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abril 25, 2021

Brave por Tammara Webber

| Arquivado em: RESENHAS

Brave é o quarto e último livro da série Contornos do Coração, escrita pela autora Tammara Webber. Foi um livro que demorou um tempinho para ser lançado no Brasil e que, por enquanto, só está disponível em e-book. Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe que essa série tem um lugar especial em meu coração, porém dessa vez não consegui me envolver tanto com a narrativa e seus personagens.

Acredito que um dos fatores que influenciaram isso, foi o grande intervalo entre a leitura do livro anterior e Brave. Li Sweet há cinco anos e querendo ou não, por mais que eu tenha um carinho especial pela série é “natural”, depois de tanto tempo sentir-se um pouco distante de um universo que até então era familiar.




ISBN: B08VCFKMDS
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2021
Número de páginas: 307
Classificação: Bom
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Sinopse: Contornos do Coração – Livro 04
Coragem significa se levantar para defender seus ideais... Ou, pelo menos, ter coragem para questioná-los. Em Brave, Erin McIntyre é cativante, mas proibida, já que no trabalho ela é a personificação do privilégio imerecido, pois é filha do dono da construtora. Por conta de todos esses fatores, Erin não imagina o que a espera quando começa a trabalhar na empresa do pai. Ao que parece, seu novo chefe, Isaac, não dá a mínima para ela. E isso pode deixar a garota com mais vontade de se aproximar dele. Isaac Maat é impossível de ser decifrado. Inteligente, ambicioso, emocionalmente imparcial, mais quente do que o chefe de alguém deveria ser e dono de uma personalidade sombria e silenciosa, ele já mostra de cara que não está nem um pouco a fim de se aproximar de Erin. Além disso, seu comportamento e suas atitudes levam a crer que ele tem um segredo muito bem escondido. Issac disse a si mesmo que conhecer Erin o ajudaria a derrubar o pai dela. Erin disse a si mesma que provocá-lo iria distrair seu coração despedaçado. E, por conta de todas essas diferenças, nenhum dos dois previu que travariam uma batalha íntima em que o vencedor seria o primeiro a renunciar. Em Brave, Tammara Webber apresenta um romance inter-racial protagonizado por personagens cativantes e verossímeis que vão deixar o leitor louco para conhecer o verdadeiro vencedor desse embate.


Após finalizar a faculdade e não saber ao certo que direção seguir, Erin McIntyre acaba aceitando a única opção que enxerga no momento, ir trabalhar na construtora do pai. Ela já imaginava que muitos iam se “ressentir” com a sua presença na empresa, afinal ao contrário dela muitos lutaram para conquistar uma vaga na famosa construtora JMCH, mas Erin não estava preparada para ser recebida pelo desprezo e antipatia mal disfarçada de seu diretor, Isaac Maat.

Quase tudo em Isaac é um mistério, menos o fato de não querer Erin por perto. Isaac trata Erin com frieza e um leve toque de impaciência que não passa despercebido por ela. Mas ao tentar decifrar o que está por de trás das atitudes de Isaac, Erin acaba se deparando com um grande enigma, e conforme o tempo passa sua curiosidade em relação seu chefe, acaba se tornando algo mais.

O maior problema com Brave em minha opinião, foi o fato da história ser narrada apenas pelo ponto de vista Erin. A narrativa tem uma construção lenta e ao centraliza-la apenas na protagonista tornou o desenvolvimento da histórica como um todo, menos “fluída”.  A sensação que tive, é que a autora tinha uma excelente ideia em mente, mas na hora de passa-la para o papel, ela acabou se “perdendo” um pouco.

Melhor amiga de amiga da Jacqueline, protagonista de Easy e Breakable, Erin sempre foi uma personagem carismática e é justamente, desse carisma que senti falta aqui. A Erin de Brave é um tanto apática, bem diferente da líder valente que conhecemos nos outros livros. Em partes essa mudança na personalidade da personagem é “explicada”, afinal a jovem está atormentada pelo peso da culpa e com dúvidas sobre qual caminho profissional seguir. Mas não há como negar, que foi uma mudança de personalidade um tanto "drástica".

Confesso que em nenhum momento senti que realmente existia química entre Isaac e Erin. Talvez isso tenha acontecido pelo modo como a narrativa é estruturada, mas de verdade não consegui me sentir conectada com o Isaac durante a leitura. De todos os romances que já li, não me recordo de um protagonista tão frio e distante. A narrativa não dá detalhes sobre ele, pois tudo nos é apresentado pela perceptiva da Erin.

São longos capítulos e só na reta final, a autora dá mais destaque para o Isaac na história. E tipo, personagens secundários que não acrescentam em nada na narrativa, tem mais espaço que o próprio protagonista. Gostaria muito de ter conhecido melhor o Isaac, seus sentimentos e sonhos. De ter visto algumas situações por seus olhos, pois até mesmo a “grande revelação” da trama acabou não sendo tão impactante. 

“— A coisa mais difícil para se fazer depois de perceber que se desviou do curso é tomar a decisão de voltar atrás. “

Tammara Webber buscou trazer para narrativa temas atuais, só que infelizmente ela acaba pecando pela superficialidade. Afinal, uma obra tem como base um romance inter-racial e que pretende, debater temas como racismo e privilégios da classe mais alta precisa que os dois lados da história sejam ouvidos e mostrados e isso, é algo que não acontece aqui.

O final também é um pouco corrido e a discussão em torno do preconceito em si, acaba meio que sendo “jogada” na narrativa. Acho que a autora podia ter se estendido uns dois ou três capítulos, até porque algumas pontas acabaram ficaram soltas.

Brave em si é um livro bom, mas que não conseguiu me cativar tanto como os livros anteriores da série. A minha maior “frustração” com esse livro é realmente perceber o quanto ele tinha potencial, mas que lamentavelmente os pontos que deviam ter tido uma atenção maior acabaram não tendo o espaço que mereciam.  

ps: Adorei me reencontrar um pouco com a Jacque e saber que, ela e meu Lucas () estão bem e felizes.

Veja Também:
Easy
Breakable
Sweet

fevereiro 06, 2019

Your Name por Makoto Shinkai

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.




ISBN: 9788576867227
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas:
Classificação: favorito
Onde Comprar: Livro | Mangás
Sinopse: Mitsuha é uma estudante que vive em uma pequena cidade nas montanhas. Apesar de sua vida tranquila, ela sempre se sentiu atraída pelo cotidiano das grandes cidades. Um dia, Mitsuha tem um sonho estranho em que se torna um garoto. No sonho, ela acorda em um quarto que não é dela, tem amigos que nunca viu e passeia por Tóquio. E assim aproveita ao máximo seu dia na cidade grande, onde ela adoraria viver. Curiosamente, um estudante chamado Taki, que mora em Tóquio, também tem um sonho estranho: ele é uma garota que mora em uma cidadezinha nas montanhas. Qual é o segredo por trás desses sonhos tão vívidos?  Assim começa a fascinante história de dois jovens cujos caminhos nunca deveriam ter se cruzado. Compartilhando corpos, relacionamentos e vidas, eles se tornam inextricavelmente ligados ― mas há conexões verdadeiramente indestrutíveis na grande tapeçaria do destino? A um só tempo divertido e emocionante, Your name. É uma leitura inspiradora, capaz de dançar sobre o tênue fio entre a realidade, o sonho e o sobrenatural, conforme acompanha as inquietações de uma garota e um garoto determinados a se agarrar um ao outro.

Não é segredo para ninguém que é leitor mais antigo do blog, que essa blogueira que vos escreve é completamente apaixonada por animes e mangás. Eu já tinha assistido a animação de Your Name disponível na Netflix, como também algum tempo atrás li os mangás lançados pela editora JBC aqui no Brasil. Porém, quando soube que a editora Verus ia lançar uma das minhas animações japonesas favoritas no formato romance pensei: “Eu preciso ter esse livro!”.

Dirigido e escrito pelo meu quebrador de corações favoritos, Makoto Shinkai, Your Name conta a história de dois jovens que vivem uma realidade totalmente distinta um do outro. Mitsuha é uma garota do interior que deseja um dia deixar a vida pacata e se mudar para uma grande cidade como Tóquio. Um dia ela tem um sonho estranho. Mitsuha sonha que é um garoto morando em Tóquio. Durante o sonho ela passa o dia como amigos que na verdade para ela são completos desconhecidos e passei pela cidade que um dia pretende chamar de seu lar.

