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setembro 15, 2020

Uma Proposta e Nada Mais por Mary Balogh

| Arquivado em: RESENHAS

Uma Proposta e Nada Mais é o primeiro livro da série, Clube dos Sobreviventes da autora Mary Balogh. Particularmente, dentre todas as autoras do gênero, a Mary é uma das minhas favoritas. Gosto no modo como ela consegue apresentar o velho e bom clichê, sem deixá-lo muito caricato. Seus personagens são maduros e com diversas nuances que vamos descobrindo no decorrer da leitura, o que torna a narrativa cativante.

Confesso que propositalmente, evite um pouco romances de época por um bom tempo. Mesmo sendo um dos meus gêneros favoritos, comecei a ter a sensação de que as histórias estavam “muito iguais” e acredito, que essa pausa que dei foi essencial para que a minha experiência com o livro fosse tão agradável.

Resenha


ISBN: 9788580418170
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 272
Classificação: Muito bom
Sinopse: O Clube dos Sobreviventes – Livro 01.
Primeiro livro da série Clube dos Sobreviventes, Uma Proposta e Nada Mais é uma história intensa e cativante sobre segundas chances e sobre a perseverança do amor. Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela. Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa. Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.

Lady Gwendoline Muir está satisfeita com a sua vida atual. Apesar de ter perdido o marido pouco tempo após o casamento, ela é feliz com a sua rotina tranquila e não pensa em se casar novamente. Após uma discussão com a sua amiga Vera, com quem Gwen tinha ido passar algumas semanas, ela decide sair para dar um passeio e arejar a cabeça, porém as coisas não acabam saindo como o planejado. Gwen acaba sofrendo um acidente e é resgatada pelo mal humorado, Lorde Trentham.

O título de nobreza não tem importância nenhuma na vida Hugo Emes, Lorde Trentham. Tudo o que ele deseja é uma vida tranquila e passar alguns dias por ano na companhia dos seus seis amigos e sobreviventes da guerra contra Napoleão. Mas ele não esperava que a reunião fosse contar com mais uma participante. Afinal, depois de resgatar Gwen fica óbvio para todos na casa, inclusive para ele, que a jovem dama precisará de alguns dias para se recuperar do acidente.

Gwen não se sente confortável e invadir a privacidade daquelas pessoas, por mais solícitas e amigáveis que elas possam ser. Porém nada podia a ter preparado para a atração intensa que sente por Lorde Trentham. Após sete anos de viuvez ela já tinha certeza de que seu coração estava fechado para um novo amor, mas algo na personalidade rústica de Hugo desperta nela sentimentos que a muito acreditou estarem adormecidos.

Hugo sabe que cedo ou tarde terá que se casar para dar continuidade ao nome da família, só sendo da classe operária, ele nunca quis se envolver com a aristocracia e muito menos se apaixonar por uma dama da alta sociedade. Mas será que depois de passar alguns dias na companhia de Lady Muir , ele conseguirá se manter firme em suas convicções?

Mesmo sem grandes reviravoltas, Uma Proposta e Nada Mais nos presenteia com um romance maduro e com personagens bem construídos. Mary Balogh desenvolveu uma narrativa com a dose certa de drama e sensualidade, sem que nada pareça destoante ou exagerado. O ritmo é fluido e envolvente, fazendo com que eu realmente me sentisse conectada as emoções dos protagonistas.

À primeira vista os dilemas por eles enfrentados podem parecer “pequenos”, só que conforme vamos conhecendo melhor a personalidade de Gwen e Hugo fica mais fácil compreender suas motivações e principalmente, quais são seus receios de se entregar ao que sentem um pelo outro.

Os personagens secundários apesar de não desempenharem um papel de grande importância na trama, se destacam em momentos chaves trazendo mais leveza e até um toque de comédia para a narrativa. Gostei muito da irmã do Hugo, a Constance e a família de Gwen também é muito encantadora. E por mais insuportável que a Vera seja, confesso que dei risada das tentativas de se fazer de vítima da personagem.

Como introdução para a série, Uma Proposta e Nada Mais é um bom livro. Não nego que senti falta de um plot twist mais elaborado e de cenas de ação. Tudo aqui assim como seus personagens é linear e comedido, o que não chega a ser ruim, mas deixa aquela sensação que ficou faltando alguma coisa.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.


Já reparou como ficar parado às vezes não é muito diferente de retroceder? comentou ela. Pois o mundo inteiro segue adiante e nos deixa. “

Estou bastante curiosa para conhecer as histórias dos demais membros do Clube dos Sobreviventes, em especial da Imogen e do duque Stanbrook, que foram os personagens que me pareceram mais misteriosos e interessantes nesse primeiro livro. Considerando que simplesmente amei a outra série que li da autora, Os Bedwyns, pode-se dizer que as minhas expectativas estão um pouco altas.

setembro 01, 2020

Tarde Demais por Colleen Hoover

| Arquivado em: RESENHAS

Ao iniciar a leitura de Tarde Demais da Colleen Hoover, eu já sabia que não seria uma leitura fácil. Afinal, todas as resenhas que li sobre este livro e até mesmo a contracapa dele, deixam bem claro que os temas abordados pela autora são pesados. Segundo a Colleen, Tarde Demais era um projeto no qual ela trabalhava durante seus bloqueios criativo e que a sua intenção a princípio, não era publicá-lo.

Talvez, justamente por ser um livro que ela escreveu por “diversão” é perceptível a diferença na linha estrutural da história aqui para as outras obras da autora. E apesar de já ter se passado um tempinho desde que finalizei a leitura, confesso que ainda tenho sentimentos muito conflitantes com tudo que encontrei aqui. Tipo, do meu ponto de vista é tanta coisa “errada” que tem nesse livro que fica até difícil definir ele com uma leitura boa ou ruim.

Resenha
ISBN: 9788501115003
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 384
Classificação: Não sei o que pensar, só o que sentir...
Sinopse: Para proteger o irmão, Sloan foi ao inferno e fez dele seu lar. Ela está presa em um relacionamento com Asa Jackson, um perigoso traficante, e quanto mais os dias passam, mais parece impossível enxergar uma saída. Imersa em uma casa incontrolável que mais parece um quartel general, rodeada por homens que ela teme e sem um minuto de silêncio, também parece impossível encontrar qualquer motivo para se sentir bem. Até Carter surgir em sua vida. Sloan é a melhor coisa que já aconteceu a Asa. E se você perguntasse ao rapaz, ele diria que também é a melhor coisa que já aconteceu a Sloan. Apesar de a garota não aprovar seu arriscado estilo de vida, Asa faz o que é preciso para permanecer sempre um passo a frente em seu negócio e proteger sua garota. Até Carter surgir em sua vida.  A chegada de Carter pode afetar o frágil equilíbrio que Sloan lutou tanto para conquistar, mas também pode significar sua única saída de uma situação que está ficando insustentável. Colleen Hoover não tem medo de escrever sobre assuntos delicados e Tarde Demais prova isso. Perpassando as formas mais cotidianas de machismo até as formas mais intensas e cruéis de abuso, a autora mergulha na espiral atordoante que é um relacionamento abusivo.

Não vou entrar em detalhes sobre a história em si, porque acredito que a sinopse já resume bem o que encontramos aqui. Vou tentar compartilhar com vocês mais o que eu senti, durante a leitura. E sem sombra de dúvidas, foi uma leitura densa que em muitos momentos tive que fechar o livro, respirar fundo para conseguir continuar.

A escrita da Colleen Hoover é fantástica, a narrativa é fluida e por mais “doentio” que todo o cenário descrito seja, somos compelidos pela a autora a seguir em frente com a esperança que no próximo capítulo as coisas vão melhorar. Só que elas não melhoram, ao contrário vão ficando cada vez pior.

Tarde Demais não é aquele livro em que podemos separar os mocinhos dos vilões, porque todos, - digo todos em alguma situação agem de forma horrível, mesquinha e imperdoável. Em vários momentos, a pergunta que me vinha a mente era: “Colleen, amiga o que você tomou enquanto escrevia esse livro?”. É sério gente, não dá para defender ou culpar ninguém porque até mesmo a Sloan e o Carter, vulgo os mocinhos tiveram ações extremamente baixas.

