. Pois assim como o trio Grace, outros personagens como o Marcus e o Wolf possuem uma personalidade mais marcante do que a River e mesmo com pouca participação, ajudaram a narrativa a ter um pouco de ação e suspense. 

Não nego que me peguei várias vezes comparando Graça e Maldição com outros livros juvenis que li. A fórmula que a autora usou é basicamente a mesma de outras obras do gênero, e acredito que isso também foi um dos fatores que acabou me incomodando durante a leitura.  Sem falar que o final é pouco conclusivo deixando inúmeras pontas soltas e perguntas sem respostas. Ok! Tem continuação e ela já foi lançada lá fora, só que o problema é que sinceramente não sei se estou disposta a reencontrar com a River novamente (...).

“O que uma pessoa escolhia manter segredo dizia tudo que você precisava saber a respeito dela. O que ela mostrava era quem queria ser. O que escondia, o que era de verdade.”

Em suma Graça e Maldição é um bom livro, desde que você não esteja esperando nada de “novo”. Claro que a história tem seus méritos, pois a autora consegue criar uma boa aura de mistério que se sustenta até o final. Porém, para quem está em busca de uma narrativa com personagens mais maduros e diálogos relevantes, corre o risco de ficar com a sensação que leu o mais do mesmo. Minha sugestão aqui é começar a leitura sem expectativas.

setembro 28, 2017

Ninguém Nasce Herói por Eric Novello

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340420
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 384
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Num futuro em que o Brasil é liderado por um fundamentalista religioso, o Escolhido, o simples ato de distribuir livros na rua é visto como rebeldia. Esse foi o jeito que Chuvisco encontrou para resistir e tentar mudar a sua realidade, um pouquinho que seja: ele e os amigos entregam exemplares proibidos pelo governo a quem passa pela praça Roosevelt, no centro de São Paulo, sempre atentos para o caso de algum policial aparecer. Outro perigo que precisam enfrentar enquanto tentam viver sua juventude são as milícias urbanas, como a Guarda Branca: seus integrantes perseguem diversas minorias, incentivados pelo governo. É esse grupo que Chuvisco encontra espancando um garoto nos arredores da rua Augusta. A situação obriga o jovem a agir como um verdadeiro super-herói para tentar ajudá-lo — e esse é só o começo. Aos poucos, Chuvisco percebe que terá de fazer mais do que apenas distribuir livros se quiser mudar seu futuro e o do país.

Não é de hoje que venho tendo a triste sensação que ao invés de evoluirmos estamos regredindo. E digo isso não somente a nível Brasil, mas são tanto absurdos que vejo todos os dias nos jornais que passei a sentir um pouco de “medo” do que o amanhã nos reserva.  Por esse motivo, logo que li a sinopse de Ninguém Nasce Herói, do autor Eric Novello fiquei bastante curiosa para conhecer a história. Até porque, a ficção e a realidade nunca me pareceram tão próximas.

Quando um fundamentalista religioso assume o governo do Brasil a população volta a viver um regime opressor semelhante aos anos da Ditadura Militar. Alguns livros foram banidos. Negros, homossexuais, transexuais e seguidores das religiões afros são perseguidos.  Porém, Chuvisco e seus amigos tentam de alguma forma lutar contra isso e fazer a diferença, mesmo sabendo os riscos que correm. O governo faz de tudo para esconder a brutalidade de suas ações através de um Pacto de Convivência, que como o imaginado funciona bem mais na teoria do que na prática.

Fato esse que se comprova em uma amanhã quando Chuvisco é espancado quase até a morte por defender um garoto da Guarda Branca, uma milícia urbana apoiada pelo governo do Escolhido. Chuvisco então percebe que precisa fazer mais do que apenas distribuir livros proibidos nas praças da grande São Paulo, ele precisa realmente entrar na luta contra a tirania que se instalou no país.

Enquanto tenta encontrar Junior em chats secretos usados por grupos LGBT, para saber se o menino sobreviveu às agressões causadas pela Guarda Branca, ele também começa uma busca perigosa. Chuvisco passa a procurar informações sobre a Santa Muerte, um grupo rebelde que pretende trazer a revolução ao país e acabar com o governo do Escolhido. Afinal, ninguém precisa de uma capa e um traje especial para ser herói e lutar por uma sociedade mais justa e um mundo melhor.

Ninguém Nasce Herói se mostrou uma leitura interessante e envolvente, mas ao mesmo tempo um tanto confusa em especial no começo. Eric Novello construiu um personagem complexo, que em muitas situações busca em sua imaginação uma forma de enfrentar a realidade. É justamente nos momentos mais importantes da narrativa que o Chuvisco permite que sua Catarse Criativa assuma o controle, o que faz com que o personagem se veja como um super-herói de verdade. 

Confesso que no começo essa mistura entre fantasia e realidade me confundiu e incomodou um pouco. Porém depois que entendi como essas crises funcionavam e principalmente a importância que esses episódios tem no desenvolvimento do enredo, a minha leitura passou a fluir melhor. Gostei do fato do autor não ter criado uma distopia "caricata", e sim ter usado como base para sua história o fanatismo religioso e o ódio cada vez mais crescente pelas minorias e o “diferente”. Além disso, como é uma história que se passa no Brasil a identificação com os personagens e lugares é praticamente instantânea.