Só que por uma coincidência estranha do destino Taki, que mora em Tóquio tem o mesmo sonho que Mitsuha, só que no caso dele, ele é uma garota que mora em uma pequena cidade construída em volta de um lago no interior. Para Mitsuha e Taki aquilo não passa de uma sonho bastante vivido, só que o problema é que esses sonhos tornam-se frequentes. É como se de alguma forma inexplicável eles trocassem de corpos durante o sono e passassem a fazer parte da vida um do outro, mesmo sem nunca ter se conhecido pessoalmente.

E conforme o tempo passada uma conexão muito forte surge entre eles, até que do mesmo modo repentino como tudo começou, tudo acaba. Será que tudo foi realmente não passou de um sonho muito lúcido? Entre os fios entrelaçados de destino Mitsuha e Taki vão descobrir que algumas ligações são inquebráveis e que há sempre um modo de reescrever o futuro.

Uma coisa que você precisa ter bem em mente antes de assistir ou ler qualquer obra do Makoto Shinkai é que muito provavelmente essa não será uma história com um final feliz. E por incrível que pareça essa é justamente a característica que eu mais gosto nas obras do Shinkai. Porque elas não são "óbvias" e clichês, e sim tão puramente humanas que faz você refletir ao mesmo tempo que se emociona com a história que está sendo contada.

De todas as obras do Makoto Shinkai com quais eu tive contato, Your Name é a minha favorita. Aqui temos uma história de amor tão delicada, bonita e verdadeira que não tem como você ler ou assistir a animação sem se emocionar, nem que seja um pouco. Shinkai construiu com maestria uma narrativa com toques de mistério, comédia, drama e romance. Sem falar que tanto Mitsuha como o Taki são personagens cativantes, que faz com que você torça e sofra por eles durante toda a leitura ou enquanto assisti a animação.

Os personagens secundários também são muito bem trabalhados e aqui é interessante ver como o autor consegue criar dois núcleos tão distintos que ao mesmo tempo conseguem conversar um com o outro harmoniosamente.

Acho que não preciso dizer que eu chorei muito nos meus três contatos com a obra. E sei que para muitas pessoas o modo como Makoto Shinkai trabalha os elementos em suas histórias pode parecer confuso a princípio. Mas eu garanto para vocês, que muito uma questão de interpretação e principalmente entender que Your Name é uma história que acima de tudo precisa ser sentida.

“Assim que nos virmos, vamos perceber logo. Pois você está em mim. E eu estou em você...”.

Vou deixar aqui no final da resenha o trailer da animação (me perdoem, mas não encontrei legendado) e a playlist da trilha sonora que é fantástica!

E se você está buscando uma leitura rápida e emocionante, ou está de bobeira e não sabe o que assistir no final de semana? Leia e/ou assista Your Name! Makoto Shinkai vai quebrar o seu coração em mil pedacinhos, mas estranhamente você vai ficar feliz por isso.

Trailer:

Trilha Sonora:

janeiro 23, 2019

O Amante da Princesa por Larissa Siriani

| Arquivado em: RESENHAS.


Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.




ISBN: 9788576866800
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 224
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Maria Amélia de Bragança é princesa do Brasil, prometida a Maximiliano Habsburgo, arquiduque da Áustria. Mas não há nada que ela deseje menos do que esse casamento: como alguém pode querer que ela se case com um homem que nem sequer conhece? O que Amélia não esperava é que seu noivo chegasse ao Palácio das Janelas Verdes, em Lisboa, acompanhado do amigo Klaus Brachmann, um homem charmoso e experiente que se sente compelido a seduzir a princesa apenas pelo prazer da conquista. Uma viagem inesperada que Maximiliano precisa fazer se mostra a oportunidade perfeita para que Klaus ensine uma coisinha ou outra a Amélia entre quatro paredes... E, conforme o jogo avança, a possibilidade de casamento se torna cada vez mais remota para a princesa, que agora precisa proteger seu coração a todo custo.

Para primeira leitura do ano, estava em busca de algo mais leve e por isso acabei escolhendo um dos romances de época da minha meta dos 12 livros para ler em 2019. O Amante da Princesa da autora nacional, Larissa Siriani acabou se revelando uma grata surpresa. Uma narrativa fluida e doce que conseguiu me cativar no primeiro capítulo e deixou meu coração mais quentinho.

Maria Amélia de Bragança, sabe que pessoas na realeza nunca se casam por amor. Por esse motivo, a princesa do Brasil não está nem um pouco ansiosa para o seu casamento como Maximiliano Habsburgo, arquiduque da Áustria. Afinal, como podem imaginar que ela esteja feliz em se casar com alguém não conhece. Por isso enquanto espera a chegada de seu noivo no Palácio das Janelas Verdes, Maria Amélia não está com o melhor dos humores, porém o que a princesa não imaginava é que o arquiduque não chegaria sozinho.

Klaus Brachmann é o melhor amigo de Maximiliano, e bastou apenas uma olhada para a princesa para que o jovem e charmoso marques decidisse a seduzir Maria Amélia só pelo prazer da conquista. A princípio Maria Amélia acha as investidas da Klaus um tanto quanto impertinentes, mas uma viagem inesperada de seu noivo, acaba tornando a relação da princesa com o marquês mais íntima por assim dizer.

E quanto mais tempo passa ao lado de Klaus, mais Maria Amélia tem certeza que não será feliz em um casamento sem amor. Do mesmo modo que o marquês vai percebendo que aquilo que começou com um simples desafio, acabou se tornando um sentimento maior e muito mais forte do que ele jamais imaginou sentir.

Será que Maria Amélia deixará de lado suas obrigações para com o seu país e a sua família por conta de um grande amor? E como o arquiduque da Áustria vai reagir quando descobrir que seu melhor amigo se apaixonou por sua noiva prometida. Entre beijos roubados na calada da noite e reviravoltas do destino, Maria Amélia e Klaus vão descobrir que o amor surge quando menos se espera por ele.

O Amante da Princesa seria um típico romance de época se não fosse as “licenças poéticas” utilizadas pela autora e seu final nada clichê. Larissa Siriani usou de uma forma bem concisa fatos e personagens reais para construir uma bonita história de amor, com personagens cativantes e uma narrativa envolvente. 

Não nego que achei as atitudes de Klaus a princípio um tanto mesquinhas, do mesmo modo que a “bênção” de Maximiliano para que o melhor amigo “cuidasse” de sua noiva me pareceu não somente absurda, mas um desrespeito com a própria Maria Amélia. Sei lá, isso me deixou com a sensação que para Max, a princesa era uma “propriedade” valiosa que precisava ser cuidada. Ok! Sei que posso estar problematizando algo que provavelmente era comum na época, mas isso não torna o comportamento do arquiduque aceitável de qualquer forma.

Gostei muito da Maria Amélia, e verdade seja dita ao começar a leitura o meu maior medo era que ela fosse daquelas protagonistas mimadas e cheia de futilidades. Só que para a minha surpresa, Maria Amélia é uma personagem forte que sabe o que quer. E mesmo com todos os seus ideais românticos e gentileza, sabe se impor e usar de sua mente rápida e língua afiada quando necessário. A química entre ela e Klaus é incrível, o que torna praticamente uma missão impossível não torcer pelo casal, apesar das atitudes nada “cavalheirescas” de Klaus no princípio.

Essa foi a minha primeira experiência com uma obra da autora Larissa Siriani e gostei muito do que encontrei. Com capítulos curtos, O Amante da Princesa possui um ritmo fluido e gostoso de se acompanhar. Embora seja um livro relativamente curto e com o enredo bastante focado nos protagonistas, a autora soube como trabalhar os personagens secundários dando a eles um peso importante no desfecho final da trama.

Porém não posso deixar de citar dois pontos que me incomodaram um pouco: O primeiro as frases em alemão presentes em alguns diálogos sem as notas de rodapé. E o segundo o desenvolvimento e andamento “instantâneo” da narrativa. Tipo as coisas acontecem “rápido demais” e alguns elementos acabam ficando perdidos na narrativa.

 “- Não é o tempo que determina o amor. Há pessoas que se apaixonam em poucas horas, outras que passam décadas sob o mesmo teto sem nunca se amarem.”

Para quem busca uma leitura rápida e envolvente, O Amante da Princesa é um romance leve e garante horas agradáveis de leitura. Além disso, mesmo com todos os clichês presentes na construção da história, Larissa Siriani escreveu uma história que me cativou, surpreendeu e ao final me deixou com lágrimas nos olhos e o coração quentinho. Ou seja, posso garantir a vocês que comecei meu ano literário com o pé direito.