“Mas Ane, o Asa bem que mereceu.”. Não gente! Independente do Asa, ser uma pessoa desprezível, pelo menos em minha opinião essa determinada atitude do Carter e da Sloan, não foi somente desnecessária como também, os rebaixou para o mesmo nível do Asa.

Além disso a forma como a história evolui é rápida demais. A sensação que tive, é que tudo acontece em um intervalo de quinze dias, ou menos até. Agora me respondam como toda a sinceridade: Como uma pessoa que está presa em um relacionamento abusivo com um traficante perigoso, do dia para noite passa a amar um desconhecido que surgiu do nada? Não tem coerência nenhuma nisso. É como se a autora tivesse tirado a Sloan dos braços do Asa e jogado nos braços do Carter, com a simples justificativa que o Carter é o “salvador” dela. 

Entendam, não estou criticando o romance entre a Sloan e o Carter e sim, a forma como ele foi mal desenvolvido. Uma pessoa que passa pelas as experiências retratadas no livro precisa de ajuda séria, e o modo como a Colleen coloca, é que bastou ela conhecer um cara legal que o problema está resolvido. Claro que o amor tem seu poder curativo, mas isso não diminui a importância de um acompanhamento psicológico sério para a superação dos traumas.

Acredito que se a linha temporal da história fosse maior, isso teria deixado a narrativa mais coerente. Só que infelizmente nesse sentindo, Tarde Demais é um show de incoerência, principalmente quando levamos em conta que a história em si acaba na página 251 e temos uma sequência de epílogos do epílogo que parecem intermináveis. 

Para um livro que foi escrito como forma de lidar com um bloqueio criativo, Tarde Demais apresenta temas reais e que realmente nos incomodam durante a leitura. Não concordei em muitas situações e com a postura dos personagens, mas sei que o mundo está cheio de homens asquerosos como o Asas e mulheres que não conseguem sair desses relacionamentos abusivos como a Sloan.

Minha maior “queixa”, se é que posso chamá-la assim é o fato de a Colleen não ter trabalhado a superação da protagonista de outra forma. Gostaria de ter visto a personagem superando as dificuldades de um jeito diferente, e não embarcando em um outro relacionamento com alguém que ela mal conhecia. Quem sabe um dia, eu deixe de me incomodar com as relações fast dos livros do gênero. Quem sabe (...).

Resenha
© Ariane Gisele Reis.


“– E este beijo é apenas o começo de um livro totalmente novo. Um livro em talvez milagres não sejam tão impossíveis assim.”

Mesmo com todo os problemas presentes na história, e olha que não são poucos, a autora Colleen Hoover consegue nos manter envolvidos em turbilhão de sentimentos e emoções conflituosas. Tarde Demais é sem dúvidas um livro pesado e até um pouco "mórbido", porém que traz uma realidade nua, crua e dolorosa e que precisa ser debatida com muita consciência por todos nós.

agosto 04, 2020

Príncipe Mecânico por Cassandra Clare

| Arquivado em: RESENHAS

Como vocês podem ver, essa blogueira que vos escreve está praticamente em um relacionamento sério com o universo dos Shadowhunters. Em minha defesa digo, que estou comprometida a terminar pelo menos uma, das séries da autora da Cassandra Clare este ano, até porque a mulher não para de lançar séries, não é mesmo?

Príncipe Mecânico é o segundo livro da trilogia, As Peças Infernais em que acompanhamos a jovem Tessa Gray recém chegada a Londres descobrindo que todas as lendas que sempre ouvi quando criança são verdadeiras e que, ela é peça fundamental em um plano para destruir os Caçadores das Sombras.

Particularmente, gosto muito mais dessa série do que de Os Instrumentos Mortais. E se você quiser saber o porquê, é só continuar lendo a resenha. Mas aviso que ela pode conter spoilers.

Resenha
ISBN: 9788501092694
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2013
Número de páginas: 406
Classificação: Ótimo
Sinopse: As Peças Infernais – Livro 2.
Tessa Gray não está sonhando. Nada do que aconteceu desde que saiu de Nova York para Londres (ser sequestrada pelas Irmãs Sombrias, perseguida por um exército mecânico, ser traída pelo próprio irmão e se apaixonar pela pessoa errada) foi fruto de sua imaginação. Mas talvez Tessa Gray, como ela mesma se reconhece, nem sequer exista. O Magistrado garante que ela não passa de uma invenção. Para entender o próprio passado e ter alguma chance de projetar seu futuro, primeiro Tessa precisa entender quem criou Axel Mortmain, também conhecido como Príncipe Mecânico.


Príncipe Mecânico possui uma narrativa fluída e ao menos pelo meu ponto de vista, fica claro desde o primeiro livro, Anjo Mecânico que a autora já tinha mais bem definido o rumo que a história teria. Em As Peças Infernais, encontramos um enredo com uma construção madura e isso, acaba refletindo na qualidade da obra e na evolução de seus personagens.

Aqui é visível o crescimento tanto dos protagonistas como também dos personagens secundários, esses que conseguiram não apenas um destaque maior, mas se tornaram elementos importantes no desenvolvimento da história como um todo.

Confesso que no primeiro livro a ingenuidade da Tessa tinha me incomodado bastante. Porém, apesar do triangulo amoroso completamente desnecessário é perceptível que o foco dela está em conhecer e entender como funciona o Mundo das Sombras e principalmente, descobrir qual é a sua ligação com o Mortmain e porque ela é tão importante para ele.

O Will é outro personagem que teve uma excelente evolução. Se no livro anterior a impressão que ele nos transmite é de ser somente mais um típico bad boy, aqui vamos desvendando o seu passado e compreendo os motivos que o levam a afastar todos aqueles que podem a vir, a amá-lo.

Meu coração se partiu por ele ao ponto de eu mesma, me ver dividida entre torcer pela felicidade dele ou pela felicidade do Jem. Afinal, é claro que para um ser feliz o outro terá que ter seu coração partido.  E já que falamos do Jem, admito que ele está disputando com o Magnus o posto do meu personagem favorito no universo criado pela Cassandra e que meu encantamento por ele, ficou ainda maior neste livro. ()

Porém o que mais chamou a minha atenção em, Príncipe Mecânico foi a parte “política”, por assim dizer. Charlotte Branwell a diretora do Instituto de Londres está correndo o risco de perder seu cargo para o mesquinho Benedict Lightwood, caso ela não encontre e entregue o Mortmain à Clave, em duas semanas. E acompanhar essa corrida contra o tempo foi gratificante pela oportunidade que a autora nos dá, de conhecer melhor os personagens secundários e suas reais motivações. Admito que foi difícil não me emocionar com algumas cenas da Charlotte com o seu marido Henry.

Os irmãos Lightwood, Gideon e Gabriel por conta da ambição do pai em conquistar a direção do Instituto, desempenham um papel importante na narrativa. O Gabriel consegue ser bem irritante, mas o Gideon se mostra um personagem maduro e adorei a ver as interações dele com a Sophie, outra personagem que teve um ótimo crescimento aqui. E apesar de não me simpatizar com a Jessamine, confesso que ao final fiquei com um pouco de pena dela, bem pouquinho, mas fiquei.

Só que nem tudo são flores, assim como em Os Instrumentos Mortais sinto que a Cassandra Clare deixa um pouco a desejar quando o assunto é o desenvolvimento dos vilões da história. Mesmo que o Mortmain assim como o Nate, irmão da Tessa, consigam ser mais relevantes quando os comparamos ao Valentim, por exemplo, eles não são aquele tipo de vilão que “amo odiar”

O Mortmain é um personagem que me deixa curiosa para saber mais sobre seu passado. E mesmo já tendo causado problemas para a Tessa e os demais Caçadores das Sombras, ele ainda não me convenceu como vilão, propriamente dito. Porém com ainda falta um livro para concluir a trilogia, pode ser que eu venha a me surpreender com o desenvolvimento dele.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.

“– Posso oferecer-lhe minha vida, mas é uma vida curta; posso oferecer meu coração, apesar de não saber quantas batidas lhe restam.”