Outro ponto que gostei bastante é que embora o Chuvisco seja o grande protagonista aqui, os demais personagens também se destacam nos momentos decisivos. Eric Novello consegue com maestria trabalhar a diversidade sem ser clichê, nos tornando a cada capitulo mais próximos de cada um dos personagens, o que me levou a sentir uma empatia enorme por eles. Em algumas ocasiões fiquei bastante triste com o as escolhas e caminhos que eles tomaram, por que no decorrer da trama senti como se cada um deles, fosse meu amigo também.

Ninguém Nasce Herói possui o tom certo de ação, drama e romance, mas o ponto chave de sua narrativa é o alerta que o autor faz.  Eric Novello nos mostra de um modo real e doloroso os perigos escondidos por trás do preconceito e do fanatismo. E o que mais me assusta é perceber como eu comentei no começo da resenha, que algumas situações descritas no livro não estão assim tão distantes de nossa realidade, infelizmente (...).

“Com maior ou maior dose de inocência, otimismo ou pessimismo, no fim das contas só estamos procurando uma maneira de seguir adiante.”

Apesar do início um pouco confuso, Ninguém Nasce Herói foi uma leitura gratificante e que deixou ainda mais acesa dentro de mim a vontade de lutar por um mundo melhor.  Até por que se formos pensar, ninguém precisa de superpoderes para ajudar o próximo e fazer a diferença na vida de alguém.

setembro 24, 2017

O Beijo Traiçoeiro por Erin Beaty

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340499
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 440
Classificação: Ótimo
Sinopse: Traitor's - Livro 01.
Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.

Sabe quando você está passando por aquela ressaca literária que parece que nenhum livro será capaz de te salvar da fossa? Pois bem, essa blogueira que vos escreve passou por uma dessas recentemente. Por mais que eu tentasse, nenhuma história conseguia prender a minha atenção por mais de duas páginas.  Mas quando eu menos esperava, eis que surgiu a luz no fim do túnel, ou melhor dizendo, - o livro certo.

Sage Fowler pode ser definida de várias formas, mas quem a conhece bem jamais usaria as palavras dama e delicada para descrevê-la. Dona de temperamento forte e uma língua afiada, Sage preza a sua liberdade acima de todas as coisas e por isso casamento está fora dos seus planos, especialmente se essa união for arranjada e sem amor. Ninguém pode acusar a sua família de não ter tentado, porém após ela considera inapta para o casamento só resta a Sage encontrar uma ocupação e se sustentar sozinha.

A oportunidade se apresenta quando ela recebe a proposta para ser aprendiz de casamenteira. Ironias a parte, Sage aceita a oferta e parte em direção ao Concordium, um dos eventos mais importantes do reino de Demora. É nele que as uniões entre grandes famílias são firmadas, e Sage tem como missão encontrar o par certo para as damas mais nobres do reino. Para isso ela terá que usar todo seu talento em ler e julgar o caráter das pessoas, incluindo jovens oficiais que foram destacados para fazer a escolta das damas até o  Concordium.

Só que ao perceber o talento de Sage, um belo oficial a recruta para ser espiã durante a estada do grupo na casa de um duque influente e cheio de péssimas intenções para com a coroa. Sage então se vê no meio de uma rede intrincada de intrigas e conspirações, ao mesmo tempo em que sem perceber encontra algo que nunca buscou para sua vida, - o amor.

O Beijo Traiçoeiro possui em sua narrativa elementos que eu particularmente adoro. Intrigas e conspirações políticas, boas doses de ação e um romance gracinha para aquecer meu coração. Logo nos primeiros capítulos eu sabia que ia encontrar tudo isso aqui, porém o que mais me cativou durante a leitura foi o modo com a autora construiu os personagens.

Sage possui uma personalidade vibrante, forte e determinada e está sempre disposta a lutar por aquilo que acredita ser justo. A autora Erin Beaty soube dosar toda a coragem da personagem com um toque de delicadeza, não a deixando a protagonista cair no estereotipo de  forçada ou “irritante”. A verdade é que em muitas situações é possível enxergar a fragilidade da personagem e isso deixou à narrativa ainda mais interessante.

Gostei muito da forma como a autora inseriu o romance na história. Por mais previsível que o envolvimento da Sage como um dos oficiais possa parecer, o modo como a Erin Beaty trabalhou o relacionamento dos personagens fez toda a diferença aqui. É um clichê que até o final nos deixa com o coração apertado e na dúvida se teremos, ou não um final feliz. Outro ponto positivo na narrativa da autora, é que embora alguns capítulos tenham um ritmo mais lento, o ar de mistério presentes neles faz com que com que o leitor fique cada vez mais envolvido com a leitura.

Porém, apesar de ter gostado muito da história como um todo, não nego que achei um determinado acontecimento no final desnecessário. Sério, partiu meu coração em pedacinhos (...). Além disso, senti falta da autora ter desenvolvido melhor alguns personagens secundários. Mas, foi gratificante perceber o modo como Erin Beaty conduziu bem a trama, fazendo dela instigante e divertida ao mesmo tempo.

“ – Você tem minha palavra quanto ao silêncio, mas minha confiança é outra história.”

Para quem está em busca de uma leitura fluida recheada de bons momentos de ação e romance, O Beijo Traiçoeiro é sem dúvidas uma ótima opção.  Confesso já estou morrendo de curiosidade para ler o próximo livro da trilogia. Afinal, a dúvida que não quer calar é; em qual confusão Sage e seu belo oficial vão se meter dessa vez?

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