Nota: A princesa Maria Amélia e o arquiduque Maximiliano realmente existiram. Mas, ao contrário do romance, O Amante da Princesa os registros históricos contam que os dois se apaixonaram perdidamente um pelo outro. Infelizmente Maria Amélia faleceu precocemente, antes de seu casamento. Já Klaus Brachmann é apenas um personagem fictício.

novembro 08, 2018

Namorado de Aluguel por Kasie West

 | Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.



ISBN: 9788576864356
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 250
Classificação: Bom
Sinopse: Quando Bradley, o namorado de Gia Montgomery, termina com ela no estacionamento do baile de formatura, ela precisa pensar rápido. Afinal, ela vem falando dele para suas amigas há meses. Esta era para ser a noite em que ela provaria que ele não é uma invenção de sua cabeça. Então, quando vê um garoto esperando pela irmã no estacionamento do baile, Gia o recruta para ajudá-la. A tarefa é simples: passar por namorado dela — apenas duas horas, nenhum compromisso, algumas mentirinhas. Depois disso, ela pode tentar reconquistar o verdadeiro Bradley.  O problema é que, alguns dias depois do baile, não é em Bradley que Gia está pensando, mas no substituto. Aquele cujo nome ela nem sabe. Mas localizá-lo não significa que o relacionamento de mentira deles acabou. Gia deve um favor a esse cara, e a irmã dele tem a solução perfeita: a festa de formatura da ex-namorada dele — apenas três horas, nenhum compromisso, algumas mentirinhas.  E, justamente quando Gia começa a se perguntar se pode transformar seu namorado falso em real, Bradley reaparece, expondo sua farsa e ameaçando destruir suas amizades e seu novo relacionamento. Inteligente e maravilhosamente romântico, Namorado de aluguel retrata a jornada inesperada de uma garota para encontrar o amor — e possivelmente até a si mesma.

Depois de tanto drama, essa blogueira que vos escreve precisava urgentemente de uma leitura leve e bem clichê para dar aquela aquecida no coração. E como eu já tinha gostado bastante da narrativa da autora Kasie West na duologia Encruzilhada e estava há algum tempo querendo ler Namorado de Aluguel, ele me pareceu a escolha perfeita. Afinal, nada como um romance gracinha típico de Sessão da Tarde para nos fazer sentir melhor, não é mesmo?

À primeira vista a vida de Gia Montgomery. Ela é uma das garotas mais populares do colégio, tem pais perfeitos, as melhores amigas do mundo e um namorado completamente apaixonado. Porém, a realidade não é bem essa. Para começar suas amigas desconfiam que Bradley, seu namorado na verdade não existe e que tudo não passa de invenção de Gia para ela parecer mais descolada. Por isso, o baile de formatura o colégio é a oportunidade perfeita para Gia apresentar Bradley para as suas amigas, eliminando de uma por todas as suspeitas que elas têm. Tudo estava indo conforme os planos, até que do nada Bradley termina com Gia no estacionamento do baile.

Arrasada e sem saber como contar a verdade para as suas amigas com medo que elas acabassem achando que Gia estava mentindo o tempo todo sobre Bradley. Gia está sozinha e desesperada no estacionamento quando a solução dos seus problemas aparece. Ela percebe que não está tão sozinha no estacionamento como imaginava pois, a sua frente se encontra um rapaz mais ou menos da sua idade lendo dentro do carro. Quem estaria àquela hora lendo dentro de um carro quando ao lado acontece um baile de formatura? Ela então reúne toda a sua dignidade e cara de pau e diz para o garoto que ele será seu acompanhante no baile, um espécie de Bradley substituto para que suas amigas não achem que ela estava mentindo sobre o namorado esse tempo todo.

O problema é que mesmo após o baile Gia não consegue esquecer o garoto que a salvou, e o pior ela não sabe nem o nome verdadeiro dele. Mas, por um acaso do destino os dois se reencontram e dessa vez é Gia que irá interpretar o papel de namorada, retribuindo assim o favor que o desconhecido a fez na noite do baile. Só que até que ponto ambos estão interpretando seus sentimentos? E pode um relação que começou com uma “mentirinha inocente”, se transformar em algo real e verdadeiro? Em buscas dessas respostas, Gia embarca em uma jornada que a levará a enfrentar verdades sobre si mesma e sua vida perfeita.

Namorado de Aluguel possui uma narrativa bem clichê e até mesmo superficial especialmente quando levamos em conta a construção dos personagens. É perceptível que a intenção de Kasie West foi criar uma romance leve e despretensioso em que o únicos dramas presente são os “típicos” dramas comuns na adolescência. Porém, apesar da falta de profundidade da narrativa como um todo, nas entrelinhas a autora consegue fazer uma crítica sobre a necessidade de aceitação que não somente os adolescentes, mas que muitos adultos também sofrem especialmente com o uso contínuo das redes sociais.

Confesso que há princípio foi difícil me conectar com a Gia, pois a primeira vista suas atitudes são irritantes e bem fúteis. Não que ao final do livro eu e ela tenhamos nos tornado “melhores amigas”, porém conforme a narrativa foi avançando eu consegui entender que as atitudes da Gia eram motivadas pelo ideal de “perfeição” com o qual ela foi criada.  E é interessante perceber que a partir do momento em que Gia tem um choque de realidade e passa a se relacionar com pessoas fora do seu círculo de amizade o quanto ela revê suas atitudes e amadurece.

Também não consegui me sentir conectada com as melhores amigas da Gia e não sei se isso se deve ao fato delas serem tão fúteis como a protagonista, ou o fato da autora não ter explorado melhor a partição delas na história. Na verdade essa é uma das grandes falhas que a narrativa apresenta. Kasie West focou tanto a narrativa nos dramas da Gia, que “esqueceu” de dar profundidade aos demais personagens. Gostei bastante da Rebecca, porém a história dela ficou no vácuo como se a única utilidade da personagem da história fosse servir de “amiga substituta” para Gia. Além disso, o romance entre Gia e o Hayden aka Bradley substituto apesar de ter alguns momentos bonitinhos é raso e pouco convivente.

Como comentei no começo da resenha, Namorado de Aluguel possui uma história bem estilo Sessão da Tarde, mas que mesmo pecando pela falta de “profundidade”, consegue entreter e entregar o que promete: um romance fofinho e clichê. Para quem está em busca uma leitura mais leve, a história de Gia e Hayden pode ser uma boa opção.

“Pelo menos sabemos o que realmente pensamos antes de postar nossos pensamentos e deixar outras pessoas nos dizerem se eles são importantes ou não?”

Namorado de Aluguel é uma leitura rápida e que eu indico para aquelas tardes preguiçosas de domingo. Vai deixar seu coração mais quentinho, desde que você não crie muitas expectativas em relação a história e os personagens, porque infelizmente para quem busca ou gosta de narrativas mais complexas e maduras pode acabar se decepcionando.

maio 31, 2018

A Tenda Vermelha por Anita Diamant

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.


ISBN: 9788576864448
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 294
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Uma história extraordinária sobre a condição ancestral da mulher. Um livro emocionante que traz poderosas lições de amor, perdão e sororidade. O livro que deu origem à série da Netflix Seu nome é Dinah. Na Bíblia, sua vida é mencionada em um breve episódio no livro do Gênesis, nos capítulos sobre seu pai, Jacó. Narrado na voz de Dinah, este romance revela as tradições e as turbulências de ser mulher na antiguidade. A tenda vermelha era o lugar em que as mulheres se reuniam durante seus ciclos de nascimento e menstruação ou quando estavam doentes. Imaginando as conversas e os mistérios mantidos dentro dessa tenda exclusivamente feminina, Anita Diamant nos oferece um olhar privilegiado sobre a vida diária das quatro esposas de Jacó, mães de seus doze filhos homens, e sobre o convívio com sua única filha, Dinah. Com o resgate desse olhar feminino, conhecemos as fascinantes mulheres que sangraram, trocaram palavras, experiências e rituais na tenda vermelha. Em uma voz íntima e poética, Dinah sussurra histórias sobre suas quatro “mães”, Raquel, Lia, Zilpah e Bilah, que a inspiraram com seus traços femininos únicos. Conforme histórias permeadas de sensualidade, intuição e fortes emoções vão sendo narradas, descortina-se um mundo de caravanas, escravos, artesãos, príncipes, milagres e segredos femininos, até o momento em que Dinah mergulha em sua própria saga de paixão, traições e sofrimento.