Príncipe Mecânico se revelou uma leitura deliciosa, que me envolveu desde o primeiro capítulo até o último, conseguindo até me deixar emocionada em algumas situações. Estou muito curiosa para ler Princesa Mecânica, inclusive já separei o livro para ler agora em Agosto.

Para quem ainda não sabe a BBC vai produzir a adaptação de Peças Infernais e eu espero não apenas que, a Netflix ou outro serviço de streaming disponibilize a série para outros países, mas que principalmente que ela não seja o desastre que foi Shadowhunters. Pelo Anjo! Não me decepcione BBC.

ps: Magnus está maravilhoso como sempre! ()

Veja Também:
Anjo Mecânico por Cassandra Clare

junho 30, 2020

Cidade de Vidro por Cassandra Clare

| Arquivado em: RESENHAS.

H
abemus
resenha! Embora sendo bem sincera com vocês, não sei se ainda lembro de como se escreve uma resenha, mas prometo que vou me esforçar. Cidade de Vidro é o terceiro livro da série, Os Instrumentos Mortais escrita pela autora Cassandra Clare.

Quem acompanha o blog a mais tempo, sabe que essa é uma das minhas séries literárias favoritas, motivo pela qual jamais vou me conformar da Freeform ter produzido uma adaptação televisiva tão abaixo da qualidade dos livros. É muito ruim, sério!

Mas voltando ao livro, Cidade de Vidro encerra o primeiro arco da série, e é perceptível aqui a evolução da escrita da Cassandra Clare. A narrativa continua fluida, porém ganhou um ritmo mais dinâmico com várias arestas sendo aparadas. O toque de mistério e magia tão característicos da autora também marcam presença, tornando o enredo mais envolvente a cada capítulo. Só que mesmo, com esses pontos positivos não nego que eu esperava um pouco mais.

ISBN: 9788501087164
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2011
Número de páginas: 470
Classificação: Bom
Sinopse: Os Instrumentos Mortais – Livro 3.
Clary está à procura de uma poção para salvar a vida de sua mãe. Para isso, ela deve viajar até a Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras, criando um portal sozinha. Só mais uma prova de que seus poderes estão mais sofisticados a cada dia. Para Clary, o perigo que isso representa é tão ou menos assustador quanto o fato de que Jace não a quer por perto. Mas nem o fora de Jace nem estar quebrando as regras irão afastá-la de seu objetivo: encontrar Ragnor Fell, o feiticeiro que pode ajudá-la a curar a mãe.

Confesso que o meu maior problema em Os Instrumentos Mortais é o casal protagonista. Não me entendam mal, e não pensem que estou de implicância com a Clary ou com o Jace. Sim, as atitudes imaturas da Clary me incomodam tanto quanto, as tentativas ser autossuficiente do Jace. Mas desde o primeiro livro eles são assim, e mesmo com todo o drama envolvido no relacionamento deles, eu como leitora, ainda acredito no amadurecimento de ambos no decorrer dos próximos livros.

A questão aqui é, que praticamente 80% da história gira em torno do “amor proibido”, deles. O que, acabou prejudicando o desenvolvimento de pontos mais interessantes, além de ter acelerado o final que tinha tudo para ser épico.

Apesar de parecer "jogada", gostei da entrada do Sebastian na trama e espero que ele, se revele um vilão mais convincente do que o Valentim. Até porque, o Valentim sempre esteve mais para um vilão “decorativo”, afinal a presença dele pouco contribui com os acontecimentos mais importantes da história. Talvez as minhas expectativas estejam altas em relação ao Sebastian, mas sendo ele um dos poucos personagens que realmente se destacaram na série de TV, é de se esperar que no livro a participação dele seja ainda melhor. Pelo Anjo! Não me decepcione Cassandra Clare.

Outro ponto que me incomodou bastante em Cidade de Vidro, é a falta de espaço que tanto os personagens antigos como os novos têm. É tudo tão centralizado em Clary e Jace, que até mesmo personagens importantes como Simon e a Isabelle ficam apagados. Já o Alec continua rabugento, porém se mostra mais maduro em relação aos sentimentos. Admito que fiquei um pouco tristinha com a participação pequena do Magnus (). Mesmo ele desempenhando um papel decisivo em muitos momentos da narrativa, senti falta de mais interações dele com o Alec.

Além disso, um dos acontecimentos mais importante e triste de Cidade de Vidro, acabou meio que passando batido. Faltou a carga emocional e a sensibilidade que a situação pedia. Ficou parecendo como se a perda sofrida, não fosse significativa para as pessoas envolvidas, algo que sabemos não ser verdade. E é uma pena que o final apressado, tenha passado essa sensação.

Resenha
© Ariane Gisele Reis.


“– Arrependimento é uma emoção tão inútil, não concorda?”

Mesmo não sendo em minha opinião, o melhor livro até aqui, Cidade de Vidro desempenha bem o seu papel ao encerrar de modo satisfatório a primeira parte da série. E por mais que a história com um todo tenha suas falhas, o mundo que Cassandra Clare criou é fascinante e me deixa ainda mais curiosa para descobrir o que o futuro reserva para os meus amados Shadowhunters.

Veja Também:

outubro 20, 2019

Ho'oponopono para todos os dias por Maria-Elisa Hurtado-Graciet

| Arquivado em: RESENHAS.

Como vocês podem perceber, a resenha que trago hoje é de um gênero literário que em um passado não muito distante, jamais teria espaço não só no blog, mas em minhas leituras também. Porém, como a vida me convidou a fazer uma pausa e rever alguns conceitos, passei a olhar os livros classificados como “autoajuda”, com outros olhos. E foi justamente por esse motivo que, Ho'oponopono para todos os dias da autora Maria-Elisa Hurtado-Graciet acabou chamando a minha atenção.



ISBN: 9788543106267
Editora: Sextante
Ano de Lançamento: 2019
Número de páginas: 128
Classificação: Ótimo
Sinopse: Ho’oponopono é uma palavra havaiana que pode ser traduzida como “recolocar as coisas em ordem” ou “restabelecer o equilíbrio”. O Ho’oponopono apresentado neste livro é uma versão atualizada de uma tradição ancestral de perdão e reconciliação praticada entre os antigos havaianos. Ho’oponopono nos mostra que tudo que acontece em nossa vida é consequência de memórias e programações inconscientes que existem em nós e que nos aprisionam em um mundo repleto de sofrimento. Ao eliminar essas memórias negativas com o Ho’oponopono, os problemas se transformam em alavancas que nos levam à evolução, e nos reintegram à nossa verdadeira identidade. O Ho’oponopono também mostra que somos todos unidos por laços de amor, e nos convida a vivenciar essa mensagem em nosso cotidiano. Este pequeno livro, editado como um bonito livro-presente, pode ser usado como referência para todos os momentos, trazendo a essência do Ho’oponopono: Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grato.

Antes de falar do conteúdo do livro propriamente dito, é importante lembrar que ao contrário do que muitos pensam, o Ho'oponopono não possui nenhuma ligação com religião. A palavra de origem havaiana pode ser traduzida como “pôr as coisas em ordem”. Ou seja, a prática tem como intuito trazer um maior equilíbrio em nossas vidas ao purificar o corpo e assim nos libertando das memórias e sentimentos negativos.

Em Ho'oponopono para todos os dias, a autora Maria-Elisa Hurtado-Graciet, nos apresenta uma versão atualizada dessa antiga prática de perdão e reconciliação. Só que detalhe, essa reconciliação é consigo mesmo, de modo que passamos à ser nossos próprios mestres curadores.

De uma forma muito delicada, Maria-Elisa Hurtado-Graciet conseguiu compactar nesse pequeno, mas enriquecedor livro, toda a essência do Ho'oponopono. A cada capítulo a autora mostra que a prática é muito mais do que às quatro frases: “Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grato.”.

Afinal, Ho'oponopono é sobre aceitar e amar nossas memórias, mesmo aquelas mais dolorosas, para então conseguir se libertar de toda a dor que elas ainda podem causar e assim nos perdoar. Pois, para o bem ou para o mal, somos a soma de as nossas experiências e muitas vezes acabamos criando crenças limitantes ou alimentando medos e angústias em nossas vidas, por conta de emoções vinculadas há lembranças do passado.

Comecei a praticar o Ho'oponopono todos os dias após a minha meditação nessa mesma época no ano passado, fato pelo qual acabei me interessando pela obra de Maria-Elisa Hurtado-Graciet. E apesar de muitos canais do YouTube passarem a impressão que se trata de uma “técnica milagrosa” que vai resolver todos os seus problemas, posso garantir para vocês que não é tão fácil assim. Principalmente porque infelizmente, crescemos em uma sociedade que prega que precisamos da validação do outro para ser feliz. E com isso, na grande maioria das vezes, nem percebemos o quanto nos moldamos para se encaixar no mundo do outro. Nos culpamos, por não corresponder às expectativas do outro e as nossas.

E uma das coisas mais importantes que aprendi desde que comecei a prática foi justamente a não criar expectativas. Hoje sou uma pessoa mais focada no presente, no que tenho agora. Passei a me cobrar menos e a me ver com um olhar mais amoroso. Entendi que tudo começa em mim e que para eu criar e receber coisas boas, preciso me amar e ser grata por tudo o que sou e tudo o que tenho. Porém, sei que esses são apenas pequenos passos e que ainda vou ter muitos altos e baixos durante a minha reconciliação comigo mesma.

 “... nosso objetivo nesta vida consiste em nos livrarmos dessa casca que criamos (porque ninguém fez isso por nós) para descobrir o ser puro de luz e amor que somos e sempre fomos.”

Ho'oponopono para todos os dias, nos leva a refletir sobre nossos próprios sentimentos, memórias, dores, erros e acertos para que através dessa reflexão possamos nos curar. Fácil não é, e os resultados como comentei acima levam um tempo. Eu mesma ainda estou em pleno processo de auto cura. Aceitando que eu, Ariane, sou humana e a única responsável por minha felicidade.

A minha única ressalva aqui, é que senti falta da Maria-Elisa Hurtado-Graciet ter acrescentado no livro a oração completa. Além de muito bonita, ela também é ótima para acalmar o nosso coração, naqueles momentos em que a dona ansiedade ameaça atrapalhar o dia. Por isso, para quem se interessar em conhecer um pouco mais sobre a prática, no final do post estou deixando o áudio da oração que está disponível no perfil da Foco de Luz, lá no Spotify.


setembro 04, 2019

Vergonha por Brittainy C. Cherry

| Arquivado em: RESENHAS.

A expressão: “Nunca julgue um livro pela capa”, é bem aplicada quando o assunto é o último romance da Brittainy C. Cherry publicado no Brasil, pela editora Record. Vergonha possui uma estrutura narrativa já bastante conhecida para os leitores da autora, porém confesso que assim como a aconteceu em No Ritmo do Amor, fiquei novamente com a sensação que a Brittainy acabou “pecando” um pouco pelo excesso. 

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788501302854
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2019
Número de páginas: 420
Classificação: Muito bom
Sinopse: Um amor inesperado que surge de forma inusitada e arrebata a vida de Grace Harris. Grace Harris está perdida e sozinha em sua casa em Atlanta depois que o homem que ela pensou que ficaria a seu lado pelo resto da vida traiu sua confiança, partiu seu coração e saiu de casa, deixando seu casamento em suspenso. Grace resolve, então, passar o verão com a família em Chester, sua cidade natal, para respirar, dar um tempo de tudo. Sua vida está uma bagunça e o que ela precisa no momento é de um pouco de gentileza e compaixão. Por incrível que pareça, Grace encontra isso na pessoa mais improvável de todas: Jackson Emery, a ovelha negra da cidade. Conhecido como a erva daninha de Chester, ele é sinônimo de encrenca, e não faz nada para mudar essa imagem. Tendo perdido na infância o que havia de mais valioso na vida, Jackson se tornou um homem amargurado e não dá a mínima para o que pensam dele. Os caminhos de Grace e Jackson acabam se cruzando de um jeito inusitado e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem deixar rolar e se entregar a uma diversão passageira. Porém, o que Grace não imaginava é que seu coração, já destroçado, seria obrigado a aprender que certos relacionamentos são capazes de causar dores muito profundas, e que é sempre preciso fazer uma escolha.

Pela sinopse fica claro que aqui vamos encontrar aquela velha história clichê, em que a boa moça se envolve com o bad boy da cidade e os dois acabam se apaixonando perdidamente. E por mais batida que essa fórmula possa parecer, ela continua funcionando bem, uma vez que é impossível durante a leitura de Vergonha não torcer por um: “E foram felizes para sempre” de Grace e Jackson.

Grace é o retrato da aparente perfeição. Ela é a boa filha, a boa esposa, tudo em sua vida é previsível e "perfeito", até que ela descobre que o seu marido é infiel. Sozinha e de coração partido, ela resolve voltar para sua cidade natal e passar o verão com a família e assim ter tempo para se curar e decidir qual será o rumo de sua história, agora que ela não tem mais o “homem da sua vida” ao seu lado.

Jackson é o total oposto de Grace. O jovem e seu pai são vistos como párias da pequena cidade. Aquelas pessoas que todo mundo quer que fique a quilômetros de distância de suas vidas de comercial de margarina. Só que por detrás de todo o comportamento hostil de Jackson existe um passado doloroso, que vamos descobrindo no decorrer da narrativa. Assim como, o que levou o seu pai a atual situação em que vive.

Quando Grace e Jackson se encontram ambos sabem que não tem nada em comum. Mas de alguma forma, a tristeza e a desilusão que os dois carregam em seus corações os tornam perfeitos um para o outro. Porém, é claro que essa união não será bem vista por muitas pessoas, especialmente por Loretta, a mãe de Grace. E quando os segredos sombrios são revelados, Grace e Jackson precisam decidir entre o passado que os maltratou ou o futuro que pode os curar.

Indo direto ao ponto o que mais me incomodou em Vergonha é o fato dos personagens serem terrivelmente estereotipados. A Grace é “boazinha” demais, enquanto o Jackson é "cruel" demais. E por mais que a autora busque justificar o jeito: “Não estou nem aí para o que pensam de mim” do protagonista, em muitos momentos a agressividade dele não é justificada. E antes que vocês me achem uma insensível, admito que meu coração em vários momentos ficou em pedaços pela criança que o Jackson foi e pelo adulto que ele acabou se tornando. Só que de verdade, eu não consigo entender o fato de um pessoa tratar mal, alguém que está apenas tentando ajudá-lo.

Esse exagero na caracterização dos personagens não ficou só no protagonistas, já que Loretta por exemplo, lembra aquelas vilãs amarguradas de novela mexicana. E tal como o Jackson, ela também tem seus motivos para ser assim. A Brittainy foi bem o oito ou oitenta. Se um personagem é “bom”, ele é altruísta demais e se ele é “mal”, ele será mesquinho demais. O único parênteses sobre isso que eu abro aqui é em relação ao Mike, pai do Jackson. Acho que a apesar de não ter se aprofundado tanto na questão do alcoolismo, a autora consegue passar um panorama geral do estrago que essa doença causa da vida da pessoa e de todos que estão a sua volta.

Só que mesmo com as minhas ressalvas, Vergonha foi uma leitura que prendeu a minha atenção do começo ao fim. A autora soube como fazer críticas pertinentes a uma sociedade que se esconde atrás da máscara do politicamente correto. O que muitos podem considerar como “hipocrisia religiosa”, ao meu ver soou mais como um lembrete que a realidade, especialmente dentro do meio familiar é muitas vezes bem diferente daquela que nós enxergamos do lado de fora.  E por isso não devemos atirar pedras no telhado do vizinho, afinal o nosso telhado também é de vidro.

Confesso que o final não me surpreendeu tanto assim, pois conforme a narrativa avança e os fatos do passado vão sendo revelados, meio que já dá para ter uma noção da direção que a autora vai seguir. Ou seja, foi previsível não de um jeito ruim, apenas não causou o efeito surpresa que talvez a Brittainy esperava causar quando teceu o enredo.

“O amor de verdade significava uma compreensão mútua. Um respeito pelos sonhos, pela esperança, pelos desejos e pelos medos.”