Toda história tem dois lados e quando falamos de fatos narrados da Bíblia, ouso dizer, que aquilo que nos é passado é somente a ponta do iceberg. Por esse motivo assim que soube do relançamento de A Tenda Vermelha da autora Anita Diamant, fiquei curiosíssima para me aventurar pelas páginas da obra. Afinal, quem não gostaria de saber mais sobre personagens que mesmo depois de tantos séculos ainda são lembrados por povos de todo mundo.  Com uma narrativa rica e detalhada, Anita Diamant nos leva por uma viagem no tempo, cheia de misticismo, mistérios e feminilidade.

Seu nome é Dinah, filha de Lia e Jacó e única mulher entre os doze filhos homens que o patriarca teve. Na Bíblia, ela é rapidamente mencionada no livro de Gênesis em um episódio triste que muitos conhecem apenas como o, - “estupro de Dinah”. Porém, como podemos imaginar a vida dessa jovem mulher não de resumiu somente a esse acontecimento isolado.

Com muita delicadeza e riqueza de detalhes Dinah nos guia pela história de sua família, nos proporcionando um novo olhar sobre fatos conhecidos e nos fazendo questionar o por que tanto foi esquecido. A protagonista começa a sua narrativa nos contando a história de Lia sua mãe de sangue e das irmãs dela: Zilpah, Raquel e Bilah.

Todas mulheres fortes que foram criadas para se manter as sombra dos homens e que tiveram suas vidas entrelaçadas não somente pelos laços familiares, mas pelo casamento como o mesmo homem, Jacó. Para Dinah todas elas eram suas mães e a inspiram cada uma a seu modo a ser uma grande mulher também.

Acredito que a história de Jacó, filho de Isaac e neto do patriarca bíblico Abrahão seja conhecida até mesmo para àqueles que não seguem nenhuma religião específica. E é exatamente por isso que há meu ver A Tenda Vermelha é um livro tão único e belo, pois ao trazer a possível visão feminina da história, Anita Diamant tornou esses personagens lendários reais.

O que me chamou a atenção em A Tenda Vermelha foi justamente o fato da narrativa ser feminina. Pois, pouco se sabe dessas mulheres que foram tão importantes dentro de suas comunidades e que infelizmente acabaram tendo suas vozes silenciadas pelos homens nos livros bíblicos.

Uma boa parte da narrativa se passa na tenda vermelha, um lugar sagrado e íntimo para as mulheres, onde elas se reuniam durante o período menstrual ou quando estavam doentes. A tenda era um lugar místico onde essas mulheres festejavam a renovação de seu ciclo e agradeciam a deusa as bênçãos que recebiam. Dinah cresceu na tenda, convivendo com parteiras e desde de muito cedo aprendendo os segredos e os milagres do corpo feminino.

O interessante aqui é que Anita Diamant detalha em pormenores a rotina diária dessas mulheres. Sem medo e vergonha de ser o que elas eram, porque justamente o fato de serem mulheres era o que fazia delas pessoas tão fortes. O que me fez questionar em muitos momentos que não é de hoje que as mulheres são tratadas como "sexo frágil" e colocadas em uma posição inferior aos homens.

Dinah é uma protagonista cativante e acompanhar sua jornada desde seu nascimento, passando pelos momentos leves e felizes da infância até chegar a vida adulta torna a leitura de A Tenda Vermelha especialmente marcante. Afinal quantas mulheres não se vêm hoje, na mesma posição de Dinah, sozinhas e assombradas por situações traumáticas de seu passado que muitas vezes foram causadas por pessoas a quem amavam.

A Tenda Vermelha é uma obra que exalta o poder feminino com toda a sua beleza e força. Através de personagens icônicas como Lia, Zilpah, Raquel e Bilah, a autora Anita Diamant nos mostra o quanto nós, - mulheres temos poder. Pois a ligação dessas mulheres não se dá apenas por que “dividem” o mesmo marido e sim, por que na intimidade da tenda vermelha elas criaram uma ligação única baseada no amor e dedicação uma para as outras. E isso sem dúvidas torna esse livro emocionante e poético.

"(...)Também é assim com as pessoas que são amadas. Basta algo insignificante como um som, um nome para trazer de volta os incontáveis sorrisos e lágrimas, suspiros e sonhos de uma vida humana."

Embora a princípio possa parecer mais uma obra de ficção, A Tenda Vermelha é uma narrativa bela que busca dar voz às mulheres que a História apagou. Singela, tocante e ao mesmo tempo de uma força incrível a narrativa de Anita Diamant é inspiradora.

outubro 22, 2017

Quando a Noite Cai por Carina Rissi

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

  ISBN: 9788576865803
  Editora: Verus
  Ano de Lançamento: 2017
  Número de páginas: 476
  Classificação: Bom
Sinopse: Briana Pinheiro sabe que não é a pessoa mais sortuda do mundo. Sempre que ela está por perto algo vai mal, especialmente no trabalho. Por isso é tão difícil manter um emprego. E a garota realmente precisa de grana, já que a pensão da família não anda nada bem. Mas esse não é o único motivo pelo qual Briana anda perdendo o sono. Quando a noite cai e o sono vem, ela é transportada para terras distantes: um mundo com espadas, castelos e um guerreiro irlandês que teima em lhe roubar os sonhos... e o coração. Depois de ser demitida — pela terceira vez no mês! —, Briana reúne coragem e esperanças e sai em busca de um novo trabalho. É quando Gael O’Connor cruza seu caminho. O irlandês de olhar misterioso e poucas palavras lhe oferece uma vaga em uma de suas empresas. Só tem um probleminha: seu novo chefe é exatamente igual ao guerreiro dos seus sonhos. Enquanto tenta manter a má sorte longe do escritório, Briana acaba por misturar realidade e fantasia e se apaixona pelo belo, irresistível e enigmático Gael. Em uma viagem à Irlanda, a paixão explode e, com ela, o mundo de Briana, pois a garota vai descobrir que seu conto de fadas está em risco — e que talvez nem mesmo o amor verdadeiro seja capaz de triunfar...

Tem momentos na vida que tudo o que precisamos é de um livro bem açucarado para aquecer nossos corações.  Em partes foi exatamente isso que encontrei na leitura de Quando a Noite Cai da autora Carina Rissi. Com uma narrativa leve esse é aquele livro que não chega a surpreender, mas que com um romance clichê entrega o que promete uma história doce e bonitinha.

A dona sorte e Briana não estão se entendendo muito bem nos últimos tempos. Briana não consegue manter-se em nenhum emprego, parece até que a moça é um ímã para catástrofes. A prova disso é quando depois de mais tentativa desastrosa de conseguir um emprego a jovem é atropela pelo enigmático Gael O’Connor.

Após o acidente por um daqueles acasos estranhos que só o destino explica, Gael acaba se encantando com o jeito atrapalhado de Briana e oferece a ela uma vaga de emprego em sua empresa.  Incrédula com a virada de sua sorte Briana aceita, afinal ela precisa do dinheiro para manter a pensão em que ela e a família moram aberta.  O problema é que Gael é praticamente irmão gêmeo de Lorcan, o guerreio irlandês que há anos povoa os sonhos de Briana.  E talvez separar os sonhos da realidade se torne uma tarefa mais difícil do que ela imagina.

Quando ambos partem para a Irlanda, a atração que sentem um pelo outro fica ainda mais intensa. E por mais que eles tentem manter tudo no âmbito profissional e da amizade, o sentimento a cada dia se mostra mais forte e irresistível. Porém, Gael guarda um segredo de Briana, segredo este que se for descoberto deixará a jovem de coração partido. Conforme se aproxima da verdade, Briana vai percebendo que seus sonhos podem conter a respostas que procura e a chave para libertar o seu amor.

Quando a Noite Cai é uma história clichê do começo ao fim. Não que isso seja um defeito, até porque mesmo com tudo sendo óbvio a autora soube como construir um enredo envolvente. Gostei dos elementos da cultura irlandesa que a Carina Rissi usou como plano de fundo da história, e é visível que a autora fez uma extensa pesquisa para dar ao enredo o toque místico e misterioso que a cultura possui. Só que nem tudo foram flores (...).