Mesmo que a narrativa de Vergonha, tenha se mostrado envolvente, confesso que infelizmente não consegui me sentir arrebatada pela história. Li diversas resenhas em que as pessoas enaltecem a obra e além de achar essa diversidade de opiniões algo positivo, é muito legal ver como cada leitor vivencia e tem suas próprias impressões sobre o livro. A escrita da Brittainy C. Cherry é fluida e possui uma beleza muito singela, porém o fato de eu não ter criado uma forte conexão com os protagonistas pelos motivos que citei acima, fez com que no geral a história não me cativasse tanto.

Claro, que ao final me vi com sorriso bobo no rosto por Grace e Jackson terem curado seus corações através do amor. O ponto é que eu esperava um toque a mais de leveza e romance aqui e não uma carga dramática tão forte. Talvez, essa que vos escreve tenha lido Vergonha, na época “errada” de sua vida.  E antes que eu me esqueça, o Tuck é o melhor personagem.

abril 24, 2019

The Chase - A Busca de Summer e Fitz por Elle Kennedy

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The Chase é o primeiro livro da nova série da autora Elle Kennedy, a Briar U. Spin-off da minha outra série queridinha, Amores Improváveis tem uma proposta muito clara, - nos levar de volta ao universo dos jogos de hóquei, com personagens cativantes e romances gracinhas. Porém, não sei se sou eu que estou passando por uma fase de chatice literária muito grande, ou esse snip-off que foi lançado um pouco “cedo” demais.  Mas, infelizmente não consegui me sentir tão conectada com a narrativa e seus personagens aqui.  A verdade é que ao finalizar a leitura fiquei com aquela terrível sensação que ficou faltando alguma coisa.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.





ISBN: 9788584391363
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2019
Número de páginas: 320
Classificação: Bom
Sinopse: Briar U – Livro 01.
Spin-off da série Amores Improváveis.
Todo mundo diz que os opostos se atraem. E deve ser verdade, porque não tem nada que explique minha atração por Colin Fitzgerald. Ele não faz meu tipo e, o pior de tudo, me acha superficial. Essa visão distorcida que ele tem de mim é o primeiro ponto contra. Também não ajuda que ele seja amigo do meu irmão. E que o cara que mora com ele tenha uma queda por mim. E que eu tenha acabado de me mudar para a casa deles. Mas isso não importa. Estou ocupada o bastante com uma faculdade nova, um professor que não larga do meu pé e um futuro incerto. Além do mais, Fitz deixou bem claro que não quer nada comigo, embora tenhamos uma química de dar inveja a qualquer casal. Nunca fui de correr atrás de homem, e não vou começar agora. Então, se o meu roommate gato finalmente acordar e perceber o que está perdendo… Ele sabe onde me encontrar.

Após ser convidada a se retirar da Universidade de Brown por supostamente ter colocado fogo na casa da fraternidade em que morava, Summer Di-Laurentis acaba sendo aceita na Universidade de Briar graças a influência do pai. Porém, seus problemas ainda não estão totalmente resolvidos, Summer precisa encontrar um lugar para morar e aparentemente sua fama de incendiária já chegou a Briar e nenhum fraternidade quer aceitá-la.

Triste e sem ter para onde ir, ela acaba aceitando o convite do irmão, Dean para uma festa de ano novo, festa essa que Colin Fitzgerald, também está. Summer não consegue entender a atração que sente por Fitz, especialmente por que ele já deixou bem claro de todas as formas possíveis que não quer nada com ela. Mas, a química entre os dois é visível e em breve ela será colocada à prova. Afinal, Fitz e seus amigos Hunter e Hollis estão precisando de mais uma pessoa para dividir a casa, e nenhum deles seria louco o suficiente para negar um favor ao Dean. Agora que estão morando na mesma casa, resta saber por quanto tempo Fitz será capaz de resistir a sua atração por Summer Di-Laurentis.

The Chase possui uma premissa bem clichê e mescla todos os elementos que eu particularmente amo nos livros do estilo. Só que confesso que achei que a Elle Kennedy exagerou um pouco na dose de “drama” presente na narrativa, porque é óbvio que a Summer e o Fitz vão ficar juntos, então a tentativa da autora de formar um triângulo amoroso entre: Fitz, Summer e Hunter para depois o Hunter ser “esquecido” no banco de reservas o restante da narrativa me incomodou bastante.

Isso me lembrou um pouco o primeiro livro da série Amores Improváveis em que a autora recorreu também a esse recurso e depois esqueceu o Logan no churrasco do time. Até porque quem já leu a série anterior deve ter percebido que após o segundo livro que narra a história dele, o Logan meio que “some” da série. Inclusive aqui, temos as pequenas participações do Dean (meu amorzinho ), Garret e do Tucker enquanto o Logan só é citado.

E tudo bem que o terceiro livro vai abordar a história do Hunter, só que sinceramente eu não vi nenhuma necessidade desse triângulo amoroso, quando a autora poderia ter abordado outros pontos mais interessantes na história. Um bom exemplo disso, é a questão do assédio sexual dentro das universidades, que embora tenha tido uma introdução promissora acabou não sendo muito bem trabalhado. A impressão que pelo menos eu tive, é que o tema ficou “meio jogado” na narrativa, como se a Elle não conseguisse desenvolver ao todo a ideia que tinha em mente quando começou a escrever, o que de fato foi uma pena.

Os personagens secundários desempenham um bom papel na construção da história em especial a Brenna que em muitos momentos chega a ser uma personagem mais cativante que a própria Summer. Não que eu não tenha gostado da Summer, na verdade ela é uma personagem muito carismática que mesmo com toda a sua “superficialidade” tem um coração enorme e passa por problemas muito reais dos quais ela mesma muitas vezes se sente culpada.

O meu problema aqui com a Summer foi que realmente eu não consegui ver ela e o Fitz como um casal a “longo prazo”. Talvez seja porque eu não acredito muito nessa história de que os oposto se atraem, e eles são muito opostos. Então a sensação que tive durante a leitura é que o relacionamento deles era mais baseado na atração sexual que sentiam um pelo outro do que aquele sentimento mais profundo que une duas pessoas. Acredito que se a Elle não tivesse criado todo um drama desnecessário no início da história em volta do relacionamento dos dois a minha visão seria diferente.

Além disso, o Fitz infelizmente não foi aquele protagonista masculino que fez meu coração bater mais forte. Achei algumas atitudes dele um tanto egoístas, mesmo que nas entrelinhas a autora tenha tentado justificá-las. Acho que ainda estou muito apegada ao Dean. ()#sorry

"Percepção e realidade são coisas muito diferentes. A verdade em geral está em algum lugar entre as duas."

The Chase possui a narrativa fluida e envolvente já tão característica das obras da autora Elle Kennedy. Porém, infelizmente no meu caso senti que a história aqui é um pouco “inferior” quando comparada a série que deu origem a ela. Mas, não nego que estou bem curiosa para ler os próximos volumes da Briar U, especialmente ao livro do Hunter. Quais as surpresas que dona Elle aprontou para ele?

abril 17, 2019

Os Mistérios de Sir Richard por Julia Quinn

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Dando sequência a minha meta de 12 livros para ler em 2019, Os Mistérios de Sir Richard último livro da série Quarteto Smythe-Smith da autora Julia Quinn, se mostrou uma leitura um tanto “complicada”. Confesso que demorei bastante para me sentir conectada com a narrativa e seus personagens e infelizmente ao final fiquei com a sensação que a história foi rasa e nem de longe tão cativante como os livros anteriores que li da autora.



ISBN: 9788580416688
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 280
Classificação: Bom
Sinopse: Quarteto Smythe-Smith - Livro 04.
Sir Richard Kenworthy tem menos de um mês para encontrar uma esposa. Ele sabe que não pode ser muito exigente, mas quando vê Iris Smythe-Smith se escondendo atrás de seu violoncelo no musical anual das Smythe-Smith, Richard acha que conheceu alguém muito valiosa.  Ela é o tipo de mulher que passa despercebida até a realização de um segundo ou terceiro olhar de outra forma. Mas há algo nela abaixo da superfície, algo quente e ele sabe que ela é única. Iris Smythe-Smith...Ela está acostumada a ser subestimada, com seu cabelo claro e tranquila, mas há uma personalidade astuta que ela tende a esconder, e ela gosta dessa forma. Então, quando Richard Kenworthy se aproxima com galanteios e flertes, parece suspeito.  Dando a impressão de um homem que se rende ao amor, mas ela não pode acreditar que tudo é verdade. Quando sua proposta de casamento se torna uma situação comprometedora obrigatória, você não pode deixar de pensar que há algo escondido por trás disso. . . mesmo que o seu coração diz sim.

O Quarteto Smythe-Smith foi uma série que ao mesmo em minha opinião teve um começo promissor, mas que no decorrer dos quatro livros acabou meio que “perdendo” um pouco do seu encanto. Gosto muito da narrativa da Julia Quinn, porém sinto em dizer que ao menos aqui o estilo jovial e divertido da autora não funcionou muito bem comigo. A prova disso, é o fato de eu ter levado praticamente dois meses para ler Os Mistérios de Sir Richard. Não que o livro seja de todo “ruim”. Há bons momentos, mas a construção em si peca pela falta de química do casal e na forma como tudo parece “forçado” e um tanto sem sal e sem açúcar.

Iris Smythe-Smith é uma personagem que nos livros anteriores teve uma participação relativamente pequena, mas sempre que surgia suas aparições eram regadas de diálogos irônico e temperados com uma boa dose sarcasmo. Por esse motivo, não nego que eu esperava mais da personagem. E ver o modo como ela se colocava em diversas ocasiões em uma posição inferioridade ao ponto de se desmerecer por conta de sua aparência "pálida", foi um pouco desanimador. 

Em especial por que uma das qualidades que sempre admirei nas protagonistas da Julia Quinn é justamente o fato de todas elas serem fortes e determinadas. E eu senti falta disso aqui. É claro que a Iris evolui muito no decorrer da narrativa, e é muito gratificante acompanhar essa evolução dela. Mas, me incomodou muito a sensação de que ela precisou ser “manipulada” pelo Richard praticamente a história toda para que essa evolução fosse possível.

Acho que nunca torci tanto para que um casal não terminasse com o seu: “Então foram felizes para sempre”, como eu torci aqui. Richard Kenworthy foi sem sombra de dúvidas um decepção completa.  Tanto que as palavras que me vêm à mente quando penso no personagem são: covarde, egoísta e raso. O modo como ele cria toda uma situação constrangedora para obrigar a Iris a aceitar seu pedido de casamento foi uma atitude muito baixa por parte do personagem.

Tudo bem que desde o começo da história sabemos que ele precisa se casar o mais rápido possível, mas o fato do Richard ter visto a Íris como uma “presa fácil” não deixa de ser horrível. Além disso, o segredo do personagem não chegou a ser nem de longe tão “bombástico” como eu imaginei que fosse. Eu sei que para a época em que a história se passa é algo bastante grave, porém de verdade não achei que o segredo em si, “justificasse” todo drama causado por ele no contexto geral da narrativa.

E esse foi um dos pontos que mais me deixou descontente com Os Mistérios de Sir Richard. Como comentei logo no começo da resenha o que mais gosto nos livros da Julia Quinn é o modo com suas histórias são divertidas e leves, só que aqui a autora criou um melodrama tão grande que parecia que eu lia, lia, lia e não saía do lugar.

Apesar de pequena, gostei da participação dos personagens secundários no desenvolvimento da narrativa, principalmente de reencontrar personagens tão queridos como a Lady Sarah Prentice e o o clã Pleinsworth formado por Harriet, Elizabeth e Frances.  Não nego que em muitos momentos as atitudes da Fleur, irmã do Richard me irritaram bastante ao ponto de achar a personagem tão egoísta como o próprio Sir Kenworthy.

As histórias da Julia Quinn sempre conseguem deixar meu coração mais quentinho, mesmo que às vezes eu discordasse de uma atitude ou outra dos protagonistas. Porém, em Os Mistérios de Sir Richard tudo o que senti foi irritação. Irritação porque parecia que a história não saía do lugar. Irritação pelo modo como o Richard tratava a Iris. Irritação por ele não ter tido ao mesmo um “castigo” de leve por toda patifaria que aprontou.  Enfim, muito drama para nada ...

“Muitas vezes era melhor não questionar um presente. Era melhor apenas ficar feliz ao recebê-lo, sem saber por quê.”

Os Mistérios de Sir Richard ao menos em minha opinião está longe de ser o melhor livro da Julia Quinn. A verdade é que com exceção do primeiro livro, Simplesmente o Paraíso a série Quarteto Smythe-Smith não chegou a me arrebatar tanto como Os Bridgertons. Talvez o meu excesso de expectativas tenha atrapalhado um pouco o meu envolvimento com as histórias aqui. Mas, acredito que não sou a primeira e nem serei a última leitora no mundo a se decepcionar um pouco com uma obra do seu autor ou autora favorito. 

Veja Também:

março 20, 2019

Romance Tóxico por Heather Demetrios

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Lançado no final de 2018 pela editora Seguinte, Romance Tóxico da autora Heather Demetrios aborda um tema que embora seja atual, nós como sociedade ainda encontramos certa dificuldade de falar sobre ele. Afinal, para muitas pessoas o relacionamento abusivo é somente o físico, quando na verdade o abuso psicológico mesmo sendo silencioso e não deixando marcas aparentes no corpo, é tão perigoso quanto.

Heather Demetrios apresenta uma história franca, em que a cada capítulo ficamos mais envolvidos pela história de Grace e Gavin.  O modo como que a autora construiu a narrativa chega é pouco angustiante, porque conforme a história avança paira no ar a sensação que algo de muito ruim está para acontecer. Por esse motivo, Romance Tóxico é um livro para se ler em “doses homeopáticas”, pois além de obviamente não se tratar de uma história feliz a sua narrativa contém alguns gatilhos como: suicídio, abuso doméstico, físico, sexual e psicológico.





ISBN: 978-8555340796
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento:  2018
Número de páginas: 416
Classificação: Ótimo 
Sinopse: Uma história contemporânea, comovente e incrivelmente honesta sobre como encontrar forças para se libertar de relacionamentos tóxicos. Grace quer sair de casa. Ela se sente sufocada pelo padrasto agressivo e pela mãe obsessiva, que a faz esfregar o chão até toda a poeira (que só ela enxerga) sumir. Quer ir embora da cidadezinha onde mora, na Califórnia, pequena demais para seus sonhos. Quer fugir da vida que leva e se tornar uma artista em Paris, uma diretora de teatro em Nova York… qualquer futuro que seja distante do medo e da solidão que sente. Então ela se aproxima de Gavin: charmoso, talentoso e adorado por todos da escola. Quando os dois se apaixonam, Grace tem certeza de que aquele romance é bom demais para ser verdade. Mas as suas amigas enxergam um outro lado do garoto — controlador e perigoso —, que, com o tempo, vai transformar o relacionamento dos dois em uma prisão da qual Grace será incapaz de escapar sozinha.

Um dos pontos que mais me chamou a atenção em Romance Tóxico foi a forma como a autora construiu a história. Desde o começo fica muito claro que esse é um romance abusivo, uma vez que logo na primeira página a Grace começa a narrar os fatos que há levaram a se envolver com o Gavin. E o mais interessante aqui é que a autora usou como recurso uma linguagem mais direta, se referindo ao Gavin não como ele e sim como você.  A impressão que eu tive durante a leitura foi que a Grace estava realmente contando para o Gavin o quanto o relacionamento deles foi prejudicial. O quanto as atitudes dele a machucaram.

A protagonista já passa por uma relação de abuso dentro de casa. Grace é tratada como empregada por seu padrasto agressivo e por sua mãe omissa. O grande desejo de Grace é se formar no ensino médio e ir para bem longe da opressão em que vive, porque ela consegue ver como a relação de sua mãe como o Gigante, apelido dado ao padrasto, é tóxica.

A Grace consegue enxergar que a origem de todo abuso emocional e psicológico cometido por sua mãe é o relacionamento dela com Gigante. Porém a própria Grace, não consegue ver os primeiros sinais no comportamento de Gavin, e que ela mesma está entrando em um relacionamento abusivo.  Até porque, Gavin não se torna um namorado perigoso e controlador do dia para noite.