Adoro histórias que mesclam fantasia e realidade, porém aqui infelizmente esse recurso não funcionou muito bem. A narrativa intercala o momento presente com os sonhos de Briana, só que mesmo se revelando uma peça importante no desenvolvimento do enredo, essas passagens deixam a narrativa com o ritmo mais lento e até um pouco cansativa.  Além disso, não nego que a imaturidade da protagonista também me incomodou em especial pelo modo “fácil” com ela aceita a falta de respostas e as mudanças de humor constantes de Gael.

Confesso que o maneira fast como a Briana se apaixona por Gael e o modo como relacionamento deles se desenvolve me deixou com uma impressão que aquilo não era tão “verdadeiro”como a autora tenta passar. Em especial por conta do passado do Gael. Tudo foi muito simples e volto a dizer fácil, deixando a sensação que as respostas dadas pela a autora foram poucas ou totalmente insuficientes. Não nego que achei a Briana e o Gael um casal fofo e torci para que os dois tivesse um final feliz. Porém acho que ao invés da autora ter se perdido com detalhes que não agregaram tanto a narrativa ela podia ter explorado de uma forma mais “realista” e não tão fantasiosa o relacionamento dos dois.

Os personagens secundários conseguem se destacar dando a narrativa um toque divertido. Gostei muito da Aisla irmã da Briana e do Lorenzo melhor amigo do Gael.  A Aisla é aquele tipo de pessoa que mesmo quando tudo está dando errado consegue manter a esperança e apesar de a primeira vista parecer um pouco cabeça de vento, é bem mais madura do que a protagonista. Já o Lorenzo é um personagem peculiar com um ótimo senso de humor.

Quando a Noite Cai é um livro gostoso. A escrita da Carina Rissi é fluida e nos conquista aos pouco.  Senti falta de algumas respostas mais conclusivas e de um maior desenvolvimento da relação dos protagonistas. Porém mesmo com suas falhas a leitura foi prazerosa e me deixou com mais vontade de ler outros livros da autora.

“– Pode repetir isso para si mesma, se traz algum conforto. Mas eu sei o que vi. Vocês se encontram. E, quando isso acontece , nada mais pode ser feito.”

Para quem está em busca de um livro que escorre açúcar nas páginas, Quando Cai a Noite possui uma narrativa açucarada, leve e perfeita para os românticos de plantão. Admito que eu esperava um pouco mais, só que mesmo não se mostrando uma das histórias mais surpreendentes que li, me vi  ao final com aquele sorriso no rosto e com o coração mais quentinho.

julho 17, 2017

A Pequena Livraria dos Corações Solitários por Annie Darling

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865889
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 308
Classificação: Bom
Sinopse: A Livraria dos Corações Solitários – Livro 01.
Era uma vez uma pequena livraria em Londres, onde Posy Morland passou a vida perdida entre as páginas de seus romances favoritos. Assim, quando Lavinia, a excêntrica dona da Bookends, morre e deixa a loja para Posy, ela se vê obrigada a colocar os livros de lado e encarar o mundo real. Porque Posy não herdou apenas um negócio quase falido, mas também a atenção indesejada do neto de Lavinia, Sebastian, conhecido como o homem mais grosseiro de Londres. Posy tem um plano astucioso e seis meses para transformar a Bookends na livraria dos seus sonhos — isso se Sebastian deixá-la em paz para trabalhar. Enquanto Posy e os amigos lutam para salvar sua amada livraria, ela se envolve em uma batalha com Sebastian, com quem começou a ter fantasias um tanto ardentes. Resta saber se, como as heroínas de seus romances favoritos, Posy vai conseguir o seu “felizes para sempre”.

Depois de ter seu coração partido em mil pedacinhos com a leitura de Nossas Horas Mais Felizes, essa que vos escreve sentiu a necessidade de encontrar consolo em uma história digamos bem "açucarada".  Logo nas primeiras páginas de A Pequena Livraria dos Corações Solitários da autora Annie Darling, me vi envolvida em uma narrativa leve e previsível, exatamente o tipo de história que cura corações quebrados deixando-os mais quentinhos.

Posy Morland passou grande parte de sua vida entre as estantes e seus romances favoritos da Bookends. Para Posy a pequena livraria é mais do que apenas o seu lugar de trabalho, mas seu refugio e principalmente seu lar. Mas quando ela herda o negócio praticamente falido e precisa enfrentar de frente o risco de acabar na rua com Sam, seu irmão mais novo, o lugar que antes era tão especial começa a ser fonte de uma grande dor de cabeça para a jovem. O que Lavinia, a antiga proprietária tinha em mente ao deixar a livraria para uma pessoa como ela, que nem a própria vida administrava direito? 

E se já não fosse o bastante, lidar com um futuro totalmente incerto, a responsabilidade de cuidar do irmão, impedir a fechamento da livraria garantindo assim o emprego de seus amigos e o teto sobe sua cabeça, Posy precisa lidar também com as interferências de Sebastian. O intrometido neto de Lavinia faz questão de se meter em tudo o que se refere à livraria e a vida pessoal de Posy. E tentar ter uma conversa civilizada com ele é praticamente impossível. Em meio a uma constante troca de “elogios” e um plano arriscado para reerguer a Bookends, Posy e Sebastian vão descobrir que mesmo com todas as peripécias e imprevistos típicos do mundo real, todos nós podemos viver um romance típico de conto de fadas.

A Pequena Livraria dos Corações Solitários é aquele típico livro que você começa já sabendo o final. Annie Darling nos apresenta aqui o velho e bom romance gracinha com todos os ingredientes que os fãs de um clichê açucarado adoram. A narrativa é leve, pontuada com as doses certas de humor e drama, mas que infelizmente acaba pecando um pouco na construção dos personagens.

Confesso que ainda não sei direito como me sinto em relação aos protagonistas, pois tanto Posy como Sebastian me deixaram muito incomodada com suas atitudes imaturas. O Sebastian é sem sombra de dúvidas o protagonista mais mimado e desagradável que já encontrei nas páginas dos livros. E mesmo que ao final a autora tenha buscado “justificar” seu comportamento esnobe e prepotente ainda sim, terminei a leitura nutrindo uma imensa antipatia por ele.

Já a Posy acabou se revelando uma personagem com um grande potencial “desperdiçado”.  A forma como Annie Darling construiu a relação dela com o Sebastian, me deu a sensação que a vida da personagem girava em torno de uma pessoa que só sabia ser grossa e autoritária com ela. Em várias situações que exigiam que Posy tivesse uma atitude madura e lutasse por aquilo que queria, a personagem agia completamente ao contrário. Além de um comportamento extremamente “infantil”, fica claro em vários momentos que a personagem prefere se apegar as lembranças e dores de seu passado do que seguir em frente.

Os personagens secundários não desempenham nenhum papel marcante no desenvolvimento da narrativa, pois acabam completamente “ofuscados” pelas picuinhas e trocas de farpas de Posy e Sebastian. Porém, mesmo com uma participação pequena e sofrendo em algumas situações da mesma “infantilidade” da protagonista, eu gostei da Nina, do mesmo modo que a Verity e especialmente o Tom foram personagens que embora não acrescentem muito a história ajudaram a dar um bom ritmo na narrativa. Mas quem realmente conseguiu se destacar e conquistar um espacinho no meu coração foi o Sam. Até por que logo no começo fica claro que com quinze anos ele é a única pessoa “adulta” na trama.

Porém se Annie Darling errou um pouco a mão na hora de criar seus personagens, a autora se redime ao inserir na narrativa várias referências a autoras que amamos como; Georgette Heyer, Julia Quinn, Mary Baloch, Emily Brontë, Jane Austen, entre outras. A verdade é que o estilo de escrita de Annie Darling lembra muito a estrutura a qual estamos acostumados a encontrar em romances de época.  Inclusive entre os capítulos existe um pequeno conto, por assim dizer, bastante divertido e que em minha opinião é um dos pontos altos da história.

Ao começar a ler A Pequena Livraria dos Corações Solitários esperava encontrar uma narrativa leve e despretensiosa e foi o que encontrei aqui.  Annie Darling soube escrever um clichê envolvente em que mesmo não sentindo tanta empatia por seus personagens, me vi torcendo para que eles tivessem um feliz para sempre.

“Sempre vou tentar fazer o que for certo para você, mesmo que às vezes eu faça tudo terrivelmente errado.”

A Pequena Livraria dos Corações Solitários pode até não ser “o melhor” romance que você vai ler na vida. Mas com certeza será uma leitura que vai ter deixar com um sorriso bobo no rosto e com o coração quentinho.

dezembro 16, 2016

Suzy e as Águas-vivas por Ali Bejamin

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865377
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 223
Classificação: Bom
Sinopse: Às vezes, quando nos sentimos mais solitários, o mundo decide se abrir de formas mágicas. Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado.  Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava.