No começo ele é carismático e gentil e trata a Grace com todo amor e carinho que ela não encontra na própria família. Então a Grace acaba vendo no Gavin o príncipe encantado que veio resgatá-la dos abusos que ela sofre em casa. Ela realmente acredita que os dois são almas gêmeas e que vão passar o resto da vida juntos, e com isso a personagem acaba aceitando todas as condições e regras que o namorado cria para o relacionamento. Em sua ingenuidade, Grace acaba aceitando tudo o que Gavin tem para dar para ela.

Heather Demetrios em momento algum tenta amenizar ou justificar as atitudes do Gavin. E é angustiante acompanhar o desenvolvimento da história e perceber que ao mesmo tempo que a Grace começa a ter consciência de como aquilo tudo é errado e que a sua situação é similar à da mãe, ela está tão afundada no amor do Gavin, na relação de codependência dele que não consegue enxergar uma saída, um modo de terminar o relacionamento dos dois.

Porém, apesar de Romance Tóxico ter se mostrado uma leitura relevante e envolvente, infelizmente senti que a autora “pecou” em alguns pontos no desenvolvimento total da obra. Claro que o foco aqui é o relacionamento da Grace com o Gavin, mas em minha opinião faltou a Heather Demetrios ter dado um aprofundamento maior na questão familiar da protagonista. Até porque no meu ponto de vista, esse foi um dos fatores que contribui para que a Grace se torna-se uma “presa fácil” para o Gavin. E o modo como a autora resolve esse arco da história foi muito "simplista" e não condizente como toda a carga emocional que isso trouxe para a narrativa.

Também senti que os personagens secundários, apesar de desempenharem um papel importante na história como um todo foram pouco explorados. Senti que eles foram usados mais como um recurso narrativo, pontos de ligação e não como se de fato eles fossem peças importantes dentro da história. Gostei bastante das amigas da Grace, a Nat e a Lys, mas personagens como a Beth e até mesmo o pai biológico da protagonistas me passaram a sensação de terem sido somente “jogados na obra”, sem ter uma função que justificasse a participação deles na história.

Outro ponto é que senti o final um pouco corrido. Como mencionei no começo da resenha, a cada capítulo a autora nos faz acreditar que o pior está para acontecer. E realmente conforme a leitura avança às manipulações do Gavin vão se tornando mais assustadoras e perigosas. Só que infelizmente eu terminei o livro sentindo que faltou alguma coisa. Acho que no meu caso, a autora foi gerando tanta expectativa e ao final tudo se resolve de uma maneira tão "fácil" e simples, que isso me deixou um pouco decepcionada.

“Quando se é uma garota boba e apaixonada, é quase impossível ver os sinais de alerta. É muito fácil fingir que eles não existem, que tudo é perfeito.”

Em Romance Tóxico, Heather Demetrios traz uma história atual e relevante que serve de alerta que o abuso não está somente no tapa ou empurram, mas está nas palavras ríspidas em crises de ciúmes que parecem bobas e até mesmo “bonitinhas”, só que na verdade são formas de controle. E o mais importante, é que precisamos aprender a amar a nós mesmos

março 05, 2019

Graça & Fúria por Tracy Banghart

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Graça & Fúria da autora Travy Banghart foi sem sombra de dúvidas um dos lançamentos mais comentados de 2018.  Li diversas resenhas positivas que me deixaram bem curiosa para conhecer a história. Porém, embora seja perceptível todo o potencial que a obra possui, a mesma escorrega em uma sucessão de clichês que já vimos em outras séries do gênero.





ISBN: 9788555340703
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 304
Classificação: Bom
Sinopse: Graça & Fúria – Livro 01:
Duas irmãs lutam para mudar o próprio destino no primeiro volume de uma série de fantasia repleta de romance, ação e intrigas políticas. Em Viridia, as mulheres não têm direitos. Em vez de rainhas, os governantes escolhem periodicamente três graças — jovens que viveriam ao seu dispor. Serina Tessaro treinou a vida inteira para se tornar uma graça, mas é Nomi, sua irmã mais nova, quem acaba sendo escolhida pelo herdeiro. Nomi nunca aceitou as regras que lhe eram impostas e aprendeu a ler, apesar de a leitura ser proibida para as mulheres. Seu fascínio por livros a levou a roubar um exemplar da biblioteca real — mas é Serina quem acaba sendo pega com ele nas mãos. Como punição, a garota é enviada a uma ilha que serve de prisão para mulheres rebeldes. Agora, Serina e Nomi estão presas a destinos que nunca desejaram — e farão de tudo para se reencontrar.

A premissa de Graça & Fúria nos promete uma história de força e empoderamento feminino, algo que em partes é entregue ao leitor. Os capítulos são curtos e intercalados entre a Serina e a Nomi o que dá a narrativa certo dinamismo e um bom ritmo. A escrita da Travy Banghart é leve e conseguiu me deixar bastante envolvida com a história durante boa parte da leitura. Os “problemas” começaram a partir do momento em que a sensação do; “Já vi isso antes” foi ficando mais forte.

Fazendo uma comparação bem simples, Graça & Fúria é uma mescla de A Seleção com A Rainha Vermelha. E de verdade é impossível ler alguns trechos do livro e automaticamente não se lembrar da história da autora Victoria Aveyard. Tanto que chega em um determinado ponto que você lê já sabendo exatamente o que vai acontecer. E isso foi uma das coisas que mais me incomodou na obra. Travy Banghart não apresenta nenhum bom elemento surpresa, ao ponto que no momento em que acontece a grande reviravolta da história ela soa como rasa, pois estava “óbvio” que era aquilo que ia acontecer.

Em minha opinião o ponto alto do livro foi a construção e a inversão de papéis das irmãs Tessaro durante o desenvolvimento da narrativa.  Serina passou grande parte de sua vida sendo preparada para ser uma das graças do rei. Tudo nela é delicadeza e submissão, e ver a personagem descobrindo a sua força e poder foi algo bem interessante de se acompanhar, especialmente porque o modo como a personagem é apresentada me fez acreditar que ela possuía todas as características que normalmente geram uma implicância minha com protagonistas do gênero.

O mesmo não posso falar da Nomi, afinal se pudesse definir a personagem em uma só palavra seria, desgosto. Fico me perguntando até quando os autores vão continuar confundido comportamentos impulsivos com rebeldia.  Por ser totalmente o oposto da irmã e contra a forma como as mulheres são tratadas em Viridia era esperado que Nomi fosse uma pessoa mais madura e bem, - inteligente. Só que infelizmente com a Nomi, eu senti uma decepção atrás da outra. Enquanto lia as partes narradas por ela me perguntava onde estava o tal espírito rebelde, já que a única coisa que encontrei foi uma sucessão de atitudes imaturas e precipitadas.

Gostei muito do fato da autora ter dado aos personagens secundários certo protagonismo na construção da narrativa. Estou bem curiosa para ver como a relação da Serina e do Val será desenvolvida no próximo livro da série, do mesmo modo que espero que a Maris ganhe um espaço maior na obra, já que é visível que a personagem possui um bom potencial para ser explorado. Além disso, é impossível você não sentir a força das mulheres que a ilha de Monte Ruína forjou. A Oráculo e a Petrel são personagens incríveis e ao seu modo inspiradoras.

Ainda não tenho a minha opinião totalmente formada sobre os dois príncipes o Malachi e o Asa, até porque o triângulo amoroso que a autora inseriu aqui me deixou bastante irritada. E não por causa do triângulo amoroso Malachi, Nomi e Asa propriamente dito, mas sim porque me remeteu muito A Rainha Vermelha. De verdade esse foi o núcleo que mais me incomodou no desenvolvimento todo de Graça & Fúria, pois tudo nele é clichê e terrivelmente previsível.

 “– Vocês devem ser tão fortes quanto essa prisão, tão fortes quando a pedra e o oceano que as cercam. Vocês são concreto e arame farpado. Vocês são feitas de ferro.”