Assim que li a sinopse de Suzy e as Águas-vivas me encantei com a premissa da história. Afinal vocês sabem como essa que vos escreve adoro um livro com uma forte carga dramática. Porém, não sei se comecei a leitura com muitas expectativas ou li o livro no momento errado de minha vida (...). Mas infelizmente não consegui me envolver tanto com a leitura como gostaria.

Aos doze anos Suzy Swanson está passando pela dor de ter perdido sua melhor amiga, Franny Jackson. Mas ao contrário de todos que parecem ter aceitado o fato que as “coisas simplesmente acontecem” ela não consegue acreditar nisso.  Afinal como Franny pode ter morrido afogada se ela era uma ótima nadadora? Após uma visita da escola ao aquário da cidade, Suzy fica convencida que a causa da morte da amiga foi uma ferroada de uma água-viva. Agora ela está disposta a provar que sua teoria é verdadeira, nem que para isso tenha que viajar sozinha para o outro lado do mundo.

Confesso que está sendo bem difícil escrever essa resenha, pois meus sentimentos estão muito, mais muito conflitantes (...).  Ali Bejamin escreveu uma história tão singela que estou me sentindo uma completa insensível por não ter derramado uma lágrima sequer durante a leitura.  Tipo por mais empatia que sentisse pela Suzy a forma como a autora trabalhou o luto da personagem não conseguiu me cativar por completo. Achei um pouco cansativa toda a parte “teórica” sobre as águas-vivas e acredito que se a autora tivesse abordado mais o relacionamento da Suzy com o "mundo exterior" teria sido diferente.

A Suzy é uma menina maravilhosa e inteligente que depois da morte da amiga se fecha em seu próprio mundo.  Foi dolorido ver como a amizade que começou na infância foi se acabando conforme ela e a Franny foram crescendo. Só que ao mesmo tempo por mais “mesquinhas” e fúteis que algumas atitudes da Franny possam parecer, Ali Bejamin somente mostrou com uma sutileza enorme a realidade da vida. Que as pessoas mudam e que às vezes até os grandes amigos não permanecem amigos para sempre.

Meu coração se partiu pela Suzy, pelo fato dela não entender como a vida pode ser dura e as pessoas “cruéis”. Que apenas por ela ser diferente acabar se transformado em um alvo para o bullying. Claro que Suzy tinha o apoio das pessoas que a amavam, como seus pais e seu irmão Aaron.  E me deixou profundamente triste perceber que a Suzy sentia que não podia compartilhar a sua dor com eles, por que tinha medo de não ser entendida.

Tudo isso, junto com uma bela narrativa fazem de Suzy e as Águas-Vivas um livro lindo, que nos faz refletir sobre como a perda de uma pessoa que amamos tem impacto em nossas vidas. Que nem sempre a pessoa que está sofrendo consegue falar em voz alta o que sente e principalmente que na vida pessoas e coisas mudam constantemente. Nós precisamos seguir em frente e recomeçar. Só fico me sentindo um pouco “frustrada” por a história não ter me emocionando tanto como pensei que aconteceria quando comecei a leitura. Foi realmente uma pena (...).

“Talvez seja isso que acontece quando uma pessoa cresce.Talvez o espaço entre você e as outras pessoas em sua vida fique tão grande que você pode enchê-lo de todo o tipo de mentiras.”

Para quem busca uma narrativa mais delicada, Suzy e as Águas-vivas se revela uma história tocante e ao mesmo tempo mágica. É aquele tipo de tristeza “bonita”, que apesar de não ter me marcado e encantado tanto, ainda sim foi uma leitura surpreendente. Recomendo!

novembro 03, 2016

O Garoto do Cachecol Vermelho por Ana Beatriz Brandão

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865353
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 294
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Melissa é uma garota linda, rica e mimada, que sempre consegue o que quer e tem todos na palma da mão. Ela acredita que a carreira de bailarina é a única coisa que realmente importa, porém suas certezas são abaladas quando faz uma aposta com um garoto misterioso, que parece ter como objetivo virar sua vida de cabeça para baixo. De repente, Melissa se vê dividida entre dois caminhos: realizar seu maior sonho, pelo qual batalhou a vida inteira, ou viver um grande amor. Mas, não importa aonde ela vá, todas as direções apontam para o garoto do cachecol vermelho...


Estou a um bom tempo encarando a tela do meu notebook sem saber ao certo como começar essa resenha e principalmente, como compartilhar com vocês tudo o que senti durante a leitura de O Garoto do Cachecol Vermelho da autora Ana Beatriz Brandão. Acredito que nunca li um livro em que as minhas emoções iam do amor a ódio de uma maneira tão rápida como esse. Sim leitores do My Dear Library, essa foi uma daquelas leituras contraditórias e justamente por esse motivo estou aqui, sem saber como começar (...).

Melissa está acostumada a ter tudo o que quer sem precisar pedir duas vezes. Linda, rica e popular ela tem todos na palma de sua mão e acredita que o seu destino é ser uma grande bailarina. Aliás, o balé é a única coisa que realmente importa em sua vida. Porém, tudo começa a mudar na noite de Ano Novo quando Melissa esbarra com um garoto misterioso usando um cachecol vermelho.   Para a jovem o garoto não passa de mais um vândalo, alguém que não merece mais do que poucos minutos de sua atenção. Mas logo ao chegar à faculdade no primeiro dia depois das férias de verão Melissa tem uma surpresa, o garoto do cachecol vermelho está lá.

Por algum motivo desde que se encontraram, Daniel se interessou pela jovem esnobe que cruzou seu caminho na noite de Ano Novo. De certa forma ele viu que por debaixo da mascara de arrogância e prepotência, Melissa era uma pessoa que precisa de ajuda, e ele sabia como ajuda-la. Melissa obviamente faz de tudo para afastar Daniel de sua vida, afinal ela era perfeita. Só que ele não está disposto a desistir da missão, então propõe a garota um acordo. Durante dois meses Melissa será à sombra dele. Ela terá que ir a todos os lugares que ele vai, conviver com o grupo de amigos dele e fazer uma tentativa real de ver o mundo com outros olhos. Depois desse tempo, Melissa estará livre para fazer de sua vida o que bem entender.

Sem ter outra opção ela aceita o acordo, sem saber que aquele era o sim mais definitivo que daria em sua vida. Em dois meses Daniel abre as portas de uma realidade completamente diferente e distante daquela que Melissa vive. E com a convivência um novo sentimento surge, os aproximando ainda mais. É possível que duas pessoas com valores e personalidades tão opostas vencerem a diferenças em nome do amor? E Melissa está disposta a abandonar todos os seus sonhos de brilhar nos palcos para viver esse amor ao lado de Daniel? Juntos eles acabam percebendo que quando não temos as respostas, o tempo se encarrega de reponde-las.

Como vocês podem reparar a premissa de O Garoto do Cachecol Vermelho é bem clichê, e confesso que foi justamente por conta dessa previsibilidade que o livro me chamou a atenção.  Porém apesar de em partes a história entregar o que promete, alguns pontos me incomodaram muito. Acho que fazia muito tempo em que eu não sentia tanta vontade de abandonar uma leitura como eu senti aqui. E o  motivo para esse meu descontentamento foi apenas um, - Melissa.

Pensem em um personagem I-N-S-U-P-O-R-T-Á-V-E-L. Pense em uma pessoa preconceituosa, egoísta, egocêntrica e que acha que o mundo gira de acordo com suas vontades. Bem essa é a Melissa. Tive uma enorme dificuldade para me envolver completamente com a leitura por que de verdade não consigo aceitar ou acreditar que uma pessoa tão iluminada, tão boa e gentil como o Daniel pode se sentir atraído por alguém assim. Por mais bonitinho que seja, essa história que opostos se atraem e que o amor muda as pessoas, eles são pessoas diferentes demais e o envolvimento deles infelizmente acabou me passando sensação que de ser um pouco “forçado”.

Outro ponto é que  mesmo Ana Beatriz Brandão abordando temas interessantes entre eles a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), senti que em alguns capítulos faltava continuidade na narrativa. Tipo as coisas aqui acontecem rápido demais em um momento a autora está falando de transtorno alimentar e no outro sobre abuso sexual.  É como se ela quisesse acrescentar no enredo a maior quantidade de assuntos complexos para que dessa forma o drama na história ficasse ainda maior. Em partes o resultado desejado foi alcançado, porém acredito que se a Ana Beatriz tivesse escolhido um tema e se aprofundado mais nele a história teria um ritmo mais fluido.

E antes que vocês achem que sou louca, por que “classifiquei” o livro como muito bom e até agora só apontei os pontos negativos dele, quero deixar claro que eu gostei do que encontrei aqui.  Afinal precisa ser muito coração de pedra para não se emocionar com a história que Ana Beatriz Brandão escreveu. Só que estaria mentindo ao afirmar que tudo foram flores durante a leitura. E admito que mesmo tendo achado o romance em partes forçado, em alguns momentos ele me deixou com um sorriso bobo no rosto.

É aquilo que comentei logo no começo da resenha. O Garoto do Cachecol Vermelho foi aquele livro que amei e odiei com a mesma intensidade. Gostei muito de algumas coisas e não gostei de outras tanto assim. É fato que achei que a Ana Beatriz forçou um pouco a barra em determinadas situações e foi rasa demais em outras. Mas para uma jovem autora de 17 anos, sem sombra de dúvidas podemos esperar muita coisa boa vinda por ai.

“- (...) mas se tem uma coisa que aprendi na vida é que a hora certa pode nunca chegar.”

Para alguns O Garoto do Cachecol Vermelho pode ser visto como mais um típico Young Adult clichê. Já para outros ele pode ser uma história que fale de recomeços, mudanças e amor. Porém o mais importante, ao menos para essa leitora aqui,  é que mesmo com toda a “oscilação” de emoções que senti  e com seus pontos negativos, consegui me envolver e me emocionar durante a leitura.  Pode até não ser o livro mais perfeito que li na minha vida, mas que torci pelo "felizes para sempre", - eu torci.

julho 12, 2016

A Garota do Calendário

| Arquivado em: NA LIVRARIA.

Olá leitores, tudo bem com vocês?

Recebi recentemente da Editora Verus, os dois primeiros volumes da série A Garota do Calendário da autora Audrey Carlan. A série conta no total com doze livros nos quais acompanhamos a trajetória de Mia Saunders.

Sinopse: Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato. A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil. Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser...

Com 24 anos, Mia muda-se para Los Angeles para tentar a carreira de atriz, mas seus planos precisam ser adiados depois de seu pai ser espancado quase até a morte e acabar no hospital em coma. Se toda a situação já não fosse ruim o bastante, ele ainda deve um milhão de dólares para Blaine o ex-namorado de Mia e um perigoso agiota. Agora a única chance que ela tem de saudar a divida do pai é aceitar trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia Millie, a Exquisite Acompanhantes de Luxo. Durante um ano a cada mês Mia estará em uma cidade diferente, sendo acompanhante de um homem rico o suficiente para pagar cem mil dólares para tê-la ao seu lado.

Em Janeiro, Mia vai conhecer Wes, um roteirista de Malibu que vai deixá-la em êxtase. Com seus olhos verdes e físico de surfista, Wes promete a ela noites de sexo inesquecível — desde que ela não se apaixone por ele.

“– Vou fazer isso – ouvi-me sussurrar.
 – Claro que vai – Ela olhou para mim por cima do computador. Seus lábios se abriram em um sorriso torto. – Você não tem outra opção se quiser salvar seu pai.”





Já em Fevereiro, Mia vai passar o mês em Seattle com Alec Dubois, um excêntrico artista francês. No papel de musa, ela vai embarcar em uma jornada de descobertas sexuais e lições sobre o amor e a vida que permanecerão com ela para sempre.

“(...) Está tudo nos olhos de quem vê. O que você vê e o que eu vejo podem ser duas coisas diferentes.”



Confesso que não tenho por hábito ler livros do gênero, mas os considero uma boa opção para quando preciso ler algo mais “leve”, ou me curar de uma ressaca literária. Então por esse motivo, posso dizer com toda certeza que A Garota do Calendário veio em boa hora. Os livros são bem curtos e a escrita da autora Audrey Carlan é envolvente o que torna a leitura fácil.

Mia é uma protagonista bem construída que sabe o que quer e não é do tipo que fica levando desaforo para casa. Mia precisou aceitar um trabalho que muitas vezes faz com que ela se sinta “suja”, para salvar a vida do pai e garantir um futuro melhor para sua irmã Maddy. É interessante acompanhar esse conflito interior pelo qual a Mia passa durante a história. Ela está bem diante daquela situação em que “os fins justificam os meios”, mesmo que esses meios em muitos momentos vão contra a sua consciência.

Gostei do primeiro livro e não gostei tanto assim do segundo. Em meu ponto de vista apesar dos dois seguirem a mesma fórmula, com muitas cenas sensuais e todas bem detalhadas, em Janeiro há uma história propriamente dita. Mesmo ela sendo curta, conseguimos ver todo o desenvolvimento do relacionamento da Mia com Wes dentro e fora do quarto. Temos um vislumbre do passado de Mia, da sua amizade com Gin e do amor incondicional dela pela irmã. Além disso, a família de Wes também desempenha um papel importante no enredo, assim como o trabalho dele como roteirista.

Mas já em Fevereiro, além do fato da relação de Mia com Alec ser apenas física e nada mais, em momento algum eu senti que havia química entre eles. Tudo entre eles me pareceu um pouco “forçado” e de verdade a sensação que tive foi faltou história aqui. O livro todo se passa no loft e no ateliê de Alec, e quando a Mia não está posando para ele, os dois estão na cama. No livro anterior por menor que seja, houve um sentimento, nasceu um certo companheirismo e até mesmo uma amizade entre a Mia e o Wes. Só que entre ela e o Alec tudo foi muito superficial e “seco”.

Em suma a série A Garota do Calendário é uma leitura agradável, desde que claro você não espere algo muito emocionante. Audrey Carlan escreveu uma trama clichê, mais com um plano de fundo interessante que pode ou não reservar algumas surpresas pelo caminho. Afinal em um ano muita coisa pode acontecer e mudar na vida de Mia Saunders.

Beijos até o próximo post ;***

junho 19, 2016

Anna Vestida de Sangue por Kendare Blake

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576864431
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 252
Classificação: Bom
Sinopse: Anna – Livro 01.
Cas Lowood herdou uma vocação incomum: ele caça e mata os mortos. Seu pai fazia o mesmo antes dele, até ser barbaramente assassinado por um dos fantasmas que perseguia. Agora, armado com o misterioso punhal de seu pai, Cas viaja pelo país com sua mãe bruxa e seu gato farejador de espíritos. Juntos eles vão atrás de lendas e folclores locais, tentando rastrear os sanguinários fantasmas e afastar distrações, como amigos e o futuro. Quando eles chegam a uma nova cidade em busca do fantasma que os habitantes locais chamam de Anna Vestida de Sangue, Cas espera o de sempre: perseguir, caçar, matar. Mas o que ele encontra é uma garota envolta em maldições e fúria, um espírito fascinante, como ele nunca viu. Ela ainda usa o vestido com que estava no dia em que foi brutalmente assassinada, em 1958: branco, manchado de vermelho e pingando sangue. Desde então, Anna matou todas as pessoas que ousaram entrar na casa vitoriana que ela habita. Mas, por alguma razão, ela poupou a vida de Cas.  Agora ele precisa desvendar diversos mistérios, entre eles: Por que Anna é tão diferente de todos os outros fantasmas que Cas já perseguiu? E o que o faz arriscar a própria vida para tentar falar com ela novamente?

Muitos de vocês já sabem que não costumo ler histórias de terror. Sou medrosa mesmo, e admito. Porém, ao ler a sinopse de Anna Vestida de Sangue da autora Kendare Blake, minha curiosidade foi despertada. Por isso, mesmo com receio de passar “medinho”, resolvi me arriscar e dar uma chance para o livro. Mas, embora a narrativa conte com alguns pontos interessantes não vou negar que esperava um pouco mais da história.

Filho de um caçador de fantasma e de uma bruxa, Theseus Cassio Lowood, ou simplesmente Cass, está longe de ser um adolescente comum.  Assim como seu pai Cass tem a estranha habilidade de encontrar e enviar para um lugar melhor, ou não, os fantasmas que por alguma razão ainda estão habitando esse plano. Junto com sua mãe e Tybalt, o gato farejador de espíritos, ele viaja pelo mundo todo rastreando fantasmas sanguinários.