Como leitora acredito muito no potencial da série Graça & Fúria, já que a bandeira principal levantada pela autora na obra é a igualdade de gêneros e o modo como muitas sociedades ainda enxergam a mulher como um "ser inferior” aos homens. Como um livro introdutório, apesar das diversas derrapadas Graça & Fúria funciona bem. Agora só resta saber se autora vai dar voz própria a sua história ou vai continuar investindo nos clichês do gênero.

fevereiro 17, 2019

O Dueto Sombrio por Victoria Schwab

| Arquivado em: RESENHAS.







ISBN: 9788555340666
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 448
Classificação: Bom.
Sinopse:  Monstros da Violência – Livro 02.
Na sequência final de A Melodia Feroz, Kate Harker precisa voltar para Veracidade e se unir ao sunai August Flynn para enfrentar um ser que se alimenta do caos.  Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros — e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão — e vai cumprir seu papel, não importam as consequências. Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua — e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge — uma que força suas vítimas a cometer atos violentos —, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.

Com uma distopia original cheia de ação e excelentes reviravoltas, A Melodia Feroz da autora, Victoria Schwab me surpreendeu tanto, que acabou sendo uma das minhas melhores leitura de 2017. Por esse motivo, acredito que não preciso dizer o quanto essa blogueira que vos escreve, estava com as expectativas bem altas em relação ao último livro da duologia Monstros da Violência, O Dueto Sombrio. Porém, como vocês vão perceber ao longo da resenha, essa foi uma leitura um pouco “complicada”.

Essa resenha pode conter spoilers do livro anterior, então se você não quiser correr o risco pode pular três parágrafos.

Seis meses se passaram desde que Kate Harker fugiu de Veracidade e de seus monstros. Porém, aparece que onde quer que a garota vá, os monstros a seguem. Quando os monstros começam a surgir em Prosperidade, ela sabe que é a única capaz de combatê-los e por isso decide caçá-los. Porém, por mais que Kate tente seguir em frente os fantasmas de seu passado estão sempre à espreita, nas sombras de sua própria consciência.

Já em Veracidade, os monstros controlam o lado norte da cidade e os habitantes que antes viviam no luxo e pagavam pela proteção de Collum Harker, se vêm obrigados a migrar para o lado sul da cidade para sobreviver. Do lado sul está August Flynn, o monstro sunai que sempre desejou ser humano, que perdeu uma parte de si mesmo e precisou assumir o lugar que antes era do seu irmão Leo como comandante da FTF. Assim como Kate, ele se tornou um caçador, mais não de monstros e sim de almas pecadoras.

Quando um novo monstro que se alimenta da própria violência surgi, Kate sabe está na hora de voltar para casa, para Veracidade. Porém a garota não fazia ideia do caos estava a sua espera. O lado norte está dominado por monstros comandados por um velho inimigo que ela acreditava estar morto e por um monstro que ela mesma criou. Do lado sul, Kate é vista como inimiga e mesmo que August seu velho amigo ainda confie nela, algo entre eles também parece ter se quebrado.  A batalha final se aproxima, e Kate e August se unem novamente para derrotar os monstros já conhecidos e a nova ameaça. Mas, até quando Kate será capaz de conter o monstro que ela está se tornando?

Essa é a minha quarta tentativa de escrever a resenha de O Dueto Sombrio, tamanho é o meu conflito de sentimentos em relação ao que eu encontrei aqui. Sinceramente quanto mais eu penso no rumo que a Victoria Schwab deu para história, mas chego à conclusão que teria sido melhor a autora ter parado em A Melodia Feroz, já que de certo modo ela tinha dado um desfecho mais conclusivo no livro anterior. Que fique claro que não estou dizendo que O Dueto Sombrio é um livro ruim. Eu gostei em partes da história, porém não nego que esperava algo mais consistente e principalmente uma resolução mais completa do mundo que a autora criou.  Porém, isso não aconteceu, tanto que quando eu terminei o livro fiquei: “Tá, então só é isso?”.

Um dos momentos mais esperados por mim, era o reencontro da Kate e do August, especialmente porque eu estava bem curiosa para ver como seria a dinâmica entre eles depois das escolhas que tiveram que fazer no passado para sobreviver. A Kate começa a história aparentando estar bem mais madura e mais consciente dos seus atos, algo que até metade do livro estava me agradando bastante. Mas, depois de um ponto em diante, ela volta a agir de modo impulsivo e até mesmo arrogante o que em minha opinião desconstrói completamente qualquer evolução que a personagem vinha tendo desde o livro anterior.

Já o August mesmo que há princípio eu tenha sentido uma certa “antipatia” por ele, conseguiu me conquistar por ser um personagem complexo e cheio de peculiaridades que o tornam um protagonista mais interessante do que a Kate. Aqui é visível que ele não está confortável em sua nova posição como comandante da FTF e que ele ainda sofre muito pelos os acontecimentos que o levaram a estar nessa situação.  Só que a forma que ele demonstra essa insatisfação, essa tristeza é tão apática que conforme a narrativa ia avançando, mais frustrada eu ficava em perceber que ele estava meio que no “automático” perdendo a cada capítulo as qualidades que tinham me cativado nele.

Gostei bastante da inserção de novos personagens em O Dueto Sombrio, pois eles contribuem para deixar o ritmo da narrativa mais gostoso de acompanhar. Para começar mesmo que sua participação possa ser considerada “pequena”, eu adorei o novo sunai que surgiu na história, o Soro. Ele possui uma personalidade muito concisa e determinada, ao mesmo tempo que é um enigma. Além disso, Soro não tenta ir contra a sua monstruosidade, pelo contrário esse lado é totalmente abraçado e isso em várias situações faz dele incrivelmente humano.

Só que apesar de ter acertado com a inclusão de Soro na história, Victoria Schwab falhou na construção da malchai Alice e na tentativa de transformar Sloan em um dos grandes vilões da história.  Claro que a união dos dois é potencialmente perigosa, mas as ações deles são previsíveis e óbvias que desde do começo já fica claro qual é objetivo final deles o que por consequência tira um pouco do “efeito” surpresa da narrativa. Mas, o que realmente me incomodou foi o desenvolvimento, ou melhor dizendo a falta do desenvolvimento que o nova ameaça que surgiu aqui.

Tipo esse monstro é super poderoso, afinal ele tem o poder de colocar as pessoas umas contra as outras fazendo com que elas tenham atitudes de extrema violência que do que ele se alimenta. Só que o modo como tudo se resolve é tão rápido e fácil que sinceramente em minha visão a única utilidade que esse monstro teve na história em si, foi fazer Kate voltar para casa. Ou seja, esse monstro além de não cumprir a promessa de ser o grande destaque de O Dueto Sombrio, não tem nenhuma participação “efetiva” no desenrolar do enredo que justifique a presença dele assim como o grau de importância atribuído a ele. 

O que mais tinha me chamado a atenção em A Melodia Feroz foi o mundo que a Victoria Schwab criou, e por ser o último livro, eu espera respostas. E não teve absolutamente nenhuma resposta aqui. Com exceção de um personagem que teve o seu final bem definido e condizente com a sua trajetória na história o resto ficou vago demais. De verdade a sensação que eu tive é que voltamos à estaca zero. Ficou faltando aquele epílogo onde temos um vislumbre do que aconteceu com os personagens algum tempo depois. Sei que alguns de vocês estão pensando: ”Ane acho que você estava com expectativas demais.”, e sim eu esperava que o livro entregasse uma história melhor ou pelo mesmo nível do livro anterior, e fato da história ter terminado do jeito que terminou me deixou extremamente frustrada.

“– Você está errado. – disse Kate, virando as costas para ele. – Existe um tipo de mentira que até você pode dizer. Sabe qual é? – Ela encarou o olhar dele na porta de aço. – O tipo que se conta para si mesmo.”

Apesar de não ter atingido todas as minhas expectativas, gostei de algumas coisas que encontrei durante a leitura de O Dueto Sombrio. A escrita da Victoria Schwab é fantástica e realmente nos transporta para dentro das páginas do livro fazendo o que a gente fique completamente envolvido com a história. A minha sugestão para quem leu A Melodia Feroz e ainda está em dúvida, se lê ou não o último livro da duologia é ir como menos sede ao pote. Assim quem sabe, você evita frustrações e acaba curtindo melhor a leitura.
 

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