Para Cass eliminar fantasmas é algo tão comum como respirar, por esse motivo quando ele chega a uma nova cidade, em sua mente a missão seria simples como sempre: perseguir, caçar, matar. Mas as coisas não saem como o imaginado e ele logo percebe que, derrotar Anna Vestida de Sangue será uma das suas missões mais complicadas. Anna é um fantasma cruel que mata a todos que ousam entrar naquela que um dia foi sua casa. Porém por alguma razão Anna poupa a vida de Cass, tornando o enigma que a cerca ainda mais intrigante.

Cass sabe que precisa encontrar um meio de derrota-la rápido e partir para sua próxima missão. Mas ele nunca enfrentou um fantasma como Anna, e quanto mais o mistério sobre ela aumenta, maior o fascínio de Cass por Anna fica.  Por que ela poupou a sua vida? O que aconteceu durante a sua morte que a tornou um espírito tão forte e violento? Enquanto corre contra o tempo para tentar encontrar essas repostas, Cass acaba deixando algo importante passar, e essa distração pode acabar saindo bem caro.

Confesso que ao iniciar a leitura eu esperava me deparar uma narrativa sombria, daquelas em que a cada capítulo vamos ficando mais envolvidos em seus mistérios. Só que não demorou muito para essa que vos escreve perceber, que Anna Vestida de Sangue era mais um típico, romance sobrenatural. Mas que no lugar vampiros, anjos e lobisomens e criaturas da vez são os fantasmas.

E não há como negar que nesse sentindo a Kendara Blake tentou trazer algo "diferente". Porém ao invés da autora abordar essa temática de uma maneira mais original, levando a narrativa para o lado suspense, ela escolheu o caminho mais “fácil” e criou um romance. E nada contra o romance, afinal vocês sabem o quanto sou fã de uma boa história de amor, desde que claro ela seja no mínimo convincente. Algo que infelizmente não acontece aqui.

Na verdade eu fiquei com a sensação que a Kendara desperdiçou todo o potencial da Anna, nessa tentativa de romancear a trama.  No começo da história somos apresentados a um personagem obscuro e enigmático, que no decorrer da narrativa vai perdendo completamente as qualidades que no principio tinha tornado ela tão interessante.  Já o Cass é o típico mocinho dos livros do gênero, daqueles que com sua síndrome de heroísmo quer resolver tudo sozinho e acaba arrumando ainda mais problemas.

Esse foi um dos pontos que mais me incomodou em Anna Vestida de Sangue. Os personagens são totalmente estereotipados e não evoluem durante a narrativa.  Além disso, como a história fica totalmente centrada no Cass,  personagens como a Carmel e o Thomas acabam não tendo muita oportunidade de “crescer” na história.  E mesmo que em alguns momentos eles tenham desempenhado um papel importante no desfecho da trama, eu realmente teria gostado bastante se a autora tivesse tirado eles um pouco da “sombra” do Cass e os desenvolvido mais individualmente.

E apesar da história contar com algumas situações que me deixaram um pouco mais apreensiva durante a leitura, elas não chegaram a ser muito surpreendentes ou assustadoras. E de verdade nesse caso eu não iria reclamar em sentir um pouco de medo. Mas, gostei do modo como à autora inseriu bruxos no enredo, já que como não é segredo para ninguém, adoro histórias como aquele toque especial de magia. Talvez o “problema” do livro comigo, foi o fato dele “vender” uma coisa e apresentar outra, porém agora só me resta esperar por Girl of Nightmares para ver como a Kendara vai finalizar essa história.

“ – Nós estamos vivendo uma vida secreta, não é, Cass? E ela está nos tirando do mundo.”

Anna Vestida de Sangue possui uma narrativa fluida e por mais que recorra alguns clichês, é uma boa opção para os fãs de literatura sobrenatural.  Só não espere encontrar algo de muito novo por aqui, afinal por mais que a escrita de Kendara Blake seja envolvente, você pode acabar com a sensação de que já viu isso em algum lugar. Fica a dica!

abril 07, 2016

Quarto por Emma Donoghue

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576861317
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2011
Número de páginas: 360
Classificação: Ótimo
Sinopse: Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la. O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar.

Desde o seu lançamento Quarto da autora Emma Donoghue era aquele tipo de livro que me intrigava. Lembro-me de ter lido várias resenhas positivas, o que contribuiu ainda mais para aumentar a minha curiosidade a respeito da obra na época. Porém tempo passou e com tanto livros sendo lançados todo mês, confesso que a minha curiosidade foi ficando menor. Mas após assisti ao trailer da adaptação da obra para os cinemas, aquela sensação que me dizia que essa era uma história que eu não podia “ignorar“ voltou. E mais uma vez me vi fazendo a seguinte pergunta, - por que não li esse livro antes?

Como sei que alguns de vocês já leram o livro ou até mesmo assistiram ao filme. Nessa resenha vou procurar compartilhar como vocês de uma forma um pouco diferente, tudo o que senti ao ler essa magnífica obra de Emma Donoghue.

“Querida Mãe e Jack,

Nem consigo imaginar como foi os últimos anos em suas vidas e como deve estar sendo surpreendente e ao mesmo tempo assustador estar do lado de fora. Muitas pessoas realmente não entendem o porquê fazemos certas escolhas, ou optamos por um caminho diferente do qual elas escolheriam. Algumas pessoas julgam e sempre vão julgar baseadas no que elas acham certo ou tem como verdade e bem, nós com o tempo aprendemos a lidar com isso.

Mãe sabia que por mais que me parta o coração suas atitudes em certos momentos, eu consigo entender a sua impaciência, seu desespero, a sua necessidade de ver e viver tudo aquilo que lhe foi tirado, e entendo também as ocasiões em que você sente que seria melhor simplesmente acabar com tudo. Quero lhe dizer que apesar disso você é uma guerreira e que dentro das suas limitações tanto físicas como emocionais você fez para o Jack mais que muitos pais aqui de fora às vezes fazem. Não há do que se envergonhar ou culpar, afinal você usou o mesmo parâmetro das pessoas que estão de julgando agora para tomar suas decisões.

Agora quanto você querido Jack (...), você ainda deve estar se sentindo perdido com toda essa imensidão a sua volta. Mas saiba que por mais assustador que tudo possa parecer agora, existem lugares lindos para se conhecer. Talvez um dia, você até se torne um aventureiro como a Dora. Já pensou que legal? Com o tempo você também vai ver que é legal fazer amigos e tudo isso que agora parece tão estranho e confuso, se tornará parte de sua vida.

Sua mãe e todo mundo deve já ter dito o quanto você é um menino especial e um verdadeiro herói. Por isso ao invés de soar repetitiva, vou dizer somente que senti medo por você. Porém senti muito orgulho também. E tenho certeza que depois que tudo isso passar, os dois serão muito felizes.

Desejo a vocês os melhores dias, que todos eles venham com o sabor da liberdade e do novo.  Por que se tem uma coisa que aprendi da vida é, - que por de trás das nuvens sempre há um céu azul e a luz do sol para iluminar nossos dias. E de agora em diante, por mais que ainda existam os dias nublados, o sol nunca mais deixará de brilhar para vocês.

Com amor,
Ane.“

O Quarto foi um livro que me deixou angustiada e desesperada, sentido aquela necessidade de ter o poder de entrar na história e fazer alguma coisa. Emma Donoghue construiu uma trama que quebra nosso coração em pedacinhos, para depois ir colando aos poucos todos os caquinhos. E o que deixa tudo ainda mais doloroso, triste e ao mesmo tempo belo é que toda a história é narrada pelo ponto de vista de Jack.

Uma criança de cinco anos, que em sua inocência não entende nada do que está acontecendo a sua volta e que mesmo assim, com uma coragem que muitas vezes nós adultos não temos mudou tudo salvando sua mãe e a si mesmo. Sem sombra de dúvidas essa será uma daquelas histórias que ficará comigo por muito tempo.

“- Isso se chama a vitória da mente sobre a matéria. Quando a mente não liga, a matéria não tem importância. “

Apresentado pelo ponto de vista do pequeno Jack, o Quarto é um livro com uma forte carga emocional e que aborda temas sérios e pesados. Emma Donoghue trouxe para ficção uma realidade terrível, mas que com maestria foi suavizada pela imaginação e inocência de Jack. Arrisco-me a dizer que é impossível sair desse Quarto da mesmo forma como você entrou. Angustiante, intrigante e emocionante. Recomendo!

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